sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Capítulo 24 - "Quando me sinto só...

Notas iniciais do capítulo:
... te faço mais presente"
Capítulo 25 tá completo. Tem troca de SMS, troca de olhares, briga e.... BEIJO! Vivaaa!
Meninas, só uma dica: Quando acontecer um blackout, fiquem calmas e gritem! Vai que o Luan aparece para salvá-las?!
Não entenderam nada?
Então bora ler o cap!

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Um tempo depois...

Esquecer de algo ruim é mais fácil. É doloroso, mas é mais fácil.
Foi assim que eu fiz com o que aconteceu com o Diogo. Eu mudei toda a minha vida, segui caminhos novos, deixei de morar no “quartinho" dos fundos da casa dos meus ex-patrões e arrumei um novo emprego.

Os fantasmas sempre me atormentavam, mas aos poucos as cicatrizes foram se fechando e ficaram apenas as marcas. Você não consegue esquecer completamente o que aconteceu, mas consegue colocar coisas melhores naquele “buraco” que fica na sua alma. Consegue sentir sensações melhores e viver dias melhores. Porque tudo, definitivamente tudo, é melhor do que aquilo que você quer esquecer.

Mas quando você deseja deixar para trás lembranças boas, aí a coisa complica. Porque é inevitável comparar as novas experiências com aquelas que foram tão especiais, vividas no passado. E quando o seu passado era repleto de bons momentos, fica muito difícil superá-lo, e ainda mais complicado seguir adiante.

Essa era exatamente a situação que eu estava vivendo. Eu fiquei apenas uma noite com o Luan. Uma noite que marcou para sempre a minha vida. E que tornava muito difícil, praticamente impossível, fingir que nada tinha acontecido.

Antes era muito mais fácil porque eu não assumia que estava apaixonada por ele e nós não havíamos ficado juntos. Eu não tinha me entregado para ele, ele não havia escrito que me amava na asa do avião, nós não tínhamos trocado mensagens até amanhecer pelo celular e não tínhamos “enganado” o Anderson fingindo que não rolava nada entre a gente e quase “morrido” de rir juntos depois disso.

Agora, com todas aquelas lembranças dos nossos bons momentos juntos, era quase impossível fingir que eu não sentia nada por ele. Porém, eu precisava. Se eu queria continuar ali, trabalhando ao seu lado, pronta para ajudá-lo sempre que necessário, eu precisava esquecer que um dia nós ficamos juntos.

No início o Luan não aceitou muito bem aquele novo acordo que eu fiz com o Anderson. E apesar de eu não falar absolutamente nada para ele sobre o segundo trato que fiz com o seu empresário, o Luan logo sacou que algo estava errado. Ele tentou de todas as maneiras me fazer desistir de manter a minha palavra com aquela nova promessa. E quando digo que ele tentou de todos os jeitos, é porque ele realmente usou diferentes métodos para me convencer. Como, por exemplo, me prensar contra a parede e tascar um “baita” beijo de tirar o fôlego quando estávamos chegando aos nossos quartos em um dos hotéis que ficamos hospedados. Foi difícil resistir àquela tentação, mas eu consegui me soltar e sair correndo de perto dele antes que eu fizesse uma loucura.

Vendo que as coisas andavam de mal a pior entre nós, o Welligton se tornou um aliado na minha “luta” para manter o meu trato com o Anderson. Ele garantia que eu e o Luan não ficássemos sozinhos por muito tempo e sempre me ajudava a me esquivar do meu “patrãozinho”.

Conforme o tempo foi passado, o Luan começou a lidar de uma outra maneira com aquela situação que nós estávamos vivendo. Era como se ele estivesse com raiva, com mágoa... E, como se quisesse me dar o “troco” por evitá-lo, ele voltou a chamar as meninas que iam assistir aos seus shows para dormir com ele no hotel. Aquilo me deixava arrasada. Eu chorava todas as noites sozinha no meu quarto imaginando o que o Luan estava fazendo com aquelas meninas o mesmo que ele fez quando dormimos juntos.

O Welligton tentava me ajudar dizendo que ele também estava sofrendo sem mim, mas a verdade é quando estávamos frente a frente nós tentávamos esconder ao máximo os nossos sentimentos. Era como se tivéssemos voltado à época que eu comecei a acompanhá-lo nos shows. Ele me chamava apenas de Cristal. Nada de Cristalzete, de Nega, de meu amor... Nada! Era como se tudo o que passamos juntos tivesse sido arrancado de nós e trancado dentro de uma caixa. Essa caixa sempre ameaçava abrir e nos devolver todos os nossos sentimentos quando ficávamos muito tempo lado a lado, mas nós dois lutávamos juntos para manter aquele baú de recordações bem fechado para o nosso próprio bem.

A única coisa que me ajudava a superar toda essa situação era a gravação do clipe da música “Te Vivo” que o Luan iria participar. Além de todos os cuidados com a produção, que estava enlouquecendo todo o pessoal do escritório, eu e a Dag estávamos fechando uma exclusiva com o Fantástico. Ou seja, nós garantíamos a exclusividade do lançamento do clipe para o programa desde que eles se comprometessem a divulgá-lo. A negociação deu certo, e nós conseguimos além da matéria, um espaço super bacana no site e até um chat entre as fãs e o Luan quando o programa dominical terminasse.

Mas, para ter divulgação, primeiro era necessário ter clipe. Por isso nós estávamos em Sorocaba, no interior de São Paulo, onde as gravações iriam acontecer. O Luan estava uma “pilha de nervos”, cheio de medo de não convencer ninguém como ator.

Eu queria muito poder ajudá-lo nesse novo desafio. Mas simplesmente não tinha clima para chegar até ele e tentar tranquilizá-lo. Por isso, coloquei o meu mais novo aliado para trabalhar a meu favor.

– Welligton, vai lá e fala para o Luan relaxar. Fala que o segredo é ele fingir que a atriz é uma pessoa que ele já conhece, uma menina que ele já ficou e que ele curtia muito – Passei o recado para que o secretário o levasse até o meu “patrãozinho”. Nós estávamos em uma sala que antecedia o pequeno cômodo onde o Luan estava terminando de produzir o seu visual para a filmagem. Como a ideia era fazer um clipe onde a história começava na década de 60, os cabeleireiros fizeram um topete no meu “patrãozinho” que o deixou a cara do Elvis Presley. Respirei fundo tentando controlar a minha vontade de ir até lá e bagunçar aquele topete, como eu já fizera várias e várias vezes quando ficamos juntos.

– Tá, eu falo que foi você que mandou dizer? – O secretário perguntou.

– Claro que não, né? Finge que a dica é sua – Respondi já começando a ficar irritada.

– Tá bom, tá bom! Já volto! – Ele disse entrando no pequeno camarim improvisado enquanto eu continuava sentada no sofá esperando na sala ao lado.

Menos de dois minutos depois, ele voltou – Ele pediu para agradecer pela dica.

Oi? Aquele sem noção tinha falado que fui eu quem deu o conselho? Mas eu estava muito mal de aliados mesmo, viu!

– Não me olha assim – O secretário se defendeu ao ver a minha expressão de “Você é um incompetente mesmo” – Qual é, Cristal... Ia pegar mal eu chegar lá e dar um conselho desses para o Luan! O pessoal da maquiagem poderia ficar pensando que eu era gay...

– Welligton, você é um sem noção – Desabafei, bufando – Tá, mas pelo menos serviu para alguma coisa o conselho? O Lú ficou mais calmo?

– Como eu vou saber, Cristal? Tá bom que eu vou ficar reparando em homem agora, né? Tenho mais o que fazer – O Welligton tentou se fazer de “machão”. No fundo eu sabia que ele se preocupava com o Luan tanto quanto eu.

– Certo, tô vendo que terei que fazer isso de uma forma mais direta – Falei, pegando o meu celular na bolsa e digitando uma mensagem em seguida.

“Não esquece! É só fingir que a atriz é uma pessoa que você já conhece. Aí fica mais fácil você fingir que ama, ou que está triste porque essa pessoa está doente. Boa sorte, vai dar tudo certo”.

Eu já havia lido o roteiro do clipe e sabia que a história contaria o romance de um casal, que se conheceu ainda jovem, que enfrentou a doença da moça juntos e que permaneceu unido até ficarem “velhinhos”.

Assim que enviei o SMS eu me arrependi. Aquela aproximação com o Luan justo durante a gravação do clipe poderia não ser tão bom para o andamento das filmagens. Logo comecei a andar de um lado para o outro na pequena sala torcendo para que ele estivesse ocupado demais para checar as mensagens no celular.

 Cristal, cê vai abrir um buraco no chão assim – O Welligton comentou enquanto folheava uma revista sem muito interesse sentado no sofá.

– Não enche, Welligton – Praticamente “rosnei” as palavras para ele de tão nervosa que estava. Eu sentia o meu coração disparar dentro do peito. Ao mesmo tempo em que queria que o Luan recebesse a mensagem eu tinha medo de saber qual seria a sua reação.

Dei um pulo quando senti o celular vibrar em minhas mãos. Encarei o visor. Era um SMS do Luan. Sem pensar, apertei o botão “Ler Mensagem”.

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“Eu fecho os meus olhos e enxergo a gente”.

Era um trecho de “Te Vivo”. Precisei respirar fundo várias vezes para conseguir acalmar o meu coração. Naquele momento, eu me lembrei das estrofes seguintes da canção e consegui entender exatamente o que elas queriam dizer. Porque, por alguns instantes, eu também fechei os meus olhos e foi como se eu voasse para outro mundo. Ou melhor, como se eu voltasse para aquela noite em que eu e o Luan nos amamos.

Ainda no clima da canção, acabei me deixando levar, e sem pensar duas vezes, eu digitei outras estrofes das músicas que representavam tudo o que eu estava sentindo naqueles últimos tempos.

“Quando me sinto só te faço mais presente... Porque a gente não precisa tá colado pra tá junto”.

Enviei a mensagem sentindo minha mão tremer levemente. Ouvir aquela música sempre me deixava meio “pra baixo” justamente porque o Luan sempre dizia que ela contava a história de um casal que, por algum motivo, não conseguia ficar junto. Agora, depois daquelas mensagens, eu me identificava mais do que nunca com a letra da canção.

– Cristalzete, o que você está aprontando? – O Welligton me questionou tomando o cuidado de usar um tom de voz mais delicado. Pelo jeito a minha expressão devia ter entregado que eu estava prestes a cair em prantos por causa da minha situação com o . Toda a barreira que eu construí em volta de mim para conseguir resistir à tentação de ficar com ele desmoronou com aquela mensagem.

– Welligton, assume daqui... eu vou lá para fora ver se a equipe do Fantástico já chegou, antes que eu faça uma loucura – Falei, tentando recuperar o foco da situação – Troca de celular comigo. Eu não posso mais ficar com o meu – Completei, jogando o meu aparelho no sofá de qualquer jeito.

– Mas... – O secretário começou a tentar me impedir, mas eu não dei tempo para que ele terminasse.

– Mas nada, Welligton. Eu mandei uma mensagem para o Luan, ele me respondeu, eu mandei outro SMS para ele e se a gente continuar assim, isso não vai dar certo – Eu fui despejando as palavras em cima dele enquanto mexia as mãos, nervosa. Eu ainda sentia o meu corpo tremer e o meu coração disparado dentro do peito. Aquele era o efeito que a abstinência do Luan causava em mim.

– Tá bom, então. Se você prefere assim... – Ele se deu por vencido e arremessou o seu Nextel para mim segurando o meu aparelho em uma das mãos. Nesse instante o celular apitou.

– Nova mensagem. É do Luan – Ele me encarou mostrando a tela do Nextel.

– Eu não posso ler... Não posso! – Disse, antes de me virar e sair da sala praticamente correndo. No instante que me vi sozinha eu senti as lágrimas caindo pelo meu rosto. Eu não sabia quanto tempo mais eu conseguiria suportar aquela situação. Ficar longe do Luan era o pior castigo que eu poderia ter recebido do Anderson por não cumprir a promessa que fiz a ele.

***

O dia seguiu e as primeiras cenas dos clipes começaram a ser gravadas. No início o Luan estava bem nervoso com toda aquela história de ter que atuar e demonstrar intimidade com uma pessoa que ele ainda não conhecia, mas aos poucos ele foi relaxando e se sentindo mais a vontade no set. A atriz que participaria do clipe com ele, a Laura Barreto, também era muito simpática e o ajudou a se sentir mais seguro com algumas dicas e toques durante os intervalos das cenas.

Difícil foi ver os dois encenando tantas cenas de amor várias vezes seguidas, até que a tomada ficasse perfeita. Principalmente porque algumas das cenas me lembravam muito alguns momentos que eu e o Luan havíamos passado juntos em um dos nossos raros períodos de “trégua”. Pelo que pude perceber, ele também estava lembrando daqueles nossos momentos, porque várias vezes peguei ele me olhando durante as filmagens.

Ao final do dia, eu me sentia esgotada mentalmente. O meu coração estava apertado dentro do peito e um nó ameaçava se formar dentro da minha garganta. Desde o novo acordo que eu tinha feito com o Anderson, aquele foi, de longe, o dia que eu mais sofri por não estar ao lado do Luan.

Depois que a equipe de filmagens nos dispensou, seguimos eu, Luan e Welligton de van para o hotel onde ficaríamos hospedados. O “Testa” até tentou animar os ânimos enquanto seguíamos pelas ruas de Sorocaba, mas nem eu e o Luan estávamos afim de conversa naquele dia. Se eu pudesse “chutar” um palpite, eu diria que toda aquela história de clipe havia balançado o Luan tanto quanto tinha me “baqueado”.

Chegamos ao hotel e, em silêncio, seguimos para o elevador para subirmos até os nossos quartos. Nós já havíamos passado pelo estabelecimento pela manhã, assim toda a nossa hospedagem já estava devidamente organizada.

– Welligton, toma o seu celular. Você pode devolver o meu, por favor? – Pedi para o “Testa” enquanto eu estendia o aparelho que estava comigo em sua direção.

Ele remexeu os bolsos por um segundo, confuso, e logo depois exclamou colocando uma das mãos na cabeça – Puts Cristalzete, esqueci o seu Nextel no carro. Peraê, tô indo lá buscar – Ele falou virando-se na direção oposta do elevador e já se preparando para correr atrás da van que havia nos deixara no hotel – Vão subindo sem mim. Eu já levo o celular para você, Cris.

Ouvi o barulho do elevador chegando ao saguão. Eu pensei em esperá-lo ali embaixo até que ele retornasse com o meu Nextel, mas o dia havia sido tão longo e tão estressante que achei melhor subir para o meu quarto, tomar um banho, e afogar todas as minhas mágoas com o travesseiro. Por isso, logo depois que o Luan entrou no elevador, eu o segui. Apertei o botão correspondente ao andar onde estavam os nossos quartos e vi o saguão desaparecer aos poucos enquanto as portas iam se fechando na nossa frente.

Senti o elevador se movimentar. Eu odiava usar aquele tipo de equipamento. Eu sempre me sentia tonta. Até onde eu me lembrava, o Luan também não gostava daquelas “viagens”. Confirmei a minha suspeita ao espiá-lo pelo espelho que estava em uma das paredes. Pelo visto ele estava enjoado como eu. Não consegui deixar de abrir um sorriso, o que eu disfarcei fingindo estar muito interessada em algo que aparecia na tela do celular do Welligton.

Vendo a minha expressão “amigável” ao mexer no celular, o Luan acabou tomando coragem para falar comigo.

– Valeu pela dica hoje de manhã. Esse “trem” de ser ator é difícil demais... Ficou mais fácil quando eu imaginei que a Laura era outra pessoa – Ele confessou mexendo nos cabelos, tentando disfarçar o nervoso.

– Por nada... Eu imagino que seja complicado mesmo – Falei, tentando ser cordial. Fazia tanto tempo que eu e o Luan não ficávamos a sós que eu me sentia estranha conversando com ele. De repente a minha frase soou artificial demais, como se não fosse eu.

– O que você está fazendo com o Nextel do Testa? E porque ele deveria estar com o seu celular? – O Luan perguntou curioso apontando para o aparelho na minha mão.

– Hããã... Achei melhor ficar com o rádio dele – Respondi tentando escapar da questão – Porque eu não podia responder algumas pessoas que estavam me chamando hoje – Emendei com pouca firmeza na voz.

– Por isso você não respondeu a minha última mensagem? – Ele foi direto ao ponto do qual eu estava tentando fugir.

– É... Na verdade, eu troquei de celular com ele justamente para não responder a sua mensagem – Confessei. Eu não tinha porque mentir. E eu precisava manter a distância que estava entre nós, mesmo que aquilo me custasse mais uma noite chorando sozinha no meu quarto.

– Cristal e sua “brabeza” – Ele falou fechando a cara.

– E a culpa de tudo é sempre minha por ser brava – Respondi um pouco irritada. Eu não sabia explicar, mas não tinha gostado daquele comentário.

– Na verdade, a culpa é da sua teimosia também, por ficar sempre fazendo acordos que não pode cumprir – Ele retrucou, ainda de cara fechada.

– E quem disse que eu não posso cumprir? – Eu já sentia a raiva subindo pelo meu corpo.

– Você mesma com a mensagem que me mandou hoje – A raiva também tomava conta do tom de voz dele que agora agitava as mãos, gesticulando sem parar.

– O meu novo acordo com o Anderson diz apenas que eu não posso mais ficar com você. Isso eu estou cumprindo, se é que você não percebeu! – Falei nervosa saindo do elevador que tinha acabado de abrir as portas no nosso andar – Ah, mas é claro que não percebeu! Você estava ocupado demais ficando com outras...

– Lógico que eu percebi, Cristal. Mesmo você não me consultando para tomar essa decisão e me evitando como se nada tivesse acontecido entre a gente, eu acabei percebendo que você fechou um novo trato com o Anderson – Ele disse, irônico.

– Eu não precisaria fechar acordo nenhum se você me escutasse e não colocasse os nossos vídeos na internet – Disparei contra ele. Eu sabia que estava pegando pesado, mas a raiva que eu sentia ia além do meu autocontrole. Eu precisava falar aquilo, e aquele era o momento para acertar os últimos acontecimentos que ainda estavam sem explicação.

– Nem vem colocar a culpa só em mim por causa desses vídeos. Antes disso você já tinha feito um trato com o Anderson – Ele jogou na minha cara.

– Eu fiz o acordo sim, e você quer saber o por quê? Porque eu sonhava todas as noites com o que o Diogo fez comigo e pensava que eu nunca mais seria capaz de me apaixonar por alguém. Se você tivesse passado pelo o que eu passei, você também não se importaria em prometer que não vai se apaixonar pelo seu chefe, porque na verdade você não quer entregar o seu coração para mais ninguém! – Eu tinha perdido completamente o controle. Todas as emoções que eu havia tentando esconder por todo aquele tempo vieram à tona e eu sentia o meu corpo tremer de raiva. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas aí eu lembrei que chorar não era uma alternativa. Eu não queria parecer fraca.

– Você não tem o direito de comparar todas as pessoas do mundo ao Diogo. Eu não sou ele, Cristal. Não é justo que eu pague por um erro que ele cometeu! – O Luan disparou também com o tom de voz alterado. Para a nossa sorte só nós estávamos hospedados naquele andar. As chances de sermos flagrados em meio aquela discussão eram pequenas.

– E não me venha falar de Diogo agora, Cristal. Porque naquela noite que nós ficamos juntos eu achei que você tivesse deixado todo o seu passo de Diogo, Léo e do seu antigo emprego para trás – O Luan completou depois de uma breve pausa.

– E deixei. Eu fiz tudo isso porque confiei em você. Eu me entreguei para você, Luan! E o que você fez? Colocou o nosso vídeo na internet, contou toda a minha história para o Anderson... O que você queria com tudo isso? Provar que toda a confiança que eu depositei em você não serviu de nada? – Agora era impossível controlar. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas eu já não importava mais com o que o Luan ia pensar. E também porque não fazia sentido esconder dele quem eu realmente era. Ele era uma das poucas pessoas que sabia me entender apenas pelo olhar.

– Não Cristal, eu só queria ficar com você. Desculpa se eu me atrapalhei, se meti os pés pelas mãos. Mas eu não queria que você fosse embora, por isso contei toda verdade para o Anderson, para que ele não te demitisse – Ele me respondeu em um tom de voz amargurando, como se reconhecesse o seu próprio erro.

– E eu aceitei o trato com o Anderson para não precisar ficar longe de você. Porque é melhor estar ao seu lado mesmo não podendo te tocar, do que correr o risco de nunca mais poder te ver – Eu confessei, também abaixando o tom de voz.

– Mas isso não faz sentido, Cristal. Quem escolhe com quem eu quero ficar sou eu – Ele apontou os dedos para o próprio peito para enfatizar a questão.

– Desculpa, mas não é... Você até pode escolher a pessoa com quem deseja ficar, mas tem tanta coisa que precisa acontecer para que vocês se acertem de vez... Você é um cantor famoso, Luan. Esse sempre foi o seu sonho, mas às vezes os sonhos também têm os seus preços.

– Não Cristal, isso ainda não faz sentido para mim... Eu não concordo com isso! Eu quero ficar com você e ponto. Não tem acordo no mundo que me convença do contrário – Ele voltou a mexer as mãos e a erguer o tom de voz.

– Luan, eu já te disse que nós não fomos feitos para ficar juntos. Não adianta... – Falei, vencida.

– Se você está falando isso é porque não quer ficar comigo de verdade – Ele me disse em um tom sério.

– É sério que você está duvidando do que eu sinto por você? Depois de tudo o que eu te contei, depois de ter dormido com você, depois de ter aceitado continuar do seu lado mesmo não podendo te tocar mais? – Meu corpo voltou a tremer. Eu não poderia acreditar que ele estava questionando os meus sentimentos por ele.

– Então por que você não fica comigo? – Ele levantou a voz para que eu o ouvisse enquanto ainda falava sobre tudo o que eu tinha feito por ele.

Vacilei por um momento. Eu não ficava com ele por medo. Medo dele não me amar de verdade, de se cansar de mim e de me trocar por outra modelo ou atriz qualquer, medo de não conseguir retribuir o sentimento que ele tinha por mim, medo de ter sido tão machucada pelo Diogo a ponto de nunca mais ser capaz de fazer alguém feliz ao meu lado.

Mas ao invés de explicar tudo isso para ele, eu simplesmente disse – Eu não posso, Luan.

Por um instante nenhum dos dois falou nada. Ele me encarava, como se soubesse que na verdade eu poderia, mas que ainda não estava pronta para aquilo, e eu retribuía o seu olhar como quem pede para que ele tenha um pouco mais de paciência para entender todas as confusões na minha cabeça. Como sempre, nós nos entendíamos muito mais com as nossas conversas silenciosas do que quando eu tentava demonstrar os meus sentimentos. Por um momento fiquei feliz em saber que aquela nossa “conexão” não tinha se quebrado.

– Luan, foi um longo dia... Acho melhor a gente ir descansar. Boa noite – Falei me virando em direção ao meu quarto. Enquanto andava eu era capaz de jurar que ouvi o Luan murmurar, só para ele mesmo ouvir – Cristal, sempre fugindo.

Senti uma vontade louca de voltar e tentar consertar tudo o que estava de errado entre nós. Mas do que adiantaria? Do que valeria consertar algo que já estava condenado a não dar certo?

Eu estava perdida em meus pensamentos quando de repente aconteceu. A luz foi embora, deixando tudo na mais completa escuridão.

– AAAAAAAAAHHHHHHHHHHH – Gritei a pleno pulmões. Desde o dia no barco com o Diogo eu tinha muito medo do escuro. Eu me lembrava que ele tinha apagado todas as luzes para garantir que eu não o reconhecesse quando ele chegou perto de mim e começou a me beijar.

No escuro é quase como se eu revivesse aquela cena. Gritei mais uma vez ainda mais alto. Com certeza meu emocional estava abalado aquele dia, porque eu já era capaz de controlar melhor aquele tipo de emoção.

– Cristal, calma nega, calma! Eu tô aqui – Vi o Luan se aproximando de mim com a luz da tela do seu celular iluminando fracamente o caminho.

Ele me abraçou e eu simplesmente me joguei nos seus braços, tentando me esconder ao máximo dos meus medos junto dele.

– Calma, muié. Foi só um apagão – Ele comentou rindo tentando me tranquilizar.

– Não gosto do escuro, me assusta... – Respondi com a voz fraca.

– Shiiii... Eu tô aqui com você, ninguém vai te machucar – Ele falou baixinho no meu ouvido enquanto acariciava os meus cabelos.

Aos poucos fui relaxando, sentindo os seus braços a minha volta me dando segurança. A luz na tela do celular era a única coisa que brilhava no meio da escuridão até a eletricidade normal voltar.

Eu pisquei os meus olhos por conta da claridade súbita. Quando voltei a enxergar normalmente, a cena que eu vi foi um Luan me abraçando e uma Cristal completamente agarrada a ele, segurando as costas da sua blusa com força como se estivesse com medo de alguém levá-lo de mim.

– Tá melhor, amor? – O Luan me perguntou com aquela voz mansa que sempre me tira do sério.
– Ahã... – Foi única coisa que eu consegui dizer. Dentro da minha cabeça o meu lado Profissional e Maluquete duelavam para decidir o que eu deveria fazer.

– Cristal, cê tá me machucando, nega. Sei que você está com saudades de mim, mas pode me abraçar um pouco mais “fraquinho”, tá? – Ele fez piada da situação, o que ajudou a quebrar o clima de tensão entre nós.

– Nossa, desculpa! – Falei sem graça enquanto eu o soltava.

– Ah, não desculpo não, Cristal. Sabe o que eu acho? Que você deveria me dar um beijinho para sarar – Ele aproveitou que os seus braços ainda estavam ao meu redor para me puxar novamente para perto dele. Em um instante eu estava parada, o encarando frente a frente, me deliciando com aquele melhor sorriso “safado” que só ele sabia dar. E no instante seguinte, nós estávamos nos beijando, minhas mãos estavam deslizando pelos seus cabelos enquanto ele me virava e me prensava contra parede. O nosso beijo tinha pressa, tinha urgência, tinha muito desejo. E aquilo foi o suficiente para me fazer esquecer completamente todas as minhas lembranças do Diogo. Naquele momento, só o Luan importava.

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Notas finais do capítulo:
Lú, também tenho medo de escuro! Vem me salvar? kkkk
Curtiram o cap, meninas? Gostaram da reconciliação?
E esse blackout? A sorte conspira a favor da Cristal, fala sério! kkk
Ok, agora é sério:
Agradeço de coração a Rachel que revisou o texto para mim! Salve Rachel, minha mãe postiça linda de bonita!
E, como prometi, dedico esse capítulo para a linda da @LS_meuamore que pertence ao seleto grupo das leitoras-fiéis dessa fic! =] Queria colocar o nome de todas aqui, mas fiquei com medo de faltar alguém (Não tenho Twitter de todas =/)
Por isso, só digo uma coisas para vocês: Ninguém escreve 25 capítulos de uma história se outras pessoas não toparem ler! Portanto, MUITO OBRIGADA por chegarem até aqui comigo! #TamoJunto
PERGUNTA MUITO IMPORTANTE:
Meninas, no lugar da Cristal, vocêss perdoariam o Diogo?
Não esqueçam de me responder isso! Estamos chegando ao capítulo onde os dois vão se reencontrar e a Cris terá que decidir se o perdoa ou não. #TENSO Por isso preciso da opinião de vocês!
Bom, vou parar por aqui, porque senão o cap fica com mais recado que história! kkk 

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Capítulo 15 - Dose dupla

Notas iniciais do capítulo:
Oficialmente a temporada terminou no capítulo passado, mas eu jamais me perdoaria se essa 3ª fase fosse encerrada sem essas duas cenas!
Capítulo tá curto, mas eu acho que está "lindo"! (Modesta eu, né?)
Aproveitem!

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Dois meses depois...

– Levanta um pouco mais a cabeça, Any! Isso, isso... Agora olha para a câmera! Isso, isso... E... Pelo amor de Deus, encolhe essa barriga! O Luan estava certo quando disse que você estava mais “cheinha” – Ouvi a Malú ralhar comigo.

Fala sério, a Malú precisava mesmo fazer aqueles comentários tão maldosos? Aquilo me deixava chateada, poxa...

– Maria Luiza, se você chamar a minha Gata Garota de gorda mais uma vez eu a levo embora e te deixo sem modelo – A Rafa ameaçou a minha ex-secretária – Ela não está gorda, está apenas mais gostosa – A minha empresária deu a sua opinião.

– É Malú! Malú, entendeu? Quantas vezes eu vou ter que repetir? – A fotógrafa lembrou, mexendo as mãos nervosa e balançando a sua câmera de uma maneira perigosa.

Era estranho ver a Malú comandando uma sessão de fotos. A minha ex-secretária retornara a sua antiga profissão e agora estava à frente dos ensaios que a empresa do Caio e da Lú, ex-pirigueti, Dias produziam para as modelos que eles agenciavam.

Na verdade era para a Malú estar trabalhando com o André, mas depois do beijo que rolou durante a minha festa de casamento os dois se afastaram. Bom, na verdade, ela se afastou fugindo dele como um rato foge de um gato. E o André, muito orgulhoso, também não quis dar o braço a torcer e assumir que estava “caído de amores” pela fotógrafa.

O lado bom desse rolo todo foi que isso serviu para aproximar o meu irmão e a sua nova namorada de nós. Eles andavam se esforçando muito para nos agradar e provar que realmente estavam arrependidos por tudo o que aconteceu no passado. Prova disso foi que a Lú manteve o convite que me fez no meu casamento: Ser a modelo da principal campanha que a agência deles estava ajudando a produzir. O trabalho tratava-se de uma propaganda de um carro de luxo. A ideia era usar a minha imagem de “Granfina” para promover o novo veículo.

E era justamente isso que eu estava fazendo naquele momento. Além disso, eu, a Rafa e a Vick Caramelo estávamos de volta no Rio por conta das gravações da novela que eu estava participando junto com o André. Eu detestava admitir, mas era ótimo ter o diretor junto comigo em estúdio. O resultado sempre ficava ótimo e agradava em cheio ao público.

A minha empresária também estava se dedicando a um novo projeto. Depois do sucesso do seu primeiro livro, o “Como ser uma Gata Garota”, ela agora pretendia lançar o “Como criar uma Gata Garota – Guia Prático para mães de primeira viagem”. O conteúdo seria baseado na sua própria experiência cuidando da pequena Vitória e prometia ser um sucesso. Quem não gostou muito da ideia foi o Murilo. Ele finalmente estava de férias depois de longos meses de trabalho como protagonista em uma novela das nove e queria aproveitar o tempo livre para viajar e curtir a filha e a esposa. Mas a Rafa se negou a me deixar sozinha e disse que não poderia abandonar o projeto do livro naquele momento. Ele acabou ficando sem escolha e estava curtindo o seu merecido descanso ali pelo Rio mesmo...

A Divinha e a Dora também vieram com a gente para a Cidade Maravilhosa. E por causa da mania que a minha nova secretária tinha de fotografar tudo para colocar no Instagram, a minha mascote era agora a mais nova celebridade da internet. Eu não conseguia acreditar, mas a minha labradora já tinha até fã-clube!

Nesse meio tempo, o Luan foi e voltou da sua primeira turnê internacional. O sucesso foi tanto que ele já estava empolgado para gravar em outras línguas e continuar cantando por esse “mundão” afora. Agora ninguém mais segurava aquele “Caipira”, ou será que agora eu deveria chamá-lo de “Granfino”?

O nosso casamento ia muito bem, obrigada! Mesmo com as agendas lotadas, nós sempre dávamos um jeito de tirar uns dias só para a gente. Eu havia conciliado as minhas folgas com os dias de descanso do Lú. Nesses raros momentos, nós corríamos para a “Toca” e aproveitávamos ao máximo o nosso tempo juntos. Aproveitávamos tanto que a Rafa até mudou o nome da minha casa para a “Toca do Amor”.

A vida de casada estava me fazendo muito bem. Eu me sentia mais madura, mais mulher e conseguia encarar as situações com mais maturidade do que antes. E também tinha todo aquele lance de ser “dona de casa”. Se eu soubesse que brincar de “casinha” era tão legal, eu teria tentado antes...

Fora isso, a mídia também deu uma trégua e parou de pegar no meu pé. Na verdade, agora todos os sites e revistas de fofocas estavam doidos para saber mais sobre os recém- casados, mas, seguindo os conselhos da Malú, eu resolvi usar as revistas de celebridades ao meu favor. Escolhia bem para quem eu ia dar entrevista e o quê eu iria revelar. A estratégia estava dando certo e aos poucos as pessoas estavam deixando de me chamar de “A atriz mais surtada de todos os tempos”, ou de “A Garota da Cobra Mal Matada”.

Resumindo: A vida estava uma correria. Era gravação de novela, entrevistas, participação em programas, comerciais, conselhos para o livro da Rafa, aguentar os surtos do André, viajar para encontrar o Luan, dar atenção aos meus fãs e aos fãs do meu marido, fugir dos ataques fulminantes de raiva das Luanetes que ainda não aceitavam o meu casamento, isso sem falar nas coisas básicas do dia a dia como comer, respirar, postar no Twitter...

– Anita, quer prestar atenção aqui, por favor? – A Malú chamou a minha atenção – Pedi para você sentar no banco do carro, não ouviu?

– Vamos lá, Gata Garota Meteórica! Sei que você já está cansada, mas a Malú me prometeu que já está terminando – A Rafa me incentivou.

Eu realmente estava cansada. Além disso, eu andava sentindo umas tonturas estranhas e uns enjoos inexplicáveis. Nunca um ensaio fotográfico demorou tanto para acabar...

– Vamos lá, essa é a última! Faça uma pose bem bonita segurando o volante e a gente já pode encerrar – A Malú me avisou.

Sorri sentada no banco do motorista, fiz a minha melhor pose, a fotógrafa se preparou para o clique final, mas de repente, o estúdio virou um “trupé”.

– PA-RA TU-DO! – Um André completamente enlouquecido, entrou pela porta segurando um buquê de rosas vermelhas, uma caixa de bombons, balões coloridos e. um coração de pelúcia gigante. Tudo isso ia pendurando de qualquer jeito no seu braço, já que ele também carregava um rádio portátil. Ele estava vestido de terno, gravata e usava um sapato vermelho muito brilhante.

– André, o que você está fazendo aqui? – Eu e a Rafa perguntamos juntas, bastante surpresas com aquela aparição repentina do Dé. Perto de mim a Malú estava branca como gesso e com cara de quem tinha visto um fantasma.

– Eu não aguento mais, eu PRE-CI-SO colocar para fora todo esse amor que eu carrego aqui no meu CO-RA-ÇÃO – Ele avisou, caminhando até a sua ex-namorada e jogando todos os presentes de qualquer jeito no seu colo.

– Escuta aqui sua, CU-RI-CA! Você já fugiu de mim na época da faculdade, e fugiu de mim no casamento também. Mas agora CHE-GA! Você vai me ouvir! E se depois disso quiser me deixar, aí eu vou te deixar partir e vou seguir SO-ZI-NHO no porto do amor – O diretor fez drama segurando a Malú pelos ombros ainda com o aparelho de som preso ao braço.

– Peraê, essa aí não é a letra de uma música que o Luan gravou com o Maná? – Puxei pela memória.

– Shiiii... Não se IN-TRO-ME-TE no assunto aqui não, Mulher do Meteoro – O Dé me cortou na mesma hora.

– André, eu estou trabalhando... – A Malú tentou falar algo, mas o choque era tão grande que ela mal conseguia mexer os lábios.

– Shiii você também! Fica “QUE-TI-NHA” aí e só me escuta! Agora eu vou abrir o meu coração para você em forma de CAN-ÇÃO – O diretor avisou colocando o aparelho de som no chão e apertando um botão.

*** Link para a músicahttp://www.youtube.com/watch?v=hcroo8nNUUw *** (Aumenta o volume e se jogo no ritmo! Kkkkk)

Imediatamente uma música com um ritmo diferente tomou conta do lugar. O Dé tirou de dentro do paletó um lenço vermelho, e posicionado na frente da Malú começou a cantar e a interpretar a música balançando o acessório e arrasando no rebolado cigano.

“Esse beijo da tua boca tem sabor de fruta fresca
O toque dos teus lábios não sai da minha cabeça
Esse beijo com que sonho quando a brisa me refresca
Que me leva até o céu e a terra me regressa
 

Minha alma reza e reza, mas sei que não tenho cura
A lembrança do teu beijo quase me leva a loucura

Sim sim sim! Esse amor é tão profundo, você é minha prometida eu
vou gritar pra todo o mundo!
 

Sim sim sim! Esse amor é tão profundo, você é minha prometida eu
vou gritar pra todo o mundo!!!


Você é minha prometida, a menina dos meus olhos
Quem me adoça a vida, quem afugenta meus medos
A mais linda das mulheres a mais bela dentre as flores
A fortuna que eu espero num arco-íris de cores


Sim sim sim! Esse amor é tão profundo, você é minha prometida eu
vou gritar pra todo o mundo!
Sim sim sim! Esse amor é tão profundo, você é minha prometida eu
vou gritar pra todo o mundo!!!


E que digam nos jornais que eu te quero de verdade
Nas rádios, na novela e em toda parte da cidade
Vai estar num outdoor, como você não há nenhuma
Que digam em toda China, que digam até na lua


O André cantava, dançava e rebolava rodeando a Malú que apenas olhava. A expressão da minha ex-secretária era indecifrável. Não dava para saber se estava gostando ou não. Ela estava parada, com a boca aberta, completamente sem reação enquanto o André mandava a ver no charme para conquistar a sua amada.

Enquanto isso, a Rafa e toda a equipe que estava trabalhando no estúdio não resistiram e caíram no ritmo da música. A canção era contagiante, não dava para ficar parado! Mas, mesmo com uma vontade enorme de dançar, eu sentia uma nova onde de tontura tomar conta de mim.

“Deve ser o calor” – Pensei comigo mesma procurando uma cadeira para me sentar. Eu tinha que aguentar firme. Não poderia perder aquela cena por nada.

“Sim sim sim! Esse amor é tão profundo, você é minha prometida eu
vou gritar pra todo o mundo!
Sim sim sim! Esse amor é tão profundo, você é minha prometida eu
vou gritar pra todo o mundo!!!


...Guararé, Guararé, Guararé, Guararé, Guararé,
Guararé, Guararé, nunca esqueça que eu não te esquecerei...


A música acabou e o diretor encerrou a sua interpretação de joelhos na frente da Malú.

– Curica, NA-MO-RA comigo? – Ele gritou, todo apaixonado.
Por um momento o estúdio ficou completamente silencioso. Ninguém respirava. Todos estavam na expectativa da resposta da fotógrafa.

Ela estendeu o braço para o André ajudando-o a se levantar. E então, sem dizer nada, ela pulou no seu pescoço e deu um beijo nele de tirar o fôlego.

– É claro que eu aceito! Eu nunca mais vou fugir de você, combinado? – Ela gritou de volta ainda grudada no seu mais novo namorado.

O André a girou no ar de tanta alegria e toda a equipe deu “Vivas” para parabenizar o novo casal. Ao meu lado a Rafa registrava toda a cena com o seu Iphone. Com certeza aquele vídeo ia bombar no Youtube! Eu tentei levantar para ir cumprimentar o casal, mas no instante que tirei o meu corpo da cadeira tudo ficou preto. Senti as minhas pernas bambas e meu corpo caindo com um baque surdo no chão. Perdi os sentidos ali mesmo e apaguei completamente.

***

Acordei sem saber onde estava. Olhei ao redor. Aos poucos fui reconhecendo o local onde eu me encontrava. Aquele era o quarto que eu ocupava no meu apartamento no Rio, onde eu morava antes de mudar para o Paraná. A Rafa e o Murilo moravam ali agora, mas eles aceitaram me hospedar enquanto eu precisasse ficar na Cidade Maravilhosa por conta das gravações da novela.

Como eu quase não parava em casa, eu não me dei o trabalho de mexer na decoração do cômodo, por isso tudo ainda estava praticamente do mesmo jeito que deixei quando fui morar na “Toca” com o Luan. Os móveis, os enfeites, as fotos na parede, os quadros... Era estranho olhar para tudo aquilo. Não fazia muito tempo que eu havia me mudado, mas nenhuma daquelas coisas parecia me pertencer mais. Todos aqueles objetos de repente me pareceram muito antiquados, como se servissem para o cenário de outra época da minha vida e não se adequassem mais ao meu dia a dia.

– Então a gata garota acordou? – Ouvi a voz da Rafa vindo da poltrona ao lado da cama. Eu ainda estava meio “grogue” de sono, mal tinha reparado na presença da minha empresária ali.

– Rafa? O que aconteceu? Só lembro do André e da Malú se beijando, aí tudo ficou preto... – Fui falando enquanto tentava me sentar na cama.

– Você passou mal, Any. Nós te levamos para o hospital, você foi medicada e depois te trouxemos para casa. O médico te deu um calmante bem forte, por isso não se lembra de nada – Ela me explicou com um tom paciente.

– E o que é que eu tenho? É grave? – Senti o desespero ir tomando conta de mim.

– Vou deixar para o Luan te contar essa parte, ok? – A Rafa piscou para mim tentando me animar.

– O Lú tá no Rio? – Quis saber.

– Chegou faz cinco minutos. Ele estava preocupado com você... Peraí, vou chamá-lo, tá? – A Rafa se levantou, me deu um beijo na testa e saiu me deixando sozinha no quarto.

Menos de dois minutos depois vi o meu marido passar pela porta e se sentar na cama,de frente para mim. Para variar, ele estava lindo. Camisa polo preta, calça também escura e muito cheiroso.

– Ô “Paxão”, mas que susto você me deu, hein? – Ele disse pegando uma das minhas mãos depositando um beijo ali.

– O que aconteceu? Por que eu fui parar no médico e por que a Rafa fez mistério e não quis me contar nada? – Disparei a falar. Aquele suspense estava me matando.

– Então Ní. Eu tenho uma notícia ruim para te dar... – Ouvi o Luan dizer, sério – Sabe a viagem que a gente ia fazer nas nossas férias? – Assenti com a cabeça e ele então continuou – Vamos ter que cancelar, amor.

– Por quê? O que eu tenho é tão grave assim? – Senti meu coração dar um pulo dentro do peito. Será que justo agora que tudo estava dando certo eu ia morrer?

– Grave? Não “Paxão”, não é grave, não! – O Lú me respondeu rindo. Agora eu não estava entendendo mais nada! Se eu estava doente, porque ele estava com aquele sorriso de felicidade no rosto?

– Anita Tunice Domingos Santana, minha Granfina, minha “vidinha”, meu amorzinho... – Ele pegou a minha outra mão, ainda sorrindo sem parar – Você tá grávida, “muié”! Eu vou ser pai!

Meu mundo parou por um momento e eu precisei me lembrar de como se respirava. - Grávida? O quê? – Repeti sem acreditar.

– Grávida, uai! O médico fez o exame em você hoje. A gestação já tem uma “par” de semana. A Rafinha disse que tá “berando” três “méis” – Meu marido me explicou, muito, mas muito, contente.

Foi então que eu me lembrei. O hospital, o médico me dando a notícia, o meu desespero em saber que estava grávida, o sedativo... Agora tudo se encaixava. Era por isso que eu estava mais “cheinha”, e era essa a causa dos enjoos, tonturas e de eu estar tão emotiva nos últimos tempos. Respirei fundo tentando controlar o desespero.

– Lú, eu não estou preparada para ser mãe – Confessei, mal conseguindo controlar as lágrimas que agora caíam pelo meu rosto. Um filho era muita responsabilidade. E eu mal sabia tomar conta de mim, quanto mais de uma criança... Eu não estava pronta para um desafio tão grande como aquele. E de forma alguma eu poderia falhar no papel de mãe dos filhos do homem que eu amava! Só de cogitar aquela hipótese eu já sentia um medo imensurável. E se o Luan me deixasse por eu não ser capaz de educar os seus herdeiros?

– Ô nega, mas é claro que está! Eu também não imaginava ser pai agora, mas aconteceu... A Rafinha fez as contas e concluiu que você deve ter engravidado depois que voltou de Los Angeles. E vamos ser sinceros, né Ní? “Nóis” não andava se cuidando direito – Meu marido foi falando enquanto segurava minhas mãos com firmeza, como se quisesse me dar força para encarar aquele momento.

– É, a gente não estava tomando muito cuidado mesmo – Admiti com a voz fraca – Mas, e agora? É muita responsabilidade! É uma vida que está aqui dentro! E se eu falhar? – Eu tremia, só de pensar nas consequências.

O Lú me olhou de uma forma carinhosa e então se ajeitou na cama até que estivesse deitado ao meu lado com um dos braços ao redor de mim.

– Escuta aqui, dona Anita – Ele tentou fazer um tom sério – A senhora não vai passar por nada disso sozinha. Eu vou estar aqui ó, do seu lado, te ajudando a educar a “Granfininha” que vai sair daí – Ele apontou para a minha barriga – A “Ní Dois” vai ter a melhor mãe e o melhor pai desse “neverso”, eu aposto com qualquer um! – Ele sorriu para mim muito confiante enquanto secava as lágrimas do meu rosto. De repente fui tomada por um sentimento de paz e sabia que eu só estava sentindo aquilo porque o meu marido estava ali, ao meu lado.

– E ela também vai ter uma “fada madrinha” para ajudá-la igualzinha faz com a mãe, não é Rafa? – A Malú falou baixinho da porta empurrando a minha empresária para dentro do quarto. Não é que aquelas “bandidas” estavam escutando toda a conversa?

– E também vai ter uma “tia” muito maluca que vai poder ensiná-la a fotografar, a postar as fotos no Facebook e fazer um monte de coisas ao mesmo tempo sem deixar de ser eficiente – A Rafa retrucou também trazendo a minha ex-secretária para dentro do quarto.

– E ela vai ter a mim, que vou ensiná-la a ser DO-CE e a tirar onda de Camaro Amarelo – O André também apareceu no quarto, entrando de sopetão.

– E vai ter a Vick Caramelo para ser a sua “amiguinha” – O Murilo entrou com a minha afilhada no colo e parou perto da Rafa.

– E também vai ter a cadela mais famosa do Instagram como mascote – A Dora se juntou a todo mundo puxando a Divinha pela coleira. A minha labradora latiu feliz ao me ver, soltou-se da corrente e pulou com tudo na cama tentando lamber o meu rosto.

– Isso sem falar nos de fãs que vão amar essa criança por ser filha do casal Luanita, nossos eternos “Granfina e Caipira” – A Rafa emendou, já emocionada.

– Ta vendo só, “Paxão”? Não tem porque você ter medo! “Cê” vai ver só, você vai ser a melhor mãe do mundo e eu vou morrer de orgulho de você e da minha filhota! – Ele me apertou ainda mais forte me dando um beijo na bochecha.

– E como você sabe que vai ser uma menina? – Perguntei já mais tranquila. Na verdade, só de ter o Luan ao meu lado eu já me sentia bem mais confiante.

– Intuição de pai – Ele me respondeu na mesma hora fazendo todo mundo cair na risada. Geralmente as intuitivas da relação eram as mães, e não os pais!

– Vocês são um casal muito estranho! É a Any que pede o Luan em casamento, e é ele quem conta que ela está grávida! Vocês faz tudo ao contrário! – A Malú comentou.

– A gente não é estranho, não! Somos só... diferentes! – Me defendi – Afinal de contas, você queria juntar uma Granfina e um Caipira e queria que tudo fosse normal?

– Diferente ou não, eu amo essa “muié” aqui “dimais” da conta, rapáiz – O Luan falou segurando o meu rosto e me dando um beijo rápido nos lábios.

Olhei para ele e foi impossível não sorrir. Sua felicidade era contagiante. Aos poucos senti o meu medo de ser mãe indo embora e dando lugar para um desejo incontrolável de ter uma família e fazer o homem que estava ao meu lado o mais feliz de todo o 
mundo.

Passei os olhos pelo quarto e vi todos nos encarando com um sorriso no rosto, contentes por causa da notícia. Eu sabia que o quê cada um ali havia falado era a mais pura verdade. Eu poderia contar com eles para qualquer coisa que viesse pela frente.

Porque agora eu não era mais só a Granfina. Eu era a Granfina casada com o Caipira e que tinha como família a Trupe do Camaro Amarelo. De uma maneira meio torta e muito bagunçada eu havia formado a família que eu sempre sonhei em ter: Pessoas unidas, que se amavam e que encaravam todos os problemas de frente e juntos.

Era como a cigana falara quando nos encontrou no hotel: Boas notícias estavam a caminho e eu começaria uma nova fase na minha vida!

– Eu também amo “dimais” esse “homi” – Mexi no cabelo do Luan toda feliz – E já amo muito essa criança que está aqui – Sorri acariciando a minha barriga pela primeira vez.

– É, daqui alguns meses teremos Any em dose dupla. Será que o Luan aguenta? – O Murilo brincou.

– Eu “guento”, claro que “guento”! - O Lú respondeu fazendo graça – Guento até em dose tripla. Porque essa Granfina aqui é a dona do meu coração e da minha vida – Ele completou a frase me dando outro beijo nos lábios, dessa um pouco mais demorado.

Deitei a minha cabeça no seu colo, sorrindo como uma criança que acaba de ganhar um doce. Ele também era o dono da vida, e juntos nós seríamos os responsáveis por aquela pequena criança que estava a caminho. Eu não sabia o que o futuro me reservava, mas o presente estava muito melhor do que eu poderia ter imaginado um dia. Encarando a realidade agora, eu mal conseguia me lembrar das razões que me impediram de casar antes com o Luan.

Muita coisa ainda viria pela frente, mas eu sabia que eu tinha ao meu lado a pessoa certa para encarar todos aqueles desafios comigo. E independente do que acontecesse eu nunca mais, nunca mais mesmo, poderia dizer que eu era uma pessoa azarada. No dia em que eu me casei com o Luan eu havia virado uma Granfina de sorte!

***

Recadinho rápido e agradecimentos:

E aí Luanitas de plantão?
Curtiram o final dessa temporada? Deu para matar as saudades da nossa Granfina e do nosso Caipira?

Gente do céu, dá para acreditar nisso tudo? Essa é a terceira parte de AGeOC, que já soma quase 70 capítulos, mais de 220 comentários no Nyah (só no Nyah, hein?) e muitas Gatas Garotas que leem e surtam junto comigo na história!

Em pensar que quando eu comecei a escrever essa fic a minha única ideia era passar o tempo e me divertir um pouco! Sempre quis escrever uma história capaz de fazer as pessoas rirem e se “desligarem” um pouco dos seus problemas! Acho que posso dizer que alcancei esse objetivo!

E claro, é como eu sempre digo: Eu só escrevo porque existem pessoas que topam ler o que eu publico. Por isso, fica aqui o meu MUITO OBRIGADA para todo mundo que lê, comenta, indica a fic, surta comigo e pira nas loucuras desse casal e sua trupe! Eu nunca vou cansar de dizer: Cada comentário que recebo ilumina o meu dia e é o que me dá forças para continuar! Aproveitando o clima de agradecimentos, fica aqui toda a minha gratidão pelas informações pra lá de “especiais” que recebo da minha “Enciclopédia Santana”, a Lari, pela capa da nova fic carinhosamente feita pela “Maroca”, e pelas sessões de “Tirando as Neuras da Manú” ministradas pela Carol. E também não posso deixar de agradecer as minhas amadas Rachel e Sarah, por me aguentarem falando do Luan a cada minuto e em todo lugar.

Muito, muito, mas muitooo obrigada por me acompanharem até aqui! De coração! A Granfina e o Caipira foi a primeira fic que escrevi e tenho um xodó imenso por essas “personagens”.

E aí, acho que alguém vai gritar: FAZ A QUARTA TEMPORADA!

Calma! Ideias para quarta temporada existem sim, não vou negar. Mas esse não é o momento para começar a escrever. O tempo precisa passar, literalmente! (Se é que entendem o trocadilho! Rs!). E fala sério, né pessoal? Deixa a Any desfrutar dessa fase de sorte um pouquinho antes de a gente voltar e “azedar” tudo de novo!

Sendo assim, penso eu que vocês estão se perguntando (E eu sinceramente torço para que realmente estejam): Então você vai nos deixar sem fic em plena temporada de férias?

Calma de novo! Claro que não vou fazer isso! Tenho aqui, em minhas “mãozinhas” o roteiro prontinho da nova história que pretendo escrever chamada “A Nossa Canção”. Curiosos? Então “espia” só a sinopse:

Após alguns anos, Luan Santana reencontra a sua ex-namorada Júlia, para quem ele escreveu a música “Sempre com Você” e com quem ele teve um breve relacionamento que terminou de uma forma “não muito amigável”. O retorno da ex para a vida do cantor faz “acordar” dentro dele alguns sentimentos que já estavam “adormecidos”, além de trazer à tona alguns segredos do passado e fazer surgir uma nova canção que marcará o amor dos dois.

Que tal? Será que alguém aí vai topar ler?

Começo a escrever a fic já na sequência de AGeOC. Eu ia dar um “tempo” como fiz com Incondicional, mas como estamos no final do ano achei melhor começar agora e, se precisar, dou uma pausa na época das festas.

Bom, quem aí ficou curioso, já sabe, né?

1 - Dá um grito no Twitter e avisa que quer receber o aviso de novos capítulos que eu te coloco na lista. (E aqui eu preciso desabafar: Quando começamos a 3ª temporada de AGeOC teve uma menina que brigou comigo porque não estava na lista. Gente, se vocês não me avisarem que querem receber os avisos, eu fico sem ter como saber, ok? Por favor, me avisem! O aviso vale para quem, por ventura, quiser sair da lista!)

2 – Essa fic será postada exclusivamente aqui no blog (Em breve teremos por lá a página de “A Nossa Canção” com direito a capa e sinopse, ok? Não quis fazer antes porque dá azar!).

3 – Como já rolou durante a temporada de AGeOC, estou postando prévias dos capítulos no Facebook. Assim que a fic começar, quem quiser que eu continue é só pedir! (Vale lembrar: Quem quiser ser marcado nas prévias é só me avisar, ok?).

4 – Essa será uma fic curta. O roteiro inicial tem 12 capítulos (o que indica que teremos mais ou menos uns 15 caps, porque eu sempre mando o roteiro inicial pro pau!). O estilo será parecido com “Incondicional” (um pouco mais tensa) e a Júlia será BEM diferente da Anita e da Cristal, já vou avisando (Mas juro que ela será legal! Eu juro!)

Ufaaa, já falei demais! Qualquer dúvida, vocês têm os meus contatos, certo? Então, deixem de preguiça e de corpo mole e me escrevam também! Rs! (Brincadeirinha!)

É isso aí pessoal! Antes de me despedir de vez, deixo aqui registrado o meu sentimento de alegria por fazer parte da Família Luan Santana. Obrigada por me receberem dessa forma tão carinhosa, mesmo eu sendo uma fã “nível iniciante” do Nego Divo! Sinto que agora eu realmente encontrei o meu lugar.

Nunca é demais repetir: Foi um cara que vive cantando por aí que “Só quem sonha consegue alcançar” que me fez lembrar o meu “velho” sonho de ser escritora. Não sei se hoje posso me considerar uma escritora de verdade, mas posso pelo menos dizer que estou no caminho certo (assim penso eu...). Para ele, que me ensina uma coisa nova a cada dia e que mesmo de tão longe já me deu tanta coisa, eu digo “Serei sua fã e você pra sempre a minha Estrela”. Essa daqui é pra você, viu Lú?

E eu fico por aqui com um trecho de uma música do CBJr que eu me lembrei esses dias e que acredito combinar muito com esse momento da minha vida.

“Pra te fazer sorrir, pra te fazer cantar, pra te fazer viver, pra te fazer sonhar...
O 'dom' que Deus me deu eu dedico a vocês”.

Beijo grande,

Titia Manu

P.S: Preciso aprender a falar menos...
__________________________________

Notas finais do capítulo:
Já estou com saudades dessa turma... Pode isso, produção? kkk
Todo mundo me desejando boa sorte na nova fic, hein?! Espero encontrar todo mundo lá!
Para quem fica por aqui, Beijo grande!
E chega de falar... kk


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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Capítulo 23 - Jogo do Amor

Notas iniciais do capítulo:

E aí meninas,
Capítulo de hoje está cheio de drama, dúvidas, incertezas, e claro, mais acordos.
Porque jogar esse tal jogo do amor não é fácil! Quando gostamos de alguém a gente fica mesmo cheio de dúvidas, querendo pedir conselhos e dispostos a fazer tudo pela pessoa amada. E isso só piora quando se trata de Cristal, a pessoa mais complicada que eu conheço! Coitado do Luan, sofre na mão dessa menina! kkkk
Bom, bora acompanhar como está o relacionamento do nosso agora-casal? O cap hoje é dedicado para todas as dúvidas que movem o nosso coração (E não, eu não estou apaixonada!)
Lembrando de agradecer a Dai,do @tevivofcPR, pelas preciosas dicas sobre a vida do nosso nego-divo.
E agora, aproveitem!

_________________________________________

Disparei pelos corredores do hotel, peguei o elevador e cheguei até o andar onde o Luan estava hospedado.

Minhas cabeça rodava com a minha mais recente descoberta. Como eu poderia ter sido tão burra em ter confiado que ele não colocaria os vídeos na internet? O Luan adorava compartilhar a sua vida com as fãs, era claro que ele iria divulgar os “Diários de Bordo”. Eu me sentia muito idiota por ter acreditado e passado os dois arquivos para o seu celular na noite anterior.

Praticamente marchei até o quarto dele bufando de raiva. Já estava prestes a esmurrar a porta até que ele acordasse, mas, em um breve momento de sanidade, achei mais prudente não fazer nenhuma “ceninha” ali, no corredor do hotel. Minhas experiências com flagras em corredores já eram ruins o suficiente para eu querer acrescentar mais alguma ao meu histórico. Sem contar que estávamos ali porque o dono do estabelecimento tinha nos contratado para que o Luan fizesse um show fechado para a sua filha que comemoraria 15 anos naquele dia. Queria eu ter uma festa de debutante como aquela...

Disfarcei, fingindo estar muito interessada em um quadro que estava na parede, peguei meu celular e disquei para ele. Depois da quarta tentativa, ele finalmente atendeu.
– Bom dia, amor – Ele falou com a voz sonolenta. Pelo jeito eu tinha o acordado.

– Estou na frente do seu quarto. Abre a porta. A gente precisa conversar – Falei séria.

– Ô meu amorzinho, claro que eu abro! Espera só um pouquinho, tá? Vou lavar o rosto e já vou te encontrar – Ele falou todo carinhoso antes de desligar o telefone. Balancei por um momento. Eu estava furiosa com ele, mas o Lú sempre conseguia me “dobrar” e me levar no “papo”com aquele jeito manso de falar que ele tinha. Respirei fundo. Eu precisava me manter firme. Nós precisávamos chegar a um acordo. Se pretendíamos manter o nosso relacionamento, ou o nosso quase-relacionamento, melhor dizendo, era melhor colocarmos algumas regras. E uma delas com certeza seria não colocar vídeos nossos na internet.

Continuei por ali, fingindo esperar alguém, até que finalmente o Luan abriu a porta do quarto. Olhei para o corredor para me certificar que ninguém estava nos vendo e entrei no apartamento, agora um pouco mais calma, mas ainda decidida a colocar todos os pingos nos “is”.

– Bom dia, meu amor – Fui surpreendida pelo abraço do Luan que me segurou em seus braços e me prensou contra a porta após fechá-la. Ele me beijou de uma forma delicada, sem pressa, movimentando a sua boca devagar contra a minha. Eu sentia as suas mãos me segurando, e quando me dei conta já estava acariciando os seus cabelos ainda bagunçados.

O beijo foi ficando mais urgente, mais rápido, mais intenso. As nossas mãos também passaram a se movimentar de uma forma mais firme percorrendo diferentes partes dos nossos corpos. Mas por mais que meu corpo pedisse para continuar, a minha cabeça gritava para que fizesse o que tinha que fazer. E, naquele momento, eu precisava conversar com o Luan.

– Lú, eu preciso falar com você – Falei interrompendo o nosso beijo e tentando fugir dos seus braços. Tarefa essa que não foi fácil. O Luan andava bem forte, sinal que o treinamento com o Guto estava surtindo efeito.

– E tem que ser agora, Cris? Tá tão bom a gente aqui, juntinho... – Ele fez aquela cara de “cachorro abandonado” que sempre fazia quando queria me convencer de algo. Precisei ser muito firme para resistir aquilo e conseguir continuar.

– Tem. Tem que ser porque daqui a pouco você tem compromisso, depois tem treino com o Gutão, depois tem o show particular para fazer, e depois você vai voltar para Londrina... – Falei conseguindo me soltar completamente dele e caminhando até o outro lado do quarto, onde uma poltrona estava disposta ao lado de uma mesa. Aquele quarto não variava muito dos outros apartamentos de hotéis das outras cidades que passamos: Basicamente uma cama, armários, mesa, cadeira, sofá ou poltrona, closet, banheiro e alguns objetos de decoração para enfeitar.

– Tá “bão”, Cristal. Posso saber o motivo dessa brabeza toda? Achei que estivesse aqui porque já estava com saudades do seu nego, mas tô vendo que não é nada disso – Ele se lamentou enquanto sentava na cama e tentava dar um jeito nos seus cabelos.

– Luan, você colocou os vídeos de ontem na internet? – Perguntei, indo direto ao ponto.

– Coloquei, ué – Ele respondeu simplesmente.

– E você já viu que as fãs estão comentando sobre isso no Twitter? O assunto está “bombando” nas redes sociais – Esbravejei. Enquanto eu esperava o Luan abrir a porta para mim, eu havia assistido o vídeo de novo e acabei descobrindo que eu não tinha encerrado a gravação no momento que apertei o botão “Parar Filmagem”, logo após me despedir do público. O resultado foi uma imagem do chão do camarim com o som daquela minha frase categórica (que agora estava em primeiro lugar nos Trends Topics do Twitter) “Assim a gente num guenta, Luan”, ecoando até que a gravação terminasse.

– “Num” vi, não. Eu fui dormir depois que postei os vídeos – Ele disse bocejando de sono – Mas eu não duvido, não. As minhas “nega” são as melhores do mundo, elas são terríveis – Ele sorriu ao falar das fãs.

– Luan, vem cá... Você se lembra daquele pequeno detalhe de que eu NÃO posso ficar com você? E que aquele meu comentário não vai me ajudar em nada a convencer as pessoas que eu NÃO tenho nada com você! – Eu falava devagar tentando dar bastante ênfase às palavras mais importantes. Era essencial que o Luan entendesse o meu ponto de vista, senão ficaria complicado a gente ficar junto – Sem contar que a maioria das suas fãs já está me odiando, sem entender porque a sua assessora anda fazendo comentários sobre a sua aparência em vídeos gravados no seu camarim – Completei o panorama da minha trágica situação.

– Cristal, sobre as minhas negas, você pode ficar tranquila. Eu sempre falei para elas que quando eu escolhesse alguém para ficar ao meu lado elas seriam as primeiras a saber. É bom que elas já vão se acostumando com você – O Luan disse em um tom descontraído, como se aquilo fosse o assunto mais normal do mundo.

Oi? Pessoa para ficar ao seu lado? Aquilo era um pedido de namoro?

– Hããã... – Fiquei sem saber o que falar por um instantes – O que você quis dizer com isso? – Achei melhor tentar esclarecer aquela parte da conversa antes de partimos para o nosso dilema de sempre, ou seja, a promessa que fiz para o Anderson.

– Quero dizer que se você aceitar ser muito boazinha, parar de implicar comigo e deixar de ser “braba” desse jeito, que eu posso até pensar em namorar contigo – O Luan falou levantando-se da cama e seguindo até mim. Depois disso ele sentou-se no braço da poltrona onde eu estava e me deu um selinho.

Fiquei sem chão por alguns segundos. Oi? Namorar? Eu estava entendo certo?

Foi difícil recuperar o ar depois daquela confissão do Luan. E o olhar que ele lançava para mim, cheio de expectativa, não me ajudava em nada. Mas eu estava ali para definir a nossa situação. Eu não poderia perder o foco agora.

– Mas Luan, eu não posso namorar com você, lembra? – Perguntei meio sem jeito. Por um momento eu desejei muito nunca ter feito aquele acordo com o Anderson. Mas naquela época eu nunca poderia sequer imaginar que um dia eu conseguiria superar todos os traumas causados pelo Diogo e que ficaria perdidamente apaixonada pelo meu “patrãozinho”.

– Cristal, “cê” sabe que vai ter que acertar isso com o Anderson, né? Mas eu acho que você não precisa ter medo, nega. Tenho certeza que ele não vai se importar da gente ficar junto. Essa história de “promessa” não vai dar em nada, você vai ver só – Ele tentou me incentivar segurando uma das minhas mãos entre as suas.

– Bom, na pior das hipóteses eu vou perder o meu emprego e não vou poder mais viajar com você – Ponderei – Você vai continuar querendo ficar comigo mesmo se a gente não puder ficar junto sempre? – Aquela era uma das questões que me atormentava. O Luan havia falado na noite anterior que me amava, mas será que aquele sentimento resistiria à distância entre nós se não trabalhássemos mais juntos?

– Mas é claro que sim, né Cris. Sem contar que nos meus dias de folga você pode ir sempre lá pra casa para ficar comigo... – Ele argumentou.

– Eu ficaria meio sem jeito de chegar na sua casa e ficar lá sem a gente ter nada oficializado, entende? – Aquele foi o meu jeito de falar que só toparia aquele acordo caso ele me assumisse como sua namorada, pelo menos para a sua família.

– E quem disse que a gente não pode oficializar isso, hein? – O Luan questionou.

– Não sei... Você teria coragem de assumir um namoro com uma pessoa que não é famosa, ou que não é deslumbrante como tantas atrizes e modelos que você conhece? – Aquele também era um dos meus medos. Que um dia o Luan se cansasse de namorar com uma “simples” mortal e me trocasse por alguém que tivesse mais beleza, charme e que fosse famosa, assim como ele.

– Cristal, quantas vezes eu vou ter que te dizer que eu não ligo para essas coisas? Lembra do que eu te disse quando a gente estava lá no sul? Você é quem faz o meu tipo. E pronto e “acabo”, nega – Ele disse me lançando o seu melhor sorriso “malandro”.

Mas nem aquele sorriso foi capaz de me tranquilizar. As minhas dúvidas em relação ao meu quase-relacionamento com o Luan só cresciam. Eu sentia que não estava pronta para encarar uma relação como aquela. O Luan até poderia estar apaixonado por mim, mas eu tinha medo que aquilo fosse “fogo de palha”.

Se eu contasse a verdade para o Anderson agora, eu acabaria perdendo o meu emprego e me distanciando do meu “patrãozinho”. E eu era egoísta demais para aceitar perdê-lo assim, de uma forma tão boba. Eu já tinha sofrido demais por causa do Léo e do Diogo. Aquela era a primeira vez que eu me sentia tão bem, que eu me sentia realmente amada por alguém. Eu não poderia, ou melhor, eu não aguentaria, perder o Luan.

Eu precisava de tempo. Eu precisava confiar ainda mais no Luan. Eu precisava me sentir segura. Mas o Luan estava se precipitando, e eu não sabia como lidar com aquilo.

– Lú, ainda não é a hora de contar a verdade para o Anderson. Eu ainda preciso de um tempo para administrar tudo isso – Confessei com a voz fraca.

– Tudo bem, Cris. Más ó, eu vou repetir, essa história de promessa não vai durar muito. É já que o Anderson vai começar a desconfiar a verdade – Ele repetiu o que já havia me falando várias vezes.

– Eu prometo que vou pensar em um jeito para resolver toda essa confusão, ok? – Perguntei o encarando nos olhos e beijando uma das suas mãos. Tudo o que eu precisava era de tempo. E o Luan sempre tinha sido paciente comigo.

– Tá, mas não demora, tá meu amor? Não gosto de ficar com você assim, sem ninguém ficar sabendo – Ele me olhou com uma expressão compreensiva no rosto, mas o seu recado foi claro. Eu precisaria resolver aquele impasse de uma vez. Aquela foi a primeira vez que o Luan ameaçou perder a paciência comigo. Dentro de mim, um sinal de alerta tocou, como se indicasse que eu precisava agir rápido. Senti o desespero ir se instalando lentamente dentro de mim. Tentando controlar o aperto que eu sentia no coração, dei um beijo rápido no Luan e o deixei sozinho no quarto.
Eu havia conseguido exorcizar alguns fantasmas do passado, mas muitos outros ainda me acompanhavam para me atormentar. Deixar as lembranças para trás e viver o presente não era uma tarefa fácil, mas eu teria que aprender a fazer isso.

***

Voltei para o meu quarto e arrumei todas as minhas coisas. Dali eu voltaria para São Paulo em um voo comercial junto com o Anderson, enquanto o Luan e o Welligton voltariam para o Paraná a bordo do Bicuço.

O show particular do hotel foi tranquilo. Acabou que o empresário usou o show mais como uma promoção do seu hotel do que para comemorar o aniversário da filha. No fim das contas, tudo terminou como uma reunião de negócios com alguns empresários um poucos “altos” por conta da cerveja e com a filha do dono do hotel chorando porque não acreditava que o Luan estava ali, cantando tão “pertinho” dela.

A parte chata é que eu não tive tempo de me despedir do Luan. A conversa que tivemos mais cedo no quarto dele só servira para me deixar tensa. O Luan tinha pressa para que eu resolvesse todos os meus “problemas”, mas eu ainda não me sentia segura para dar um passo tão grande como aquele. Para piorar, viajar para São Paulo ao lado do Anderson não seria fácil. Com certeza ele já havia visto os vídeos no Youtube e os comentários das fãs no Twitter. Ele tentava disfarçar, mas quando embarcou ao meu lado no avião e me pediu para estar no escritório logo pela manhã no dia seguinte eu já poderia sentir que algo não estava bem.

Quando cheguei em casa aquela noite eu não conseguia me acalmar. A ansiedade tomava conta de mim e eu ficava imaginando o que o Anderson queria conversar comigo. O meu estado de nervos não melhorou muito quando percebi que o Luan não tinha me ligado. Aquilo só me deixou ainda mais insegura. Sinal que as minhas desconfianças estavam certas: Se eu não trabalhasse mais com o Luan, com certeza a distância iria acabar nos separando e ele me esqueceria.

Fui dormir muito triste. Eu me sentia um pouco estúpida por ter acreditado tão fácil no amor do Luan. Eu já deveria ter apreendido a não confiar em homens. Eu já havia me decepcionado com o Léo, com o Diogo, e agora o Luan também estava quase entrando para esse time seleto de pessoas do outro sexo nos quais eu depositei a minha confiança e que me traíram.

Naquela noite voltei a ter pesadelos. Sonhei novamente com a cena que eu entrava no barco para escapar do Diogo e encontrava com o Léo a bordo muito decepcionado comigo por ter confundido um irmão com o outro. Eu pulava na água, mas ao invés de nadar até a ilha e encontrar o Luan, eu me cansava de tentar me salvar e acabava me afogando.

Acordei gritando. Já era de manhã e eu estava atrasada para sair para o meu encontro com o Anderson. Chequei meu celular. Nenhuma ligação, nem mensagem do Luan. Aquilo seria um sinal?

***

– Bom dia Anderson. Posso entrar? – Falei, batendo na porta da sala do escritório. Era bem cedo, a maioria do pessoal ainda não estava trabalhando.

– Claro. Senta aí, Cristal – Ele me convidou.

Entrei, puxei uma das cadeiras que estava posicionada em frente à mesa e me sentei. Respirei fundo. Eu sabia que eu levaria uma bronca. E para ser bem sincera, eu praticamente tinha implorado para levar aquela bronca. Eu e o Luan havíamos abusado demais da sorte nos últimos dias.

– Cristal, te chamei aqui para que você mesma me explique o são aqueles vídeos que foram parar no Youtube. Eu falei com o Luan ontem. Ele me explicou que você pediu para que ele não postasse os vídeos na internet, assim como você pediu para que ele me consultasse antes de postar o primeiro nas redes sociais – Ele falava em um tom calmo, mas muito sério. Naquele momento ele me fez lembrar o “seu” Francesco, pai do Léo e do Diogo. Ele sempre me dava broncas sem alterar o tom de voz, o que sempre fazia eu me sentir ainda pior depois das nossas conversas.

– Como eu sei que você não queria que o vídeo fosse divulgado, eu não vou te advertir por isso. E eu já chamei a atenção do Luan por causa do que aconteceu. Sei que as imagens não mostram muita coisa, e são até divertidas. As fãs adoraram, mas mesmo assim é um tipo de divulgação que não queremos para a carreira do Luan, e é importante que você entenda isso, Cristal. Não sei se percebeu, mas nós tentamos manter alguns aspectos da vida dele mais preservados, até para o bem dele próprio – O Anderson me explicava enquanto mexia distraidamente em uma caneta. Eu apenas ouvia. Até ali a “carcada” não tinha sido tão ruim.

– Por isso, Cristal, comentários como aquele que encerraram o último vídeo não “pegam bem”. Todo esse tempo a Dagmar conseguiu construir uma ótima relação com as fãs. E aí chega você e me diz “Luan, desse jeito a gente não aguenta”?! Você tem noção de quantas vezes esse telefone tocou ontem? Todas as ligações eram de fãs perguntando o que estava rolando entre você e o Luan. A Martha quase ficou louca tentando explicar que aquele foi apenas um “comentário” entre amigos...

Eu já ia abrindo a boca para negar qualquer relação entre nós dois, mas o Anderson foi mais rápido. - E não venha me dizer que não está rolando nada, Cristal. O Luan me disse ontem que vocês ficaram.

Oi? Como assim ele tinha contado? Com que direito ele fez isso? Senti meu coração dar cambalhotas dentro do peito. Agora eu estava ferrada de vez.

– Eu... eu... eu não sei o que dizer, Anderson – Consegui gaguejar.

– Pois eu sei. Você quebrou a promessa que fez para mim, Cristal. Você se envolveu com o Luan. Tudo o que eu pedi para que não acontecesse – Ele falou com um tom de voz cansado, como se não quisesse discutir aquele assunto.

– Mas eu tentei evitar. Eu pedi para não viajar mais com ele. Eu quis ficar só aqui no escritório. Eu tentei fugir, eu tentei evitar... – Eu falei desesperada. Eu sabia que eu havia errado, mas não era justo carregar toda aquela culpa sozinha. Todo mundo tinha contribuído para que a minha promessa não fosse cumprida.

– Eu sei disso, Cristal. O Wellligton me disse que você sempre foi muito profissional, e o próprio Luan confessou que você fez jogo duro e não facilitou as coisas para ele – O Anderson deu um breve sorriso após aquele comentário.

– Desculpa Anderson, eu sei que eu não deveria ter ficado com o Luan. Mas nós acabamos nos envolvendo de uma maneira que eu nem eu mesma esperava. Quando eu vi, a coisa já havia fugido do controle e a gente já tinha se beijado. Eu tentei evitar, mas aí veio aquele show em São Paulo, e tanta coisa aconteceu, e tanta coisa foi dita, e mais acordos foram feitos... Eu achei que poderia me manter forte, mas eu falhei – A minha voz foi morrendo ao longo da frase. Conforme eu falava eu me lembrava da noite que o Luan me “obrigou” a ir ao seu show, depois me beijado no camarim e de quando contei toda a verdade sobre o Diogo para ele. Ali nós prometemos que não iríamos nos apaixonar. Nós só esquecemos o detalhe que já estávamos apaixonados um pelo outro, mas não queríamos admitir aquele sentimento nem para nós mesmos.

– Cristal, me perdoe a indiscrição, mas eu sei de tudo o que aconteceu. Eu e o Luan conversamos muito pelo telefone ontem e ele acabou me contando toda a história para que eu não te demitisse – O Anderson fez uma pausa e eu poderia jurar que vi uma expressão de compaixão no seu rosto – Ele me falou o quê aconteceu no seu passado, me falou do seu ex que não te deixa em paz, e disse que só me pediu para te colocar no lugar da Dagmar durante a turnê porque queria te proteger.

Fiquei tonta por um instante. Aquele assunto sempre me deixava sem saber como agir. Por mais que eu tentasse deixar o meu passado para trás, eu nunca estaria completamente livre dele.

– O Luan praticamente me implorou para que eu não te demitisse. A Martha também. Ela me disse que o seu ex anda sondando o escritório, tentando te encontrar por aqui. Pelo o que conversamos ontem, ela tem muito medo dele. E até o próprio Welligton disse que prefere você lá, “mantendo” o Luan na linha, do que a Dag que fica o tratando mais como filho do que como assessorado – O Anderson riu da piada e eu acabei rindo também. Era engraçado, mas a Dagmar realmente tratava Luan como seu filho, incluindo as broncas para que ele dormisse cedo e as recomendações para que se alimentasse direito.

– A questão é, Cristal – O empresário fez uma pausa dramática que quase me fez enfartar – A Dagmar te adora e te acha uma ótima profissional. Por ela, você continua na equipe. Inclusive, a Dag apoia o seu namoro com o Luan desde o começo. Ela sempre achou que vocês iam ficar juntos – O Anderson confessou, o que me deixou um pouco aliviada. Pelo menos a minha chefe não estava magoada comigo.

– Todo o pessoal do escritório te adora. Até o “seu” Alberto da informática! Ele fala que você é uma menina de pulso forte – Tive que me segurar para não rir. Eu poderia imaginar porque ele pensava aquilo de mim: Eu praticamente tinha o obrigado a excluir os e-mails com o banner que a Carlinha fez da caixa de entrada do Anderson e da Dag.

– A Martha e o “seu” João te defendem com unhas e dentes. Te consideram como uma filha – O Anderson continuou, interrompendo as minhas lembranças – O Welligton adora implicar com você, mas também não quer que eu te mande embora. O Luan... Bom, o Luan você já conhece bem, né? Já deve imaginar que ele te considera muito importante para ele... – O empresário me encarou enquanto mexia a caneta entre os dedos – Todo mundo torce por você, Cristal. Inclusive eu – Ele confessou, sério – Mas antes eu preciso pensar na carreira do Luan. Nós temos contratos a cumprir, shows para fazer, e agora até clipe para gravar. Eu não posso permitir que nada saia errado, e você sabe disso. Cristal, o negócio é o seguinte: Eu estou disposto a te dar uma segunda chance, mas eu preciso que você me garanta que nada vai sair errado dessa vez.

Respirei aliviada. Por um momento eu me imaginei perdendo o meu emprego e ficando longe do Luan para sempre. Meu coração disparou dentro do peito só por imaginar tal possibilidade.

– Certo, e o que eu devo fazer? – Perguntei, decidida. Eu queria continuar com a minha vaga.

– Deve parar de ficar com o Luan – O Anderson foi categórico – As fãs não vão gostar de uma assessora de imprensa que fica com o ídolo delas. E você é profissional o suficiente para saber que assessores de imprensa precisam colocar os clientes em primeiro lugar, não é? O seu papel é promover o Luan, e não se promover junto com ele – Fiquei um pouco ofendida com o comentário do Anderson, mas eu não estava em posição de reclamar. Eu já deveria ficar contente por ele resolver não me mandar embora de vez. Engoli em seco a raiva que percorreu o meu corpo ao ouvir a acusação de tentar me promover às custas do meu “patrãozinho” e apenas assenti, concordando com tudo.

– Cristal, eu não te pediria isso se não fosse extremamente necessário. Mas, se você quer ficar com o emprego, tem que ser assim. Você me entende, não entende? – Ele me perguntou como se tentasse se explicar. E, infelizmente, eu não tinha como dizer que ele estava errado. Eu conhecia o suficiente de mídia para saber que um passo errado poderia gerar muitos problemas. Problemas esses que eram completamente dispensáveis em um momento tão bacana da carreira como aquele que o Luan estava vivendo. É claro, eu poderia me demitir e deixar todo aquele trato de lado. Mas, lá no fundo, a Cristal séria e profissional me lembrava que eu não tinha como deixar o meu emprego naquele momento por questões financeiras e até mesmo de segurança. O Diogo estava por aí atrás de mim, não era seguro permanecer em São Paulo.

Do meu outro lado, a minha parcela “Maluquete” quase surtava. Ela gritava dentro da minha cabeça que aquilo não estava certo, que não era justo comigo mesma. Para ela, o que eu precisava agora era de mais tempo para conhecer melhor o Luan e aprender a confiar ainda mais nele. Felizmente, ou infelizmente, o meu lado “Profissional” conseguiu calá-la, e o acordo foi feito.

– Tudo bem Anderson, eu topo – Foi a mesma coisa que disse quando prometi que não me apaixonaria pelo Luan. Eu esperava poder cumprir a minha palavra dessa vez.

– Isso deve ficar só entre nós, combinado? O Luan já ficou um pouco chateado por causa do primeiro trato que nós fizemos. Acho melhor não o perturbarmos com isso. Ele precisa estar concentrado no seu trabalho, apenas – O empresário me pediu.

– Claro, Anderson. Não vou tocar no assunto com ele. Nem com o Welligton – Naquelas alturas eu já sabia que aqueles dois eram melhores amigos. Com certeza o secretário entregaria essa informação de bandeja para o Luan se a tivesse nas “mãos”.

– Certo, Cristal, então eu estou confiando em você. Espero não me arrepender – Ele piscou para mim tentando quebrar o clima tenso que estava na sala – Sobre os vídeos... Eu, o Welligton e o pessoal do marketing decidimos que não vamos nos pronunciar sobre ele. Vamos deixar o Luan um pouco afastado da mídia por uns tempos, longe do Twitter e de tudo o mais. Assim o pessoal esquece esse assunto e a gente volta com força total no lançamento do clipe, ok?
Apenas concordei com a cabeça. Eu já não estava mais em condições de raciocinar. Tudo o que eu queria era sair daquela sala logo e começar a me preparar para a missão que seria a mais difícil da minha vida: Ficar longe do Luan.

– As estratégias para o lançamento do clipe a Dag está te passando, né? - Fiz que sim com a cabeça – Perfeito! Vamos quebrar tudo dessa vez, Cristal!

– Com certeza, vamos – Tentei parecer animada.

– Bom, então pode ir para casa descansar um pouco. Imagino que esteja com saudades do seu apartamento – Em um instante o Anderson voltou a me tratar como se nada tivesse acontecido. Considerei aquilo bom, sinal que ele realmente estava confiando em mim. O problema é que eu mesma não confiava...

Assim que fui dispensada eu praticamente corri porta afora, me despedindo de qualquer jeito do Anderson e agradecendo pelo dia de folga. Mais do que nunca eu precisava ficar sozinha e reorganizar as minhas ideias. Era como dizia uma música do Luan “O jogo do amor é mais difícil do que pensei”. Para ficar ao lado dele eu teria que aprender a jogar aquele jogo por mais complicado que fosse. Porque, afinal, ninguém me fazia tão feliz como ele...



***
Ponto de vista do Luan – alguns dias depois

A Cristal não me telefonou durante toda a semana. Eu também estava com medo de ligar para ela e encarar toda a sua “brabeza”. Já fazia pelo menos uns dois dias que o Anderson tinha me ligado para contar que acertou toda a situação e que ela continuaria viajando comigo. Consegui respirar aliviado com aquela notícia, mas conhecendo a Cristal como eu conhecia, eu seria capaz de jurar que ela estava magoada por eu ter contando tudo para o meu empresário sem a sua autorização. Mas o que eu poderia fazer? A coisa toda já tinha ido para o pau mesmo, o jeito era abrir o jogo com o Anderson e aguentar a bronca por causa de tudo o que eu aprontei.

Fora isso, tinha outra coisa atormentando as minhas ideias. Eu fiquei tão empolgado com a noite que passamos juntos e com o fato da Cristal ter se entregado para mim que acabei trocando “os pés pelas mãos”. Eu tinha feito tudo certo até aquele momento... Fui carinhoso, esperei o tempo dela, fiz tudo “direitinho” do jeito que ela queria. E aí, praticamente no dia seguinte, eu disparo pra cima dela com o papo de “você precisa contar para o Anderson”, e “porque eu quero ser o seu namorado”. Sem contar o vídeo na internet que complicou toda a nossa vida. Até hoje as minhas “negas” estavam “brabas” com a Cristal por causa do comentário que ela fez sobre o meu físico. Tá loco, as minhas fãs eram ciumentas demais e conseguiam ser mais “brabas” que a Cristal. Eu tava perdida com aquelas minhas esposas...

– Ai cara, eu sou um tapado mesmo – Falei enquanto conversa em casa com o meu amigo Thiago. A gente sempre se juntava para tocar umas “moda” nos meus dias de folga e eu confiava muito nele, por isso acabei contando para ele todo o “rolo” com a Cristal  esperando ouvir um bom conselho.

– É, você é muito burro mesmo! – Ele concordou comigo. Aquele era exatamente o tipo de ajuda que eu esperava ouvir dele naquele momento – Você mesmo me disse que a Cristal era diferente, que com ela você precisava ir com calma, com “jeitinho”... Aí você coloca tudo a perder tentando acelerar tudo?

– Mas é que eu curti muito ficar com ela – Falei colocando o violão de lado no sofá da sala. Eu já havia desistido de tocar qualquer coisa naquele dia. Minha cabeça estava a mil por hora pensando na Cristal.

– Eu tô vendo. Hoje você só tocou moda romântica. Ai Luan, esse é o seu problema, cara. Você se joga muito de cabeça nas coisas. Vai com calma, senão você espanta a “muié”. Principalmente a Cristal, que é toda “complicadinha” – O Thiago tentou me aconselhar – A mulherada de hoje em dia não curte homem muito romântico não, desses que já quer logo namorar e que gruda no pé delas...

– Ah rapáiz, então eu tô ferrado – Ri ao me lembrar da música que fiz para a Cris e da mensagem que escrevi para ela na asa do avião. Mais romântico que aquilo só eu mandasse flores e um carro de som declarando todo o meu amor.

– Luan, o jeito agora é tentar consertar essa situação. Vocês vão se reencontrar para o show amanhã, certo? – Concordei com a cabeça e ele continuou – Então, finge que nada aconteceu, chega de mansinho nela e vai reconquistando o seu território, entendeu? Aí depois que você amansar a fera de novo, aí pronto, aí você pode até pedir desculpas que com certeza ela vai te perdoar.

Resolvi seguir os conselhos do meu amigo. No dia seguinte eu estava uma “pilha” de nervos para o meu reencontro com a Cristal.

– Eita, olha só o que essa mardita faz comigo – Falei ao lado do Welligton enquanto esperávamos ela embarcar no aeroporto de São Paulo. Por sorte ele não tinha me ouvido. Como dizia a Cristal, aquele ali era um completo sem noção.

– Cristal tá atrasada. Será que ela não vem? – O Welligton comentou conferindo o horário no relógio.

– Já cheguei, Testa. Não comemore ainda, tá? Não foi dessa fez que você se livrou de mim – Ela chegou já distribuindo “patada” pra todo lado. Mesmo assim, foi um alívio vê-la entrando. Eu não sabia explicar, mas ver a Cris chegando me deu um alívio muito grande, como se eu tivesse certeza que eu não tinha a perdido.

Eu sabia que para ela não era fácil estar ali depois de levar uma bronca do Anderson por um erro que não foi dela. E se eu bem conhecia, aquela “brabeza” toda era sinal que ela estava tentando disfarçar alguma coisa. Eu já sabia ler os seus sinais, aquela ali não me enganava mais.

Decolamos. Senti o medo de voar tentar me dominar. Respirei fundo. Mas será que eu nunca iria me acostumar com aquele “trem” de ter que levantar voo? Olhei para a Cristal. Ela tinha se sentando do outro lado do avião e se distraia com um livro. Nem sinal de me dar bola. Bandida! Pelo jeito “tava” braba comigo. Mas ela ia ver só... Eu ia dar um jeito de pegá-la distraída e aí eu queria ver ela continuar fugindo de mim.

***

– Pronto, essa foi a última fã – Ela me disse enquanto uma menina ia saindo do meu camarim. Nós estávamos no interior do Rio de Janeiro, e as cariocas eram sempre muito atenciosas comigo.

– Até que hoje foi tranquilo, né? Só duas meninas invadiram o camarim – Tentei puxar assunto pra ver se conseguia amansar a fera.

– Ah, com certeza elas vão tentar te encontrar lá no hotel... Elas sempre descobrem onde você vai ficar hospedado – Por um momento ela sorriu, mas logo voltou ao ar sério de antes. Eita “trem”, Cristal não "tava" afim de facilitar as coisas para mim hoje.

– Tá tudo bem, Cristal?

– Ahã... Luan, eu vou indo lá com o Welligton, tá? Assim você já pode ir se preparando para entrar no palco. Casa tá cheia hoje, o show vai ferver! – Ela fingiu animação, mas eu já sabia, na verdade ela estava tentando fugir. Mas agora eu já era “escolado” em evitar as fugas da Cristal. Levantei da cadeira e praticamente voei até ela a tempo de segurá-la pelo braço antes que ela cruzasse a porta.

– "Vorta" aqui, muié... Tá fugindo de mim porque? – Senti ela estremecer com o toque. Aquela era a Cristal que eu conhecia.

– Não estou fugindo, só preciso ver se já está tudo bem lá na frente. Eu não sei se já conseguiram escolher a menina que vai ser a “Nega” de hoje – Ela foi falando tentando me convencer, mas eu sabia que ela estava mentindo pelo simples fato de não me encarar nos olhos. Cristal não era o tipo de mulher que desviava o olhar quando falava com a gente.

– E desde quando você cuida disso, Cristalzete? – Provoquei.

– Desde sempre – Ela me respondeu irritada. Eu adorava perturbá-la - Tá bão, mas faz uma coisa antes? – Perguntei.

– O quê? – Ela respondeu em seguida.

– Vem cá, chega bem juntinho de mim e me vem matar as saudades que eu tô de você, meu amor – Falei puxando-a pela cintura para mais perto de mim e ficando com o meu corpo bem colado com o dela.

Por um instante ela não resistiu. Ela se deixou levar e colocou a mão nas minhas costas, já pronta para me beijar. Mas no instante seguinte, ela se soltou e deu dois passos para trás me evitando.

Segurei a sua mão de novo, impedindo que ela se afastasse demais e procurei os seus olhos em busca de uma explicação. A Cristal até poderia mentir para mim, mas os seus olhos sempre diziam a verdade. O que eu vi ali me assustou. Era uma dor tão profunda e tão intensa que me fez baquear ali, na mesma hora. Então eu entendi. A Cristal estava pagando um preço alto para ficar ao meu lado. Com certeza o Anderson novamente tinha feito aquela proposta absurda de ela não poder ficar comigo e a Cris não teve como recusar.

– Cris, o que aconteceu em São Paulo essa semana? O que você combinou com o Anderson? Por que você não me ligou? – Disparei a falar a enchendo de perguntas. Depois lembrei do que o Thiago me falou que eu não poderia ficar pegando no pé dela. Dane-se! A coisa toda já tinha ido pro pau mesmo... Eu mais parecia um louco falando e mexendo as mãos enquanto ela me encarava ainda com a mesma expressão triste no rosto.

– Hããã... Foi tranquilo. Não precisa se preocupar, tá? Tudo está sobre controle. Eu apenas estou... dando um tempo para assimilar tudo o quê aconteceu... – Ela me respondeu vaga enquanto tentava fugir pela porta de novo.

– Você não prometeu nada para o Anderson dessa vez, né? – Perguntei nervoso puxando a Cristal pelo braço novamente.

Ela apenas me encarou por alguns segundos antes de responder – Luan, eu realmente preciso checar se está tudo certo para o show começar. Sem contar que a Day me pediu um remédio para cólica e eu preciso levar para ela logo. Você sabe como ela fica mal nesses dias – Ela disparou a falar para tentar mudar o rumo da conversa.

– Cristal, e a promessa que você fez para mim? Como fica? – Fingi que não tinha ouvido nada do que ela tinha falado voltando o assunto para o que eu queria saber. Eu precisava entender o que estava acontecendo.

– Luan – Ela falou tirando a minha mão do seu braço gentilmente – Eu prometi que eu seria pra sempre sua. Isso eu posso cumprir – Ela deu um passo em direção a porta ficando mais longe de mim, mas ainda sustentando o meu olhar – Mas eu não prometi que ficaria para sempre com você. Desculpa, mas a gente não nasceu pra ficar junto. Você é o Luan Santana e eu sou a sua assessora de imprensa. O seu show começa daqui a pouco, e depois que ele terminar eu vou garantir que tudo esteja no seu site, que as principais notícias sejam postadas no Twitter e no seu Facebook. É para isso que eu estou aqui – Ela fez uma pausa para conter as lágrimas que ameaçavam cair – Temos uma relação profissional, e nada mais, certo? – Aquilo foi o suficiente para ter certeza que a Cristal havia feito um novo acordo com o Anderson. Pelo seu olhar eu conseguia sentir o quanto aquilo era doloroso para ela.

– Eu sou uma mulher de palavra, Luan. Eu cumpro tudo o que eu prometo – Ela deu a dica do que estava se passando antes de me deixar sozinho no camarim.

Me joguei na cadeira que estava por ali para tentar entender tudo o que havia acabado de acontecer. Nós voltamos à estaca zero. Era aquele o jogo que a Cristal estava fazendo para ficar ao meu lado. Mas eu também era um cara de palavra e tinha jurado que cuidaria da Cris e que não deixaria que ela voltasse a sofrer.
Respirei fundo e me levantei para me preparar para subir ao palco.

– Ah, Cristal... Mas isso não vai ficar assim, nega! – Falei para mim mesmo. Eu já havia conseguido que ela deixasse aquela promessa idiota de lado uma vez. Conseguir a segunda não seria muito difícil.
_____________________________________________

Notas finais do capítulo:

E aí? O que acharam de todas essas promessas?
Ai gente, fiquei morrendo de dó desses dois! Quantas emoções em um cap só, não?
Algum palpite do que vai acontecer daqui em diante?
Eu, para variar, estou com medo de vocês não gostarem... Mas prometo que tudo vai fazer sentido no próximo capítulo!
Fora isso, alguém reparou que o Diogo ainda não apareceu? Resolvi adiar a volta dele. Com isso a fic ganha mais dois capítulos. Mas em breve entraremos na reta final da história, certo meninas?
Bom, depois de 14 páginas de MUITAS dúvidas da Cristal, de bronquinha do Anderson, e de encarnar o Luan para escrever a história sob o ponto de vista dele, BORA COMENTAR, né?



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