quinta-feira, 28 de março de 2013

Capítulo 2 - Ação e Reação

Notas iniciais: Capítulo especial para comemorar seis meses de blog! Vivaaaa!
Espero, de coração, que vocês estejam curtindo a nossa nova casa!
E agora, aproveitem o cap que está "bão" de mais!
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No capítulo anterior:
 
- Pronto, tá feito! – Ele me deu um beijo rápido nos lábios e depois me encarou com os olhos cheios de preocupação e dúvida – O que será que vai acontecer agora? Será que as minhas fãs vão aceitar? – Sua voz estava grave.
 

Respirei fundo também. Era a primeira vez que o Luan assumia um namoro publicamente desde que ele passou a ser conhecido nacionalmente. Eu sabia que não seria fácil e sabia também que eu teria um longo caminho para percorrer até ser aceita pelas fãs. Mas de repente, ali nos meus braços, ele me pareceu tão frágil, tão preocupado com aquela situação...
 

- Agora é esperar, vida... Esperar e ver o que vai acontecer – Falei o apertando ainda mais forte contra mim. Só o que nos restava agora era esperar...
 

- O que será que as minhas negas estão falando agora, hein? Tenho até medo de olhar... – O Lú confessou no meu ouvido com a voz bem apreensiva.
 

- Peraí... Vou pegar o meu notebook na sala e a gente vê. Tenho certeza que elas estão felizes por você – Tentei animá-lo antes de me levantar da cama para ir buscar o meu computador. Liguei o aparelho no caminho de volta para o quarto e me sentei perto de onde o Luan estava.
 

- Daqui, “dexa” eu vê – Ele também se sentou ao meu lado e aproximou o laptop de si.
 

- Tá logado no meu Twitter. Faz o login para o seu – Avisei enquanto tirava as botas de salto que estava usando e me ajeitando melhor na cama.
 

Fiquei assistindo o meu namorado colocar seu nome de usuário e senha para acessar a sua conta na rede social. O número de mensagens que chegavam para o Lú era algo surreal. Acho que todas as Luanetes do mundo resolveram escrever para ele naquele momento.
 

- Vixi.... Essa aqui ficou bem triste com a notícia – Ele comentou ao ler um twett de uma das fãs.
 

- Ahh, mas olha essa: Ela tá dizendo que o que importa é a sua felicidade, mesmo que seja estranho te ver namorando – Li a mensagem seguinte.
 

- Ih... Tem uma aqui dizendo que você é uma mocréia e que não me merece – O Lú riu fazendo gracinha com a minha cara.
- Bom, mas segundo a @DanielanoronhaL, eu sou uma diva e ela me acha linda – Fiz cara de convencida ao ler a opinião da fã.
 

- Tá podendo, hein nega? Mas ó, a @hereforyouls tá dizendo que te viu em um show e que você é “braba” demais! – Claro que o Luan não perdeu a oportunidade de tirar onda com a minha cara.
 

Ficamos ali, lendo as mensagens, comentando cada tweet. Dava para perceber que o Lú estava bem preocupado com a reação das Luanetes. As fãs, por sua vez, mandavam mentions de todos os tipos: bravas, tristes, iradas, de apoio, parabenizando, xingando...
 

- “Cê” acha que eu devo escrever mais alguma coisa? – Ele me perguntou todo agitado.
 

- Acho que não. Agora é deixar a poeira baixar... A gente já imaginava que essa notícia teria essa repercussão toda, né? O melhor a se fazer é esperar “o baque” passar e ver o que acontece em seguida – Dei a minha opinião.
 

- É vida, “cê” tá certa... Mas é que me dá um trem aqui no peito ver as minhas negas desse jeito – Ouvi o Luan confessar com uma expressão abatida no rosto.
 

Acariciei os seus cabelos para acalmá-lo e repeti o meu mantra pessoal para ele – Calma Luan, calma!
 

O toque do meu celular vindo da sala nos interrompeu. Corri para atender dando um beijo rápido no Luan antes de me levantar da cama.
 

- Alô – Falei um pouco ofegante depois que encontrei o meu telefone em cima do sofá.
 

- Cristal, que história é essa de assumir o namoro no Twitter? – Ouvi uma Dagmar me perguntar muito brava do outro lado da linha.
 

- Ahh.. Oi Dag, é você? Então... Eu e o Luan conversamos e achamos que já era hora de oficializar o nosso namoro... – Respondi com a voz cautelosa. Eu não havia gostado do tom da minha ex-chefe.
 

- E aí você anuncia no Twitter do Luan que vocês estão namorando sem consultar ninguém? Cristal, você esqueceu todas as vezes que conversamos sobre esse assunto? Sobre o quanto esse tema era delicado e como precisava ser trabalhado de uma forma diferente? – A Dagmar gritava do outro lado da linha e eu não conseguia entender o motivo de tanta irritação. O assunto já fora discutido em várias reuniões e todos da equipe concordavam que era hora de torná-lo público. O único empecilho, criado justamente pela Dagmar, era como essa notícia seria divulgada. A assessora queria negociar a pauta com uma importante revista de celebridades e tornar o nosso namoro um tipo de mídia a mais para o Luan. Eu não concordei com essa abordagem e desde então a “revelação” do nosso relacionamento estava emperrada. Bom... Eu e o Luan apenas demos um jeito nessa situação à nossa maneira.
 

- Dag, não fui eu quem divulgou a notícia. Foi como eu disse, eu e o Lú conversamos e achamos que era hora de assumir. Então ele entrou no próprio Twitter e comunicou as fãs... – Retruquei engrossando a voz também.
 

- Olha aqui, Cristal, não quero saber quem publicou ou não a notícia. Você não tinha autoridade para autorizar uma ação como essas. Isso deveria ter passado pela minha aprovação, afinal, EU sou a assessora dele – Ela fez questão de dar bastante ênfase à palavra “EU”.
 

- Você está confundido as coisas, Dag. O Luan pediu a minha opinião como namorada e não como assessora. Eu sei muito bem qual é a sua função na equipe e tenho muito respeito por você. Por isso fiz questão de perguntar ao Lú, antes que ele postasse a novidade, se você estava de acordo com isso. A resposta que eu recebi foi que ele tinha o poder de resolver a sua própria vida pessoal, o que eu concordo em gênero, número e grau – Respondi controlando a minha voz para não parecer muito nervosa. Por dentro eu estava uma pilha de nervos.
 

- Eu tô bem sacando qual é o seu joguinho, Cristal. Entra na equipe, se faz de “coitadinha”, conquista a todos, faz o “patrão” se apaixonar por você, e assim que ganha mais liberdade, bota as “asinhas” de fora querendo comandar tudo do seu jeito. Eu estou com o Luan há muito tempo e sei bem melhor que você como as coisas funcionam. E não acho certo uma “assessorazinha” metida a besta atrapalhar o meu trabalho só porque tá de “namorico” com o chefe... – A voz da Dag era de pura raiva e sarcasmo. Sentei no sofá completamente sem reação. Ela estava me acusando de coisas horríveis e eu nem sabia o porquê. Será que tudo aquilo era só por causa do anúncio do namoro ou tinha algo mais que eu não sabia?
 

Respirei fundo para acalmar as minhas ideias antes de respondê-la - Dagmar, por favor, se acalme! Eu não quero brigar com você. Primeiro: O Luan não é mais o meu chefe. Eu sai da “LS Music” justamente para evitar esse tipo de problema e comentário. Segundo: Sim, você está com o Luan há muito tempo e sabe sim como as coisas funcionam. Porém, você tem que admitir que às vezes é bom aceitar a opinião de uma pessoa mais jovem e que tem as ideias mais alinhadas com o público-alvo do Lú. Fazer uma exclusiva com uma revista não seria a maneira correta de abordar as fãs para contar sobre o namoro. A principal maneira de contato que o Luan tem com o público são as redes sociais e quase todas as Luanetes são jovens e estão conectadas ao Twitter. Não havia maneira melhor desse anúncio ser feito, estou completamente segura disso – Fiz uma pausa procurando um pouco de ar. Eu estava me esforçando muito para manter o lado “profissional” funcionado e não dar atenção às acusações sem sentido da minha ex-chefe – E por último: eu nunca me fiz de coitadinha e não fiz o patrão se apaixonar por mim. Isso tudo aconteceu, além do meu controle, do seu ou do controle do Anderson. Apesar disso, eu sempre tentei manter a minha postura profissional e você sabe bem disso...
 

- A única coisa que eu sei Cristal, é que você não vai roubar nada do que é meu. Não é porque você é namorada do Luan que você pode chegar e querer mandar na casa, tá entendendo? – O tom dela continuava muito agressivo.
 

Respirei fundo mais uma vez e tentei usar todo o meu bom-senso e paciência para resolver aquela conversa da melhor forma possível. Mas antes que eu me desse conta, o Luan puxou o celular da minha mão e o colocou na orelha. Sua expressão estava muito séria.
 

- Dagmar, você não pode falar assim com a Cristal – Ele a repreendeu. Pelo jeito ele esteve o tempo todo ao meu lado e ouviu a conversa. O que não era muito difícil já que a Dag estava gritando ao telefone...
 

- Não, eu não quero saber. A Cristal não tem culpa de nada. Quem quis colocar tudo no Twitter fui eu... – O Luan fez uma pausa para ouvir e depois voltou a falar – Isso é da minha conta, é a minha vida pessoal... Eu conto para os meus fãs como achar melhor... – Mais uma pausa – Já disse que a Cristal não tem nada a ver com isso... Não Dagmar, já chega disso, caramba! Para de implicar com a Cris – Vi o meu namorado ficar em silêncio mais uma vez escutando – Tá de implicância, sim! A Cristal não tem culpa de nada disso que está acontecendo... Ó, e já chega disso. Pode deixar, eu falo com o Anderson! Tchau Dagmar... Tchau!
 

Vi o Luan desligar e me entregar o celular com uma expressão muito contrariada no rosto. Peguei o telefone e segurei a sua mão por um momento tentando desvendar os sentimentos no seu rosto.
 

- O que está acontecendo? Eu nunca vi a Dagmar falar assim... Eu nunca te vi falar assim – Falei tentando entender aquela estranha situação.
 

- A Dag te ofendeu? – Os olhos do Lú faiscavam de preocupação.
- Não, mas ela também não foi muito amigável... – Desconversei – O que está acontecendo, Luan? Me explica!
 

- Tá bom, tá bom... É o seguinte – Ele se sentou ao meu lado soltando o ar pesadamente – Tem uns “trem” acontecendo desde que você deixou a equipe... O negócio é que você estava cuidando de quase toda essa parte de assessoria antes do Diogo aprontar aquele trupé todo, aí a gente começou a ficar e você pediu demissão. Aí a Dag assumiu de novo, mas nada voltou a ser a mesma coisa... Muita gente estava reclamando dela, o povo começou a comparar, os resultados não eram mais os mesmos... Aí meu pai foi falar com ela, os dois meio que discutiram e aí o trem foi pro “pau” de vez – O Luan me confessou todo sem jeito, mexendo as mãos nervosamente.
 

- E por que você não me disse isso antes? – Quis saber.
 

- Não queria te preocupar... Você já tem tanta coisa para lidar, Cris – Ele me encarou com uma expressão carinhosa no rosto.
 

- E o que você quer dizer com seu pai e a Dag discutiram e “tudo foi pro pau”? – Aquela história já estava me dando medo.
 

- Quer dizer que... – O Lú vacilou por um momento – ...que estamos pensando em substituir a minha assessora.
 

Oi? Trocar de assessora? Demitir a Dagmar? Tudo por minha causa?
 

- E o que você está achando de tudo isso? – Perguntei com a voz baixa.
 

- Tô achando estranho, mas concordo com o meu pai e com o pessoal do escritório. As coisas não são mais as mesmas – O Luan disse antes de chegar bem perto de mim – E eu sinto a sua falta cuidando de mim – Ele completou me presenteando com um sorriso de orelha a orelha.
 

Não pude evitar sorrir também. Eu adorava quando ele falava daquela forma – Está tentando me recontratar, chefinho? – Brinquei.
 

- Seria top demais, hein? – Ele retrucou.
 

- Sinto muito, mas não costumo me relacionar com os meus patrões – Me fiz de difícil – Acho tão estranho essas pessoas que se apaixonam pelo chefe...
 

- Isso quer dizer que você não vai trabalhar para mim porque não quer ter um caso com o patrão? – O Luan fez cara de quem estava confuso.
 

- Isso quer dizer que não preciso trabalhar contigo para me preocupar com a sua carreira e com você. Isso porque sou completa e perdidamente apaixonada por você – Expliquei antes de beijá-lo longamente nos lábios.
 

- Gostei dessa resposta – Ele disse acariciando meus cabelos.
 

- Hum... Mas antes que a gente fique aqui e que você use todo esse seu charme para me persuadir a voltar a trabalhar na sua equipe, vou tomar um banho, tá? Como a diria a Débora, quero ficar linda, cheirosa e poderosa para você...
 

- Gostei ainda mais dessa resposta – Vi o Luan me olhar com um sorriso travesso no rosto, justamente aquele que era capaz de me tirar o fôlego.
 

Calma Cristal, calma!
 

Sem falar mais nada, levantei do sofá e fui para o banheiro. Tirei o meu jeans e o meu casaco de frio, liguei o chuveiro e deixei a água levar embora todo o stress daquele dia. Era muita coisa para pensar: e-mail ameaçador, anúncio do namoro, Dagmar sendo demitida meio que por minha causa...
 

Fechei os olhos e deixei a água quente correr pelo meu corpo. De repente, senti um abraço me envolvendo por trás, me confortando.
 

- Você esqueceu que não precisa de nada para ser linda, cheirosa e poderosa porque já é tudo isso naturalmente – Ouvi o Lú sussurrar no meu ouvido.
 

E então todos os meus problemas ficaram esquecidos. Naquele momento, só o Luan importava.
 

***
 

Meu coração batia forte, minha respiração estava acelerada. Eu não sabia para onde estava indo. Estava muito escuro e tudo o que eu conseguia enxergar era uma torre muita alta e que lembrava uma construção medieval diante de mim. Lá do alto eu ouvia a voz do Luan me chamando, mas eu não conseguia vê-lo.
 

Olhei para trás. Uma pessoa vestida com uma capa preta vinha atrás de mim. Por causa de um capuz também escuro eu não conseguia ver o rosto do meu perseguidor. Ele apenas corria atrás de mim e, por puro instinto, eu corria para me defender daquele ser “encapuzado”.
 

Alcancei a porta que dava acesso à torre e comecei a subir um lance de escadas que seguia em espiral. A escadaria não acabava nunca e fui ficando tonta, as forças começando a me faltar ao longo da subida.
 

Quando alcancei o topo, me vi em um espaço aberto, cercado por uma pequena mureta que protegia as beiradas do que parecia uma espécie de “observatório”. Não avistei o Luan em lugar nenhum ali, mas também não tive tempo para procurar. A pessoa com a capa estava me alcançando e não me sobravam muitas alternativas: ou eu ficava e permitia que me pegassem ou eu me jogava...
 

Acordei de repente e me sentei na cama, assustada com aquele sonho tão sombrio. Ao meu lado, o Luan me encarava com uma expressão muito preocupada.
 

- Ô vida, você não tinha deixado de ter esses pesadelos? – Ele perguntou enquanto me abraçava na cama.
 

- Tinha, tinha sim... Mas... – Fiquei sem palavras. Realmente já fazia um tempo que eu não tinha sonhos como aquele – Esse foi ainda pior... Nossa, eu acho que estou até um pouco impressionada!
 

- Pera aí, vidinha! Vô pegar um copo d’água “pru cê” – Vi ele se levantar da cama e voltar alguns minutos depois com o prometido. Dei vários goles na água gelada enquanto tentava me acalmar. Depois o Lú voltou a deitar e me abraçou muito forte, deixando a minha cabeça encostada no seu peito.
 

- Dorme vidinha, tenta descansar um pouco – Ele me pediu acariciando meus cabelos.
 

Tentei dormir, mas não consegui mais pegar no sono. Fiquei apenas vendo o dia clarear e observando o Lú ao meu lado, com os olhos fechados, descansando como um anjo.
 

Quando deu o horário, pulei da cama e fui fazer um café para nós dois. Arrumei tudo em uma bandeja e levei para ele no quarto.
 

Era difícil acordar o Lú da cama logo cedo, mas com algum esforço eu consegui. Tomamos o café juntos e depois eu o levei para casa antes de seguir para o trabalho.
 

Fazer todas aquelas “coisinhas” de um casal comum com o Luan me deixava extremamente feliz. Mesmo com tanta “bagunça” e com tanta “pressão” ao nosso redor, nós ainda conseguíamos manter a nossa essência, e o principal, manter o nosso namoro intacto.
 

- Cristal do céu, isso aqui tá uma loucura! O telefone não para de tocar. Todo mundo quer saber quem é a nova namorada do Luan Santana – A Débora já veio me avisar logo que passei pela porta de entrada – E aí? Qual vai ser a nossa estratégia? Vamos fazer um release e distribuir para toda a imprensa, ou você prefere uma exclusiva na Ana Maria Braga? Fotos de perfil ou de corpo inteiro?
 

- Quer fazer o favor de parar de me zuar, Deby? – Falei me segurando para não rir da minha companheira de trabalho.
 

- Mas eu estou falando sério. Hoje você está mais famosa e mais solicitada que todo o pessoal que a gente toma conta aqui na F&S Casting – Ela me respondeu.
 

Para o meu azar, ao longo do dia eu acabei constatando que a Débora realmente estava certa. Foi impossível trabalhar! O telefone tocava a todo momento, os e-mails não paravam de chegar e algumas fãs descobriram o número do meu celular e me ligavam aos prantos me pedindo para jurar que eu tomaria conta do Luan.
 

- Débora, para o pessoal da imprensa você fala que eu não tenho nada a declarar. Para as fãs, diga que tudo vai ficar bem e que nada vai mudar entre elas e o Luan, entendeu? – Passei as orientações para a minha companheira de trabalho logo depois que consegui colocar as minhas ideias em ordem.
 

- Beleza Cris! Mas se eu fosse você eu tiraria uma foto bem linda e mandaria para todos os repórteres que estão ligando aqui com a legenda: Peguei o Meteoro. Dois beijos! – Ela caiu na risada com a própria piada, mas voltou a ficar séria quando viu a minha cara de quem não tinha gostado do comentário.
 

- Vou fazer um comunicado oficial no Twitter... – Falei brava antes de me virar e passar a trabalhar no meu notebook.
 

Acessei a minha página na rede social e publiquei as seguintes mensagens:
 

“Oi pessoal! Obrigada por todas as mensagens de apoio que recebi”
 

Na realidade nem todas as mensagens que recebi foram positivas, mas naquele momento era melhor não colocar mais “lenha na fogueira”.
 

“Só quero dizer que nada vai mudar entre vocês e o Luan. Quero entrar na Família LS para somar e não diminuir”.
 

“Com o tempo as coisas vão se acertando. Fiquem bem, Luanetes!”
 

Deitei a cabeça na minha mesa de trabalho deixando o frio da madeira “refrescar” um pouco as minhas ideias. Era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo... Será que eu nunca teria uma temporada sossegada e de paz ao lado do Luan?
 

Voltei a me endireitar na cadeira e tentei focar no meu trabalho. Abri a minha caixa de e-mails e passei a checar as mensagens. Fiquei tensa quando vi o remetente de uma delas: cuidadocristal@gmail.com
 

Calma Cristal, calma! – Repeti para mim mesma antes de clicar sobre a mensagem para abri-la.
 

“Assumir o namoro publicamente? Tsc, tsc, tsc! Péssima jogada, Cristal.
 

O coração do Luan não foi a única coisa que você roubou. Você roubou tudo o que era meu também. E por isso eu vou tirar tudo o que é seu...”
 

Senti o meu corpo tremer e uma onda de pânico me dominar. Quem quer que fosse a pessoa que estava assinando aquelas mensagens não parecia estar de brincadeira.
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Notas finais: Pera, vamos por partes:
1 - O que é Cris e Lú apaixonados? Morro de amores com o "Casal Vidinha"
2 - E esses e-mails que a Cris tá recebendo, gente? Alguém tem algum palpite do autor das mensagens?

Agora, atenção, atenção:
Por favor, quero todo mundo torcendo por mim, porque quarta que vem eu vou na gravação do programa Legendários ver o Nego! *Todo mundo grita comigo!*
Mandem MUITA energia positiva tá, gente? Vou precisar!

Uma ótima Páscoa para vocês, muito chocolate e o principal: Lembrem que a Páscoa que é um tempo de renovação! Parem para refletir nem que seja por um minuto, ok?

Beijo grande e ótimo feriado, gurias! xD

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sábado, 23 de março de 2013

Capítulo 1 - Abrindo o jogo

 Notas iniciais: Aproveitando a "onda" do Lú de adiantar o lançamento da música nova, vou adiantar também a volta de Incondicional! Rs! Num tô me "guentando" mais de ansiedade e quero que vocês leiam esse "trem" logo! 
Então, bora lá!
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 Janeiro de 2013 – Alguns meses antes
Ponto de vista da Cristal


“Léo,
 
Como anda a vida de desbravador dos setes mares? Os bons ventos têm soprado a seu favor?
 

Por aqui, a maré anda “brava” e o mar está “virado”. Desde a morte do seu pai as coisas andam bem confusas...
Fui ao velório e ao enterro do “seu” Francesco. Comprei rosas brancas como você me pediu e coloquei sobre a sepultura dele. Agora seu pai descansa ao lado da sua mãe. Acho que ele finalmente encontrou a paz que tanto procurava quando saía para navegar, não é mesmo?
 

Na minha ida a São Paulo também passei muito tempo conversando com o meu irmão. Ele e a Laura estão no comando do estaleiro agora. O Tomás me contou que a situação está realmente complicada. Após a prisão do Diogo, a “Star Marine” perdeu muito de sua credibilidade. Com a morte do “seu” Francesco, os poucos clientes que restavam migraram para outros estaleiros. O mercado náutico em expansão e o momento favorável para compra e venda de barcos, nesse caso, não ajuda em nada. Pelo contrário, só aumenta a concorrência.
 

A mídia tem especulado muito sobre o futuro do estaleiro da sua família. Todo mundo apostava que o Diogo seria o sucessor do “seu” Francesco, mas com ele fora da jogada e com você “abrindo mão” do seu cargo muitas pessoas estão apostando que a Laura não vai dar conta de reestruturar a “Star Marine”.
 

Não sei se é verdade, mas hoje o Caderno de Negócios publicou uma nota dizendo que o estaleiro está prestes a declarar falência. Não consegui falar com o Tomás ainda sobre o assunto para confirmar a informação, mas pela última conversa que tive com o meu irmão, a nota parece ser verdadeira.
 

Também não tenho conseguido falar com a Laura. Ela me evitou durante todo o velório e o enterro do seu pai e me pareceu muito abatida e ressentida. Tive medo do que vi nos seus olhos quando olhou para mim. Vi um pouco da alma do Diogo escondida dentro dela...
 

Sei que não deveria estar te contando tudo isso, afinal, você içou velas à procura de paz e tranquilidade. Mas você me pediu para que ficasse “de olho” em tudo e me senti na obrigação de lhe fazer esse breve resumo.
 

Se me permite um conselho de amiga, volte para casa, Léo. Volte para a sua família. O mar e o vento podem esperar. Sinto que a sua irmã precisa de um pouco da sua sensatez e que o Diogo precisa do seu apoio nesse momento. Agora você é tudo o que eles têm e vice-versa.
 

Com carinho,
 

Cristal”
 

Reli o e-mail para checar se faltava alguma informação e depois cliquei no botão enviar. Eu ainda estava espantada com a possibilidade de alguém que está em alto-mar, no meio do nada, conseguir receber e enviar e-mails. O mundo moderno em que vivíamos não conhecia limites...
 

Fiquei parada encarando a tela do computador enquanto me recordava do dia em que o Léo partiu. Era verão de 2012 e fazia um dia perfeito em Ilhabela. Ele e meu pai terminaram de construir o veleiro que estavam construindo juntos e então, sem nenhum aviso, o Léo subiu a bordo e partiu na sua missão de conhecer toda a costa brasileira. Agora o seu destino era o Caribe.
 

A Laura “surtou” quando soube da novidade. O irmão lhe contara tudo através de uma carta. A filha mais velha do “seu” Francesco estava disposta a usar a imagem do Léo para recuperar os negócios da família e fez muita pressão para que ele se dedicasse mais ao estaleiro e assumisse o seu lugar na empresa. Claro que a “chantagem” psicológica não funcionou e o Léo não mudou os seus planos, lançando-se ao mar na primeira oportunidade e deixando a irmã completamente sozinha e no comando de um estaleiro em crise.
 

“Seu” Francesco morreu logo no início de 2013 vítima de um AVC. Para os mais íntimos, o que realmente matou o dono do estaleiro “Star Marine” foi o desgosto de ver o filho preso e a sua empresa acabada por um erro que o Diogo cometera.
 

Quando conversei sobre isso com o meu irmão, ele me disse que o Diogo, que ainda estava preso acusado de tentativa de homicídio entre outros crimes, ficou ainda mais perturbado com a notícia. Para ele, os pais tinham morrido por sua causa...
 

O som que indicava uma nova mensagem de e-mail me trouxe de volta dos meus pensamentos. Era difícil entender como uma família tão bem sucedida quanto os “Bernadinelo’s” tinha conseguido chegar àquela situação.
 

Mexi no mouse para abrir a nova mensagem. Será que era o Léo que já havia recebido a minha mensagem e estava me enviando uma resposta?
 

Meu coração veio parar na boca quando li o conteúdo do e-mail:
 

EU SEI DE TUDO! FICA ESPERTA, CRISTAL! A SUA CASA VAI CAIR”
 

De repente a sala onde eu estava ficou muito pequena e me senti como um bicho encurralado.
 

- Calma Cristal, calma – Repeti para mim mesma o meu mantra particular. Senti o pânico começar a tomar conta de mim.
 

- Ahh nãooo, de novo, não! – Respirei fundo e tentei focar na minha realidade, como a minha terapeuta havia me ensinado na época que tive crises muito fortes de “Síndrome do Pânico”, logo depois que levei o tiro do Diogo.
 

Olhei ao redor. Eu estava na minha sala, no escritório em Londrina da F&S Casting, onde eu trabalhava agora. Eu não poderia ser ameaçada ali. Mas eu fui... Chequei o remetente do e-mail em busca de respostas: cuidadocristal@gmail.com. Aquilo só poderia ser uma brincadeira de mal gosto... Tinha que ser!
 

- Aii, mas que bom que você não foi embo... Cristal, “tá” tudo bem? Você está pálida... – A Débora me perguntou depois de entrar na sala que dividíamos com o seu jeito espalhafatoso. A “Debinha” era baixa, magra, olhos castanhos claros e cabelos pintados de vermelho. Quem não conhecia, imaginava que ela era o tipo de menina “certinha” que nunca aprontava nada. A realidade era bem diferente... Minha colega de sala era a pessoa mais surpreendente que eu já conheci na vida!
 

- Não, não... Tá tudo bem! Eu só... senti um mal-estar – Menti me apressando em fechar a mensagem de e-mail que estava aberta na tela do meu laptop.
 

- Caraca Cris! Tem que ver isso aí... – A Débora veio até mim e colocou a mão na minha testa como se estivesse medindo a minha temperatura. Depois ela se deu conta que mal-estar não tinha muito a ver com febre e retirou a mão – Também... Fica aí, trabalhando até tarde, sempre fazendo hora extra... Dá nisso, tá vendo? – A Deby me repreendeu.
 

- Foi só um mal-estar – Tentei tranquilizá-la.
 

- Pois bem... Mal-estar ou não, por hoje chega! Você vai para casa agora! Até porque já passou do nosso horário! – Ela apontou para o relógio – Falando nisso, não era hoje que o Luan voltava de férias?
 

- É sim... Mas ele ainda não me ligou, então acho que deve estar cansado da viagem – Falei enquanto checava o celular pela centésima vez no dia. Eu estava simplesmente “morta” de saudades do Lú. Meu namorado havia viajado com a família para Florianópolis, mas por conta do meu trabalho, não pude acompanhá-lo. Já estava contando os dias e horas para revê-lo.
 

- Então esse é mais um motivo para você ir para casa. Vai, fica gata, fica cheirosa e poderosa e liga para ele você combinando um jantar! Quero ver se esse mal-estar não passa! – A Débora me sugeriu toda empolgada.
 

- Você não existe, né? – Cai na risada – Mas quer saber? Vou seguir o seu conselho: Ficarei gata, cheirosa, perfumada e poderosa e vou dar uma “passadinha” na casa do Lú como quem não quer nada...
 

- É assim que se fala, Cristal! – Vi minha companheira de sala agitar os braços em sinal de vitória.
 

Rapidamente ajeitei alguns papéis, guardei meu notebook, me despedi da “Debinha”, peguei a chave do carro e saí para o estacionamento.
 

Apertei o botão do alarme e não pude evitar um sorriso ao entrar na minha Captiva, que o Luan dizia ser um carro de gente “séria e braba” e que ele sempre chamava de “Capivara”.
 

Dei a partida e liguei o som. A playlist especial que o Lú montou para mim começou a tocar, mas enquanto dirigia para casa o e-mail misterioso voltou à minha mente.
 

“EU SEI DE TUDO”.
 

O que será que o remetente daquela mensagem queria dizer? No meu caso, “saber de tudo” envolviam muitas hipóteses e o meu “correspondente secreto” poderia estar se referindo a diversas situações diferentes. Montei uma lista na minha cabeça com todas as hipóteses:
 

1 – O autor do e-mail poderia estar se referindo ao que o Diogo fez comigo.
 

2 – Ou sobre a omissão da informação de que o Luan estava no meu apartamento no dia que levei o tiro do Diogo
 

3 – Sobre o meu namoro com o Luan
 

4 – Todas as alternativas anteriores
 

5 – Nenhuma das alternativas anteriores e a pessoa estava apenas “blefando”
 

- Calma Cristal, calma – Falei em voz alta para tentar tranquilizar a minha mente. Eu precisava raciocinar sobre o caso. Aquele não era momento para desespero...
 

“Não há motivo para pânico. Com certeza é só uma fã que já desconfia do seu relacionamento com o Luan e está tentando te intimidar” – O meu lado profissional opinou enquanto eu estacionava o carro na garagem do prédio onde morava.
 

“Não há motivo para pânico? Você não assiste ‘Pretty Little Liars’? Só faltou o e-mail ser assinado pela ‘A’” – O meu lado Maluquete resolveu dar às caras demonstrando todo o seu desespero.
 

“É... Acho bom você ficar esperta mesmo. As Luanetes sempre sabem de tudo! E mexeu com o nosso ídolo, mexeu com a gente” – Ouvi o meu lado fã me avisar.
 

Ahh... ótimo! Agora eu tinha mais uma voz dentro da minha cabeça. O que a minha terapeuta ia dizer isso, hein?
 

Peguei o elevador com destino ao 7º andar, onde ficava o meu apartamento, procurando possíveis culpados. Sim, poderia ser apenas uma fã tentando me intimidar... Mas e se fosse alguém disposto a usar alguma informação contra mim ou, pior ainda, contra o Luan? Toda aquela história do Diogo já tinha rendido demais e envolvido o Lú muito mais do que eu desejava... Não queria mais aquele tipo de publicidade para ele. Além disso, ele tinha outras coisas para se preocupar do que os meus problemas do passado...
 

Entrei em casa jogando a minha bolsa e a minha pasta de qualquer jeito em cima do sofá. Eu estava exausta e preocupada demais para me importar com organização naquele momento...
 

Segui para o meu quarto e quase cai para trás com o que vi. Deitado na cama, sem camisa e dormindo que nem um anjo estava ele, o homem capaz de me tirar o ar...
 

Caminhei na ponta dos pés para não fazer barulho e me sentei ao seu lado, apreciando cada detalhe. O cabelo bagunçado, as feições de menino, os braços fortes, a pele branca, o cordão que ele sempre usava... Delicadamente fui deslizando com um dedo sobre a sua tatuagem, fazendo o contorno do terço que agora estava gravado na sua pele... Eu nunca iria me acostumar a ter tudo aquilo de homem só para mim...
 

- Tá me espiando dormir, é? – O Luan abriu os olhos lentamente me encarando com uma expressão muito sonolenta.
 

- Apenas apreciando a paisagem – Brinquei.
 

- Tava te esperando... Mas você demorou, aí eu capotei aqui... – Ouvi ele me explicar.
 

- E eu posso saber como o senhor conseguiu entrar? – Fiz voz de brava.
 

- Pedi pra Dona “Lurdinha” fazer uma cópia da chave pra mim, uai...
 

- Quer dizer que o senhor anda “conspirando” contra mim junto com a senhora que limpa a minha casa? – Mantive o tom de brava.
 

- Eu só queria te fazer uma surpresa, vida. Ô “muié” “braba” essa que eu tenho... – O Lú reclamou fazendo beicinho.
- Adorei a surpresa! Passei o dia inteiro achando que você tinha me esquecido porque não me ligou – Confessei com a voz suave.
 

- E “cê” acha que eu ia chegar de viagem e não ia vir te ver? Capaiz mesmo, né, vida... – Ele completou a frase e com um movimento rápido me segurou pela cintura me jogando na cama ao seu lado. Depois o Lú colocou o corpo sobre mim usando os braços para se apoiar e aproximou o rosto do meu, os seus lábios há menos de 15 centímetros de distância – Já “tava morrendo de saudades de você – E então ele me beijou suavemente na boca, sem pressa, mas com muita paixão.
 

- Eu é que estava morrendo de saudades de você! – Interrompi o nosso beijo, girando o meu corpo e me posicionando por cima dele – Você me acostumou muito mal... Agora quero você todo dia!
 

- Eu te acostumei foi “certinho”, viu? – Ele voltou a me beijar, dessa vez com um pouco mais de pressa, com mais vontade...
Corri as mãos pelo seu tórax sem camisa aproveitando contato com a sua pele enquanto o Lú voltava a nos girar na cama, colocando o seu peso sobre o meu.
 

- Tenho uma novidade pra você... – Ele disse enquanto depositava selinhos na minha boca – Que tal passar o Carnaval comigo no Rio? Fui convidado para ver o desfile das escolas de samba no Camarote da Brahma. Pensei em te levar comigo... Faz tempo que a gente não viaja junto...
 

Oi? Carnaval no Rio? Camarote cheio de celebridades? Lugar lotado de fotógrafos e mídia? Aparição pública como casal?
 

- Hum.... E eu iria como sua assessora de imprensa? – Perguntei como quem não quer nada.
 

- Não... Você iria como a minha namorada – Ele me respondeu, sério.
 

- Lú... – Comecei a falar com a voz baixa – Carnaval no Rio em um camarote cheio de gente... Isso implica em assumir o nosso namoro para todo mundo... E até agora a gente ainda não decidiu como vamos fazer isso... – Aquele era um assunto bem delicado. As fãs bem que desconfiavam que rolava “algo mais” entre nós. Uma parte delas, que representava a minoria, torcia a favor da nossa relação. A outra parcela não nos apoiava de jeito nenhum pelos mais diversos motivos... Umas acreditavam que eu estava tentando me promover às custas do Lú, outras diziam que não era bom o Luan ficar próximo de alguém que estava nas páginas policiais porque levou um tiro do ex, e ainda existiam aquelas que implicavam comigo pelo simples fato de eu estar com o ídolo delas. Eu entendia todas aquelas razões e por isso lidava com esse assunto com muita cautela, sempre pensando mais no Luan e nas fãs do que em mim.
 

- Ahh vida, eu acho que já passou da hora da gente assumir esse “trem”. Quero poder te apresentar para todo mundo como a minha “muié” – Ele desceu até o meu pescoço deixando uma trilha de beijos pelo caminho. Se ele queria me persuadir, ele estava conseguindo...
 

- Nada me deixaria mais feliz do que aparecer ao seu lado como a sua namorada... Mas tenho medo das consequências que isso pode trazer para você, para nós... – Consegui recuperar o meu foco para tentar explicar o meu lado da história – O que o Anderson e a Dagmar acham disso?
 

- Cris, já não te disse que a Dag e o Anderson tem toda a liberdade para tomar decisões quanto a minha vida profissional, mas eles não podem interferir na minha vida pessoal, lembra? Pensei que isso já estivesse bem claro depois daquele “rolo” de você não poder se apaixonar por mim... – Ele fez uma pausa enquanto acariciava o meu rosto com muita gentileza – A gente tá junto nisso, vidinha. Para o que der e vier, até o final...
 

Sustentei o olhar do Luan por um momento. De repente me senti muito mais segura, mais tranquila... Nos braços dele eu era inatingível.
 

- Juntos, pro que der e vier, até o final – Repeti a nossa frase antes de beijá-lo intensamente nos lábios o apertando muito forte nos meus braços.
 

- Então tá decidido... Eu vou é contar agora para todo mundo – O Luan anunciou animado depois de darmos alguns “amassos” na cama.
 

Ainda com o corpo sobre o meu, ele esticou o braço para alcançar o celular que ele havia deixado em cima do criado mudo. Fiquei admirando a sua felicidade de “menino” enquanto ele apertava as teclas do seu telefone.
 

- “Fraga” o que eu vou escrever aqui no Twitter... – Ele foi ditando as frases para mim – “Oi minhas negolas, vim contar uma novidade pro ceis” – A luz do visor do aparelho iluminava o seu rosto de uma maneira única e o deixava ainda mais lindo.
 

- É agora, hein? – Vi o Luan respirar fundo antes de digitar as palavras seguintes – “Tô namorando, amors. Tô muito apaxonado” – Ele olhou para mim e sorriu – Muito apaixonado mesmo... – Me derreti toda com as suas palavras. Dei mais um beijo no Luan enquanto acariciava o seu cabelo preguiçosamente. Era muito bom ficar com ele daquele jeito...
 

- Para de me distrair, Cristal – Ele riu interrompendo o nosso beijo – Pera aí, vou escolher uma foto nossa para mostrar para o pessoal. Quero que todo mundo veja quem é a minha “muié” – O Lú passou a mexer no celular e depois de alguns instantes, me mostrou uma imagem na tela. Reconheci a foto na mesma hora. O retrato mostrava eu e ele juntos durante a festa de confraternização do escritório de São Paulo. Eu estava sentada no seu colo e os dois sorriam que nem bobos rindo de uma piada que o seu Amarildo tinha contado naquele dia. A foto estava espontânea e alegre, mostrava bem como nós éramos quando estávamos juntos sem a presença da mídia e das fãs.
 

- Adoro essa foto! – Dei minha opinião.
 

- Então vou postar... – Ele voltou a digitar enquanto me ditava a frase – “Fraga quem foi a “muié” que roubou o meu coração. O nome dela é Cristal, a minha vidinha” – O Lú apertou as últimas teclas do celular antes de anunciar - Pronto, tá feito! – Ele me deu um beijo rápido nos lábios e depois me encarou com os olhos cheios de preocupação e dúvida – O que será que vai acontecer agora? Será que as minhas fãs vão aceitar? – Sua voz estava grave.
 

Respirei fundo também. Era a primeira vez que o Luan assumia um namoro publicamente desde que ele passou a ser conhecido em todo o Brasil. Eu sabia que não seria fácil e sabia também que eu teria um longo caminho para percorrer até ser aceita pelas fãs. Mas de repente, ali nos meus braços, ele me pareceu tão frágil, tão preocupado com aquela situação...
 

- Agora é esperar, vida... Esperar e ver o que vai acontecer – Falei o apertando ainda mais forte contra mim. Só o que nos restava agora era esperar...
____________________________________

Notas finais: E aí, o que acharam? A volta da Cristal foi ou não foi em grande estilo?
Ahhh, tô surtando aqui! Espero que tenham gostado! Não esqueçam de me dizer a opinião de vocês!

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Prólogo

Ponto de vista do Luan

Acordei e abri os olhos lentamente, me espreguiçando com calma na cama. Bati a mão no colchão ao meu lado e percebi que estava sozinho.

- Ôôôô, vidinha, “vorta” aqui, Nega! “Cê” esqueceu que hoje você é só minha? – Chamei pela Cristal.

- Ôôôô “muié” que gosta de fugir de mim, viu... – Resmunguei levantando da cama e indo atrás dela.

Fui até o banheiro. Nada de Cristal.

Sai do quarto e segui até a sala. Vazia...

- Cristal, cadê você? – Chamei um pouco mais alto do que queria, o coração disparando dentro do peito, a preocupação formando um “bolo” na minha garganta.

Passei para a cozinha, varanda, área de serviço...

- Cristaaaaaal! Cadê você, vida? – Gritei, um sentimento ruim tomando conta do meu peito.

Corri até a piscina, o desespero me dominando. Nada de Cristal!

Fui até a frente da casa. O carro da Cris tinha sumido!

Senti uma onda de medo inundar o meu coração. As minhas pernas tremeram, a minha respiração falhou. Onde a minha Cristal estava?

Voltei correndo para o quarto, a minha minhas ideias “fervendo” dentro da cabeça. Lembrei do que a Cristal me disse na noite anterior: “Por você eu me jogaria sem pensar”.

Diacho, do quê aquela mulher estava falando?

Parei perto da cama e olhei ao redor. O vestido que lhe caíra tão bem ainda estava sobre a cadeira, onde eu o coloquei depois de despi-lo da Cristal. As sandálias, o espartilho...

Em cima do criado-mudo estavam as duas alianças que a Cris usava. Aquilo doeu dentro do meu peito... Os anéis eram a representação do nosso amor, da nossa união... Por que a Cris tinha as tirado? Será que ela não me queria mais?

Cheguei mais perto... Ao lado das alianças estava os dois celulares junto com a bolsa da Cris aberta, os objetos ali dentro meio revirados.

Sentei na cama sem saber o que pensar ou quê fazer, completamente perdido, as lágrimas escorrendo pelo meu rosto sem eu nem me dar conta. Eu não tinha ideia do que tinha acontecido: A Cristal tinha sumido ou ela havia me deixado?
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domingo, 17 de março de 2013

Epílogo

Alguns meses depois...

- Nossa, nem acredito que ganhamos esse curso de especialização em Portugal! Estou tão animada! Sinto uma energia muito positiva no ar, sinto que algo bom vai acontecer – Ouvi a Yasmin tagarelar na poltrona ao meu lado.
 
Nós estávamos em um avião prestes a decolar para Lisboa. A companhia aérea para qual trabalhávamos “bancou” uma capacitação para aeromoças afim de “reciclar” os nossos conhecimentos. Achei tudo aquilo uma chatice... Será que não dava para mandar a gente para Miami ou para Paris? O que tinha de bom para fazer em Lisboa, afinal?
 
- Nossa você não cansa dessa “parada” de ficar falando de energia e áureas e tudo mais? – Resmunguei me jogando na minha poltrona e pegando o meu mp4 na bolsa.
 
- Não, eu não canso. É algo natural, Malú! Tipo um dom... – Ela me explicou.
 
- Ahh, falou então “Madame Yasmin”, vidente e “leitora” de áureas – Claro que eu fiz piada da situação.
 
- Sua besta! – Ela fez careta para mim – Ai Malú, bem que eu poderia encontrar um cara super gato e fofo para passar uma temporada “caliente” ao meu lado em Lisboa, né? Tipo aconteceu com você e o Luan em Cancún...
 
Foi a minha vez de fazer careta. Aquele assunto sempre me deixava inquieta e fazia uma saudade enorme despertar dentro do meu coração.
 
Os dias que passei em Cancún ao lado do Luan foram perfeitos e inesquecíveis. Eu ainda me lembrava de como fiquei quando tive que ir embora às pressas sem me despedir dele. Meu coração doía e parecia que nada iria se encaixar sem ele por perto. E depois, quando eu me reencontrei com ele no avião, foi como se eu dependesse daquilo para sobreviver. Fiquei rindo de mim mesma por dias por ter me comportando de uma maneira tão... sentimental no voo de volta ao Brasil. Mas quem conseguiria se controlar depois de tudo o que eu passei com o Luan? 
 
Ao lado dele eu me permiti me apaixonar e isso fez que o centro do meu universo mudasse totalmente de lugar. De repente, era ele quem estava no centro de tudo, era em direção a ele que a minha mente viajava quando eu me distraía. Eu finalmente tinha encontrado algo capaz de me “prender” ao chão e, ao contrário do que eu pensava, aquilo não era algo ruim.
 
Foi como a própria Yasmim me disse: Se apaixonar era algo bom. E se doesse, era sinal que tinha valido a pena e que era um sentimento verdadeiro.
 
Segundo os conselhos da minha amiga, quando se ama alguém, devemos deixar essa pessoa livre. Se ela voltar, é porque o sentimento é recíproco.
 
Aquela frase resumia bem o que eu sentia pelo Luan... Nós nos falamos algumas vezes depois que deixamos Cancún, jantamos juntos uma noite em São Paulo, mas a nossa rotina de trabalho sempre muito movimentada nos impedia de marcar encontros com mais frequência. Até conversar pelo telefone andava complicado... Com a turnê internacional que ele iria fazer, o seu tempo andava bem reduzido. Eu estava sem notícias dele há semanas...
 
- Pela sua reação você ainda não conseguiu falar com ele, né? – Minha amiga concluiu.
 
- Não, ainda não consegui – Fechei a cara e coloquei os fones no ouvido sinalizando que a conversa estava encerrada.
 
Apertei o play, fechei os olhos e me deixei levar para o meu momento “foça” com a música que mais me lembrava o Luan.
 
*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=VZPwxOy7cK4 ***
 
“É, só eu sei   
Quanto amor eu guardei
Sem saber que era só prá você
É, só tinha de ser com você
Havia de ser prá você
Senão era mais uma dor
Senão não seria o amor
Aquele que a gente não vê
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você”

 
Senti alguém sentar na poltrona ao meu lado que ainda estava vazia. Decidi fingir que estava dormindo para dispensar toda aquela história de “bons modos” com a “vizinhança”.
 
Tentei me concentrar de novo na música, mas alguma coisa estava me incomodando... Parei por um instante para tentar identificar o que era. Precisei de menos de dois segundos para reconhecer o perfume. Abri os olhos e virei para o lado assustada.
 
- Pensei que você não fosse me dar oi – Ouvi o dono do sorriso mais bonito desse mundo inteiro me falar sentado na poltrona ao lado.
 
- Luan! – Dei um grito – O que você tá fazendo aqui?
 
- Tô indo fazer show em Portugal, uai... Não lembra que eu te contei?
 
Bati a mão na testa em um gesto de desaprovação. Era claro que ele havia falado, mas eu me esqueci completamente!
 
- E você? Tá fazendo o quê aqui? – Ele quis saber tão assombrado com a coincidência quanto eu.
 
- Vou fazer um curso em Lisboa – Resumi.
 
- Nossa Maria, se a gente tivesse combinado não tinha dado tão certo! – Ele comentou mexendo as mãos, todo contente.
 
- Lembra que eu disse que os nossos “momentos” não podem ser marcados? Que eles simplesmente acontecem?
 
- E você tava certa! Vou ficar cinco dias em Portugal! E você?
 
- Cinco dias também! – Pisquei para ele, colocando a minha mão sobre a dele, sorrindo sem parar com aquele encontro tão repentino. Com certeza, seriam mais cinco maravilhosos dias ao lado do Luan, dessa vez em Portugal!
____________________________________________

Agradecimentos e recados:
 
Genteeeee....
 
Fala sério; casal Malúan é tãããão apaixonante, né? Eles quaaaase me fizeram acreditar novamente no amor! (Quase!) Não sei vocês, mas eu me diverti muito durante esses cinco “movimentados” dias em Cancún. Malú foi a melhor Loba de todos os tempos!
 
Eu espero, de coração, que vocês tenham curtido essas nossas “férias”. Essa foi uma fic que comecei há um ano, mas que na época não terminei porque acreditava que ninguém tinha gostado da história. Pois bem, depois de tantos pedidos de “Volta Cinco Dias em Cancún!”, cá estamos nós, encerrando essa maravilhosa “viagem” que nos rendeu tantas emoções.
 
É por isso que eu digo: São vocês que fazem as histórias junto comigo! Nada me dá mais alegria quando vocês se emocionam, surtam ou vibram com essa Manu aqui. Para mim é muito importante saber o que cada uma das leitoras entendeu do capítulo, o que cada uma sentiu, se riu, se chorou...
 
Ninguém escreve uma história se não existir pessoas do outro lado dispostas a ler. Por isso, muito obrigada por todo o carinho, atenção, por cada comentário, por cada palavra de incentivo, por cada indicação, muito obrigada por tudo! Eu NUNCA vou poder agradecer o suficiente por cada leitora e por tudo o que vocês me dão! É muito, muito mesmo! Por isso me dedico tanto a cada capítulo, a cada história... É tudo pensando em fazer vocês "pirarem" tanto como eu piro!
 
Agradecendo especialmente a todo o pessoal da Trupe que hoje em dia faz parte da minha rotina e que eu não consigo mais viver sem! Um muito obrigada especial à Carolzinha, sempre aguentando as minhas paranoias, e à Dany Bueno que revisa os capítulos para mim.
 
Também preciso agradecer à toda Família Luan Santana, que sempre me acolheu tão bem. Hoje sinto que encontrei o meu lugar e sou feliz por isso. E só o melhor ídolo do mundo poderia ter me dado tanta coisa! É por essa razão que tudo isso sempre vai ser por ele e para ele!
 
Encerrando a lista, um muito obrigada especial para toda a minha família e a Deus, os meus alicerces!
 
Bom, depois dessa extensa lista de agradecimentos (Rs!), vamos ao que interessa, né?!
 
QUEM ESTÁ COM SAUDADE DA CRISTAL GRITA EU!
 
É isso mesmo, meu povo! Cristalzete, minha “docinho de coco” está de volta!
 
Eu sei que eu disse que Incondicional não teria uma 2ª temporada, mas atendendo a pedidos, lá vou encarar esse desafio.
 
Sobre a 2ª temporada eu só posso dizer uma coisa: As minhas ideias estão a mil. A volta da Cristal será em grande estilo! Por isso, preparem os corações, porque a “coisa” vai ser tensa!
 
Não vou adiantar muita coisa ainda... Estou preparando tudo com muito carinho e caprichando bastante para que no dia 27 de março a gente comece essa segunda temporada quebrando tudo, combinado? 
 
 Dia 27 será muito especial, porque será dois dias depois do lançamento da música nova do Luan. Além disso, no dia 27 estaremos a exatamente um mês do aniversário de 1 ano de “Incondicional” e a 2 dias de comemorar seis meses aqui do blog! Nossa, quanta coisa né? Que tudo isso mande ótimas energias para essa nova fase de INC! *-*
 
E agora, bora para os nossos recados de sempre:
 
1 – Quem quiser receber avisos de novos capítulos postados, dá um grito no Twitter (@Manudantas_diz) e pede para eu te colocar na “Lista de Avisos”.
 
2 – A casa aqui é de vocês! Fiquem à vontade para comentar e dar o seu pitaco. É como eu sempre digo: O mais legal da fic é ficar “proseando” sobre ela.
 
3 – Estou quaaaase sempre online no TT, no Face, no Ask e por aqui no blog! Dúvidas, críticas e sugestões é só me dizer, ok? Faço o máximo para sempre responder a todos!
 
Bom, eu fico por aqui...
 
Novamente, muito obrigada por tudo! Aprendi com o Luan que “Só quem sonha consegue alcançar”. Um dia eu sonhei em escrever uma história que divertisse as pessoas. Hoje, com a minha quarta fic finalizada, posso dizer que eu sonhei e alcancei. Obrigada por sonharem comigo!

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Capítulo 10 - De volta para casa

 Notas iniciais: Todo mundo de malas prontas para encerrar as férias em Cancún?
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Ponto de vista do Luan
 
Alguns dias depois
 
Arrumei as minhas malas e deixei tudo pronto para embarcar de volta ao Brasil dali algumas horas. O lado bom de viver viajando por aí era que organizar e desarrumar malas já era uma rotina para mim...
 

Desci para o saguão e me juntei a todo mundo esperando a van que nos levaria ao aeroporto chegar. Enquanto esperava, peguei a minha carteira e tirei lá de dentro dois bilhetes idênticos que a Malú deixara para mim antes de partir.
 

Entrei no carro com os bilhetes na mão e fiquei me lembrando daquela noite... Eu me recordava que cheguei ao Cocobongo cheio de expectativas de encontrar a minha “Loba”. Eu queria pegá-la e levá-la para jantar em um restaurante que a minha irmã havia me indicado. Segundo ela, serviam um peixe maravilhoso lá... E tudo o que eu queria era comer um bom peixe e curtir muito mais uma noite com a minha Malú.
 

Andei que nem uma “égua veia” pela boate procurando pela Maria. Já estava ficando preocupado quando dei de cara com os dois “dançarinos enganadores” me olhando com “cara de enterro”.
 

Eita que aí tinha coisa...
 

- Luan, Malú pediu para a gente te entregar isso – Os dois me estenderam uma das mãos ao mesmo tempo e cada um me entregou um pedaço de papel. Nossa, será que era por causa daquele “trem” de gêmeos que os dois faziam tudo ao mesmo tempo?
 

Li o primeiro bilhete e depois chequei o outro. Fiquei na esperança que o segundo tivesse uma mensagem diferente do primeiro, mas os dois eram idênticos. Fiquei “de cara” com a notícia. Não dava para acreditar que eu tinha perdido a Malú...
 

- Ela estava arrasada por ter que ir embora... – Um deles, que eu não sabia se era o Zac ou o Tchelo, gritou para que eu pudesse escutá-lo mesmo com a música alta. Se a Malú estivesse ali, ela diria que a Lua estava “bombando” a casa.
 

- A Malú tentou te ligar para se despedir, mas ninguém atendia no seu quarto e ela não tinha o número o número do seu celular – O outro irmão completou.
 

- Pô cara, “mó” bobeira que a gente deu de não trocar o número do celular – Confessei meio baqueado.
 

- Fica assim não, niño. Tudo vai dar certo, você vai ver... – O gogo boy da direita colocou a mão no meu ombro tentando me consolar. Rapáiz, será que eu deveria falar para ele que eu gosto é de mulher?
 

- É sim, muchacho! Confia na Maluzinha! Aquela ali é danada... Sempre dá um jeito de conseguir o que quer – O da esquerda emendou na sequência – Mas agora, se nos dá licença, precisamos voltar para a pista! As meninas nos esperam! Arriba Luan, arriba! – Eles se despediram e seguiram para a pista onde a mulherada já enlouqueceu só de vê-los.
 

Voltei para o hotel naquela noite muito chateado. A Malú fez a minha viagem para Cancún ser mágica e inesquecível. Sem ela, era como estar perdido em um lugar desconhecido sem ninguém para me mostrar o caminho...
 

Passei o resto dos meus dias de férias pensando porque ela não deixou o seu número de celular, ou alguma outra forma de falar com ela, anotada para mim naqueles bilhetes. No fim das contas, só pude concluir que a Maria preferiu que as coisas fossem daquele jeito por causa do seu medo de se apaixonar. Com certeza ela ficou “intimidada” pelo sentimento que estava “rolando” entre nós. Eu mesmo fiquei um pouco assustado no começo...
 

Foi incrível como tudo aconteceu entre nós dois. Foi algo tão inesperado e rápido, como brasa queimando o papel. Depois da Malú, eu passei a acreditar em amor à primeira vista!
 

Fiquei pensando no que ela me disse na noite que ficamos juntos, sobre nós dois pertencermos a mundos diferentes. A Maria tinha razão, fora de Cancún talvez nós nunca tivéssemos nos encontrado. Eu concordava com isso, mas ela foi como um ritmo diferente para mim, que trouxe notas de uma canção nova e empolgante e fez o meu coração bater em uma vibração diferente. A Maria tinha uma energia diferente, que contagiava a todos e eu não queria perder aquilo tão cedo...
 

Senti muito medo de não ver mais a Malú. Eu não havia lhe dito nem o dia e nem a hora que eu embarcaria de volta ao Brasil. Como ela ia saber em qual voo eu estaria para me encontrar?
 

Diacho de loba que confunde a minha cabeça viu?!  - Resmunguei comigo mesmo quando cheguei ao aeroporto.
 

Eu e toda a minha “turma” fizemos o nosso check-in e seguimos para a sala de embarque para aguardar o nosso voo. Todos faziam planos para quando chegassem no Brasil, mas eu não falava com ninguém. As ideias na minha cabeça não paravam quietas. Será que a Malú estaria dentro daquele avião?
 

Pulei da cadeira quando finalmente anunciaram o nosso voo. Tá que pariu, nunca vi demorar tanto para liberarem um embarque...
 

Passei pela pista e subi a escada “de um pulo só”. Quando olhei para cima, dei de cara com ela. 

A Malú estava vestida de uniforme e recebia todos os passageiros de uma maneira simpática. - Bem-vindo a bordo! Bem-vindo a bordo! – Ela repetia para todos.
 

Quando me viu, ela abriu um “sorrisão”, típico dela – Bem-vindo a bordo garoto bonito de Cancún – A Maria disse baixinho quando passei na sua frente.
 

- Ei, espera! Essa não é a Loba do Cocobongo? – A Bruna gritou atrás de mim.
 

- Segredinho nosso, cunha... Digo, Bruna – A Maria respondeu fazendo graça e todo mundo riu da brincadeira.
 

Segui até o meu lugar e me sentei enquanto a Malú continuava recebendo os passageiros. Depois, quando o avião decolou, vi a minha Loba passar todas as instruções de segurança antes de voltar séria para os fundos da aeronave.
 

Até ali tudo tinha dado certo. Nós estávamos no mesmo voo. Mas, e agora? Como a Malú ia fazer para falar comigo?
 

***
PONTO DE VISTA DA MALÚ
 

- “Te dei o sol, te dei o amor, pra ganhar o seu coração...”. Canta comigo, Malú – A Yasmin cantarolava na poltrona ao meu lado toda sorridente e “saltitante”. O nosso voo já havia decolado fazia quase uma hora e nós estávamos instaladas nos fundos do boing, no espaço reservado para as aeromoças. Eu levava no meu colo a camisa do Luan que eu vesti no dia que vimos o nascer do sol juntos. Vez ou outra eu pegava a peça e cheirava só para sentir o “inconfundível” cheiro de canela do perfume do meu menino de sorriso bonito. Claro que a Yasmin não deixou isso passar despercebido, e por isso ficou me “infernizando” por estar apaixonada pelo Lú.
 

- Yasmin, se você continuar cantando desse jeito, eu vou te jogar no compartimento de cargas do avião – A Sra. Tedesco interviu com o seu jeito tão “amigável".
 

- Bom, pelo menos agora você sabe que o Luan não é o Gusttavo Lima, né? – Brinquei com a minha companheira de voo.
 

- Ahhh, sei sim! Impossível confundir o cara que domou o coração dessa “loba” – A Yasmin continuou querendo me provocar – Mas, olha... Eu bem queria que o Gusttavo Lima também resolvesse embarcar para Cancún. Eu ia adorar se ele me perguntasse “Gatinha assanhada, você tá querendo o quê?”
 

- Ahhh não, isso é demais para mim! Já basta! – A Sra. Tedesco falou com uma cara muito brava – Yasmin pare de falar besteira, e vai já servir a refeição para os passageiros. E Malú, vá ajudar essa destrambelhada... – A chefe das comissárias ordenou.
 

- Mas é claro que a gente vai – A “destrambelhada” levantou de uma só vez e correu para o carrinho de comida. Fui atrás dela, também toda animada, deixando a blusa do Luan cuidadosamente dobrada junto com as minhas coisas.
 

- Está pronta? – Perguntei baixinho para a Yasmin.
 

- Mais do que pronta! Te darei cobertura total, "chefa" – Ela me respondeu também aos sussurros.
 

- Não pira, Yasmin! Tudo o que preciso é que você distraia a Sra. Tedesco o máximo que puder enquanto eu falo com o Lú, entendeu? – Repassei as instruções enquanto organizava o carrinho com comidas, bebidas e copos descartáveis.
 

- Tá, eu entendi! Só não sei como você vai fazer para falar com ele – A Yasmin me olhou com uma cara de dúvida.
 

- Espere e verá! – Dei uma piscadela para ela com um ar “misterioso” – E agora, vem! Eu fico com o corredor da direita e você com o da esquerda – Completei a frase já empurrando o carrinho em direção ao corredor.
 

- Então tá, né chefe? Eu fico com o da esquerda – Ouvi a minha companheira de voo resmungar atrás de mim.
 

O meu plano era muito simples: Eu iria derrubar alguma coisa na roupa do Luan de novo e levá-lo para a cabine das comissárias para ajudá-lo a se limpar e... pegá-lo de jeito para uma conversa mais “íntima”. Cruzei os dedos para que tudo desse certo! Aquela era a minha última chance de me despedir do meu menino de sorriso bonito.
 

Fui servindo os passageiros oferecendo café, água, suco, “biscoitinhos” e petiscos em geral. Mantive a boa educação e a polidez, mas por dentro estava louca para mandar todas aquelas pessoas para o “beleléu” e chegar logo à poltrona do Luan.
 

- Água, suco ou café, senhora? – Finalmente cheguei às primeiras cadeiras, onde a Bruna e o Luan estavam sentados.
 

- Tem suco do quê? – A Bruna me perguntou de uma maneira simpática.
 

- Laranja e tomate – Ela fez cara feia para a segunda opção e eu ri. Realmente tomate era péssimo! – Fico com o de laranja – Ela me respondeu. Ao seu lado, o Lú apenas acompanhava a cena, os olhos dançando dela para mim e de mim para ela.
 

- Certo! – Peguei um copo com uma mão e a jarra de suco com a outra. Despejei o líquido laranja no recipiente descartável e voltei à jarra para o carrinho. Depois, com toda a calma do mundo, virei o corpo rapidamente, simulei uma tontura e soltei o copo de suco com tudo em cima do Luan, derramando laranjada em toda a sua camisa xadrez.
 

- Ops! – Falei dando uma piscada para ele – Fique tranquilo, senhor. Se me acompanhar, dou um jeito nisso em um instante – Usei o meu tom de “aeromoça séria e muito profissional”.
 

- Mas é claro, moça! Vamô agora mesmo – Ele levantou sorrindo. Sorrindo até demais para alguém que tinha acabado de tomar um banho de suco de laranja...
 

- Maria Luiza, que bagunça é essa aqui? – A Sra. Tedesco apareceu ao nosso lado de repente me fuzilando com o olhar.
 

- Um pequeno acidente... – Dei de ombros. Pelo canto do olho, vi que todos do avião observavam a cena.
 

- Pequeno acidente?  Dê um jeito nisso imediatamente ou eu vou te mostrar o que é um pequeno acidente – Ela ralhou comigo em voz baixa para que só eu pudesse ouvir – Vai ajudar o moço a se limpar. Eu cuido de tudo aqui!
 

Obedeci sem pensar duas vezes. Peguei o Luan pelo braço e o conduzi para o fundo do avião, onde contávamos com alguns equipamentos que me ajudariam a limpar a blusa.
 

- Acho que já vimos essa cena antes, né? – Brinquei enquanto o ajudava a tirar a sua camisa xadrez. Por sorte, a que estava por baixo não tinha sujado muito.
 

- Ahh, já vimos sim! Terminou com uma certa aeromoça me falando para conhecer um tal de Cocobongo... – Ele terminou a frase sorrindo do jeito que eu mais amava. Ai que saudade eu estava daquele sorriso...
 

- Sério que ela te disse isso? Nossa, com certeza essa aeromoça estava mal intencionada – Falei irônica enquanto passava um produto removedor de manchas na sua camisa.
 

- Ahh, mas essa bandida tava muito mal intencionada mesmo! Porque ela me seduziu, virou a minha cabeça e foi embora me deixando só um bilhete de despedida – Ele fez drama.
 

Parei o processo de “limpeza” da camisa e olhei para ele, séria – Você recebeu o me recado, né? Desculpa, mas eu tentei várias vezes falar com você para me despedir... – Abri o meu coração torcendo para que ele acreditasse em mim.
 

- Os seus dois amigos dançarinos me explicaram tudo... Fiquei com medo de não ver mais a minha Loba – Ele se aproximou de mim. Hum... Luan a menos de 15 centímetros de mim? Me gusta!
 

- Imagina que eu ia deixar de me despedir do dono do sorriso mais bonito de Cancún – Respondi deixando a sua camisa de lado e acariciando o seu rosto com uma das mãos.
 

- Por que você não deixou o seu telefone para eu te ligar, “muié”? A gente poderia ter combinado tudo com mais calma... – Ele disse dando mais um passo na minha direção e segurando a minha cintura com as duas mãos. Hum... Me gusta mucho!
 

- Porque eu não queria criar falsas expectativas. O combinado é que a gente iria viver o nosso “momento”, não era? Então... “Momentos” como esse não podem ser marcados ou combinados... Eles só precisam acontecer – Expliquei mexendo nos cabelos dele.
 

- Ahhh... Entendi! Eles precisam acontecer tipo... assim... – Ele colou os seus lábios nos meus delicadamente, aproximando os nossos corpos e me segurando mais firme entre os seus braços. Depois ele subiu a mão para a minha nuca e enroscou os dedos nos meus cabelos presos em um coque e me beijou com muita intensidade, fazendo as nossas bocas se encontrarem em uma sintonia perfeita. 

E eu não sabia se era a saudade que estava sentindo dele, se era o medo de ser “pega” fazendo algo que não devia durante o meu horário de trabalho, ou se era a simples presença do Luan que tinha o poder de me deixar daquele jeito, mas aquele beijo foi o melhor de todos que trocamos. Eu ouvia o meu coração disparado dentro do peito, sentia o toque da sua pele contra a minha, o gosto do beijo, o aroma do perfume que me encantava...
 

Deixei que ele me conduzisse até a parede lateral do boing e prensasse o meu corpo ali, entre os armários e compartimentos da aeronave. A sua mão desceu pela camisa do meu uniforme prata com detalhes azuis e a puxou para fora da saia que eu estava usando abrindo espaço para que ele pudesse desbravar a pele das minhas costas. Aproveitei a “deixa” e o imitei, arranhando de leve a sua barriga por debaixo da sua blusa.
 

Ele desceu até o meu pescoço distribuindo beijos enquanto eu acariciava os seus cabelos, me deixando levar, me entregando completamente ao momento.
 

- Lú... Lú... – Tive que fazer muito esforço, usar todo o meu bom senso e ainda recorrer ao meu medo de ser demitida para me desvencilhar daquele “amasso” – Vai com calma, cariño. Não sei quanto tempo a Yasmin vai conseguir segurar a Sra. Tedesco lá na frente.
 

- Ahhh, aquela “véia” chata? – Ele perguntou se afastando um pouco de mim, mas sem me soltar.
 

- É, aquela mesma! – Ri do comentário dele.
 

- Tô muito feliz de ter te encontrado aqui – Ele sorriu enquanto ajeitava uma mecha do meu cabelo que havia soltado do coque – Mas como você sabia que eu pegaria esse voo?
 

- Tenho meus contatos! – Brinquei dando um selinho rápido nele – Por um acaso, a sua agência de viagens no Brasil é parceira da agência do Rico em Cancún. Não foi muito difícil “arrancar” algumas informações deles... – Expliquei.
 

- Que espertinha rapáiz! – Ele riu me dando um beijo breve nos lábios. Quando voltou a me encarar, ele estava sério, os olhos com um brilho muito intenso – Eu vou te ver de novo?
 

Aquela era a pergunta para qual eu também estava procurando uma resposta. Um silêncio meio constrangedor ficou entre nós até que eu tomei coragem para falar – Você quer me ver de novo? – Respondi com mais pergunta.
 

- Mas é claro que eu quero Maria. E você? Quer? – A voz dele estava carregada de ansiedade.
 

- Eu quero! Muito! – Confessei – Aqui ó, anotei o meu celular e meu e-mail para você – Puxei um pedaço de papel de dentro do meu sutiã e entreguei para ele. O Lú ficou me olhando, rindo do meu jeito, sem saber o que falar.
 

- Era para não perder, ué... – Expliquei dando de ombros – Você vai ligar? – Perguntei cheia de medo.
 

- Vou! Ahh se vou... Agora você não se livrar mais de mim, muié! – Ele riu.
 

- Será que a gente vai conseguir se encontrar entre as nossas decolagens e aterrissagens? – Fiz a pergunta de um milhão de dólares.
 

- Não sei... – Ele me respondeu com a voz abatida.
 

- Ó, então vamos fazer assim... Não vamos prometer nada um para o outro! É como eu disse... Os “momentos” precisam acontecer. Se tiver que ser, vai ser... – Falei caprichando no meu tom de “mulher otimista”.
 

- Tá bom, tá bom, Sra. Tedesco... Eu sei que eu deveria ter destravado as rodas do carrinho. É que me distrai com a energia negativa daquelas senhoras lá na frente – Ouvi a voz da Yasmin se aproximando no corredor.
 

- Francamente menina, se distrair com “energia negativa” e nos fazer passar uma vergonha dessas com o carrinho? Fiquei o empurrando que nem uma boba e ele não saía nem um centímetro do lugar!  Yasmin, você é lastimável – A Sra. Tedesco estava “soltando fogo pelas ventas”. Pelo jeito, o plano da minha companheira de voo para distraí-la foi um sucesso completo!
 

- A “chefa” tá chegando! – Avisei apressada – Obrigada pelos melhores “momentos” da minha vida! – Disse com a voz suave. Depois dei um selinho nos seus lábios ficando na ponta dos pés e acariciando os seus cabelos pela última vez. Eu iria sentir muita falta dos nossos "momentos" juntos...

- Obrigado por ser a minha Loba – Ele sussurrou no meu ouvido antes de me soltar.
 

Ajeitei a minha camisa e o meus cabelos e, no exato instante em que as duas entraram na cabine onde estávamos, eu peguei a camisa do Luan que estava suja com suco de laranja e coloquei embaixo do jato de ar quente para secá-la, enquanto ele fingia estar entediado com aquela situação.
 

- Prontinho! Me perdoe o mal jeito – Voltei a usar a minha voz de “aeromoça séria, responsável e profissional” e entreguei a camisa limpa para ele. Perto de nós, a Yasmin e a Sra. Tedesco organizavam o que havia restado no carrinho da comida.

- Ahhh, muito obrigado! – Ele precisou segurar a “risada” ao pegar a peça – Bom... Então eu vou voltar para o meu lugar, né? – Ele fez uma “carinha” de triste.
 

- É, o senhor já pode voltar... – Minha voz falhou um pouco ao dizer isso
 

Vi o Luan se virar e retornar à sua poltrona e me sentei novamente. Peguei a blusa dele que eu estava segurando antes de encontrá-lo e a coloquei no meu colo, afundando a minha cabeça entre as minhas pernas na sequência para segurar a minha vontade de chorar. Que se dana-se o que a Sra. Tedesco ia pensar! Tudo o que eu queria era voltar para Cancún e viver aqueles cinco dias ao lado do Luan de novo.
 

***
 

Quando o avião aterrissou no Brasil, segui até a porta de desembarque para abri-la e me despedir dos passageiros.
 

Vi que o Luan ficou por último na fila e agradeci mentalmente por ele ter feito isso.
 

- Obrigada por voar com a gente! Esperamos revê-los em breve! – Disse a frase padrão ao ver o Lú passar por mim.
 

- Até breve, Maria – Ele sorriu daquele jeito que me encantava.
 

- Não sorria para mim, não sorria... – Pedi me derretendo toda por ele.
 

- Então não me olha desse jeito, uai – Ele retrucou parando por um instante na minha frente e pegando de leve a minha mão antes de descer a escada de desembarque. Da porta da cabine do comandante, a Sra. Tedesco nos observava com uma expressão nada amigável no rosto.
 

- Até breve, cariño – Disse para mim mesma enquanto via ele chegar ao final da escada e seguir pela pista de pouso se juntando aos seus familiares – Até breve!
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Notas finais do capítulo: 
E a pergunta que não calar: Malú e Luan não se viram mais?
Como eu sou muito "boazinha" e gosto muito de tratar todas as minhas leitoras no "leite condensado", eu conto isso para vocês lá no Epílogo, ok?
Mate a sua curiosidade no próximo capítulo!

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