segunda-feira, 29 de abril de 2013

"Deixou Digitais..."

E aí, meninas? Prontas para mais um "causo" do Vida de Luanete?
 
O VDL dessa semana chega à Cidade Maravilhosa, mais especificamente ao Projac (Tá pensando o quê? Somos divas, rapáiz!), e conta a história da Daniela Noronha: carioca e fã do Luan desde maio de 2011. (Adoro gente que é fã desde 20011, como eu!)
 
Dani, a nossa Gata Garota do dia, já tem no currículo algumas loucuras pelo Lú, tipo dormir no banco do shopping depois de uma apresentação do Nego e fazer uma maratona de dois shows + ida ao aeroporto no mesmo dia para tentar ver o Divo. Mas a maior de todas é, sem dúvidas, a tatuagem que ela fez para o Luan! Sim, você não leu errado, ela realmente fez uma TA-TU-A-GEM em homenagem ao Nego!
 
Tá aí tentando entender o quê o Projac tem a ver com a tatuagem da Dani? Então senta que lá vem história! E história com direito a trilha sonora especial! (Vale lembrar que os trechos entre aspas são os narrados pelo Dani e tudo que estiver entre [...] são os meus comentários, ok?)
 

“Tudo aconteceu no dia 19 de dezembro de 2012 quando o Luan foi gravar o Caldeirão do Huck. E, como uma boa e louca Luanete, lá fui eu sair de casa às 6h da manhã para fazer a minha maratona de fã. Mas com o trânsito carioca, acabei chegando atrasada no Projac”. [ Três verdades universais dessa frase: 1 – Luan já é sócio da Globo. O pessoal do Projac precisou, PUF, lá vai o Lú gravar programa, fazer novela... Até de comentarista ele andou fazendo uma “pontinha”. Tá puxado para o nosso Nego, viu?! 2 – Deus ajuda Luanete que cedo madruga. Portanto, vai fazer uma loucura pelo Lú? Primeiro passo: Coloque o celular para tocar cedo! 3 – Luanete que é Luanete SEMPRE tá atrasada e na correrria! Mas também pudera... A gente precisa carregar cartaz, celular, máquina, e no caso da My o pé de abacate... É muita coisa para organizar... O Kit Luanete é demais! Rs!).

“Cheguei ao Projac às 10h15 da manhã acompanhadas com duas amigas: a Gí e a prima dela que eu não gravei o nome” [Sempre tem a prima de fulano que a gente NUNCA lembra o nome, né? Sei como é...]. “O lugar já estava uma loucura! Luanetes e Luanáticos para todos os lados! Tinha até um FC ‘famoso’, os ‘Tops Cariocas’, que estavam de ‘papinho’ dizendo que a Dagmar (que ainda era assessora na época) pediu para fazer uma listinha, e que se o nome não estivesse na lista a pessoa não poderia abraçar o Luan. Eu apenas debochei. Queria ver quem me impediria de tocar no Lú! Todo mundo sabe que Luanete brava é pior que cão nervoso, né?” [Ok, todo mundo já sabe: Se não quiser ver a Dani brava, nada de listinhas com ela, combinado?]
 

“Ficamos lá esperando e nada desse guri aparecer! Duas horas da tarde e nada do Luan! Eu já estava ficando muito nervosa quando, de repente, vejo a famosa e tão esperada van espelhada aparecer e causar todo aquele efeito que o ídolo tem sobre uma fã: choro, arrepio, moleza... Mas para o nosso azar, o Lú estava super atrasado. Pelo menos foi isso que o Rober (aquele gordinho com a Testa mais famosa do Brasil) disse, né?! O secretário desceu da van e disse que o Luan nos atenderia assim que a gravação acabasse na primeira entrada do Projac (aquele lugar é cheio de entradas, gente!).
 

Sendo assim, a única opção que restou a mim e as minhas amigas foi implorar para o organizador do programa arrumar um jeito de nos por pra dentro. Aquele ‘vacilão’ nos deu falsas esperanças dizendo que uma caravana havia faltado e que daria para eu e as meninas com quem fiz amizade participar da gravação. Na hora ele até perguntou se éramos um fã-clube. Sem combinar nada a gente disse que sim, que erámos do FC ‘Tudo Pelo Luan Rafael”. [Nome bem propício para o momento, né? Fala sério, o que a gente não faz por esse Divo? É realmente tudo pelo Luan Rafael!]
 

“Depois que o homem encheu os nossos coraçõezinhos de esperança, ficamos lá esperando ele voltar e nos chamar para participar do programa. Fazia um sol de 38 graus, eu estava com um sapato de salto (Sim, eu sou louca!) e morrendo de sede... As gurias arrumaram um lugar na grade bem embaixo de uma árvore para refrescar o calor. Mas o que eu ia fazer com a sede que estava sentindo? Mesmo assim a gente não arredaria o pé dali por nada enquanto aquele homem não voltasse!
 

As horas foram passando e a gente lá. Da onde estávamos conseguíamos ouvir a gritaria do povo. Provavelmente estavam anunciando as atrações do programa e nada do cara voltar! Quando a gente percebeu que só havia restado o nosso grupinho ali as nossas esperanças cresceram mais ainda! Muito tempo se passou e nada do rapaz...
 

Nisso começou a chover! Mas começou a chover mesmo, aquela chuva super forte e de vento! Eram oito meninas e apenas UM guarda-chuva! Imaginem a cena!” [Dois comentários sobre esse trecho: 1 – Vamos mudar aquela antiga Lei da Física que diz que “dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço” para “oito Luanetes não ocupam o mesmo espaço sob o mesmo guarda-chuva!" Rs! 2 – Na boa? Nada, mas ABSOLUTAMENTE NADA deu certo até agora no dia da Dani! Gente, acho que eu já teria sentado e começado a chorar a uma altura dessas! É MUITO AZAR para uma fã só! Tá que pariu, hein?!]
 

“Ficamos super molhadas, mas a esperança de entrar no programa não ia embora. Ninguém sairia dali nem para ir na primeira entrada do Projac, onde o Roberzinho [reparem na intimidade!] havia dito que o Luan atenderia as fãs.
 

Porém, a fome falou mais alto! Lá pelas 17h50 todas nós resolvemos comer alguma coisa na lanchonete que ficava de frente para o Portão 4, umas duas ruas depois de onde estávamos (Imaginem como estavam os meus pés em cima daquele salto andando de uma lado para o outro!). Sentamos um pouco para descansar e aproveitamos para assistir Malhação (Bem top assistir Malhação no Projac! Rs!). Depois vimos uns atores dessa novela passando. As meninas correram para tirar foto, mas eu não gostava de Malhação e estava super cansada por isso nem fui!” [Dani esnobando os Globais! Muita chiqueza!]
 

“Enfim voltamos para o nosso lugar ainda com esperanças do homem voltar e deixar a gente entrar no finalzinho do programa”. [Fala sério, isso que é ser brasileira e não desistir nunca, hein?!]
 

Depois de tanto esperar, resolvemos desistir [ALELUIAAAAAA!] e ir tentar o abraço do Luan no Portão 1 do Projac, como o Rober havia avisado. Eu estava morta, com os pés doendo e cheios de bolha, mas como uma boa Gata Garota não desci do salto. Fiquei lá, firme e forte!
 

Quando estávamos indo para o tal portão, a gente viu a galera toda que já tinha ido embora voltando a passos largos. Sem entender ‘patavinas’, perguntei para Gí: O que será que está acontecendo lá na frente? Aí a Bruna, uma das meninas que estavam com a gente, já foi logo perguntando para o pessoal o quê estava rolando. Uma menina super mal educada passou direto e nos ignorou, uma segunda passou e disse que não estava acontecendo nada... Então eu, morrendo de curiosidade, já fui logo me metendo! Foi aí que um intruso que vinha láááá atrás me respondeu aos gritos: O LUAN ESTÁ VINDO PARA A GRADE DO PORTÃO 3!” [Fala sério, os Luanáticos são tão... MARA’s, né? Adoro todos, embora eu conheça só um!]
 

“Eu já não sentia mais os meus pés de tanta dor, mas lhes garanto que não fiquei para trás! Fui rápida como uma lebre e consegui uma das melhores partes da grade”. [Melhor parte da grade? Tipo assim, Grade setor A, correspondente ao camarote de uma balada, Grade setor B, top; mas não tão top assim, Grade setor C e por aí vai...Até a grade do Projac é chique, a verdadeira cara da riqueza!]
 

“E se vocês pensam que o Luan apareceu logo de cara, engano de vocês! O guri demorou mais de uma hora e meia para dar as caras! Mas só a ideia de que o Lú iria aparecer já nos deixou animados! Ficamos cantando e tirando fotos (morrendo de medo da bateria acabar, né?), enquanto esperávamos.
 

Acabamos nos dividindo em dois grupos: Um ficou na Entrada dos ‘Famosos’, por onde o Luan entrou e o outro (o meu grupo) ficou na grade perto de onde o programa estava sendo gravado. Ninguém sabia ao certo onde o Lú iria aparecer, então toda hora alguém do nosso grupo ia até a Entrada dos Famosos para ver se tinha algum sinal do Nego. Como o pessoal do outro grupo não estava muito afim de colaborar, nós combinamos assim: Se o Divo aparecesse na grade ninguém iria gritar para não chamar atenção do outro grupinho”. [Isso me lembrou aquelas gincanas da escola, saca? Equipe Amarela contra Equipe Azul, quem somasse mais pontos vencia... Ri alto dessa rivalidade entre os dois grupos! Já fico imaginando o grito de guerra: Passou, passou, passou um avião, e nele estava escrito que o Grupo da Grade é Campeão...]
 

“Como uma boa equipe que éramos [Grupo da Grade líder do rolê! Rs!], toda hora alguém se levantava e ia lá na área dos famosos para dar uma ‘espiadinha’. Teve até um momento que ouvimos uma gritaria e todo mundo saiu caiu correndo. O desespero foi tanto que deixei minha bolsa de lado e corri [Dani rápida como uma lebre], de salto mesmo, [Dani rápida como uma lebre de salto] para ver o que era.
 

Quando chegamos na outra saída, vimos que era apenas a Dagmar e o Juju saindo. Fiquei toda boba porque o Juliano me reconheceu [Para todo mundo entender: Dani tirou foto com ele em um show que rolou duas semanas antes dessa gravação no Projac]. 

Quando cheguei perto ele me olhou e disse: “Não, você já tirou foto lá no show!”, depois ele veio, me abraçou e perguntou se eu estava bem! Super simpático esse Juliano! Depois ele e a Dag precisaram entrar e não deram nenhum sinal de vida de onde o Lú iria sair! [Essas meninas desse VDL são muito tops, né?! Mais uma brother da Banda LS!]
 

“Voltamos para os nossos lugares com o mesmo objetivo: Não gritar quando o Luan aparecesse! Já era 20h10 da noite e nessas alturas eu já estava sentada no chão, quando uma menina levantou para ver se tinha algum sinal do Lú na outra saída. Ela olhou para dentro do Projac e na mesma hora já começou a chorar com a mão na boca. Nessa hora tudo o que combinamos foi pro pau porque ela berrou: AI MEU DEUS, O LUAN!” [ Fala sério, Luanetes são responsáveis pela maior gritaria da porra. Era claro que esse plano não ia dar certo, né gente!]
 

“O desespero tomou conta de todos. A galera que estava na outra saída veio correndo, nós já nos levantamos grudando na grade e o Luan veio lindo em nossa direção com uma blusa verde florescente ou amarela, não sei distinguir”. [ Para mim é amarela. Vejam a foto ali embaixo e digam o que acham, ok?]
 

“Quase tive um treco quando ele parou para tirar foto com a menina do meu lado e eu não conseguia achar a minha câmera. Sem pensar duas vezes, peguei naquele ‘bração’ e fiquei que nem uma boba falando e o apertando de leve: Meu Deus, ele tá tão fortinho, tá tão lindo, ahhh eu quero pra mim! Nossa, como ele tá gostoso!”. [Pausa para todo mundo imaginar os olhos da Dani brilhando, ela agarrada no Lú que nem carrapato e dizendo sem parar: Como ele tá gostoso, como ele tá forte... Só faltou tocar ao fundo ‘Deixou digitais em mim...”
 

Não sei vocês, mas eu ri aqui! Mas tudo bem, tudo isso é culpa do que eu chamo de “Efeito Luan”, que faz a gente perder o juízo, a razão, o ar, o chão e todo o resto quando estamos perto do Nego. Eu te entendo, Dani! Eu te entendo...].
 

“Ele ficou rindo tanto de mim que não conseguiu bater a foto com a outra menina. Aí ele desistiu de tentar e olhou para mim SUPER sorridente, me distraindo para enfim conseguir posar com a guria! Depois ele já foi saindo, mas eu gritei para ele voltar e tirar uma foto comigo. Nisso a minha amiga Gí, que estava junto comigo, também pediu uma foto. Aí o Lú voltou, pegou a câmera da Gí e disse: Vou tirar com ‘cês’ duas e você passa para ela, fechou?
 

A Gí nem precisou responder! Aquele momento foi um sonho! Eu estava horrível, mas mesmo assim achei a foto perfeita!
 


 

 “Logo depois que posou com a gente, o Nego foi embora, nos deixando com a famosa ‘Depressão Pós-Luan’.
 

Naquele dia eu decretei que faria uma tatuagem em homenagem ao Luan no braço que usei para tocá-lo. Três meses depois, cumpri essa meta e tatuei o “S” de Santana” [Muito corajosa essa menina, né?! Mas a tatto ficou linda por demais! Eu amei muito! Olha a foto aí embaixo...]
 


 

“E agora o meu objetivo é conseguir o meu tão sonhado abraço e mostrar a minha tatuagem para o Lú! Dia 18 de maio tem show dele por aqui. O ingresso já está comprado e a fé já está no coração! Tenho certeza que Deus está comigo e que dessa vez vou mandar o e-mail para o camarim e vou ser uma das ganhadoras. Daí já vou ter mais uma história de Luanete para contar. Torçam por mim!”
 

Ahhh Dani, já estamos torcendo! Vai com tudo gata garota, e MUITO OBRIGADA pelo seu depoimento! 

E quando encontrar o Lú, pede para ele cantar a música de vocês:“Deixou digitais em mim....”. E se ele topar, já aproveita e pede também pra ele te dar a mesma juntada que dá na Marloca! Vai que cola, né?!

(*)
 

E você? Tem alguma história com o Lú para contar também? O que acha de dividir o seu “causo” aqui com a gente? Então é só gritar no Twitter, no Face, no Ask ou aqui no blog mesmo! Bora compartilhar as loucuras e as emoções que vivemos pelo o nosso Divo!
 

E ó, quem quiser ser avisado de novas postagens aqui no VDL é só dar um toque lá no TT, ok? Vou montar uma lista para cá também!

Beijo gurias! Semana que vem tem mais!

E não esqueçam: Acredite! *** 

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Capítulo 6 - Dia de Folia - Parte II

Notas iniciais: Avisos aos navegantes: A partir desse cap a coisa fica séria de verdade!
Aproveitem! xD
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No capítulo anterior:

- Vem cá, me dá a sua mão... – Ele me pediu. Fiz o que ele disse e juntos entramos no corredor que dava acesso ao camarote. O Anderson e a Dag seguiam atrás de nós. Como previ, o lugar estava cheio de repórteres e fotógrafos autorizados a cobrir o evento.


Assim que entramos, os flashes “pipocaram” nos cegando e “choveu” perguntas em cima de nós.

“Luan, como é estar acompanhado em um evento?”

“Luan, o ex da Cristal não te incomoda?”

“Cristal, você tem notícias do Diogo?”

“Cristal, você ficou traumatizada depois de tudo o que aconteceu com você?”

“Cristal, como você avalia a crise no estaleiro Star Marine?”

“Luan e Cristal, vocês não pensam mais em voltar a trabalhar juntos?”

Eram tantas perguntas ao mesmo tempo, que acabei ficando um pouco tonta. Respirei fundo e olhei para o Lú, que me olhava com uma expressão um pouco tensa no rosto. “Calma Cristal, calma”, falei, tentando arrumar um jeito para sair daquela “saia justa”.

Mal tive tempo de pensar, quando uma segunda rodada de perguntas “caiu” sobre nós.

“Luan e Cristal, por que vocês demoraram tanto para assumir o namoro? Vocês estavam com medo da reação das fãs?”


“Cristal, por que você saiu da equipe do Luan? E como anda o seu relacionamento com a família do Diogo? Você tem notícias dele?”


“É verdade que vocês brigaram depois que as fãs quase te bateram Cristal?”

Oi? Quase bateram em mim? Terminar o namoro? Nossa, às vezes os meus colegas de profissão exageravam demais nas perguntas...

Encarei todos aqueles repórteres com uma expressão um pouco irritada no rosto. Como era que as celebridades aguentavam aquele “bombardeio” em todos os lugares? Ao meu lado o Luan encarava todos sorrindo meio sem jeito.  

Nos bastidores, a Dagmar assistia a nossa “execução” com uma expressão assustada no rosto. Olhei para o Anderson. Ele retribuiu o meu olhar com uma expressão gentil no rosto e depois fez um gesto com a mão indicando que estava tudo bem e me pedindo para me manter calma. Não sei o porquê, mas aquilo me ajudou. Foi como se clareasse as minhas ideias... Logo eu me lembrei das minhas aulas na faculdade, quando o meu professor de “Técnicas de Entrevista” deu exemplos de como pessoas importantes “fugiam” de perguntas indesejadas. Sorri confiante. Era agora que eu iria virar o jogo...

- Estou adorando estar aqui! Sempre quis ver assistir o Carnaval do Rio de perto... – Falei, rindo exageradamente e olhando para o Luan toda “derretida”. A minha intenção era dar uma de “louca”, fingir que não tinha ouvido nenhuma das perguntas e que estava “amando” estar ali ao lado do amor da minha vida, bem no estilo “novela água com açúcar”. Ninguém precisava saber tudo o que acontecia por trás dos nossos sorrisos “falsos”...

- Ahh, isso é verdade! A gente não vê a hora de ver os desfiles! É uma das coisas mais bonitas do mundo ver as pessoas dando o “sangue” pela escola, ver as fantasias, é top demais! – O Lú emendou outro comentário ao meu, também sorrindo mais confiante – Tenho certeza que vamos curtir muito a festa. Vamos aproveitar para “namorar” um pouco e ficar juntos, né Vida?

Abri um sorriso de orelha a orelha de volta. Curtir uma noite ao lado do Luan e poder “namorar” com ele sem ter que enfrentar fãs, mídia e ex-"namorados" malucos era tudo o que eu queria. Já considerava aquilo um sonho de consumo...

Vendo a minha reação, o Luan piscou para mim, fazendo charme, e me puxou para mais perto dele, passando a mão pela minha cintura. Seguindo o "ditado" de que “uma imagem vale mais que mil palavras”, todos os repórteres cessaram as perguntas e foi a vez dos fotógrafos começarem a trabalhar, loucos para registrarem aquele momento.

Aproveitei a “brecha” e chamei o Lú baixinho para ir. Ele acenou para o pessoal da mídia querendo dizer que estava saindo e seguimos em direção ao camarote, onde a festa estava acontecendo. Pelo canto do olho vi a Dag e o Anderson nos seguirem, a assessora ainda com uma expressão estranha no rosto.

Passamos pelas pessoas, cumprimentamos vários famosos pelo caminho e depois andamos até uma espécie de área aberta, de onde era possível ver a Avenida do Samba mais de perto. Uma escola, que eu não tinha ideia de qual era, estava animando os foliões na arquibancada. Eu nunca fui fã de Carnaval. Para mim a data só era legal porque a minha cidade, Ilhabela, localizada no litoral norte de São Paulo, sempre ficava cheia de turistas nessa época. Era ótimo ver a cidade “fervilhando” de gente nova...

- Pronto vidinha! O pior já passou... Agora é só aproveitar – O Lú me deu um beijo rápido, acariciando o meu rosto.

- É sim... – Tentei parecer tão tranquila quanto ele – Vida, vou dar um pulo no banheiro e já volto – Avisei o deixando sozinho e praticamente correndo até o toilet. O lugar não estava vazio, mas as poucas mulheres que estavam por ali retocando a maquiagem e fofocando pareciam não se importar com a minha presença.

Olhei ao redor. O banheiro era amplo, decorado com espelhos, tapetes e até “pufs” e contava com uma equipe de limpeza para deixar o lugar impecável. O lugar, mesmo sendo um banheiro, esbanjava sofisticação e riqueza. Tudo o que eu “não curtia”... Mas já que eu estava ali, resolvi me aproveitar da decoração e me joguei em um “puf”, respirando fundo várias vezes. Eu tinha me saído bem “despistando” os repórteres, mas quanto tempo mais eu iria aguentar aquela pressão? Será que toda vez que eu saísse com o Luan seria aquele “ataque”, aquela loucura? Será que algum dia nós seríamos um casal normal que sai junto para se divertir e namorar? Será que eu estava pronta para encarar tudo aquilo? O Lú precisava de alguém capaz de acompanhá-lo no meio daquele “turbilhão” que era a sua vida e eu tinha medo de ser frágil demais para enfrentar aquele desafio. Todo mundo achava que eu era forte, mas na verdade eu era...

- Cristal? – Ouvi alguém me chamando, interrompendo os meus pensamentos.

Levantei a cabeça para encarar quem falava comigo. – Dagmar? – Não consegui esconder a surpresa na minha voz. Ela era a última pessoa que eu imaginava que apareceria ali querendo conversar.

- É que eu achei você meio pálida e assustada quando saiu para vir
 ao banheiro. Achei melhor checar se você estava bem – A Dag me respondeu com uma voz suave, bem diferente da hostilidade dos últimos tempos.

- Hããã... Eu tô bem sim – Menti me ajeitando melhor no puf para melhorar a minha aparência.

- Cristal... Eu... – A Dag parecia constrangida – Eu queria te pedir desculpas. Você estava certa! Não foi uma boa ideia você encarar os repórteres ao lado do Luan. Eu fiquei com medo de todas aquelas perguntas por você... O pessoal pegou pesado! Eu achei que eles iriam querer saber coisas "bobinhas", tipo... essas “coisinhas” de casal, sabe? – Ela se justificou me parecendo bem franca.

- Tudo bem, Dag. Eu te entendo... Se fosse qualquer outra menina, talvez fosse isso mesmo. O problema sou eu, o meu passado... - Lamentei. Eu nunca odiei tanto o Diogo como naquele momento. Se não fosse ele e tudo o que ele me fez, a minha vida seria mil vezes mais fácil.

- Sabe Cris, acho que o pessoal tem razão... As coisas mudaram. O Luan cresceu, o sucesso dele só aumentou... Hoje em dia tudo saiu do controle, a fama dele cresceu demais, tudo tomou uma forma muito grandiosa... Acho que eu sinto um pouco falta da época que tudo era mais simples, da época que o Lú era só um menino e que eu tomava conta dele como se fosse o meu filho... – Vi a assessora começar a desabafar, os olhos marejados de lágrimas – Acho que eu preciso mesmo de um tempo, umas “férias” dessa bagunça toda... Acho que estou “surtando” já, implicando com você por causa do “carinho” que eu sinto pelo Luan... Mas ele não precisa mais de mim e, talvez... Nem eu precise disso tudo aqui mais...

- Dag... – Fiquei sem saber o que falar. Ela estava querendo desistir de tudo, era isso?

- Dagmar, querida... Vi o Luan e fiquei te procurando para colocarmos o “papo” em dia – Uma morena alta, que eu achava ser a assessora do Michel Teló, apareceu de repente.

- Oi querida! Vi o Michelzinho por aí também... Esses nossos meninos não perdem uma, né? – A Dag comentou disfarçando bem os seus sentimentos.

As duas “engataram” uma “conversa de banheiro” do tipo “Como você tá bonita!” e “E as novidades? Trabalhando muito?” e eu sai de “fininho”, torcendo para que elas não me chamassem para participar daquele papo “chatético”.

Voltei ao “agito” do camarim onde um DJ animava o pessoal que preferiu ficar curtindo a festa na parte interna ao invés de ver os desfiles das escolas. Fiquei meio perdida no início em meio a tanta gente. Não sabia muito bem para onde ir, por isso parei por um instante e tentei localizar o Luan ou Anderson. Corri os olhos por todo o lugar, sem encontrar nenhum dos dois. Bom, talvez eles ainda estivessem me esperando na parte externa...

- Mas olha quem eu vejo por aqui, a “riqueza”! – Ouvi alguém parado ao meu lado me perguntar.

Oi? Riqueza? Onde mesmo eu já havia ouvido isso?

- Não tá lembrando de mim, né? – O rapaz parado ao meu lado me perguntou – MC Felino. Encontrei com você e com o Luan no elevador do hotel lá em Floripa.

Assim que ele falou eu reconheci o sotaque carioca bem carregado, o jeito de funkeiro do rapaz e o modo “único” de se vestir. Caraca, aquele MC não perdia uma festa! – Ah, lembro sim! Mas que coincidência te encontrar por aqui...

- Tô sempre por aí, riqueza! Mas que cara de triste é essa? É carnaval e você tá no Rio! Aproveita a festa! – Ele quis saber. Sorri com o som do “s” na palavra festa. Eu achava o sotaque carioca fofo.

- Triste? Impressão sua... – Tentei desconversar.

- Tá tristinha, sim... Mas ó, você é uma Felina... E os gatos sempre caem em pé, não se esquece disso... – Ele me aconselhou com um tom sério.

Oi? Felina? E que papo doido era aquele de gatos caírem de pé? Será que ele tinha bebido?

- Ahhh, aí tá você, né? Não posso te largar um minuto que você some né, bandida? – O Lú apareceu ao meu lado do nada já colocando um dos seus braços em volta da minha cintura em um claro sinal de “Ela tem dono, cara”. Ri do jeito ciumento do meu namorado.

- Lú, lembra do MC Felino que a gente conheceu lá em Floripa? – Perguntei também o abraçando.

- Ahhh, lembro... – O Lú se segurou para não rir. Com certeza ele lembrou da “bagunça” que fez comigo no elevador depois que o Felino se despediu – E aí, cara? Tudo certo? – Vi meu namorado cumprimentar o MC com um aperto de mão.

- Tudo certíssimo, “parça”. Só curtindo o movimento... Mas com a vossa licença, vou ali falar com os meus “brothers” que estão me esperando. Aproveitem a festa, "realezas"! – O Felino se despediu e saiu de perto de nós indo se juntar ao seu grupo de amigos.

- Esse cara gostou mesmo de você, hein “Felinete”? – O Luan tentou disfarçar, mas estava morrendo de ciúmes por dentro.

- Tá pensando o quê? Que só eu preciso me preocupar com a concorrência? – Me aproveitei da situação para provocá-lo ainda mais.

- Ahhh, tá loco hein Vidinha? Desse jeito não largo mais “docê” nessa festa... Eu disse que você tava linda demais com essa roupa e que a “homarada” toda ia cair matando em cima – O Lú reclamou encarando o meu decote e depois o meu shorts.

- Ahhh, minha roupa não tem nada demais!  E foi a sua própria irmã que escolheu – Defendi o meu lado.

- Vou ter uma conversa séria com a Bruna quando chegar em casa – Meu namorado sentenciou com a voz firme – Mas vem cá, nega, me fala o que o seu “fã” estava te falando...

- Hum... Nada de mais. Ele só perguntou se eu estava triste e disse algo a ver com “os gatos caem de pé”... – Respondi simplesmente.

- E por que você estava triste? – O Lú quis saber – E nem adianta tentar “fugir” da resposta, porque eu já estou craque em te “pegar no pulo”. Te conheço Cristal, te conheço... Você me deixou lá fora com uma cara de quem ia “abrir um berreiro”...

- Hããã... Não foi nada demais... É que às vezes eu fico pensando se a gente algum dia vai poder sair e curtir como um casal de namorados comuns faz – Acabei desabafando já que naquele caso não ia adiantar tentar mentir. Era com o Lú dizia: Ele conhecia cada desculpa esfarrapada que eu usava. Bom, quase todas, pelo menos...

- Mas é claro que a gente pode, uai! – Ele me respondeu de imediato – Mas eu vou confessar que eu não sei o quê um namorado comum faz... – Meu namorado deu de ombros, meio sem jeito.

Ri do comentário dele. O Luan conseguia se apresentar para multidões de pessoas, mas não sabia ser um cara “normal” – Ok, vou tentar te ensinar. Você pode começar pegando alguma coisa para a gente beber...

- Opa, é pra já... – Ele olhou para um lado e depois para o outro. Quando localizou o que procurava, caminhou até um garçom e pegou duas latinhas de cerveja para nós – Tá aqui, ó! Primeira missão cumprida, Vidinha – Ele se gabou, rindo que nem uma criança. Senti meu coração falhar uma batida. Aquele sorriso ainda conseguia me deixar desnorteada... Eu nunca conseguiria me acostumar com aquilo!

- Muito bem, muito bem! – Ri antes de dar um gole na minha bebida – Agora a gente precisa ter um papo de casal “normal”. Tipo comentar sobre a nossa família, tirar foto para fazer inveja nos amigos, comentar as fofocas dos nossos trabalhos, reclamar do chefe... – Sugeri.

- Reclamar do chefe? Pô, acho que o Anderson é um “tranqueira”, rapá... Foi contratar justo o “Testa” para ser o meu secretário... – O Luan se fingiu de “bolado”.

- Muito “tranqueira” mesmo. E depois foi contratar aquela tal de Cristal para ser sua assessora – Comentei, irônica.

- Ahhh, mas isso aí ele acertou, viu? Pena que essa Cristal era “braba” demais e não me dava bola... - Ele entrou no clima da brincadeira.

- Acho que não era ela que não te dava bola... Talvez fosse você que não soube como conquistá-la – Provoquei.

O Luan não disse nada. Apenas me olhou com uma cara que queria dizer “Vou te mostrar quem não sabe conquistar alguém aqui”. Precisei respirar fundo para resistir aquele olhar e não pular no pescoço dele. Ao invés disso, ouvi a música que o DJ estava começando a tocar e pensei em algo para provocar o Lú ainda mais.

*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=wzS61Jennkw ***

- Mas me fala uma coisa... Se essa Cristal dançasse para você assim... – Parei de falar e comecei a balançar o corpo no ritmo da batida, tentando parecer sensual jogando o cabelo, me achando a mais top da balada. Da onde saiu a coragem para fazer aquilo eu não sabia. Talvez fosse o meu lado “Maluquete” falando mais alto – Se ela dançasse assim, você diria que ela está te dando mole?

- Olha rapá, eu diria que ela estaria doidinha para colocar o clima lá em cima... – Ele disse baixinho no meu ouvido antes de colar os nossos corpos e começar a dançar junto comigo – “Alto, em cima, alto, em cima...” – Ouvi o Lú cantar para mim colocando a mão na minha cintura e me fazendo a rebolar junto com ele.

- Olha, se eu sou essa Cristal, eu diria que é você que está me dando muito mole – Tornei a provocar, ainda dançando com ele.

- É que não te como resistir à Cristal. Quanto mais essa Nega foge de mim, mais louco por ela eu fico...

Foi impossível não abrir um sorriso de orelha a orelha depois de ouvir isso. Resolvi que já era hora de parar de fazer charme e tasquei um baita beijo nele, me esquecendo completamente que estávamos em público em um evento cheio de fotógrafos. Acho que eu realmente tinha levado a sério a ideia de fingir que éramos um casal normal...

- Sabe que você até daria uma boa Cristal, Nega? Já tá sabendo me deixar “louquinho”, que nem ela faz... – O Lú riu depois que terminamos de nos beijar.

- Ahhh, Lú... – Fiquei meio sem graça e o abracei, apoiando a cabeça no seu ombro – Hum... Não olha agora, mas acho que estamos sendo observados por uma fã sua – Comentei após reparar uma menina que nos olhava atentamente.

- Uma nega? Cadê? – O Luan começou a procurar por todos os lados, ignorando completamente a parte do “não olha agora”.

- Ela tá ali, Lú – Indiquei com o olho a direção onde a menina estava – E sabe que eu adoro essa sua “discrição”, né? – Ri do jeito dele.

A menina percebeu que estávamos falando dela e resolveu se aproximar – Oi, eu sou a Thayná, ou só Thay – Ela disse com a voz bem nervosa.

- Oi Thay! – Respondi.

- E aí, negola? – O Lú cumprimentou.

- Desculpa... Não queria atrapalhar, mas... Ai gente, vocês são um casal tão divástico! Cris, você é linda! – Ela disse mexendo as mãos demonstrando sua ansiedade.

- Divástico? Essa é boa! – Ri do comentário dela.

- Ela não é linda mesmo, nega? Fala aí se eu não tenho bom gosto... – O Luan aproveitou para se gabar.

- É muito mesmo! Cristal, eu trouxe um presente para você! Queria que você postasse no seu Instagram também – A Thay pediu me entregando um saquinho de veludo vermelho pequeno. Era impressão minha ou ela era mineira?

- Para mim? Poxa, obrigada! – Aceitei o pequeno embrulho. De dentro dele tirei uma pulseira de prata decorada com três pequenos cristais que ficavam “pendurados” com pequenos fios também prateados. A peça era delicada e muito bonita – É linda, Thay!

- Capáiz mesmo... Agora as minhas negas dão presente pra Cristal e esquecem de mim... – Dava para acreditar que o Lú estava com ciúmes?

- Calma Luan... Tem presente pra você também! – A Thay disse tirando um segundo embrulho de veludo da bolsa e entregando para o meu namorado. Ele abriu o presente todo animado e tirou lá de dentro um terço de muito bom gosto – Já tá “benzido”, viu? Fui à missa só pra pedir pro padre abençoar o terço para você!

- Ô amore, muito obrigado, viu? – O Lú agradeceu segurando o terço na mão.

- Posso tirar uma foto com vocês? – A Thay nos pediu.

- Claro! Vamos tirar a foto mostrando os presentes, aí eu já posto no Instagram – Sugeri.

- Ai Cris, seria perfeito! Pera, vô pedir para o garçom tirar – Ela chamou um dos garçons que estavam passando por ali, entregamos os nossos celulares para ele e fizemos pose para foto. Depois ela deu um abraço em cada um de nós e saiu, deixando eu e o Lú sozinhos de novo.

- É, acho que o nosso plano de ser um “casal normal” foi pro pau... – Comentei.

- Foi mesmo, vidinha! Mas a culpa foi sua, né? Tá loco! Tô feio nos pano, mesmo. Quase que fico sem presente - Ouvi o Luan resmungar todo enciumado.

 - Quer saber de uma coisa? Acho que ser uma namorada “normal” deve ser muito chato... Afinal, casais “normais” não tem um amor como o nosso não é? – Perguntei.

- Não... E nem ficam juntos até o fim, para o que der vier... – O Lú completou beijando o meu ombro nú.

- E namorados “normais” não tem a “juntada” mais desejada desse “neverso” – Pisquei pra ele querendo provocar.

- Cristal, Cristal...  Normal ou não normal, se “ocê” continuar fazendo isso, juro que não me seguro e te carrego dessa festa pro meu quarto agora mesmo – Meu namorado se fingiu de sério, como se estivesse chamando a minha atenção.

- Tô pagando pra ver! – Respondi bem baixinho no seu ouvido.

- Cristaaaaal... – Ele disse o meu nome em tom de advertência.

- Luaaaaan – Imitei o seu tom colocando a mão na cintura.

- Até que enfim achei os dois! Ó, vocês precisam circular pela festa, casal! Vão ficar aí, “amuados” nesse canto? – O Anderson apareceu acompanhando de sua esposa nos interrompendo. Lembrei que ele comentou que a sua mulher nos encontraria no camarim mais tarde.

- Já “tamô” indo já, cara! Eu e a Cris estávamos só resolvendo uns “trem” aqui – O Luan piscou para mim.

- Não estavam brigando, né? Porque vocês dois adoram uma briga... – O empresário brincou.

- Ahhh não... Eu e a Cris não brigamos mais, não é Vidinha? – O meu namorado comentou rindo.
- Ótimo! Luan, agora vem cá! Quero te apresentar para umas pessoas – O Anderson chamou já levando o Lú de perto de mim e me deixando com a sua esposa. Só tive tempo de mexer a boca dizendo “Tranqueira” sem emitir som e vi o Luan sair rindo do meu comentário. Dois minutos depois o meu celular tocou. Era um SMS do Lú:

“Hoje vc não vai fugir de mim, hein? Te encontro nem que tenha que procurar nesse Rio de Janeiro véio de cabo a rabo. Tá pensando o quê? Pode ficar me provocando assim não, muié...”

Sem pensar duas vezes, respondi:

Se essa tal Cristal fugir de você hoje, me fala! Vou ter uma conversa séria com essa mocinha”

Sorri sozinha feito uma adolescente. Apesar do começo atribulado, a festa agora estava correndo bem... Talvez as pessoas estivessem certas: A Cidade Maravilhosa realmente tinha um “clima” diferente... Ou talvez isso fosse só eu e o Lú esquecendo toda a “pressão” e apenas vivendo como um “casal normal”. Fosse o que fosse, a noite prometia...

***

Eu estava correndo. O ar me faltava nos pulmões e as minhas pernas fraquejavam. Tudo estava escuro e a única coisa que eu enxergava na minha frente era uma torre muito antiga, que me lembrava os castelos medievais que víamos em filmes de época. Eu ouvia a voz do Luan me chamando, pedindo para que eu me  apressasse, mas eu não conseguia identificar de onde vinha a voz. Uma pessoa com uma capa preta e um capuz encobrindo o seu rosto vinha atrás de mim.

Eu já havia sonhado com aquela cena antes. Tudo era muito parecido com o meu primeiro sonho, inclusive o medo que eu sentia daquela pessoa misteriosa que me perseguia...
Alcancei a torre e comecei a subir as escadas que seguiam em espiral. Dessa vez pude reparar melhor que as paredes ao meu redor estavam gastas e sujas pelo tempo. Tropecei nos últimos degraus, mas não parei para ver os estragos... Eu ouvia o meu coração batendo dentro do peito e sentia que não aguentaria dar mais nenhum passo. Alcancei o topo, e me vi em um espaço amplo em forma de círculo, cercado por pequenas muretas que permitiam ver a escuridão dos arredores. Olhei em volta desesperada procurando pelo Luan mas não o encontrava em lugar nenhum. Fechei os olhos e tentei me concentrar para ouvir a sua voz mais uma vez, mas não tive resposta...

Desesperada, caí de joelhos, exausta demais para continuar fugindo. Quando tornei a abrir os olhos, vi a pessoa com a capa parada na minha frente, o capuz ainda encobrindo o seu rosto. Levantei e fiquei cara a cara com ela. Estiquei o braço para puxar o seu capuz para trás e um grito inesperado saiu da minha garganta quando vi a face da minha perseguidora...

Acordei suando frio e muito assustada. Por um momento me vi sozinha em um lugar estranho, o que fez o meu desespero aumentar mais ainda... Precisei de um minuto inteiro para conseguir controlar os meus nervos e me lembrar que estava em um quarto de hotel no Rio de Janeiro.

Procurei o interruptor do abajur até conseguir acendê-lo. “Calma Cristal, calma”, repeti para mim mesma respirando fundo duas vezes. Havia sido só um sonho. Um sonho ruim, mas só um sonho... Quando eu e o Luan chegamos no hotel naquela madrugada após sair do Camarote da Brahma algumas fãs estavam nos esperando. Como sempre, algumas delas não me recepcionaram muito bem e novamente eu ouvi algumas ofensas por parte das Luanetes. Talvez aquela fosse a razão do meu pesadelo. Eu havia ficado impressionada e estava me deixando afetar pela “implicância” das meninas... Bom, pelo menos era isso que a minha terapeuta diria...

Olhei meu celular: 5h23 da manhã, o dia já estava quase amanhecendo... Corri os olhos pelo quarto. Onde estaria o Luan? Foi só então que eu ouvi o som do violão vindo da sacada do quarto... Trocada pelo violão mais uma vez! Essa era a minha vida...

- Te acordei, Vidinha? – O meu namorado me perguntou ao me ver parada na porta da sacada, ainda com o celular nas mãos.

- Não, amor... Tive um sonho ruim e você não estava do meu lado... Fiquei preocupada – Falei fazendo mais drama do que eu realmente pretendia.

- Ô vida, vem cá... De novo esses pesadelos, é? – O Lú me chamou, colocando o violão de lado e me indicando o seu colo para que eu me sentasse.

- Pois é... Mas não deve ser nada de mais... Só um sonho ruim mesmo... – Falei enquanto deitava a cabeça no seu ombro me ajeitando no seu colo. Deixei meu celular entre as minhas pernas, desejando não ter o levado comigo para fora. Maldito vício que aqueles aparelhos causavam...

- Tava fazendo uma música para você... – O Lú disse acariciando os meus cabelos.

- Sério? Ahhh, quero ouvir! – Me derreti toda.

- Ainda não tá pronta, vidinha! E nem adianta insistir, só vou te mostrar quando estiver terminada! – Ele me provocou, rindo de mim.

- Ahhh não, isso é tortura, Luan! – Fiz um bico maior que uma “tromba”, cruzando os braços e fechando a cara.

- Ih... Vai ficar bravinha, é? – O Luan perguntou fazendo cócegas em mim. Me contorci toda no seu colo o que fez o meu celular cair no chão, perto do pé do Lú.

- Pera, vo pegar esse trem aqui pra você – Ele disse se esticando todo para pegar o aparelho no chão – Ih amor, você tem um e-mail não lido... Quem é que anda te mandando e-mail a uma hora dessas da madrugada, Cristal? – O Luan me perguntou fingindo estar desconfiado.

- E-mail? – Fiquei tensa de repente – Daqui, deixa eu ver – Peguei o celular da mão dele com um gesto rápido. Depois acessei a minha caixa de entrada e vi a mensagem que confirmou todas as minhas suspeitas.

“Aproveite bastante o Carnaval. Em breve você não terá muito o que comemorar...”

Prendi a respiração. Por que eu não vi aquilo antes?

- Dá isso aqui, Cristal. Deixa eu ver o que tem nesse celular que sempre te deixa com essa cara de quem viu um fantasma – O Luan disse depois que tomou o celular de mim, não me dando chance para evitá-lo.

Ele leu a mensagem que estava na tela e depois me encarou muito sério – O que é isso aqui, Cristal?

- Não é nada, Luan. Não precisa se preocupar – Tentei acalmá-lo.

- Como não? Cristal, tem alguém te ameaçando! Você já falou isso para alguém? Você já pediu ajuda? Vidinha, eu não posso deixar que mais nada de ruim aconteça com você... – Vi meu namorado ficar muito agitado, falando com uma voz muito urgente.

- Luan, calma... Tudo está sobre controle – Menti. A última coisa que eu queria era ele preocupado comigo.

- Sobre controle? Cristal, desde quando isso está acontecendo? Por que você não me contou antes? – Meu namorado explodiu com a expressão bem contrariada.

- Eu não queria te incomodar... – Tentei me defender.

- Cris, quando é que você vai confiar em mim? Quando é que você vai me deixar tomar conta de você, hein? Por que você sempre faz isso? Sempre foge, sempre me afasta de você... – Ouvi o Luan me perguntar com a voz amargurada.

Aquilo doeu dentro de mim. Eu não queria fugir ou afastá-lo de mim... Mas a vontade de poupá-lo, de preservá-lo sempre falava mais alto. O Lú já tinha muitas responsabilidades e a minha vida era bagunçada demais. Não era justo que eu fosse mais um “fardo” para ele...

- Não é nada disso, Vida... – Falei com a voz baixa, meio sem jeito – Eu só não queria que você se preocupasse com isso – Disse fitando-o nos olhos. Sua expressão ainda era de uma pessoa contrariada. Droga, eu precisava fazer algo para reverter aquilo...

- Eu já disse, eu quero poder cuidar de você... – Ele me disse segurando o meu rosto com as duas mãos, os seus olhos mostrando a tristeza na sua alma.

- Lú... Eu já falei com a Dra. Ana Clara, a nossa advogada, lembra? Ela disse que deve ser alguma fã “enciumada” que está tentando me intimidar. A Dra acredita que isso seja apenas “blefe”, uma brincadeira de mal gosto... E eu não contei porque... fiquei com medo. Não queria que ninguém pensasse que estava voltando a ter crises de “Síndrome do Pânico”. Você lembra como eu fiquei mal ano passado tomando aqueles remédios fortíssimos... Se alguém comentar isso para a minha terapeuta, com certeza ela vai querer retroceder o meu tratamento, me pedir para ficar em repouso de novo e me afastar de você... – Improvisei de última hora. A verdade é que eu própria tinha concluído tudo aquilo e por isso não contei sobre as ameaças para ninguém.

- Ô Vidinha, não quero você tomando aqueles remédios de novo, não... Não gosto nem de lembrar do jeito que você ficou quando teve esse trem aí de Síndrome do Pânico – Imediatamente a expressão do Luan se suavizou e ele me abraçou muito forte, permanecendo assim por algum tempo sem falar mais nada - Só me promete que se isso continuar, ou que se mais alguma outra coisa acontecer você vai me contar na mesma hora... Qualquer coisa, hein? Qualquer coisa... – Ele me pediu com a voz baixinha.

- Tudo bem, tudo bem... – Concordei, respirando aliviada. Eu tinha conseguido despistá-lo, pelo menos por enquanto... – E agora, vamos pra cama, hein? Já que você quer cuidar de mim, que tal começar me colocando pra dormir? – Pedi fazendo charme.

- Não precisa pedir duas vezes... – O Lú me pegou no colo e me levou para cama, deitando em seguida ao meu lado.

– Te amo demais, minha Vidinha! – Ele disse me abraçando com muito carinho.

- Eu te amo mais ainda, Vida! – Respondi, encostando a minha cabeça no seu peito e caindo no sono poucos momentos depois. Nos braços do Luan eu sempre dormia tranquilamente.

***

Voltamos para Londrina no dia seguinte logo depois do almoço. O Lú estava louco para aproveitar o resto do feriado de Carnaval pescando e relaxando com os amigos e com a família.

- Fala Anderson... – Ouvi meu namorado atender ao telefone enquanto o Rober dirigia o carro onde estávamos a caminho da chácara. No rádio rolava Chitãozinho e Xororó, a dupla preferida do Lú e do Testa.

- Ah, cara... Não brinca! É sério isso? Pô, mas que chato! Gostei disso, não... Mas acho que ela tá certa... – O Luan fez uma pausa para escutar antes de voltar a falar – Tá certo, então Anderson. Vamo vê no que isso vai dar... Beleza, tá certo! Té mais... – Ele desligou o telefone com a voz abatida.

- O que foi? – Perguntei preocupada.

- A Dagmar pediu as contas... Perdi a minha assessora...
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Notas finais: Pera, vamos por partes:
1 - O que foi o Casal Vidinha curtindo o Carnaval como um casal "normal"?
2 - Dag boazinha e se demitindo?
3 - Cris bandida enrolando o Lú como niguém!
4 - Quem aí já fez a sua lista de suspeitos de enviar os e-mails anônimos? Faltam 3 capítulos para descobrirmos quem é essa pessoa! Bora fazer um bolão pra ver quem acerta?

Recado rápido: Cap demorou porque voltei a trabalhar e tô pirando no meu trabalho novo, meninas! Desculpem!
E pra quem tá esperando: Até domingo tem "Vida de Luanete" novo, ok?

Domingo também é niver da Mamãe Dantas, então esse cap é dedicado a ela! Vivaaaa à minha mãe!

E aí, bora comentar e alegrar o meu FDS? 
Beijo gurias! Cuidem-se!

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