sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Capítulo 8 - Show da Poderosa

Notas iniciais: PRE-PA-RA que agora é a hora do show DA PODEROSA!
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Ponto de vista da Rafa – Time dos Entocados
 
“- Eu só tenho uma pergunta - A Anita chamou a atenção da Malú com a voz cheia de raiva - Se eu matar duas piriguetis, sou presa ou posso alegar legítima defesa?
 
- Acho que seria legítima defesa... – A outra palpitou.
 
- Que bom, porque estou planejando uma morte lenta e dolorosa para as duas... – Era claro que ela estava exagerando, mas mesmo assim fiquei assustada. Não era normal a Anita falar esse tipo de coisa.
 
Voltei a olhar para o Luan. A garota com quem ele dançava se aproveitava da situação para cheirar o cangote dele e apertar a sua bunda. Ahhh não! Aí ele havia passado de todos os limites!
 
- Não, isso já é demais para mim... – A Anita disse. Ela olhou para o lado e os nossos olhares se cruzaram. Dei um leve aceno de cabeça para ela, como se quisesse dizer que ela precisava por um fim naquela situação o quanto antes.
- Então está decidido! É hora de entrar em ação – Ela avisou antes de se virar e disparar pelo camarote em direção ao palco.”
 
Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas
 
Saí correndo como uma louca atropelando as pessoas que estavam se divertindo no camarote. Eu me sentia capaz de matar um leão com as minhas próprias unhas, tamanha era a raiva que eu estava sentindo do Luan e daquela pirigueti sem noção que estava dando em cima dele. O que ele tinha na cabeça para ficar me provocando daquele jeito? E ela? Não sabia que aquele Caipira tinha dona? Aquilo era uma verdadeira afronta e eu precisava fazer alguma coisa para mostrar quem mandava ali. Eu não era o tipo de pessoa que me deixava abater por qualquer coisinha e o Luan já deveria saber disso. Se era guerra que ele queria, era guerra que ele iria ter.
 
Desci as escadas até a pista principal. O lugar estava cheio, mas a minha fúria era tamanha que eu venci a multidão sem muito esforço. Talvez as pessoas tenham ficado com medo quando viram a minha cara de brava e fugido, ou fui eu quem empurrei todo mundo forte o suficiente para não sobrar ninguém na minha frente... O fato foi que alcancei o acesso ao palco, onde dois seguranças montavam guarda para impedir que alguém invadisse a apresentação da Thaeme e do Thiago.
 
Eu não sabia muito bem o porquê eu tinha me dirigido para aquele lugar especificamente. Eu não tinha um plano bolado na minha cabeça. Tudo que eu tinha era uma vaga ideia do que eu poderia fazer para chamar a atenção do meu marido. Eu sabia que aquilo era uma loucura e ainda me faltava coragem para colocar em ação o que se passava pela minha mente. Por um momento vacilei. Talvez aquela não fosse a melhor solução... Talvez o Pato estivesse certo quando me aconselhou a conversar com o Luan e tentar me acertar com ele.  Parei de frente para os seguranças indecisa. Ir ou não ir? Olhei de relance para o camarote. Então vi novamente a morena se insinuando para cima do meu marido que sorria com a sua melhor cara de “É eu sou irresistível, eu sei...”. Os dois não dançavam mais, mas continuavam conversando. Novamente o sangue ferveu nas minhas veias. Minha boca ficou seca como se eu tivesse caminhado dias pelo deserto e eu tremia da cabeça aos pés.
 
Que se dane o juízo! Aquela era hora de “rodar a baiana”!
 
- Oi, me dá licença por favor! Eu preciso subir nesse palco – Disse para os seguranças enquanto tentava forçar a minha passagem.
 
- Opa, opa, opa! Peraí mocinha! Só o pessoal com credencial tem permissão para entrar. E eu não estou vendo a sua , portanto... – Um deles - um cara alto, forte com cara de lutador de MMA - me respondeu com voz de desdém.
 
- Desculpe, mas acho que está acontecendo algum engano aqui – Aumentei a voz, a raiva se multiplicando dentro de mim – Eu não preciso de credencial, queridinho! Você sabe quem eu sou?
 
Os três seguranças ficaram olhando para minha cara, confusos. Talvez agora eles estivessem começando a me reconhecer de alguma novela ou filme.
 
- Só uma dica – A Malú entrou no assunto me dando um baita susto. Até então eu não havia reparado que ela, a Rafa e o Pato tinham me seguido – O marido dela está ali em cima – Ela apontou em direção ao Luan, que agora nos encarava com uma expressão tensa no rosto.
 
- Ela é a mulher do patrão! Eu tinha certeza que eu a conhecia de algum lugar – O segundo segurança - um homem baixinho, gordinho, com o rosto rosado e expressão de “gente boa” - disse com a voz ansiosa.
 
- Oôôô... Demorou para cair a ficha, hein? – Cruzei os braços fazendo marra – E aí? Posso passar ou não posso?
 
- Claro que pode! Por favor dona Anita, fique à vontade – O segurança com cara de lutador de MMA falou, abrindo passagem.
 
- Obrigada – Agradeci de uma maneira irônica – Todos eles estão comigo, ok?  - Apontei para os meus amigos.
 
- Certo dona Anita. Pedimos desculpas pelo mal-entendido. É que tem tanta gente espertinha que chega aqui querendo nos passar para trás e invadir o palco que a gente precisa ficar espero – O segurança baixinho tentou se explicar – Bom, e nós achamos que você e o patrão iam usar a entrada exclusiva lá por trás. Não imaginamos que vocês estariam aqui... no meio da galera...
 
- E qual o problema? Aqui, no meio da galera, é onde toda a diversão acontece... – Dei um sorriso maroto para ele, tipo aqueles que as pessoas dão quando vão aprontar alguma coisa -  E falando em diversão... Deixa eu entrar, porque é agora que o show vai começar de verdade! – Avisei enquanto passava pelos seguranças e caminhava em direção à lateral do palco.
 
- Anita, o que você vai fazer? – A Rafa me perguntou – Não que eu me importe, mas como sua empresária preciso pensar no que é melhor para a sua carreira – A loira tentou disfarçar a sua preocupação.
 
- Fique tranquila, não vou fazer nada que eu não deva – Respondi ao mesmo tempo que tentava chamar a atenção do Thiago ou da Thaeme.
 
- É disso que eu tenho medo... – Ela comentou com a voz abafada.
 
- Peraê! Afinal, o que a Anita pode fazer assim... de tão ruim? – O Pato entrou na história com a expressão confusa. Coitado! Estava boiando no assunto...
 
- O que ela pode fazer? Deixa eu só te fazer um retrocesso das “loucuras não assim, tão ruins...” que o casal Luanita já fez: Eles fugiram de uma festa super chique em Nova York e depois foram flagrados aos beijos no corredor do hotel por uma camareira que contou tudo o que viu em um blog da internet; O Luan já chamou a Anita para cantar com ele em um show lá em Ribeirão Preto sem os dois nem terem ensaiado e isso acabou com o Murilo em um coma alcoólico; depois a Anita invadiu o palco de outro show do Luan e se declarou para ele diante de uma plateia de milhares de pessoas; isso sem falar no dia da gravação do clipe quando os dois fugiram da Cacau e passaram a noite juntos e eu fui obrigada a inventar uma desculpa muito esfarrapada para encobri-los; e claro, sem esquecer aquele memorável dia que o Luan parou o aeroporto do Rio para impedir a Anita de viajar com o Fiuk – A Rafa enumerou os nossos “feitos”.
 
- E bota nessa lista o show do Credicard Hall que a Anita resolveu fazer uma surpresa e apareceu no palco cantando Everest para o Lú, a Dança da Cobra Mal-Matada e o “Casamento Meteórico”, quando eles quase enlouqueceram o juiz e depois se jogaram na piscina com vestido de noiva e tudo... – A Malú também lembrou alguns fatos “marcantes”.
 
- É, nesse caso, eu concordo com a Rafaela. Anita, vê lá o que você vai fazer, hein? – O jogador pareceu também estar preocupado.
 
- Relaxem! Vocês estão exagerando! Tudo isso é completamente normal! É o tipo de coisa que todo casal faz... – Me defendi.
 
Os três ficaram me olhando de uma maneira engraçada, como se não acreditassem que eu acabara de dizer aquilo, mas achei melhor ignorá-los. Até porque o Thiago finalmente havia me visto e estava vindo em minha direção naquele exato momento. A dupla terminava de cantar uma música bem animada e o público estava eufórico na pista. De repente a minha ideia se concretizou na minha cabeça. Eu sabia exatamente o que deveria fazer...
 
- Anita? O que você está fazendo aqui? Não sabia que você e o Luan viriam ao show... – O Thiago chegou até mim e começou a me interrogar com uma expressão confusa.
 
- Bom, essa é uma loooonga história... Mas sim, nós estamos aqui e eu preciso de um favor seu – Pedi me esforçando para fazer a minha melhor cara de “anjinha”. Ao meu lado a Malú, a Rafa e o Pato assistiam a tudo muito tensos, porém não se meteram no meu plano. Talvez estivessem paralisados de ansiedade, ou coisa parecida...
 
- Opaaa, só pedir Anita! – O cantor me respondeu todo solícito.
 
- Me empresta o seu microfone por um minuto para eu cantar uma música? – Mandei o meu pedido assim, na cara de pau e sem lustra - móveis.
 
- Deixar você cantar uma música? Bom... Eu deixo, sei que você canta bem, mas... que música é essa? – Ele parecia ainda mais confuso do que antes. No palco, a Thaeme conversava com o público e se preparava para cantar uma nova canção. Aquele era o momento, eu precisava agir rápido.
 
- Qual música? – Repeti. Droga! Nem eu tinha pensando nisso direito – Hum... Será que pode ser aquela das Poderosas? Essa música não sai da minha cabeça! Aquele “refrãozinho” gruda que nem chiclete – Disse com a voz meio incerta. Até ali o meu plano era invadir o palco e cantar algo que demonstrasse a raiva que eu estava sentindo do Luan, mas cantar uma música tão ousada sem nenhum ensaio diante de uma plateia gigantesca? Aquela era nova pra mim! Era isso que eu chamava de a “arte do improviso”.
 
- Hããã... Você quer parar o show para cantar funk? – O Thiago me encarava com se estivesse cogitando a hipótese de eu ter bebido “umas a mais” e não estar raciocinando muito bem.
 
- É, é uma homenagem para o Luan! Ele vai adorar, você vai ver só – Disse já pegando o microfone das mãos dele e me preparando para invadir o palco.
 
- Tem certeza Anita? A casa tá cheia, tá cheio de repórter por aí... – O amigo do meu marido tentou me advertir com a voz preocupada.
 
- Thiago, confia em mim! Anda logo e solta o som – Falei já entrando no palco somente com a “cara e a coragem”. Foi tudo muito rápido. Em um momento eu estava no camarote vendo o Luan dançar com aquela morena oferecida e no outro eu estava em frente a uma multidão de pessoas que foi ao delírio quando me viu entrar. Já a Thaeme ficou me encarando com cara de “ué” sem entender absolutamente nada. Coitada! Não deveria ser o forte da loira raciocinar rápido....
 
- Oi... – Falei sem graça encarando o público à minha frente. Só quando me vi ali, no centro do palco é que eu me dei conta da loucura que estava fazendo. Mas agora já não dava mais para desistir...
 
- Anita? Amiga? Gente, mas olha que surpresa boa! – A Thá tentou recuperar a compostura – A que devemos a honra?
 
- Hum...  Eu vim para cantar aquela das Poderosas... Bora comigo banda? Thaeme, você me ajuda? – Disse, ainda meio sem jeito, buscando coragem lá do fundo da minha alma.
 
- Opa, bora! Vamô lá, quero ver todas as poderosas comigo, hein? – A Thaeme foi logo entrando no clima do improviso. Atrás da gente a banda se “virava nos 30” para conseguir atender ao meu pedido.
 
Menos de 30 segundos depois, uma versão “funknejo” da música da minha xará, Anita, começou a tocar fazendo todo mundo dançar na boate.
 
*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=FGViL3CYRwg ***
 
Fechei os olhos por um momento para me concentrar. Eu não havia planejado nada daquilo, muito menos aquecido a minha voz, então o jeito agora era torcer para que tudo desse certo. Lembrar a letra não seria um problema. Desde que a Anitta ficara famosa com o seu hit “Show das Poderosas”, todo mundo vivia me pedindo para dar uma “palhinha” daquela canção. E fala sério, aquela música tocava tanto em todos os lugares que era impossível alguém não saber cantá-la...
 
Quando abri os olhos novamente, eu já estava pronta para dar o troco no Luan. Agora era a hora de mostrar para aquelas “piriguetis” quem mandava ali. Respirei fundo, busquei inspiração na letra e comecei a cantar.
 
“Prepara que agora é a hora
Do show das poderosas
Que descem e rebolam
Afrontam as fogosas
Só as que incomodam
Expulsam as invejosas
Que ficam de cara quando toca”

 
Aos poucos fui me soltando no palco. A Thaeme dançava ao meu lado e até o Thiago se juntou a nós, incendiando a galera e colocando todo mundo para dançar. Na lateral do palco, a Rafa, Malú e Pato também dançavam animados, o que me deu uma ideia.
 
“Prepara
Se não tá mais a vontade sai por onde entrei
Quando começo a dançar eu te enlouqueço, eu sei
Meu exército é pesado a gente tem poder
Ameaça coisas do tipo você
Vai”

 
Enquanto cantava a segunda estrofe, fui até os meus amigos e os puxei para “pagarem o mico” comigo. Na parte que falava “meu exército é pesado”, eu apontei para eles, o que pareceu deixá-los confiantes. Nada como puxar um pouco o saco dos seus “aliados” (e também daqueles que não eram tão aliados assim, como era o caso da Rafa...), para aumentar a moral do pessoal.
 
Antes de começar a cantar o refrão, olhei para os camarotes buscando o Luan com os olhos. Não demorou muito para eu encontrá-lo no meio da galera me encarando com uma expressão que era uma mistura de “Eu não a-cre-di-to nisso” e “Se eu pego, eu mato essa mulher”.
 
Ignorei a cara feia dele, caprichei no “carão”, joguei o cabelo e cantei a estrofe seguinte sustentando o seu olhar.
 
“Solta o som que é pra me ver dançando, até você vai ficar ba-ban-do...”
 
Apontei para ele e depois bati a minha mão no meu queixo, imitando a coreografia da música que já era famosa no país inteiro.

“Para o baile pra me ver dançando
Chama atenção a toa
Perde a linha fica louca”

 
Terminei de cantar o refrão dando uma reboladinha sensual e uma “piscadela” provocativa para o meu marido. O Luan apenas me encarava com cara de quem tinha acabado de comer uma panelada de jiló. Ao lado dele, o André se acabava de dançar, chacoalhando os quadris e os braços em um ritmo frenético. Quando percebeu que eu estava olhando na sua direção, ele aproveitou para gritar bem alto “Vaaai CU-RI-CA”, como se quisesse me incentivar.
 
Voltei a procurar o Lú, mas ele não estava mais no mesmo lugar. Atrás de mim, a Malú me cutucou apontando para a escada que ligava os camarotes à pista. Meu marido descia os degraus como um foguete. Será que ele também estava vindo para o palco? Bom, essa eu teria que pagar para ver...
 
Continuei cantando e dançando a minha música junto com a Thaeme e com o Thiago. Naquela altura o público já estava completamente enlouquecido e vários celulares e câmeras estavam apontados para nós na tentativa de registrar aquele momento histórico.
 
Todo mundo que estava no palco se jogou no ritmo da canção e rolou até um “trenzinho” com os músicos da banda. Em um canto mais reservado, a Rafa incentivava o Pato a dançar e os dois pareciam estar se dando super bem.
 
- Eiiii, Anita, Anita! Você esqueceu de mim! – Ouvi alguém me chamar da lateral do palco. Era a Bruna, doida para entrar no meio da zueira também.
 
Fui até lá para buscá-la e o Thiago e banda, mais que rapidamente, aproveitaram a "deixa" e já emendaram outro funk.
 
“Ela não anda, ela desfila,
Ela é top, capa de revista...”

 
Eu, a Brú e a Thaeme caímos no pancadão, rindo sem parar enquanto o Thí já puxava outro sucesso.
 
- Meninas, só me respondam uma coisa: Vodka ou água de coco? – Ele perguntou.
 
- Olha Thiago, pra mim tanto faz... – A Thá respondeu enquanto a banda começava a tocar a introdução da música do Naldo.
 
“Alto em cima, alto em cima, alto em cima, em cima, em cima...”
 
Não havia uma única pessoa parada na Outlaws. Até os seguranças estavam dançando e se divertindo com o baile funk improvisado.
 
- Uaaauuuu! Mas o que é isso? Anita chegou incendiando isso aqui! Mostrou que é realmente poderosa! – A Thaeme comentou assim que encerramos a nossa sequência de músicas.
 
- Mágina! Eu só queria fazer uma surpresa para o meu marido e mostrar para ele o quanto eu me sinto poderosa ao seu lado – Menti na cara de pau.
 
- Poderossíma essa mulher! Meu “parça” Luan deve morrer de orgulho de ter uma esposa tão cheia de atitude – O Thiago emendou.
 
- Ah é, sem dúvidas! – Respondi, irônica. Depois da cara que ele fez quando me viu naquele palco, com certeza não era bem orgulho o que ele estava sentindo de mim... – Bom, eu gostaria de agradecer a vocês, a banda e a toda essa galera que cantou comigo. Isso aí, pessoal! Valeu por me ajudarem a mostrar quem é a poderosa aqui!
 
- Mágina! Foi uma honra! Apareça sempre e traga todo esse pessoal super animado com você – A Thaeme respondeu apontando para os meus amigos que já iam deixando o palco, acenando para o público.
 
- Combinado, então! Beijo Thaeme, beijo Thiago. O show está lindo demais! Continuem caprichando aí, hein? Tchau pessoal! – Me despedi, entreguei o meu microfone para o Thiago (que naquela altura já havia arrumando um outro reserva para cantar) e me dirigi para a saída. Atrás de mim, a dupla já retomava a sua apresentação como se nada tivesse acontecido.
 
- Aêee dona Anita, arrassou, hein?! Mandou muito bem – Um dos seguranças, o baixinho, me elogiou quando me viu passar.
 
- Obrigada, obrigada! – Respondi sem graça – Por favor, onde ficam os camarins? Acho que preciso de uma água. Toda essa agitação me deixou meio tonta...
 
- Por ali, patroa! Os seus amigos já foram para lá – O outro cara, aquele com jeito de lutador de MMA, me indicou o caminho.
 
Sorri para eles como forma de agradecimento e segui por uma escadinha que levava ao backstage.
 
- Vem cá “muié” que agora “nóis” vai conversar... – Ouvi a voz do Luan ao meu lado ao mesmo tempo que ele segurava o meu braço e me puxava por um corredor vazio que eu não tinha a mínima ideia de onde ia dar. Tentei me soltar, mas o Luan não me largou.
 
- “Cê” não vai para lugar nenhum, Anita! A gente vai conversar, e é agora! – Ele falou com a voz brava.
 
- Tá, tá... Essa parte eu já entendi! Mas será que você poderia fazer o favor de não arrancar o meu braço? Eu costumo usá-lo de vez em quando, sabe? – Comentei com a voz irônica.
 
O meu marido não disse nada, porém senti que ele afrouxou um pouco a pegada no meu braço e desacelerou o passo. Agradeci mentalmente. Eu ainda me sentia um pouco tonta. Talvez fosse a adrenalina deixando o meu corpo e me fazendo voltar ao “normal”, ou talvez fosse só uma tontura normal da gravidez.
 
- Pronto! Senta aí, dona Anita! Senta e pode começar a se explicar... Posso saber que loucura é essa de sair de casa grávida para invadir o show dos outros e ainda ficar rebolando na frente daquele bando de “marmanjo”? – O Luan me perguntou logo depois que entramos em uma espécie de escritório. O local era decorado com mesas de mármore escuro, piso de taco, cortinas sóbrias, armários de mogno e alguns quadros na parede com imagens de arte abstrata, além de cartazes de divulgação de atrações da Outlaws. Em frente à mesa havia duas cadeiras de couro muito confortáveis. Atendi ao pedido do meu marido e me sentei. Mais uma vez agradeci mentalmente. Eu não estava me sentindo muito bem. Com certeza o Luan havia escolhido uma hora péssima para discutir a relação.
 
- Claro que eu posso explicar! Assim que o senhor me explicar que palhaçada é essa de vir para balada e sair se atracando com a primeira pirigueti que deu mole na pista – Revidei, cruzando os braços e fechando a cara.
 
- Então você quer explicações? Ótimo! Então “vamô” começar isso bem lá do comecinho... Por que foi você que começou tudo isso saindo para jantar com aquele Marreco! – O Luan me acusou caminhando até o outro lado da mesa e apoiando as mãos no mármore frio. Eu nunca tinha o visto tão nervoso! Dessa vez eu realmente tinha deixado o homem louco de raiva!
 
- Nã, nã, ni, na, não... – Balancei o dedo para ele, como se o Luan fosse uma criança prestes a fazer uma arte – Quem começou tudo isso foi o senhor, quando disse que eu não poderia ser uma boa mãe para o nosso filho.
 
- E como você quer que eu acredite nisso depois dessa "presepada" toda, Anita? Como? – Ele me respondeu com o tom de voz bastante alterado dando um soco na mesa. A expressão dele era séria, muito séria.
 
Ouvir aquilo doeu. Foi como se o meu coração tivesse se partido em mil pedaços. Doeu muito mais que uma dor física ou emocional. Aquilo me feriu na alma, me atingiu no mais profundo do meu ser. Então era verdade? Ele realmente não acreditava que eu seria capaz de criar o nosso filho?
 
- Tá certo, Luan. Você não precisa acreditar mesmo – Falei com a voz baixa, fazendo o possível para segurar o choro – Do mesmo jeito que eu também não vou mais acreditar em tudo aquilo que você me falou no dia do nosso casamento. Porque eu pensei que nós havíamos feito uma promessa de continuarmos um ao lado do outro para sempre, oferecendo apoio, ajuda, amor, entendendo os erros, praticando a compreensão, incentivando o parceiro a voar cada vez mais alto... Mas pelo jeito você não estava falando sério quando me prometeu isso... Sim, porque você está desistindo diante do nosso primeiro problema.
 
- Anita, uma coisa não tem nada a ver com a outra! E você sabe muito bem que eu não desisti de nós dois diante do primeiro obstáculo! Aliás, o que eu mais passei foram por problemas desde que eu te conheci – Ele tentou se justificar se esforçando para permanecer calmo.
 
- Ahhh, ótimo! Agora você está me chamando de problema? – Me levantei para encará-lo de igual para igual. Com o movimento rápido, senti a minha visão ficar embaçada, mas mesmo assim não vacilei. Agora que o Luan tinha começado, eu queria ir até o fim naquela briga.
 
- Não Anita, eu não estou te chamando de problema! Muito embora esse seu jeito teimoso e mimado de ser seja um problema MUITO grande e difícil de lidar – Meu marido apontou para mim, balançando a cabeça, a expressão bastante contrariada.
 
- Não tão grande quanto essa sua mania de não confiar em mim e de não querer me aceitar como eu sou! – Também apontei o dedo para ele de forma acusatória. Minhas pernas tremiam e eu não sabia se era de raiva ou de fraqueza – É assim que eu sou, Luan! Espontânea, intensa, “dona do meu próprio nariz”... Você já me conheceu desse jeito! E se não é capaz de lidar com isso, então porque você se casou comigo?
 
- Anita, para com isso! Eu já disse que uma coisa não tem nada a ver com a outra! O que eu quero saber é porque você resolveu invadir o palco do show daquela maneira? O que você queria com isso? Me provocar? Me fazer passar vergonha? – Ele tentou recuperar o foco da conversa voltando a apoiar as mãos na mesa, os ombros curvados como se estivesse muito tenso.
 
- O que eu queria? Você não me ouviu dizer quando a Thaeme me perguntou? A ideia era mostrar o quanto eu posso ser poderosa. E com ou sem você, eu vou cuidar muito bem dessa criança. E quer saber o por quê, Luan? Porque foi esse jeito teimoso e mimado que você tanto critica que me faz ser o que sou e que me fez chegar aonde eu cheguei – Eu estava com tanta raiva que fui falando um monte de coisas sem sentido para o meu marido. A raiva era tanta que eu sentia vontade de bater nele. A coisa que eu mais detestava nessa vida era que alguém duvidasse de mim.
 
 – E eu prometo que serei a melhor mãe desse mundo. E ao contrário de você, eu não quebro promessas – Emendei antes de me virar e sair caminhando em direção à porta. Tentei andar da forma mais decidida que eu conseguia, o que era difícil com a visão turva, as pernas tremendo e a tontura.
 
- Você já quebrou, Anita Tunice. No dia do nosso casamento você prometeu que estaria para sempre ao meu lado e essa já é a segunda vez que me deixa... – Ouvi o Luan falar de trás de mim.
 
Parei no momento que coloquei a mão na maçaneta da porta, me preparando para sair. Aquela frase me deixou sem chão. Mais uma vez senti como se o meu coração estivesse despedaçado. Deixar o Luan era algo que eu jamais faria na minha vida. Eu poderia fazer birra, brigar, espernear... Mais deixá-lo era algo que eu já havia experimentado antes e sabia que doía demais. Era uma dor insuportável, era como viver presa em uma tela branca. Sem cores, som, emoções...
 
Virei para encará-lo novamente. Tudo o que eu queria era tirar aquela ideia da cabeça dele o mais rápido possível. Porém, eu não sabia se eu havia me virado rápido demais, ou se havia tropeçado, ou o que tinha acontecido de errado... A única coisa que eu sabia era que em um momento eu estava de pé e no outro eu estava caída no chão, a visão mais embaçada do que antes.
 
- Anita, Anita! – Ouvi o Luan chamar com a voz preocupada.
 
Tentei falar que estava tudo bem, que nós estávamos bem e que eu nunca mais o deixaria. E que apesar dos meus vários defeitos, a minha maior virtude era ser completamente louca por ele. 

Mas nesse momento a minha visão ficou muito escura e eu desmaiei de vez.
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Notas finais: Pera, vamos por partes!

1 - Anita arrasou no show, hein?! 
2 - Que D.R. tensa foi essa?
3 - E como assim Any desmaiou? Socorro! Será que o bebê Luanita corre perigo?

Só digo uma coisa: #CasalLuanitaCausaNoRolê

Até o próximo capítulo, meninas!

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sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Capítulo 7 - O bicho vai pegar - Parte II

 Notas iniciais: #Partiu para a balada mais meteórica de todos os tempos? Essa Outlaws vai ser pequena para essa Trupe, viu?!

Aproveitem!*
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No último capítulo...
 
Ponto de vista da Rafa  - Time dos Entocados
 
“Virei o rosto para tentar ver a reação do “Bebê”. Enquanto procurava ele no balcão do bar acabei vendo de relance uma garota de cabelos ondulados com californianas se aproximando. Seus olhos cor de mel faiscavam determinação. Ela era bonita, mas não era isso que chamava a atenção nela. O que atraía todos os olhares quando ela passava era a sua atitude, uma espécie de magnetismo não permitia que ela passasse despercebida.
 
- ANITA? – Gritei ao ver a esposa do Luan passando entre as pessoas do camarim como se estivesse procurando alguém.
 
- Anita? Onde? – Imediatamente o Lú parou e começou a correr os olhos ao redor, em busca da sua Granfina.
 
De repente o olhar dos dois se cruzaram. Era impossível não perceber o sentimento que rolava entre eles. Foi quase como se a música, a luz, as conversas... Como se todo o mundo parasse para assistir o reencontro dos dois.
 
Logo atrás dela apareceram a Malú, a Bruna... Não pera! O que o Caio estava fazendo ali? E meu Deus, o Pato também tinha vindo! Socorro!
 
Senti o mesmo frio na barriga que eu sentira quando me encontrei com o jogador no elevador. E caramba, ele estava lindo com um casaco preto por cima de uma camiseta branca, calça e sapatênis escuros.
 
- Vocês viram quem acabou de... chegar? O André perguntou se juntando a nós. Ele parecia bem abalado, mas mesmo assim conseguiu falar sem o seu “tique” de sempre.
 
Aquilo parecia uma cena de novela das nove. De um lado eu, o Lú e o Dé. Do outro a Any, Malú, Pato e Caio, todos se encarando como em uma cena de filme de “bang-bang”.E ainda tinha o Murilo, fazendo o papel de “elemento surpresa” da noite. O clima de tensão tomou conta do lugar. Era claro que a Anita e seus aliados foram até ali só para nos provocar.
 
- É, o bicho vai pegar – Foi tudo o que eu consegui comentar tamanho era o meu choque. A noite prometia fortes emoções...”
 
Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas
 
- O que a Rafa está fazendo dançando com o Luan? E ainda por cima agarradinha com ele daquele jeito? – Perguntei sentindo o sangue começar a ferver nas minhas veias. Eu estava preparada para chegar até ali e dar de cara com o meu marido sendo atacado por uma “matilha selvagem” de piriguetis. Mas fragá-lo dançando coladinho com a Rafa? Fala sério... Eu ia reclamar os meus direitos no “Sindicato das Celebridades Zicadas”. Aquilo já era castigo demais para uma pessoa só!
 
- Espera, você conhece aquela loira? O nome dela é Rafaela, não é? – O Pato perguntou se aproximando de mim para que eu pudesse escutá-lo, já que a música estava alta. Ao nosso lado e na nossa frente os meus “aliados” e o lado “inimigo” se mexiam de forma acanhada, o clima tenso pesando sobre nós como nuvens de tempestade.
- Anita, vou até ali cumprimentar o meu cunhado, o André... E a Rafa, claro... Juízo! Se precisar de alguma coisa eu... bom, eu estou por aqui, ok? – O Caio me avisou. Não dava para acreditar, então era isso! O meu irmão só se oferecera para me acompanhar porque tinha a intenção de se reencontrar com a minha empresária. Agora que ambos estavam solteiros, era claro que ele não ia perder a oportunidade de “azarar” a sua ex-noiva! Francamente, será que um dia o Caio ia deixar de ser tão mulherengo?
 
- E então, Anita? Você conhece ou não a Rafaela? – O Pato chamou a minha atenção parecendo estar muito nervoso.
 
- Mas é claro que ela conhece – A Bruna se meteu na conversa – A Rafa só é a empresária, responsável pelos looks e makes da Any e melhor amiga dessa Granfina aqui – A morena apontou para mim - Embora as duas estejam passando por uma pequena “crise” na relação... – Ela completou, rindo.
 
- E além disso, ela foi noiva do meu irmão e quase-tia do meu primeiro sobrinho; casou-se com o meu ex-namorado, o Murilo – Disse indicando com o dedo o “Bebê”, que havia deixado o balcão e se aproximado do grupinho onde a Rafa estava, claramente tentando marcar território em meio à concorrência – E, agora que está solteira, aparentemente deu para dançar de forma sensual com o meu marido – Expliquei, trincando os dentes de ciúme – E não se esqueça de acrescentar na lista que sou madrinha da Vick Caramelo, a filhinha da Rafa.
 
- Ela está solteira? – Aparentemente o Pato havia ignorado todo o meu desabafo e prestado atenção somente na parte que lhe interessava. Típico dos homens...
 
- Bom, o Murilo pediu o divórcio e saiu de casa, portanto... Eu diria que sim, ela está solteira! – Ponderei.
- Por que, Alê? Você está interessado nela? – A Bruna quis saber, toda empolgada com a possibilidade.
 
- É... Eu achei a Rafa uma mulher muito interessante. A gente se esbarrou no elevador lá do prédio outro dia e foi... Sei lá, foi diferente... – Ele parecia envergonhado em ter que confessar os seus sentimentos para duas meninas que ele conhecia há pouco tempo.
 
- Bom, se você estiver mesmo afim dela, então pegue a senha! Porque a concorrência ali está difícil - Comentei irônica - O Caio e Murilo não vão sair de cima dela hoje! Os dois já tem uma rixa antiga da época que o Bebê roubou a Rafinha do meu irmão. Certeza que o meu “brother” está louco para dar o troco...
 
- Mas será que você pode me ajudar com ela? Tipo, sei lá... Nos apresentar de uma maneira melhor. Ela me pareceu um pouco assustada depois do nosso encontrão no elevador – O jogador insistiu com os olhos brilhando. Pelo jeito ele estava mesmo sendo sincero e a Rafa havia fisgado o seu coração de jeito! Que sortuda aquela, Rafa! O Alê não era um cara para se jogar fora...
 
- Vamos fazer um trato – Propus, de repente bolando um plano infalível na minha cabeça – Você me ajuda a fazer ciúmes no Luan e eu te ajudo depois com a Rafa, combinado? – Perguntei. Ao meu lado a Bruna pareceu aprovar a minha ideia.
 
- Tudo bem, mas... por que você quer fazer ciúme no seu marido? Não era melhor ir até lá e conversar com ele? – O Alê perguntou, confuso.
 
Antes que eu pudesse responder, o André se “materializou” ao nosso lado, todo sorridente e se fingindo de nosso amigo. A verdade era que ele só havia se aproximado para espiar mais de perto quem era o cara com quem a Malú estava. Eu mal havia notado, mas enquanto eu, Brú e Pato conversávamos, a Maria Luiza e o Will estavam se divertindo  à beça na pista de dança. Ela tentava ensinar o seu mais novo “amigo” a dançar e ele, por sua vez, se esforçava para acompanhá-la mexendo o corpo de uma maneira dura e pisando várias vezes no pé da sua acompanhante. Enquanto tentavam dançar, os corpos dos dois estavam bem colados e eles não paravam de conversar, falando bem pertinho do ouvido um do outro. De tempos em tempos, os dois paravam para rir e o Will aproveitava a oportunidade para acariciar os cabelos da Malú ou tocar no seu rosto

- Brunaaaa Marquezine! Que... prazer em conhecê-la! A minha querida Anita aqui chegou a comentar o quanto eu admiro o seu trabalho? – O diretor tentou puxar assunto, ainda disfarçando (sem muito sucesso, diga-se de passagem) o seu interesse pelo casal que dançava ao nosso lado. O Dé ignoro descaradamente o Pato, fazendo uma careta bem feia para o meu amigo. Eu nem conseguia imaginar o porquê ele estava agindo daquela maneira, mas desconfiava que boa coisa não era. Qual seria o problema dele com o Alê?
 
- Querida Anita? Pensei que eu fosse uma garota com um grande potencial para problemas e sem nenhum talento para a maternidade! – Dramatizei.
 
- Francamente, Anita. Não... acredito que você levou isso tão a sério. Eu estava muito... alterado aquele dia e não estava respondendo por mim. Você sabe que eu sempre fui Luanita de... alma e coração e sempre apostei no seu talento – Ele tentou se justificar falando de uma maneira pausada, como se precisasse refletir a maneira correta de dizer as palavras. Mas o que diabos estava acontecendo com o André, afinal?

 – Muito embora eu precise concordar que sim, você é uma garota com um potencial imenso para se meter em problemas! Mas não é sobre isso que eu gostaria de falar – Ele fez um gesto com as mãos como se quisesse dizer que nada daquilo tivesse relevância – Mas como eu ia dizendo... Bruninha, eu sou seu fã! Acompanho o seu trabalho desde que você fez aquela... menininha, a Salete! Chorei horrores quando a mãe dela morreu... – O diretor desatou a falar ignorando propositalmente o Pato. O jogador olhava para mim à procura de uma explicação, mas quando tratava-se de André era difícil explicar alguma coisa.
 
- Poxa, obrigada! – A Bruna respondeu, surpresa com aquele comentário.
 
- Hey... O que aconteceu com você? Por que não está mais falando AS-SIM? – Interrompi novamente a conversa dos dois.
 
- Ahh, essa é uma longa história. Aconteceu depois que o Faísca matou o monstro... feroz e muito perigoso que invadiu a Toca. Aí eu e o Luan conversamos e ele resolveu me ensinar algumas “coisinhas”... – O André me respondeu fazendo mistério.
 
- Faísca? Monstro? Conversinha entre você e o Luan? – Não entendi uma palavra do que aquele louco estava falando.

- Se a senhorita não tivesse saído de casa e levado a Maria Luiza junto, você saberia – O diretor me respondeu de forma ácida – E agora, se você não se importar, eu estou tentando manter uma conversa educada e cordial com a Bruna aqui. Você pode fazer o favor de parar de nos interromper?
 
- Sim senhor! Não abro mais a minha boca! – Respondi ma mesma hora, me dando por vencida. Na verdade, eu tinha outros assuntos muito mais importantes para resolver naquele momento...
 
O Dé e a Bruna iniciaram uma conversa animada sobre o novo projeto que ele queria tocar: a terceira parte do filme “A Granfina e o Caipira”. Segundo o diretor, assim que eu desse a luz, ele já daria início aos trabalhos e gostaria muito de ter a Bruna no elenco. Ele falava, falava e falava sobre o que planejava fazer nesse novo longa metragem. Entre uma frase e outra,  parava para esticar o pescoço e espiar a Malú e o Will, que continuavam dançando alheia a presença do André. Eu queria só ver até quando ele ia suportar aquela situação!
 
- Bom, e aí Pato? Sabe dançar? – Olhei para o rapaz parado ao meu lado. Ele encarava tudo ao nosso redor com uma expressão assustada. A nossa volta as pessoas dançavam, bebiam e conversavam curtindo a música. O lugar era decorado de maneira fina e moderna, o que tornava o ambiente muito agradável.
 
- Hum... Acho que sei... – Ele me respondeu com a voz vacilando.
 
- Então vem! É hora de deixar um certo Caipira com ciúmes – Avisei, já o puxando para a pista e passando os meus braços ao redor do seu pescoço. Eu sabia que o Luan ia pirar quando visse aquilo! 
***
Ponto de vista do Luan – Time dos Entocados
 
Baqueado. Foi assim que eu me senti quando vi a Anita chegar acompanhada daquele “Marreco” metido a besta, me ignorando como se eu não fosse nada. Ela estava linda, com o vestido cinza que haviamos comprado juntos em uma loja perto do meu escritório em São Paulo. Usava sapatos de alto, o que era praticamente um milagre. O que havia motivado a Ní a se produzir tanto? Eu ou aquele outro cara? Senti o ciúmes se espalhar pelo meu sangue como veneno e as minhas pernas tremerem como gelatina. Eu não estava pronto para ver a minha Ní junto com outro cara. Aliás, eu achava que nunca estaria... Era como se nós dois fizéssemos parte de uma quebra-cabeça onde as nossas peças fossem destinadas a se encaixar uma na outra.

 Doía demais ficar longe da minha Granfina... De longe eu conseguia ver a sua “barriguinha” de grávida começando a aparecer sob as suas roupas e o jeito único que ela mexia as mãos ansiosa enquanto falava. Minha vontade era de largar tudo e correr até ela, pegá-la pelos braços e levá-la dali. Eu já não aguentava mais aquela “pirraça” boba!
 
Respirei fundo, decidido a por fim naquela situação absurda. Tava certo isso, não rapáis! Mulher minha tinha que ficar ao meu lado! Porém, na mesma hora que resolvi ir me juntar com a Any, senti a Rafa segurando mais forte o meu braço. Ela estava ao meu lado junto com o Caio e o Murilo, os dois “babando” em cima dela, loucos para tentar reconquistá-la. Encarei a empresária da Any e ela me enviou uma mensagem silenciosa: Não me deixe aqui sozinha agora.
 
Resolvi ficar ao lado da Loira para ajudá-la. Estava claro que ela não estava à vontade com aquela situação. Também, os dois caras pareciam “metralhadoras” disparando “cantadas” sem parar para cima da Rafinha enquanto bebiam as suas cervejas. Na boa, acho que alguém tinha passado mel naquela mulher, porque ela estava impossível! Tava valendo mais que prêmio de loteria acumulada!
 
De longe, vi a Ní e o Pato começarem a dançar juntos, animados pelo ritmo do batidão sertanejo. O cara era mais “duro”  que um poste, mas a Anita o conduzia enquanto ria dele sem parar, na certa fazendo piadinhas com a falta de jeito do rapaz. Só de olhar eu já conseguia imaginar o que ela estava falando... Aquela ali não perdoava nenhum detalhe!
 
De repente, um “vuco vuco” chamou a atenção de todos. Parei para ver melhor. Era o André, que tinha praticamente arrancado a Malú dos braços de um outro cara com quem ela estava dançando, e agora bailava com a moça de uma maneira exagerada. O diretor deu vários giros com a sua dama e depois a jogou para o alto fazendo um verdadeiro malabarismo com a parceira. Quem diria que a Malú seria tão boa bailarina? Ela apenas acompanhava os movimentos do seu ex, ou atual namorado (eu não sabia definir como andava a relação dos dois) de forma graciosa e ágil, sem perder o compasso ou o ritmo. Era um verdadeiro show, digno da “Dança dos Famosos”.
 
Finalmente a apresentação dos meus parceiros Thaeme e Thiago começou, o que roubou a atenção de todos. As pessoas que estavam no camarote se dirigiram para a borda do nosso espaço para visualizar melhor o show. Nós estávamos em uma espécie de mesanino, que ficava sobre a lateral de toda a pista principal e do palco, com uma visão privilegiada dos cantores e da banda. Os cantores iniciaram o show com uma música animada. Lá embaixo todo o público entrou no clima, dançando e cantando ao ritmo da canção.
 
- Socorro! Não aguento mais esses dois – A Rafa sussurrou no meu ouvido assim que conseguiu escapar da marcação cerrada do Caio e do Murilo.
 
- Esses dois estão mesmo afim de você, né? – Comentei.
 
- Ain Luan, eu tô é confusa demais! O Murilo fica aí, falando que está arrependido de ter me deixado. Do outro lado tem o Caio dizendo que nunca deixou de me amar e que está com saudades... Eu não sei, tudo isso é muito para uma noite só! – Ela desabafou apoiando a testa no meu braço.
 
- Escuta o seu coração, Rafinha! Tenho certeza que ele vai te dizer o certo a se fazer – Dei a ela o conselho que eu mesmo sempre tentava seguir. Apoiei a mão nas suas costas tentando reconfortá-la. Era estranho eu estar consolado a Rafa. Geralmente era sempre ela que fazia esse papel comigo ou com a Anita.
 
- Ótimo conselho! – Ela conseguiu me dar um meio sorriso – Quer saber de uma coisa? Vou aproveitar que esses dois se distraíram e vou até o banheiro tentar ligar para a Dora e ver se está tudo bem com a Vick. Aí já aproveito para tomar um ar e tentar colocar a cabeça no lugar. Você me dá cobertura?
 
- Opaaaa! Pode contar comigo, companheira! – Brinquei.
 
- Valeu Lú! Te devo essa! – Ela bateu de leve no meu braço antes de se virar e sair caminhando em direção ao banheiro. Fui até o Murilo e o Caio que assistiam ao show logo ali perto e os abracei por trás tentando garantir que eles não saíssem atrás da Loira – E aí, rapaziada? Tão curtindo o show?
 
Eles começaram a falar, comentando que a dupla era muito boa e que a Thaeme era uma gata, mas eu não estava prestando muita atenção. Na verdade eu estava era à procura da Anita. Corri os olhos pelo camarote e não consegui encontrá-la em lugar nenhum. Onde aquela bandida tinha se metido?
 
***
Ponto de vista da Rafa – Equipe dos Entocados
 
Fui até o banheiro, que ficava em um a área aberta mais afastado dos camarotes e do palco e ladeado por um jardim de inverno. Ali a música ainda estava um pouco alta, mas já era possível falar ao telefone com algum esforço. Alguns homens e mulheres passavam pelo local, mas a maioria das pessoas estava acompanhando o show, por isso o movimento era tranquilo.
 
Peguei o meu celular de dentro da minha bolsa estilo carteira e disquei para a Dora. Enquanto chamava, ouvi uma voz conhecida se aproximar.
 
- Relaxa Alê, eu estou bem! É só vontade de ir ao banheiro, juro! Grávida tem disso mesmo, vai ao banheiro toda hora...
 
Anita! E o Pato! Ai meu Deus! O que eu ia fazer?
 
Fiquei tão atrapalhada que derrubei a minha carteira no chão. Na hora que fui tentar pegá-la, o meu celular caiu também, se espatifando todo. A bateria voou para um lado, a capinha para o outro, foi uma loucura!
 
Vi pelo canto do olho que os dois estavam se aproximando. Sem escolha, corri para trás de um vaso de flor que abrigava um coqueiro com folhas longas. Eu não queria que eles me vissem ali, daquele jeito tão deprimente e tão abatida por causa do “assédio” do Murilo e do Caio.
 
- Pato, eu já volto! Você me espera aqui fora? – Ouvi a Anita perguntar quando chegou à porta do “toallet”.
 
- Claro! Fico aqui e te dou cobertura! – O jogador brincou.
 
Permaneci escondida atrás do coqueiro observando o Alê. Ele mexeu no bolso para pegar o seu celular quando, sem querer, mexeu o pé e pisou em nada mais, nada menos que na bateria do meu telefone. Droga!
 
Ele se abaixou e pegou o pedaço do meu aparelho que havia "voado". Depois ele passou a olhar ao redor, como se procurasse entender de onde aquilo tinha aparecido.
 
- Hããã... Acho que isso é meu – Falei meio sem jeito enquanto saía do meu esconderijo. Fiquei vermelha de tanta vergonha. Que cena mais patética! Surgir de trás de uma árvore reivindicando a bateria de um celular? Lamentável!
 
- Rafaela? – Ele parecia surpreso. Também não era para menos...
 
- Eu mesma! – Levantei a mão como quem diz: Presente! – Meu celular caiu quando eu estava fazendo uma ligação. Aí eu ouvi vocês chegando e bem... Como não estou falando com a Any, achei melhor me esconder e esperar ela passar – Tentei me justificar da melhor maneira possível.
 
- Bom, sendo assim... Acho que você vai precisar disso – Ele me entregou a minha bateria – Pensei que nunca mais iria te ver depois daquele dia no elevador.
 
- Bom, eu não posso dizer o mesmo... Eu sabia que você e a Any haviam virado amigos, então imaginei que voltaríamos a nos encontrar mais cedo ou mais tarde, já que eu sou a empresária dela – Expliquei voltando a montar o meu celular e ligá-lo. Não havia nenhuma mensagem ou ligação perdida da Dora, sinal que deveria estar tudo bem com a minha pequena Vitória.
 
- Pois é, ela me contou. Mas me fale, que lance é esse de vocês não estarem se falando? Pelo o que pude perceber vocês se conhecem há muito tempo. Por que brigaram assim? – Ele parecia realmente interessado na questão.
 
Não sei o que me deu, mas desatei a falar. Contei a ele sobre o meu divórcio, sobre a discussão com a Any na Toca, sobre o meu reencontro com o Caio... Eu falava rápido, meio que atropelando as palavras e sem parar para respirar. Parado na minha frente ele apenas me escutava, me incentivando a prosseguir. Era estranho poder falar assim. Na maioria das vezes era eu quem fazia o papel de ouvinte...
 
- Pronto Pato, já cheguei! Desculpa a demora, é que tinha um grupo de fãs lá dentro e aí nós paramos para tirar algumas fotos no espelho... – De repente a Any surgiu ao nosso lado – Rafa? O que você está fazendo aqui? – Ela quase caiu para trás quando percebeu que era eu quem estava conversando com o seu amigo.
 
- Encontrei a Rafaela meio que sem querer – O Alê explicou – Ela estava aqui, me contando como foram as suas últimas duas semanas. Ela tem passando por poucas e boas, hein?
 
- Hum... Me parece interessante – A Any comentou com ironia na voz – Bom, eu preciso ir lá para dentro. Tenho que... ficar de olho em alguém – Ela tentou manter segredo, mas eu saquei que era do Luan que ela estava falando – Vamos?
 
- Então... Se você não se importar, eu gostaria de ficar aqui fora. Lá dentro está muito cheio e abafado, não estou acostumado com todo esse agito – O Pato disse. Era impressão minha ou ele tinha acabado de dar uma desculpa esfarrapada só para ficar ali comigo?
 
- Cheio e abafado? Não está acostumado com o agito? – A Any repetiu as palavras completamente incrédula. Pelo jeito ela também havia sacado que ele estava mentindo – Hããã... Então tá, né? Então fique aqui, em um local mais... vazio e ventilado... – Ela sugeriu isso mexendo as mãos como se estivesse tentando improvisar algo. Não sei o que estava rolando, mas me pareceu que os dois trocaram alguns olhares rápidos e a Any achou melhor ajudar o jogador a manter aquele papo de “o banheiro é muito mais legal”.
 
- Mas Any, volta lá e vá ficar junto do seu marido! Ele precisa de você – Ele a aconselhou com a voz firme.
 
- Será que precisa mesmo? Ele me parecia muito bem quando eu cheguei – Ela olhou feio para mim. Oi? Qual parte da história eu tinha perdido? O que mais eu fizera de errado para ela estar com ainda mais raiva de mim?
 
- Sabe o que eu acho? Que seria ótimo se todos nós entrássemos. O show deve estar bombando e já, já a Thaeme e o Thiago vão cantar a minha música predileta – Propus.
 
Os dois concordaram com a minha sugestão e voltamos todos juntos para o camarote.
 
- É melhor ficar de olho na Anita. Sempre que ela e o Luan brigam um dos dois acaba cometendo uma loucura – Falei disfarçadamente para o Pato.
 
- Eu ouvi isso, Rafaela Prado! – A Any se virou para olhar mais uma vez com cara feia para mim. É, hoje não era o meu dia...
 
- Anitaaaa, Anitaaaa, onde você estava? Pelo amor de Deus, você precisa ver isso! – A Malú apareceu aos berros ao nosso lado agarrando a Any pelo braço e a puxando mais para dentro do camarote. Corri atrás delas com o Pato logo atrás de mim.
 
- Pelo amor de deus, Maria Luiza. A última vez que você me chamou desse jeito não era coisa boa! – Ouvi as duas conversarem logo à frente.
 
- Então se prepara, porque isso é ainda pior – A Malú respondeu.
 
*** Link para músicahttp://www.youtube.com/watch?v=PqZ1mftEy54 (E agora eu arrocho, arrocho, arrocho sem parar!)
As duas pararam de sopetão. Quase não consegui parar a tempo e por pouco não trombei nelas com tudo. Procurei a cena que estava despertando o interesse das meninas. Quando localizei, o meu queixo foi ao chão. O Luan e o André estavam dançando arrocha, cada um com uma pirigueti morena vestida com pouquíssima roupa e se insinuando de maneira absurda para os dois. Ao redor deles, as pessoas formaram uma "rodinha" e gritavam palavras de incentivo para os dois.
 
- Quando a música começou, as duas foram até eles e pediram que os dois ensinassem elas a arrochar – A Malú contou com os olhos faiscando de ódio. Na nossa frente, o André rebolava, todo fazendo charme. Já o Luan, ao ver que a Anita assistia a cena, aproveitou para colar ainda mais o corpo ao da morena, só para fazer ciúme, e cantar o refrão da música em alto e bom tom:

 "A culpa é sua que não quis me acompanhar, agora eu arrocho, arrocho, arrocho sem parar..."
 
- Eu só tenho uma pergunta - A Anita chamou a atenção da Malú com a voz cheia de raiva - Se eu matar duas piriguetis, sou presa ou posso alegar legítima defesa?

- Acho que seria legítima defesa... – A outra palpitou.
 
- Que bom, porque estou planejando uma morte lenta e dolorosa para as duas... – Era claro que ela estava exagerando, mas mesmo assim fiquei assustada. Não era normal a Anita falar esse tipo de coisa.
 
Voltei a olhar para o Luan. A garota com quem ele dançava se aproveitava da situação para cheirar o cangote dele e apertar a sua bunda. Ahhh não! Aí ele havia passado de todos os limites!

- Não, isso já é demais para mim... – A Anita disse. Ela olhou para o lado e os nossos olhares se cruzaram. Dei um leve aceno de cabeça para ela, como se quisesse dizer que ela precisava por um fim naquela situação o quanto antes.
- Então está decidido! É hora de entrar em ação – Ela avisou antes de se virar e disparar pelo camarote em direção ao palco.
 _______________________________________
Notas finais: Ai, ai, ai... O que será que a Dona Anita vai aprontar?
Essa boate vai ficar pequena para o Casal Luanita!
Juro que o próximo capítulo vai ser imperdível!
Beijo e até lá!

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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Em um Porto Alegre

Hey Luanetes!
 
 O VDL desse mês chega ao sul do país e “atraca” em um “Porto” muito “Alegre”! Sim, o ‘causo’ de hoje é de uma guria de POA (Porto Alegre para quem não manjava o significado da sigla, assim como eu...); a linda da Carol Ferreira!
 
Carolzita é fã do nosso ‘Gordo’ desde 2010, porém ela não sabe porque virou Luanete. “Me apaixonei pelo Luan desde a primeira vez que eu o vi na TV, no Programa da Eliana. Fiquei completamente encantada e comecei a pesquisar tudo sobre a vida dele. Desde então não parei mais e hoje aqui estou eu, mais Luanete do que nunca!”. [Bom... Bem que dizem que para se gostar de alguém não é necessário ter uma razão. A Carol só resolveu levar isso beeeem a sério, não é mesmo? Rs!]
 
Quando eu convidei a Cá para contar a sua história aqui no VDL ela me respondeu dizendo que seria uma honra, porque sempre que lia os “causos” das meninas ela ficava pensando: Quando será que vai chegar a minha vez?
 
Como disse a Ruty no último VDL, Deus não demora, Ele capricha! E foi assim que a vez da Carolzita chegou: No capricho! E, como a própria Cá declarou “Foi a prova de que só quem sonha consegue alcançar”. Sim, sim e sim! A Cá alcançou e aqui vamos nós saber tudo o quê aconteceu com essa Nega enquanto ela buscava o seu tão esperado abraço!
 
Mas antes de começarmos o “causo” de hoje, eu só queria dizer que a honra é toda minha por poder contar histórias tão lindas de um amor tão puro como esse. Escrevo pensando quando a MINHA vez vai chegar. Uma vez a Thay Campos (nossa diva-mor aqui do VDL) disse que quando eu menos esperasse, PÁ! O Luan estaria lá de braços abertos me esperando, e que o meu PÁ seria o melhor de todos. Então, sendo assim, que o meu, e o PÁ de todas as Luanetes seja assim, perfeito! O da Carol foi! Bora então saber o quê aconteceu? [Lembrando que os trechos entre “...” são partes do depoimento da Cá enquanto as frases entre [...] são os meus comentários, ok?]
 
“Como já diz a nossa querida Manu, ‘Luanete que é Luanete anda lado a lado com a zica, né não?’. Pois bem, essa frase se encaixa perfeitamente com a minha ‘nado mole vida’ de Luanete azarada” [Ahh, eu sei muito bem como é isso! Ser Luanete e não ser nem um poquinho azarada é quase um milagre! A única que foge a regra é a Dany Bueno, do VDL nº 4 que tinha um pacto com o pessoal da rádio e foi sorteada para ganhar o camarim do Luan umas três vezes e dispensou todas elas! Rs! Acreditam que ela ganhou outra promoção da rádio para assistir o novo DVD do Luan no cinema? Essa Nega é a única exceção! Mas isso é outra história... Vamos voltar ao “causo” da Carol...]
 
“Tudo começou... [ Lá vem o tal do ‘tudo começou’ de novo! Rs!] quando eu recebi a maravilhosa notícia de que o Luan faria dois shows por aqui no mesmo final de semana: Um na minha cidade [Porto Alegre] e outro em uma cidade próxima [ Novo Hamburgo]. Depois de um ano e dois meses desde o meu último concerto, eu iria vê-lo novamente! [Vivaaaa!]
 
O show em Novo Hamburgo seria realizado na sexta-feira. Já o da minha cidade seria um festival no sábado, o Arena Pop. Foi aí que tudo começou a dar errado!
 
Primeiramente os organizadores do festival tiveram um 'imprevisto' e precisaram mudar o dia, transferindo o evento para o domingo. Depois eles mudaram as atrações. Graças a Deus não tiraram o Luan! Isso sem falar que eles mudaram os setores de lugar umas três vezes e nisso precisei trocar o meu ingresso de lugar ‘algumas’ vezes... Não bastasse tudo isso, uma semana antes do show eles também mudaram o local do festival!” [ Pessoal indeciso esse, não? Mais um pouco eles iam querer até mudar a cor do céu para rosa ou coisa do tipo...]
 
“Apesar de todas essas ‘alterações’ e de muitas ‘dores de cabeça’, finalmente chegou o tão esperado fim de semana. Na sexta-feira fui para a parada [modo chique de dizer ponto de ônibus! Esse pessoal do sul é muito fino, né gente? Fala sério!] às 4h30 da madrugada, porque moro à 1h30 de distância do centro de Porto de Alegre. Além disso, eu também precisaria enfrentar uma outra ‘pequena viagem’ para chegar a Novo Hamburgo, onde aconteceria o primeiro show.
 
Mas para a minha ‘sorte’, todas as empresas de ônibus da cidade entraram em greve e manifestantes bloquearam todas as saídas do município além dos trilhos do trem, que seriam a segunda maneira mais fácil de chegar a Novo Hamburgo depois dos ônibus.
 
Sabem aqueles pesadelos que a gente tem, onde imaginamos que corremos, corremos e corremos, mas não conseguimos sair do lugar? Foi assim que eu me vi, precisando deixar o meu bairro e não conseguindo!” [Se a Carol fosse fazer um protesto, com certeza no cartaz dela estaria escrito: “Não é por R$ 0,20, é por mais shows do Luan aqui em POA! Rs!”, ou “#SaiDaRua e vem pro show do Nego também! Rs!]
 
“Depois do meu desespero, eu e minha mãe resolvemos chamar um amigo da família que é taxista e ele nos buscou. Horas depois conseguimos fugir das passeatas e manifestações e chegamos ao meu destino.
 
Encontrei uma amiga minha e passamos um dia super tranquilo na fila”. [Oi? Dia tranquilo na fila? Tipo, quem passa um dia tranquilo na fila, debaixo de sol, chuva, horas e horas de pé sem comer, beber ou ir ao banheiro? Carol, minha filha, que fila é essa que você ficou? Me conta, que estou precisando de filas como essa!].
 
“Depois seguimos até o hotel onde a banda estava e tiramos fotos com o Pexola, Fer Baron, Paulinho e com o Márcio. Todos eles foram super simpáticos e atenciosos. Uns amores!” [A tarde da Carol na fila foi TÃO, mas TÃO tranquila que ela até arrumou tempo para dar um pulo no hotel da banda! Definitivamente, eu preciso de uma fila como essa! Olhem aí as fotos:]
 

“Quando estávamos voltando para o local do show, ‘euzinha’ aqui, esperta como sempre, cismei que estávamos indo pelo caminho errado (quando na verdade estávamos indo pelo certo!).  Acabei fazendo eu e a minha amiga entrarmos na rua errada e acabamos nos perdendo!
 
Imaginem o desespero de duas gurias completamente perdidas em uma cidade desconhecida pensando que em pouco tempo os portões do show abririam e nós não estaríamos lá!” [Duas coisas: 1 – Esse lance de falar “guria” é tão fofinho, não é? Acho tão lindo! Queria ter nascido no sul só para falar guria e guri!
2 – Tipo assim, as duas meninas estão perdidas, sem ter ideia de onde estão, completamente perdidas, perigam nunca mais voltar para casa e tudo o que elas conseguem pensar é: O portão do show vai abrir! É... O Luan realmente faz as Luanetes perderem o rumo, literalmente!]
 
“Com muito custo, conseguimos achar um moço muito gente fina que nos indicou o caminho certo. [Ufaaa!] No meio daquele desespero todo não percebi que haviam dez novas mensagens no meu celular e algumas ligações perdidas.
 
Quando abri os SMS's quase cai dura ali no meio da rua! Eram minhas amigas avisando que eu havia ganhado uma promoção e que iria ver o Lú no camarim durante o festival do domingo!
 
Nisso nós já havíamos voltado para o local do show. Me peguei sentada no chão em prantos, rodeada de Luanetes enlouquecidas querendo saber o porquê de tantas lágrimas. A única coisa que eu conseguia pensar naquele instante era que depois de três anos como fã, depois de tanto correr atrás dele e nunca conseguir nada, finalmente eu ia conseguir abraçá-lo!
 
Voltando um pouco para todo mundo entender a história, a promoção tratava-se de enviar uma paródia de qualquer música do Luan. Quando fiz a minha, detestei o resultado e decidi que não iria inscrevê-la. Mas meus pais insistiram muito dizendo que estava muito boa e eu acabei mandando, só para não dizer que não havia participado... No fim, eu acabei ganhando! Quantas noites fui dormir chorando, com medo de que a minha vez nunca chegasse até que ela finalmente chegou! 

[Gente, não sei como a Cá achou que não ia ganhar! Olha a paródia que ela fez, ficou super bacana:

'Perto de papai você é santinha, mas no Arena Pop você perde a linha
Perto de papai você é santinha, mas no Arena Pop, você perde a linhaaaaa... 
Não fica triste não, a Hits é bacana, se o seu pai te perguntar você tá no camarim do Luan Santana, 
Vou gritar bem alto que é pra você saber, é lá no Pepsi On Stage que nós vamos ferver!!'' - Só para todo mundo entender: Hits é o nome da produta, Pepsi On Stage é centro de eventos onde foi realizado o show e Arena Pop é o nome do festival.

Ficou muito massa, não ficou? Enfim, voltando...]
 
Depois de um tempo, consegui me acalmar e explicar para todas as meninas da fila o que havia acontecido. Elas choraram e gritaram comigo.
 
Mais um tempo depois, entramos na casa de shows. Foi tudo perfeito! O Lú estava lindo, cantou e encantou como sempre. E eu preciso confessar que também tenho mania de pegar os papeizinhos laminados e guardar, e dessa vez não foi diferente!” [Ahhhh, mais uma que, como eu, também guarda os papeis picados do show! Rs! Tenho um monte guardado aqui! Tem até serpentina da gravação do DVD! Minha mãe olha e não entende nada, coitada...Tamô junto nessa, Cá!]
 
“Voltei para casa ainda sem acreditar no que estava acontecendo. E foi assim que passei o sábado inteiro: em estado de choque, sem a ficha cair. 

Acho que a única coisa que conseguiu me tirar do meu estado de “êxtase” foi a ‘missão’ de comprar um presente para o Lú. Já é uma tarefa super complicada escolher algo para uma pessoa que tem tudo. Escolher algo em cima da hora então, nem se fala! Quebrei a minha cabeça e rodei a cidade em busca de um presente. No fim, comprei erva e uma cumbuca para levar. Simples, mas era melhor do que nada.” [ Eu curti a ideia da erva! Aliás, já falei que sou louca para tomar um tereré com o Lú? Enfim, isso não vem ao caso agora... Mas eu realmente achei a ideia do presente criativa! E acho injusto as fãs só ficarem sabendo que ganharam o camarim um dia antes. Quem consegue comprar algo descente para dar para o seu ídolo em UM dia? Ôôô produção, tem que rever isso aí, hein...]
 
“Acordei no domingo, super, hiper, mega animada para o melhor dia da minha vida. [Uhuuuuuu!]. Levantei e fui direto para o banho, só que adivinhem! Faltou luz no meu bairro todo e não tinha previsão de volta! Como eu ia abraçar o Luan sem ter tomado banho e com o cabelo em um estado crítico? Impossível, né?” [Carolzinha levou a sério MESMO o lance de ser zicada! Coitada! Imagina ter que ver o Lú sem AQUELA produção básica? É castigo demais! Não desejo isso nem para as “inimigas”! Rs!]
 
“Depois de muito chorar e atordoar meus pais, a luz finalmente voltou e eu pude me arrumar a tempo (ou quase...). Fui para o local do show bem tarde já que não iria ficar na fila”. [Carol chique! Não pega filas!]
 
“Quando o ônibus onde eu estava passou em frente ao hotel, que fica quase ao lado da casa de shows, vi o Penunmbra lá, lindo e maravilhoso paradinho em frente ao prédio. Meu coração foi até o dedinho do pé e voltou em menos de um segundo. Desci do ônibus e carreguei a minha mãe até lá, mesmo sabendo que o Luan não estaria ali, porque ele fica em um outro hotel mais chique da cidade. Com isso eu consegui abraçar a Marla e o Juliano.
 

Após as fotos, finalmente resolvi ir para a casa de shows aguardar o horário de encontrar com a mulher da produtora que me levaria até o camarim. O tempo nunca passou tão devagar em toda a minha vida como naquelas três horas em que fiquei esperando pelo horário marcado com essa tal mulher. Parecia que o relógio andava ao contrário quando eu não estava olhando para ele, o que só me deixava mais desesperada e nervosa”. [Gente do céu, eu fui testemunha desse desespero todo! Fiquei trocando mensagens com a Carol tentando acalmá-la mas, é claro, que não adiantou. Essa menina estava uma pilha de nervos! Ficamos as duas surtando, ela lá e eu aqui em São Paulo. Foi muito massa!]
 
“Após muito esperar, finalmente chegou o horário marcado para o encontro com a mulher que me levaria para os braços do Lú. Fui atrás dela no local combinado, mas a mulher tinha simplesmente sumido! Ela foi aparecer quase 15 minutos depois, para o meu alívio.
 
Seguimos até atrás do palco e procuramos pelo Ângelo para pegar a minha pulseira. Depois ela me levou até a fila do camarim onde outras meninas já aguardavam.
 
Tivemos que esperar um bom tempo até o nosso ídolo atrasado chegar.” [Dica de presente para o Luan: Um relógio, para ver se ele para de perder a hora, né?]
 
“Alguns bons minutos depois estava eu, distraída, prestando atenção em sabe-se lá o quê, quando olho para frente e me deparo com a melhor visão que eu poderia ter! Vi o ‘Gordinho’ passando em direção ao camarim com uma touca laranja e aquele brilho no olhar que só ele tem.” [ Ahhh, aquele brilho no olhar capaz de nos tirar o chão, o ar, tudo...]
 
“Fui a sexta a entrar no camarim. E foi só na hora que coloquei o pé dentro daquele lugar e que vi o Lú parado na minha frente com os braços abertos me esperando, com aquele sorriso perfeito, com aqueles olhinhos brilhantes e me dizendo um ‘Oi lindona, tudo bom?’ que me caiu a ficha que aquilo estava realmente acontecendo comigo.
 
Perdi o chão completamente. Não consegui pensar em mais nada, esqueci como se caminhava, como se respirava e até agora ainda não sei como consegui chegar até os braços dele sem tropeçar ou sem bater em nada no caminho.
 
Parei em frente à ele e senti o Testa puxando a câmera da minha mão e me dando um leve empurrãozinho para que eu me aproximasse do Lú”. [Rober espertinho só nos empurrão de leve! Certeza que durante todos esses anos trabalhando na Equipe LS rolou uma espécie de treinamento de “Empurradas Estratégicas de Fãs”, para aqueles momentos que as Negas ficam sob o “Efeito Luan”, ou seja, quando elas se esquecem até do próprio nome. Tá certo, tá certo... Tem que garantir o bem-estar e a foto das meninas que entram no camarim, né não?]
 
“Foi nesse momento que eu percebi que tudo havia valido a pena. Todas as lágrimas que eu já havia derramado se transformaram em sorrisos. Eu superei todas as barreiras, passei por cima de tudo e todos que tentaram me derrubar e acabar com o meu sonho (que não foram poucos) e agora estava ali; nos braços do meu ídolo, nos braços do homem que me ensinou a acreditar nos meus sonhos acima de tudo e que, naquele momento, estava realizando o maior deles.
 
Foi tudo muito rápido, por mim eu teria pausado esse momento e viveria o resto dos meus dias sentindo aquele perfume tão suave e aquela pele tão macia tocando em mim...
 
Mas como nada é perfeito, segundos depois o Roberval já estava me trazendo de volta à realidade e mandando a gente se preparar para a foto.
 
Pouquíssimo tempo depois eu já estava do lado de fora, aos prantos e sendo obrigada a me afastar da pessoa que mais me faz feliz. Eu não sabia se estava chorando de felicidade por ter abraçado ele, ou se estava chorando de tristeza por querer ficar lá ao lado do Lú e não poder.
 
Depois disso tudo correu bem. Assisti ao show do Lú e as outras atrações do festival e depois voltei para casa, sã e salva e me sentindo a pessoa mais feliz e realizado desse mundo”.
 
Aiiii gente, achei tão fofo a Carol descrevendo o encontro dela com o Lú. Tão coisa de amor verdadeiro e puro, né? Queria muito agradecê-la por ter dividido esse “causo” com a gente. Olhem aí como os dois ficaram "divos" na foto:


É como a Cá disse: Essa é a prova de só quem sonha consegue alcançar. Ela conseguiu e tenho certeza que todas nós vamos ter o nosso PÁ um dia, e vai ser o melhor de todos. (Amém!). Cá, obrigada guria! Eu amei muito o depoimento! *--*
 
E é isso, meninas! Espero todas vocês no próximo VDL que será especial por dois motivos:
 
1 – Será um causo de uma fã lá de Portugal! Chique, não? Estamos internacionais!
 
2 – E também porque será o meu VDL de despedida. Vamos fechar com 13 causos, porque eu adoro esse número! Vivaaa!
 
Antes de ir, só mais uma coisa:
 
Vi o Luan no programa do Faustão ontem e me emocionei demais com os depoimentos e com a história dele. Só posso agradecer a Deus por não ter deixado o Lú desistir, por ter feito ele entrar na minha vida e assim me ensinar a acreditar nos meus sonhos. Eu queria que todo mundo tivesse a oportunidade de ter um ídolo como o nosso, capaz de gerar tanta coisa boa e tanto amor.
 
Que o brilho no olhar dele nunca se apague e continue nos guiando sempre.
 
Vejo vocês no próximo VDL! Beijos e obrigada por tudo!
 
E até lá,
 
Acreditem!*




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