domingo, 24 de novembro de 2013

Capítulo 12 - Brilha Luanita - Parte II

Notas iniciais: O Ministério da Saúde Adverte: Casal Luanita pode causar crises de suspiro incontroláveis!

Só aviso que o cap está caprichado! Espero que aprovem!
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No capítulo anterior...

Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas

– Já podemos começar o ensaio? Então bora pro estúdio! Sigam-me os bons porque hoje eu estou no VE-NE-NO! Ninguém me SE-GU-RA! – O diretor disse muito animado antes de virar e se dirigir para o cenário.

Eu e o Luan nos olhamos com cara de “Podemos com isso?”. O dia ainda seria longo e prometia fortes emoções!

Caminhamos até a parte do estúdio onde todo o cenário estava montado. Olhei ao meu redor: Eu não havia reparado antes, mas prestando bem atenção, o local estava parecendo uma réplica da cozinha da Toca. A geladeira branca, o balcão com azulejos azuis e brancos, a mesa de madeira, os bibelôs em forma de pinguins... Tava na cara que o André trabalhara muito para criar, digamos, um ambiente bem “familiar” para a gravação daquele comercial. 

Era impressão minha ou estava rolando uma “conspiração” para que eu o Luan voltássemos a nos entender? Agora que eu estava pensando melhor sobre o assunto, tudo fazia sentido! Primeiro a reunião na Toca, agora o André como diretor do comercial... Ahhh, eu poderia apostar toda a minha conta bancária (que não era pouca) que tinha dedo da Trupe nisso!

- Certo, como vocês já devem ter percebido, eu criei uma réplica da cozinha da Toca aqui para que proporcionar um ambiente mais A-CON-CHE-GAN-TE! O comercial será muito simples, porém não deixará de lado a genialidade típica dos meus trabalhos – O André começou a falar se gabando, como sempre costumava fazer.

– Agora prestem MUI-TA atenção que eu só vou explicar o roteiro uma vez, ok? O comercial vai começar com a Anita fazendo um lanche na cozinha. Ela mexe na geladeira, pega algumas coisas, coloca sobre a mesa... Nada que uma mulher grávida e faminta não faria... – O diretor deu início a sua explicação, gesticulando com as mãos enquanto falava como se já estivesse imaginando as imagens no enquadramento das câmeras.

– É nesse momento que o Luan chega e pergunta com cara de cachorrinho sem dono: Anita, você viu as minhas Havaianas? Nessa parte a Any olhará para o chão, a câmera seguirá o seu olhar e todos nós, expectadores, veremos que ela está usando os chinelos do marido. Para não se denunciar, ela então responde apontando para a cadela que está sentada perto da mesa: Não vi não, Luan! A Divinha deve ter levado lá para fora. O Lú então sai em busca do chinelo e Anita tira as Havainas do pé e as coloca perto da porta. Quando o marido volta, ele questiona: Ué, mas como isso veio parar aqui? Ahh, essa é a minha parte PRE-DI-LE-TA! Gente, é sério! Isso ficou GE-NI-AL! – O diretor se empolgou e começou a bater palmas, se esquecendo completamente de continuar a explicar o roteiro.

- Tá André, a gente já entendeu que essa parte será GE-NI-AL! Agora será que você pode retomar o roteiro? - Pedi, revirando os  olhos.

- Tá bom, tá bom, sua CU-RI-CA implicante! Eu vou continuar – O diretor fingiu estar magoado antes de prosseguir – Enfim, você vai virar para o Luan e dizer: Não sei! De repente, PÁ, elas apareceram aí! Entederam? De repente, PÁ! Não é BRI-LHAN-TE? – O Dé ria sozinho como se aquela fosse a melhor piada dos últimos tempos. Eu e o Lú trocamos olhares, novamente nos perguntando se realmente merecíamos tudo aquilo. Todo o resto do pessoal do estúdio parecia compartilhar a mesma opinião que nós: O diretor devia ter pirado de vez! Só uma pessoa parecia estar tão empolgada quanto o André. Ao lado dele, uma ruiva de olhos verdes também ria sem parar, com uma das mãos apoiadas no ombro do diretor como se fossem muitos íntimos.

Mas quem era aquela pirigueti com cabelo de “molho de salshisha”? Olhei ao redor e encontrei a Malú parada ao lado da Rafa próximo a porta. A fotógrafa encarava a cena com cara de quem estava prestes exterminar todas as ruivas da face da terra.

- E depois disso, companheiro? O comercial acaba? – O Luan retomou o assunto me obrigando a focar novamente no roteiro.

- Não Divo! Depois disso, a Anita vira-se novamente como se fosse pegar algo na geladeira e a câmera a segue, mostrando que ela está sorrindo, se divertindo com a situação. Porém, quando volta a olhar para mesa, a Any percebe que o seu sanduíche sumiu. Ela encara o Luan em busca de respostas e pergunta onde foi parar o seu lanche. O Divo então responde com a bocha cheia e escondendo o sanduíche atrás das costas: PÁ, sumiu! Aí cortamos para a vinheta com a música e a frase: Havaianas – De Granfinas e a Caipiras, todo mundo usa! Ahhh, vou ganhar o Prêmio Melhores do Ano com esse CO-MER-CI-AL! – O André fixou o olhar no horizonte como se já estivesse se imaginando com o troféu nas mãos – Alguém me segure, porque hoje eu estou TER-RÍ-VEL!

- Tá, tá, ô Sr. Terrível – Interrompi o diretor – Só me explica uma coisa: Você disse que eu precisaria apontar para a Divinha, mas... – Fingi estar procurando a minha volta com uma expressão irônica – Não tem Divinha aqui!

- Já estamos cuidando desse detalhe, curica! Nádia, onde está a Divinha? – O André perguntou para a ruiva que ainda estava ao seu lado.

- A cadela já está chegando, Dé! – A ruiva, que deveria se chamar Nádia, respondeu de pronto. E como assim ela chamava o meu amigo pelo apelido? Só a Trupe poderia chamá-lo de Dé! E como a Divinha estava chegando? Até onde eu sabia a minha cadela não saía por aí andando sozinha!

- E quem é essa água com salsicha aí, André? – Quis saber.

- Essa é a Nadia, a NO-VA fotógrafa da minha produtora de vídeos. Ela quem vai fazer as fotos de vocês hoje – Ele me respondeu olhando para o canto onde a Malú estava com jeito de quem queria pular no pescoço de alguém.

- Como assim nova fotógrafa? Mas você disse que não ia contratar mais ninguém, que a vaga seria eternamente minha! – A Maria Luiza gritou de volta. Ela estava tão vermelha que parecia um tomate raivoso.

- Perdeu, curica! A fila andou – O diretor riu, ainda fazendo cara de desdém para ela - E agora vamos ao quê interessa. Luan e Anita, eu quero um comercial cheio de emoção, de amor, quero paixão transpirando pelos poros de vocês! Eu quero SEN-TI-MEN-TO, dor, drama... Quero ser capaz de sentir a AL-MA de vocês – Ele mudou de assunto, agora exagerando nos gestos, caras e bocas para dar ênfase a tudo o que nos pedia. A performance do diretor era tão exagerada que por um momento eu achei que ele fosse se jogar no chão, ou qualquer outra coisa parecida, só para dramatizar mais.

- André, isso é só um comercial, não é um filme que vai concorrer ao Oscar – Falei tentando trazê-lo de volta à realidade.

- Anita, você é paga para atuar e não para dar PAL-PI-TES, sua “granfininha” de meia-tigela – Ele retrucou.

- Ô companheiro, pega leve com a minha mulher, aí – O Luan pediu, chegando mais perto de mim e colocando a mão no meu ombro – E cara, tô gostando de ver! Tá fazendo “direitinho”! A Malú já tá doida de ciúme! Mas por que você ainda tá falando AS-SIM? A gente não combinou que você ia parar com isso? – Meu marido perguntou com a voz baixa, para que só eu e o André escutássemos.

- Meu caro Luanzinho, no dia-a-dia até posso falar normalmente, mas quando estou trabalhando eu preciso manter a minha PER-SO-NA-LI-DA-DE! Foi desse jeito que eu conquistei a minha fama e o respeito do pessoal da área. E além do mais, tá vendo a ruiva ali? – Ele apontou para a Nádia – Ela PI-RA no meu estilo! – O diretor piscou para nós, tentando fazer charme – E agora chega de conversa! Quero os dois começando a ensaiar JÁ! Eu não tenho o dia todo, não!

- Só me fala uma coisa – Sussurrei para o Luan – Por que ele é assim?

- Não sei, Ní. Será que ele bateu com a cabeça quando era criança? – Meu marido considerou a hipótese.

- Vocês AIN-DA não estão ensaiando? – O André gritou atirando a sua prancheta na nossa direção. Por pouco ele não me acertou bem na testa!

- Vixi, que agora o trem azedou de vez! – O Luan gritou depois de desviar do objeto voador – Vem Ní, vamos ensaiar senão esse “loco” vai acabar matando a nós dois! Vem que eu te protejo, “Paxão”! – Ele me ofereceu a mão e caminhamos juntos até os nossos lugares que já estavam demarcados no chão.

Nesse meio tempo, ouvi alguém gritando “Cheguei” e menos de cinco segundos depois eu sofri o mais temível e tenebroso ataque de lambidas da face da terra...

- Divinha, para! Divinha, já chega! Pelo amor de Deus, cadela! Assim você vai me derrubar – Gritei tentando me livrar da minha mascote. O Luan até tentou me ajudar, mas ele estava rindo tanto  da minha cara que ficava até difícil fazer qualquer coisa.

- Mas quem trouxe a Divinha? – Perguntei depois que a cadela se acalmou e parou de pular em cima de mim.

- Fui eu, Any! – O Caio, meu irmão, gritou levantando a mão. Percebi logo que ele estava sentado ao lado da Rafa e da Malú e tentava puxar assunto com as duas. A Maria Luiza nem estava dando atenção para os dois, porque ela não tirava os olhos da Nádia (na certa estava bolando mil e uma maneiras de arrancar os cabelos da ruiva). Já a Rafa e o Caio conversavam animados. Será que iria rolar uma reconciliação entre os dois?

- Já podemos começar, Dé! A cadela chegou e todos estão prontos e em seus lugares! – A Nádia avisou, tentando parecer super prestativa. O André apenas sorria em resposta, triunfante. Aff...

- Ok, Ok, então vamos dar início aos trabalhos! Luz, câmera e ação! O comercial da Granfina e do Caipira vai CO-ME-ÇAR!

***
Ponto de vista do Luan – Equipe dos Entocados

Começamos o ensaio. O André gritava ordens, a Nádia corria para fazer tudo o que ele mandava, A Malú resmungava nos fundos do estúdio, Caio e Rafa continuavam conversando como velhos amigos e a Anita... Bom, a Ní estava estranha. Mesmo o comercial sendo bem simples e ela tendo poucas falas, a minha esposa simplesmente não conseguia se concentrar. 

Eu já vira a Any fazer papeis muito difíceis e sempre mandar muito bem. Por isso eu sabia que havia algo de errado. Ainda mais porque ela me dissera que queria falar comigo. O que a minha Granfina queria? O que era assim tão importante que estava conseguindo tirar toda sua concentração?  A preocupação e a ansiedade já estavam me deixando louco! Eu estava doido para ter uma conversa muito séria com a Ní e esclarecer tudo de uma vez, mas com aquela “montoeira” de gente à nossa volta estava muito difícil.

- Terra chamando Anita Tunice Santana, Terra chamando! E então Anita, será que a senhora pode fazer o favor de interromper a sua viagem ao mundo da LU-A e começar a trabalhar direito? – O André chamou a atenção dela.

- Foi mal, Dé. É que eu tô meio...sei lá, tensa... – A Ní respondeu meio sem jeito.

- Sabe qual é o problema, companheiro? – Tive uma ideia para conseguir falar a sós com a minha esposa - Nós precisamos nos sentir em casa, certo? Então, a Ní não costuma usar esse tipo de vestido quando está em casa. Acho que ela precisa de um figurino mais com a cara dela...

- Eu apoio! O vestido está lindo, mas não está deixando a Anita à vontade – A Rafa concordou comigo.

- Até porque, quando a Any está em casa, ela fica parecendo uma mendiga. Nada a ver com essa roupa meiga aí – O meu cunhado entrou no assunto. Olha, por mais que eu tentasse gostar dele, era difícil me acertar com o Caio. Tá loco, ele sempre estava aprontando ou implicando com a Ní.

- Ah ótimo, agora tenho vários consultores de MO-DA no estúdio... – O diretor comentou irônico.

- Mas eu acho que eles têm razão, Dé. O Luan está usando camiseta e bermuda e está descalço. A Anita está calçando chinelos... Acho que o vestido está sério demais para a ocasião – A Nádia interferiu no assunto.

- Se a minha “Pimentinha” acha, então está certo! Anita, já para o figurino! – O André ordenou. Vi a Anita fazer cara feia ao ouvir o diretor chamar a ruiva de “Pimentinha”. Com certeza ela estava pensando: Fala sério, né? Pimentinha era demais!

- Eu vou lá com ela... Vocês sabem, né? Pra dar a minha opinião... – Disse saindo correndo atrás da Ní que já caminhava em direção às araras de roupa. Todo mundo ficou me encarando com cara de dúvida, sem entender a minha atitude, mas eu não me importei. Aquela era a oportunidade para conversar com a Anita que eu estava precisando.

- Eu não sabia que você entendia tanto assim de moda – A Anita brincou ao me ver próximo dela.

- Que isso! Entendo tudo desse trem! “Cê” vai ver como vou te deixar linda! Uma verdadeira gata garota, como diria a Rafa – Brinquei, conseguindo tirar um sorriso da minha esposa - Como é bom te ver sorrindo – Acariciei o seu rosto a fitando nos olhos – E agora me fala, o que está acontecendo, Ní? O que está te preocupando tanto? Tem alguma coisa a ver com o assunto que você queria conversar comigo?

- Estou disfarçando tão mal assim, é? – Ela desviou o olhar e passou a mexer nos cabides à procura de uma roupa.

- Muito, mas muito mal mesmo! Você geralmente já é péssima em disfarçar, mas hoje está se superando... – Opinei também revirando a arara em busca de um figurino bacana para ela.

- Você já se sentiu como se todo o peso do mundo estivesse nas suas costas? Como se estivesse rodeada por um milhão de pessoas, mas se sentisse sozinha? Como se todo mundo soubesse quem você é, mas ninguém te conhecesse de verdade? – Ela começou a falar com a voz fraca sem coragem de olhar para mim.

- Bom, com a vida que a gente leva é meio normal nos sentirmos assim... A gente sempre conversa sobre isso, lembra? Mas tem uma coisa na qual você não tem razão – Puxei o seu braço fazendo com que ela olhasse para mim – Eu te conheço de verdade. Sei muito bem quem você é, por dentro e fora. E por isso sei que está me escondendo algo...

- Luan, a gente precisa muito conversar! Muito mesmo – Ela me encarou com os olhos cheios de lágrimas e senti o meu coração dar um nó no peito. Ver a minha Granfina chorar também me fazia sofrer que nem uma “égua veia”.

- Shhiuuuu, shiuuuu. Não chora, meu amor. Não chora!  – Abracei  ela muito forte, tentando consolá-la – Não importa o que está acontecendo, a gente vai superar tudo isso junto, tá certo? Lembra? Eu estarei para sempre do seu lado, para te apoiar, te ajudar e para te fazer voar cada vez mais alto... 

- Você promete? Promete mesmo que é para sempre, não importa o que acontecer? – Ela me perguntou com a cabeça apoiada no meu peito, o seu corpo tremendo de leve.

- Claro que é para sempre, Anita. Eu te prometi isso quando a gente se casou! Naquele dia eu te dei muito mais que o meu sobrenome. Te dei todo o meu amor, companheirismo, fidelidade, apoio e amizade. Eu te dei o meu coração e toda a minha vida. Não existe Luan sem Anita – Tentei acalmá-la. Mais do que tranquilizá-la, aquelas palavras também serviram para me ajudar. Todos aqueles dias eu tinha andado muito preocupado pensando que havia perdido a minha esposa por causa da distância que surgiu entre nós. Agora eu entendia que tudo o que precisávamos era apenas sermos nós mesmos: As pessoas que enfrentavam vários problemas juntos, passavam por várias situações, mas que superavam tudo em nome do amor que sentiam um pelo outro.

- Eu também te vivo, meu amor – Ela murmurou baixinho no meu ouvido – Pra sempre, até depois dessa vida.

Ficamos abraçados por mais um tempo, e eu aproveitei para apertar a minha esposa bem forte, sentindo o cheiro bom dos seus cabelos e sentindo o toque macio da sua pele. Tudo era perfeito quando estávamos juntos. Era como se o tempo parasse e os nossos corações batessem na mesma sincronia. Por um instante eu tive a certeza que Deus existia e que Ele criava duas almas para se encontrarem e se amarem em um perfeito encontro, naquilo que todos chamavam de almas gêmeas.

- Ahãããm... – O André pigarreou atrás de nós.

Nós nos viramos e demos de cara, mais uma vez, com o estúdio inteiro olhando para nós. Eles pareciam um bando de bobos parados com a boca aberta ou suspirando. Ri baixinho ao imaginar que eu e a Ní éramos realmente um casal de “parar o quarteirão”, como uma vez o André dissera quando gravamos o clipe da música “Nega”.

- Escolham esse figurino e voltem já para a gravação! Ou eu vou virar uma FE-RA – Ele completou arremessando a prancheta mais uma vez em nossa direção e quebrando completamente o clima entre eu e a Ní.

***
Ponto de Vista da Anita – Equipe das Poderosas

Eu já tinha passado por muita coisa naquela minha vida, mas ser ameaçada de morte por uma prancheta era algo completamente novo para mim. Era isso que dava trabalhar com um diretor tão maluco feito o André!

 A Rafa acabou correndo em minha defesa e escolhendo um “look” para mim: Um shorts jeans desfiado e uma regata branca um pouco mais “soltinha”, mas que ressaltava a minha barriga de cinco meses de gravidez.

Agora que eu e o Luan havíamos conversado, eu me sentia muito mais segura. Naquele momento eu tinha certeza que ele aceitaria a notícia da Síndrome de Down da Nicole com muita naturalidade. Tudo o que eu mais desejava era poder estar à sós com ele e dividir aquele segredo com o meu marido. Eu sentia vontade de largar tudo e sequestrá-lo para bem longe, mas fazer o quê, né? Trabalho era trabalho e o "show" tinha que continuar...

Após a troca de figurino e a “pausa estratégica” com o Lú, a gravação do comercial correu super bem. Fizemos todas as nossas cenas dando bastante ênfase aos nossos “PÁs” e até a Divinha colaborou se comportando muito bem. 

- Certo, o comercial está DI-VI-NO! Estou encerrando a minha parte. Nádia, pode assumir daqui em diante. Quero fotos perfeitas, viu? Com muita emoção, pegada, amor... Quero imagens que falem mais que mil PA-LA-VRAS – O diretor pediu para a ruiva fazendo caras e bocas como se estivesse posando para as fotos.

- Tá certo, Dé! Só vou pegar a minha máquina – A Nádia avisou antes de se dirigir aos fundos do estúdio onde provavelmente ela deveria ter deixado o seu material de trabalho. Assim que pegou a sua mochila, ela virou e saiu correndo novamente em nossa direção. Quando ela passou pelo ponto onde a Malú estava sentada, a Maria Luiza esticou o pé de propósito, fazendo a ruiva sair tropeçando até finalmente perder o equilíbrio e cair de cara no chão, literalmente.

- Ops! Foi sem querer... Me perdoe, querida – A Malú fingiu estar arrependida. Ao seu lado a Rafa e o Caio faziam o possível para segurar o riso.

- Minha Pimentinha! – O diretor saiu correndo em direção à Nádia que se contorcia de dor no chão. Quando levantou o rosto, pude ver que o seu nariz estava sangrando. Isso sem falar que todo o seu material de trabalho havia caído da mochila e agora estava espalhado pelo chão do estúdio.

- Meu nariz! Meu nariz! Acho que quebrei! – A Nádia choramingava.

O pessoal do estúdio ajudou a ruiva a se levantar e a Rafa e o meu irmão se ofereceram para levá-la até o hospital mais próximo. A pobre coitada saiu carregada, o nariz inchado parecendo uma “batata”.

- E agora? Quem vai fazer as fotos para a CAM-PA-NHA? – O André estava desesperado. Se ele tivesse cabelos, com certeza estaria arrancando os próprios fios agora.

- Cof, cof... – A Malú apareceu tentando chamar a atenção dele de uma forma exagerada. Ela segurava a sua própria máquina fotográfica e parecia disposta a ser a "grande heroína" do dia – Acho que eu posso cuidar disso...

- Ahhh, sua CU-RI-CA! Você fez de propósito! – O diretor a encarou muito sério, os olhos faiscando de raiva.

- Euuuu? Mas é claaaaaro que nãããõoo! – A Maria Luiza se defendeu tentando parecer ofendida com a acusação.

- Gente, gente – achei melhor interromper antes que os dois começassem a brigar – Vamos logo com essas fotos? Tem uma "Granfininha" aqui dentro de mim que já está gritando de fome! Vocês não tem pena de uma pobre grávida como eu? – Fiz drama de propósito, só para mexer com o emocional deles.

- Tá bom, tá bom... Anda logo com essas fotos, então Maria Luiza. Mas ó, quero um trabalho de qualidade hein, curica?! Capricha, se não eu te mato! – O diretor acreditou no meu drama e se deu por vencido.

- Eu sempre capricho! E você sabe muito bem disso! – Ela piscou para ele só para provocá-lo – Bora lá, Luan e Anita! Apesar dos modelos não ajudarem muito, vou fazer o meu melhor... – A Malú arrematou, querendo tirar onda com a nossa cara.

A sessão de fotos foi uma loucura! Trocamos de roupa umas cinco vezes e usamos tantos pares de Havaianas que eu já estava até confundindo os modelos. Para a minha sorte, eu levaria todos para a casa depois. Nunca mais eu precisaria comprar chinelos na vida!

A Malú gritava ordens e nós fazíamos o possível para acompanhá-la. A fotógrafa estava impossível, querendo mostrar serviço enquanto o André apenas fazia cara de desprezo, fingindo desaprovar todas as fotos que ela tirava.

- Mais para direita! Mais para esquerda! Se abracem mais, se olhem nos olhos... – Ela ordenava.

Não, não é nada DIS-SO! Façam o que eu digo: Se abracem mais fortes, olhem um para o outro... – O André gritava em cima, só para parecer que era ele quem estava dando a última ordem. Era uma confusão só!

Posamos de mil e uma maneiras diferentes: sentados, em pé, deitados, com as Havainas nos pés, nas mãos, na cabeça... Até me pegar no colo o Luan pegou. 

No fim de tudo, eu estava exausta e com uma vontade enorme de ir ao banheiro. Por isso, assim que a fotógrafa me liberou, corri direto para o toalete. Desde que ficara grávida eu não tinha mais paz! Era “xixi” toda hora!

O banheiro era bem chique e grande. Assim que entrei dei de cara com um espelho enorme pendurado em uma parede decorada com azulejos brancos e rosa, além de uma pia larga e até uma poltrona. Na lateral havia uma segunda porta, onde ficava o vaso. Entrei nesta espécie de cabine, fiz o que tinha pra fazer e sai para lavar a mão.

 Já estava me secando com o papel toalha quando senti alguém me puxando, me jogando contra a parede e me prendendo entre os seus braços. Eu tentei gritar, mas fui calada por um beijo muito intenso, do tipo que te tira o ar, faz o seu coração disparar e as pernas parecerem gelatina.

Senti  as mãos dele correrem pelo meu cabelo e coloquei as minhas nas suas costas, sentindo o calor da sua pele quente e o perfume que eu tanto amava.

- Luan, que isso? Alguém pode entrar! – Consegui falar entre um beijo e outro.

- Ahh Ní, eu “tava” morrendo de saudades! Faz tanto tempo que você saiu de casa... – Ele reclamou fazendo cara de menino abandonado - Esse comercial tá parecendo uma tortura, rapais! Ficar tão perto da minha “muié”, abraçando, pegando no colo... E eu não podia dar nem um beijinho! “Num” guento isso, não! – Meu marido fez “bico” – E não se preocupa, eu tranquei a porta!

- É, eu também já não aguentava mais! Se eu pudesse eu te sequestrava daqui e te levava para um lugar só nosso – Confessei dando um selinho nele.

- Ô “Paxão”, vamô parar com esse negócio de briga, por favor! Tô vendo que tem alguma coisa errada com você! Quero cuidar das minhas Granfinas direito, ficar perto de você, poder dormir do seu lado, acordar com o seu cheiro no travesseiro – Meu marido me pediu acariciando os meus cabelos em um abraço meio de lado para não apertar a minha barriga.

- Ahh Paixão, eu preciso tanto de você! Desculpa se eu me comportei mal, se fui teimosa demais... O que eu mais quero é voltar para casa, é ficar perto de você – Falei encostando a cabeça no seu peito – A gente precisa muito conversar.

- Conversar sobre o quê, Ní? – Ele quis saber.

- Sobre a nossa filha. Mas não dá para falar aqui. É um assunto... delicado... - Desconversei.

- Mas aconteceu alguma coisa com vocês? – Ele segurou o meu rosto levantando-o para me olhar nos olhos. Sua expressão era de muita preocupação.

- Não, está tudo ótimo com a gente – Sorri para tentar tranquilizá-lo – Eu só quero falar com você em um lugar tranquilo, só nós dois...

- Ô Paxão, to saindo daqui e indo direto fazer show lá no sul do país. Volto só na semana que vem para o lançamento do livro da Rafa – Ele me olhou com uma expressão triste – Eu queria tanto ficar com você. Tô morrendo de saudade, de verdade! “Cê” tá me deixando louco fugindo de mim desse jeito...

- A gente vai ficar junto, eu prometo! – Disse dando outro beijo nos seus lábios - Só preciso falar com você antes. Mas não tem problema! Eu te espero até a semana que vem e a gente conversa no dia do lançamento do livro, combinado?

- Opa! Muito mais que combinado. Dessa vez você não vai me escapar de jeito nenhum – Ele sorriu para mim de uma maneira provocadora antes de me beijar novamente. Dessa vez o ritmo foi mais suave, lento. Ele deslizava as mãos pelas minhas costas me segurando com firmeza e eu o abraçava forte, como se nunca mais quisesse deixá-lo ir. Senti o Lú descer pelo meu pescoço e ombros, me cobrindo de beijos por onde passava enquanto não parava de falar o tempo todo como eu estava linda e como ele sentia a minha falta.

- É tão bom ficar assim com você – Ele falou baixinho no meu ouvido – Esquece isso de me provar que é uma boa mãe, vai "Paxão"... Vamos ficar bem de novo, por favor – O Lú colou a sua testa na minha me olhando fixamente nos olhos.

- E tem como resistir com você me pedindo desse jeito? – Falei. Meu coração já estava tão disparado dentro do peito que parecia que ia sair pelo boca – Eu não quero nunca mais brigar com você, e muito menos ficar longe do meu marido. Eu preciso tanto de você...

Ele voltou a me beijar, dessa vez com tanta vontade e amor que até me deixou tonta. Seus lábios iam da minha boca ao meu colo, passando pelo meu pescoço e parecia que ele estava disposto a matar toda a sua saudade de uma só vez – Eu também preciso muito de você, "Paxão".

- Mas ó, vamos combinar uma coisa? Por enquanto não vamos contar para ninguém que nós nos acertamos. Deixa todo mundo achar que estamos brigados... Quero curtir um pouco mais esse clima de cumplicidade que está rolando entre nós, esse lance de namoro proibido – Propus, acariciando os seus cabelos.

- Fechado! – Ele topou na mesma hora com um sorriso enorme nos lábios – Até porque tudo o que é proibido é mais gostoso – Meu marido voltou a me beijar, me abraçando como se eu fosse o bem mais precioso da sua vida.

- Anita? Você esta aí? – Ouvi a voz do Caio do outro lado da porta. Pelo jeito ele já havia voltado do hospital – Precisamos ir embora! A Divinha já está devorando metade do estúdio.

- Ai droga! Descobriram a gente! Agora vai tudo pro pau de vez – O Luan exclamou, nervoso.

- Deixa comigo! – Falei – Vai lá, abre a porta e diz que eu estava enjoando por causa da gravidez e por isso você veio até aqui me ajudar, ok?

- Beleza! - Ele concordou me dando mais um beijo rápido antes de me soltar. Corri de volta para a cabine onde ficava o vaso enquanto o Luan abria a porta.

- Ô rapais, sua irmã tava passando mal aqui. Tava só ajudando ela... Esses enjoos de gravidez não são fáceis, né? A Ní botou os "bofe" tudo pra fora – Ouvi o Luan dramatizar para o meu irmão. Essa foi a minha deixa para sair com cara de doente da cabine, praticamente me arrastando de tão fraca. Eu havia bagunçado os meus cabelos para dar mais ênfase à situação. Ou eu era uma excelente atriz, ou meu irmão era realmente muito bobo, porque ele caiu direitinho no nosso “truque”.

- Anita! Nossa mana, ainda bem que a gravação já acabou! Realmente está na hora de te levar para casa! Você está péssima – Ele disse com a voz espantada quando me viu. Até a Divinha, que o meu irmão tentava controlar com uma coleira, me olhou com uma expressão assustada.

- É melhor mesmo... Acho que aquele lanche de queijo quente que o pessoal da produção fez não estava muito bom... – Improvisei. O lanche na verdade estava maravilhoso e eu teria comido, pelo menos, mais uns dois se me deixassem.

- Anita? O que aconteceu? – A Rafa entrou no banheiro e estacou na porta, me encarando – E Luan, o que você está fazendo aqui? – A minha empresária ficou ainda mais espantada quando deu de cara com o meu marido no banheiro feminino.

Contamos a ela tudo o que aconteceu e a loira até me ofereceu um remédio para enjoo que ela tinha na bolsa. Aceitei e fingi tomá-lo, só para manter a encenação.

- Lú, eu estava mesmo te procurando! Queria saber se posso pegar uma carona com você até o aeroporto. Meu voo para Londrina sai daqui a pouco – A Rafa mudou de assunto.

- Claro! Falando nisso, acho que já está na hora de ir! Tenho show ainda hoje e o trânsito nessa são Paulo “veia” não é fácil – Meu marido disse.

- Poxa Rafa, pensei que você fosse ficar por aqui. Queria te levar para jantar em um restaurante maneiro que inaugurou na semana passada. Acho que você vai adorar o lugar – Meu irmão, mais cara de pau do que nunca, tentou chamar a minha empresária para sair.

- Hã... Desculpa Caio! Mas eu deixei a Vick lá na Toca e já estou morrendo de saudades da minha filha. Além disso, preciso resolver algumas coisas do lançamento do meu livro que ainda estão pendentes. Fica para a próxima! – Ela dispensou o Caio de uma forma bem sutil.

- Então vamos, Luan? – A Rafa chamou, já caminhando em direção à porta – Tchau Anita! Tchau Caio! - Ela saiu, dando na cara que tinha ficado desconfortável com o convite.

- Opa! "Vamô" sim! Falou cara – o Lú cumprimentou o meu irmão – Tchau Ní – Ele veio até mim como se fosse me beijar mas então se lembrou do nosso acordo e saiu sem falar mais nada, porém me olhando de uma maneira muito intensa, que me fez lembrar o primeiro dia que nos beijamos, lá em Nova York. Suspirei baixinho tentando recuperar o foco.

- Vamos também Caio? Pedi, já mais "controlada" após o "ataque" do Luan. Ele havia me surpreendido várias vezes aquele dia e eu tinha amado tudo o que ele fez por mim.

Me despedi e agradeci a todos no estúdio, chamei a Malú e saímos. Um táxi já esperava por nós. Entramos, a Divinha deitou a cabeça no meu colo e eu aproveitei o momento para mandar uma mensagem para o Luan:

“Vai, mas leva o meu coração com você”.

Finalmente nós havíamos nos acertado. Agora era só esperar pela próxima semana para, enfim, poder abrir o jogo de uma vez com ele e contar sobre a nossa filha. Eu mal podia esperar...

Ponto de vista do Luan – Equipe dos Entocados

Saímos do estúdio, pegamos a van e nos preparamos para encarar o trânsito de São Paulo. 

- E aí, Rafa? Achei que dessa vez você e o Caio iriam se acertar... – Puxei assunto com a loira que estava muito “quietinha” mexendo no seu celular.

- Pois é... O Caio ainda mexe muito comigo, mas... é diferente agora. Depois do que ele aprontou comigo, depois do Murilo... Acho que eu não quero mais me apaixonar por ninguém. Agora o foco é a minha filha e o meu trabalho – Ela me respondeu meio cabisbaixa.

- Por ninguém? Nem pelo Marreco? – Provoquei.

Ela ficou em silêncio por um instante pensando na resposta – Não, nem por ele. E agora chega de especulações, Luan! Preciso responder esses e-mails aqui ainda hoje – A empresária me respondeu toda “brabinha” e voltou a mexer no seu celular, me ignorando. Eu não acreditei muito na resposta que ela me dera, mas se a Rafa não queria falar sobre aquele assunto eu não ia mais insistir.

Peguei o meu próprio telefone e vi que tinha uma mensagem da Anita: “Vai, mas leva o meu coração com você”.

Respondi na mesma hora: "Eu vou, mas te levo sempre comigo. Pode deixar que vou cuidar muito bem, afinal, o meu coração depende do seu para continuar batendo"

Sorri sozinho dentro do carro, parecendo um "muleque" que tinha acabado de ganhar uma bola nova. Eu e a minha Granfina estávamos bem. E era só isso o que importava...
_____________________________________

Notas finais: Acho que depois desse capítulo eu mereço vários comentários, não mereço?
Afinal, foram muitas emoções! Casal Luanita brilhando muito, André e Malú, Rafinha... Até a Divinha apareceu!

Cap foi top, né? Fala sério!

E atenção! Aviso aos navegantes:

No próximo capítulo vai rolar a tão esperada revelação! Luan vai descobrir o quão especial a Nicole é!
Façam suas apostas que o lançamento desse livro vai ferver!

Beijo Negas! Espero todas no cap 13!


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segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Capítulo 11 - Brilha Luanita - Parte I

Notas iniciais: Meninas, é o seguinte:

Acho que me empolguei um pouquinho demais com a gravação desse comercial e ele ficou um pouco grandinho! Rs! Por causa disso, tive que dividi-lo em duas partes!
A primeira ficou bem morna, mas acho que ficou bacana!
Espero que aproveitem! 
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No capítulo anterior...

Ponto de vista da Rafa – Equipe dos Entocados

- Ahhh, lá vem esse Marreco! Até você caiu na desse cara? – O cantor fez bico antes de receber mais uma rodada de pó no rosto e ficar perdido em uma “nuvem branca”.

-Eu não cai na de ninguém... É que... ele é diferente. Não sei como, só sei que é... – Eu disse. A questão era que eu nunca havia sentido nada parecido por ninguém. O Caio foi para mim o meu amor de adolescente, aquele por quem fazemos loucuras e achamos que tudo vale a pena. Já o Murilo foi um amor tranquilo. Nós nos envolvemos, ficamos, casamos, tivemos uma filha, mas agora... Era como se não fizesse mais sentido. Ele não me aceitava como eu era - cheia de compromissos e preocupada em ajudar todos aqueles que eu amava – então porque insistir em ficar ao lado dele? O Pato era realmente diferente. Era algo de pele. Não dava para explicar, mas meu coração disparava quando ele chegava perto e eu passava o dia imaginando mil e uma maneiras de me encontrar com ele novamente.

- Ahhh não Rafinha, não vem me dizer que você está afim dele... Ó, já vou avisando que não gosto desse cara! Ele estava dando em cima da Anita e quando eu perguntei para ela o que estava rolando entre os dois a Ní desconversou e não me respondeu – O Lú foi logo me contando tudo, sem fazer cerimônias e sem se importar que estávamos cercados de pessoas desconhecidas.

- O quê? Ele está dando em cima da Anita? – Quase cai da cadeira ao ouvir aquilo.

- Alguém aí falou o meu nome? – A própria Anita apareceu atrás de nós com cara de “poucos amigos” acompanhada pela Malú.

Pelo espelho o Luan encarou a esposa que sustentou o seu olhar de maneira firme. Dava para ver que ambos ainda estavam magoados por causa da briga no dia anterior. Eles ficaram se encarando por alguns segundos sem falar nada e por um instante eu temi que o medo do pessoal da produção fizesse sentido: E se aqueles dois não se entendessem? Como empresária da Anita eu temia pelo futuro do comercial e da sua carreira. Como amiga do casal eu tinha medo do que iria acontecer com o casamento dos dois.

 Respirei fundo.Tudo poderia acontecer durante a gravação daquele comercial.

Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas

- E então? O que tem o meu nome? – Insisti, cruzando os braços e fazendo pose de “menina má”.

- Não foi nada, Any. Nós estávamos apenas nos perguntando quando você ia chegar. Nós nem sabemos quem é o diretor, de repente um atraso poderia causar uma primeira impressão ruim... – A Rafa tentou se justificar, mas percebi pelo seu jeito de falar que estava disfarçando algo. Hum... Luan e Rafaela de segredinhos? Não gostei disso.

- Bom dia Anita, como está? Meu nome é Andrea, e vou cuidar do seu make hoje! Você já quer começar para não atrasarmos? – Uma moça loira, alta, de olhos azuis e corpo escultural surgiu dos bastidores e parou diante de mim tentando parecer simpática e eficiente. Aff... Eu detestava pessoas perfeitas demais...

- Hum... Pode ser. Malú, você fica com as minhas coisas? – Perguntei entregando a minha bolsa e o celular para a minha companheira. A Rafa apenas observava de longe. Era sempre ela quem costumava cuidar dos meus pertences.

- Beleza! Vou dar uma volta. Preciso investigar umas coisas... – Ela me respondeu enquanto prendia a alça da minha minha bolsa em seu ombro.

- Que coisas? – Quis saber. A Malú estava com uma expressão muito estranha.

- Uns assuntos relacionados a esse tal diretor misterioso. Mas depois eu te conto! Fui! – Ela saiu, me deixando falando sozinha. Ótimo!

- Pera Malú, eu vou com você! Também quero saber quem é esse diretor – A Rafa gritou e saiu correndo atrás da fotografa. Eu não tinha certeza, mas senti um clima mais estranho ainda entre eu e a Rafa. Será que eu havia feito alguma coisa para ela e nem sabia?

Sentei em uma cadeira ao lado do Luan no camarim improvisado que ficava bem em frente à porta de entrada. O lugar contava com aqueles espelhos que contavam com iluminação embutida (daqueles que a gente vê em filmes de Hollywood), vários produtos de beleza, poltronas confortáveis e estava forrado de piriguetis que não paravam de olhar para o meu marido. A toda hora uma delas inventava uma desculpa qualquer só para passar perto do Luan. Do outro lado, o estúdio já estava inteiramente montado, com móveis, iluminação, microfones e tudo mais. Atrás de nós, tudo indicava que estava a área para a troca de figurino.

Olhei para o meu marido através do espelho. Ele estava pensativo na sua cadeira, girando-a de um lado para o outro, já praticamente pronto e maquiado. Era impressão minha ou tinha pó demais no rosto dele? Enfim... Ele me encarava com uma de “cão sem dono”, como sempre costumava fazer quando a gente brigava. 

- Bom dia para você também, Anita! – Ele provocou.

Desviei o olhar e não o respondi de propósito. Eu ainda estava magoada por causa da nossa discussão na Toca. Poxa, como que ele queria que eu voltasse para casa daquele jeito? Além disso, ele não tinha o direito de gritar comigo! Justo no momento que eu tomo coragem para contar sobre a Nicole, ele me apronta aquela confusão toda? E depois eu que era teimosa e mimada...

- Bom Anita, a orientação do diretor é que a maquiagem e o cabelo fiquem bem natural, como se você estivesse em um dia de folga em casa. Por isso não vou mexer muito nos fios. Acho que eles estão lindos assim! Um visual “bagunçado meio arrumado”, né? – A tal da Andrea foi falando toda empolgada. Ela fazia caras e bocas e tentava parecer a pessoa mais agradável do mundo. Logo percebi que a cabeleireira estava agindo assim para impressionar não a mim, mas o Luan! Que cara de pau!

Ela continuou falando algo sobre sombra clara, blush suave e blá, blá, blá... Mas eu nem prestei atenção. Fiquei apenas observando a reação do Luan. Ele encarava a loira com uma expressão séria, e parecia realmente estar prestando atenção no que ela dizia. Droga! Ela estava conseguindo chamar a atenção dele! Eu precisava fazer alguma coisa...

- Escuta, e o meu marido? Já está pronto? – Cortei o discurso da “Interesseira Loira”.

- Está sim! Eu mesma pessoalmente o maquiei antes de você chegar! – Ela deu um sorrisinho cínico e eu tive vontade de pular no pescoço dela. E fala sério, ela realmente sentia orgulho do trabalho meio-boca que fizera no Luan?

- Ahh, mas que ótimo! Então o Luan já pode passar para a escolha do figurino, não é mesmo? Sabe como é, meu marido demora séculos para escolher uma roupa! Melhor ele já ir adiantado essa parte, senão não gravamos esse comercial hoje! – Improvisei. Pelo canto do olho vi o Lú me olhar com uma expressão primeiro de espanto e depois nervosa, como se não acreditasse no que eu acabara de falar.

- Bom, sendo assim... Por favor Luan, siga até a parte dos vestiários ali atrás. A produção deixou vários looks separados para vocês escolherem – O sorrisinho da cabeleireira sumiu dos seus lábios na mesma hora! Vivaaa! Ponto para mim!

Vi a loira apontar para uma área atrás de nós. Ali, como ela dissera, estavam posicionadas várias araras de roupa e um espelho gigante que tampava toda a parede dos fundos. Em cada extremidade da peça havia uma cortina presa em uma barra de metal presa no alto em forma de meia lua. Com certeza seria ali que nós trocaríamos de roupa.

- Tá bom, então... Vou indo lá! – Ele se levantou com uma expressão meio contrariada no rosto e foi até a área indicada, onde mais meninas da produção já estavam alvoroçadas para ajudá-lo. Estava complicada a coisa ali, viu?! A mulherada estava a perigo!

A Andrea começou a trabalhar no meu make fazendo cara de concentração enquanto eu fazia o possível para vigiar o meu marido através do espelho na minha frente que refletia o que estava acontecendo às minhas costas.

- Deve ser difícil, né? Ter que trabalhar com uma pessoa que você está brigada! Mas eu entendo, vou avisar o resto da produção que você prefere ficar longe do Luan sempre que possível. Só não sei como será em cena, né? Ainda bem que o comercial é curtinho e nem tem cena de beijo... Assim fica mais fácil de lidar – Ouvi a loira me falar ao mesmo tempo que passava um spray gelado e fedido no meu cabelo.

- NÃO! NÃO É NADA DISSO! – Gritei chamando a atenção de todos a minha volta. De repente tudo fez sentido. Aquelas piriguetis estavam dando em cima do meu marido porque acreditavam que nós estávamos separados. Era só juntar o que tinha acontecido na Outlaws, com os rumores da nossa briga e o meu comportamento frio com o Luan para entender o porquê elas estavam agindo daquela maneira! Ai droga! Por que eu sempre tinha que fazer tudo errado? Agora eu precisava dar um jeito de mostrar para elas que o meu marido NÃO estava disponível. E rápido!

- Você deve ter se enganado... Eu e o Luan não estamos separados – Tentei explicar para a Andrea, dessa vez controlando o meu tom de voz.

- Ah é? Não é o que parece... – Ela me respondeu olhando fixamente algum ponto atrás de mim.

Procurei no espelho o reflexo do que a cabeleireira estava falando. Logo entendi o que ela queria dizer: Na parte do figurino, três assistentes da produção “paparicavam” o Luan o ajudando a escolher o seu look. Elas sorriam feito bobas e se derretiam enquanto ele ficava exibindo aqueles braços fortes e as costas largas. Por um momento eu mesma fiquei parada admirando a “paisagem”. 

Nota mental: Aumentar o salário do Gutão. Definitivamente ele estava fazendo um ótimo trabalho com o meu marido. Ele estava um verdadeiro pedaço de mal caminho. Nem parecia o mesmo garoto "magricela" que participou da gravação do reality comigo.

De longe vi uma das meninas mexer no cabelo dele, ajeitando um fio que tinha saído do lugar. Aquilo me fez acordar. Só eu podia fazer isso com o Luan!

- Andrea, você já terminou a minha maquiagem? – Perguntei.

- Ainda faltam alguns detalhes... – Ela desviou o olhar da parte do figurino e voltou a prestar atenção em mim com muito custo. Na certa ela também estava ba-ban-do pelo Lú!

- Então termina logo! Daqui a pouco o diretor chega e se eu não estiver pronta vou dizer que a culpa foi sua – Fui grossa mesmo! A minha paciência com aquelas meninas já havia acabado!

A loira não falou mais nada. Ela apenas pegou um estojo de maquiagem e passou a trabalhar, fazendo uma cara muito feia para mim. Com certeza aquela ali iria sair falando mal de mim nas redes sociais, mas eu nem me importava. Eu já tinha fama de rebelde mesmo... Um comentário a mais, um a menos, não ira fazer diferença nenhuma.

Longos e torturantes quinze minutos se passaram até que o meu cabelo e maquiagem estivessem prontos. O resultado ficou como o previsto: Simples e o mais natural possível. Bom, pelo menos ela não havia enchido a minha cara de pó como fez com o Luan... 

- Pronto Anita! Qualquer coisa eu dou um retoque antes de começarmos a gravar – Ela me avisou quando terminou. Naquela altura eu já estava bufando de raiva ao ver que a situação no figurino continuava a mesma.

- Obrigada! – Agradeci antes de levantar da cadeira e caminhar decidida até o provador. 

- E então, onde estão os meus looks? – Perguntei com a voz séria, encarando cada uma das cinco meninas nos olhos. O objetivo era causar impacto e, pela expressão de medo delas, eu havia conseguido.

- Estão aqui, Anita – Uma baixinha de cabelos enrolados me apontou uma arara com várias peças penduradas. Fui até ela e passei a examinar as roupas. Minha cabeça trabalhava sem parar. Eu precisava de um plano para mostrar para aquelas oferecidas quem é que mandava ali.

- Gosta desse, Paixão? – Tirei um vestido tomara que caia branco com bolinhas pretas do cabide. O modelo era um pouco rodado na cintura e curto, bem do estilo que eu adorava.

- Eu? É... Eu gosto sim, “Paxão”. Vai ficar lindo... – O Luan demorou alguns minutos para acreditar que eu estava falando com ele.

- Então vou experimentar – Anunciei antes de seguir para o provador e fechar a cortina.

Poucos instantes depois, eu estava de volta usando o vestido, porém segurando ele com as mãos porque o zíper ainda estava aberto. Eu não tinha conseguido fechá-lo sozinha e resolvi tirar proveito dessa situação.

- Love, você pode fechar para mim? – Pedi com a voz mais melosa do mundo e fazendo cara de “pidona” enquanto parava de costas em frente ao Luan. As meninas apenas assistiam a minha encenação, boquiabertas.

- Opa! Mas é pra já – Meu marido me respondeu parecendo muito solícito. 

Ele veio até mim e puxou os meus cabelos cuidadosamente para o lado, enrolando os fios e colocando-os sobre o meu ombro direito. Depois ele fechou o zíper com muita calma, colocou a mão na minha cintura e me virou, me deixando de frente para ele.

- Você está linda, Ní – Ele falou para que só eu escutasse. Os olhos dele brilhavam como da primeira vez que nos falamos. Era tão bom sentir que a nossa paixão não havia se apagado mesmo depois de tanto tempo juntos.

- Você gostou? – Dei uma volta para que ele pudesse conferir o look todo, parando novamente na sua frente.

- A cada dia mais bonita, minha Granfina – Ele estendeu o braço e acariciou o meu queixo de leve – Aliás, vocês estão lindas! Olha como a minha Nica cresceu! – Ele colocou a mão sobre a minha barriga com um sorriso enorme no rosto. Com certeza ele era o pai mais babão desse mundo, e a Nick ainda nem tinha nascido.

- Nica? Ahh não, Luan! Sem essa de apelido estranho para a nossa menina! O nome dela é Nicole, então o apelido será Nick! Muito melhor assim – Argumentei.

- Mas Nica é tão bonitinho... – Ele continuava babando pela filha, ignorando o meu protesto.

Foi a minha vez de colocar a mão no seu queixo. Levantei o seu rosto, fazendo-o olhar para mim – Nada de Nica, entendido? – Falei séria. Nossos rostos estavam bem próximos um do outro, a menos de um palmo de distância.

- Tá certo, tá certo... – Ele se deu por vencido – Olha, tomara que essa menina não tenha nem metade da sua teimosia e brabeza! Tá loco, rapais! Desse jeito eu não “guento”, não...

- Você reclama, mas bem que você gosta, né? – Provoquei piscando para ele.

Em resposta, ele me puxou para perto de si, colocando as duas mãos na minha cintura e falando no meu ouvido – Gosto tanto que já estou morrendo de saudades. Volta pra casa, Paxão! Por favor! Não “guento” mais ficar longe de você...

Precisei respirar fundo duas vezes para recuperar o foco. Só o cheiro do Luan já era o suficiente para me fazer perder o rumo. E juntar isso com uma juntada e um pedido daqueles sussurrado ao pé do meu ouvido? Fala sério, quem conseguiria dizer não? Porém, eu ainda tinha uma certa revelação para fazer...

- Luan, a gente precisa conversar – Falei baixinho. Eu não queria que aquele momento perfeito acabasse. O sentimento que eu e o Luan sentíamos um pelo outro era tão forte que quando estávamos juntos era como se nada mais existisse. Por um momento éramos só eu e ele naquele estúdio e nada mais para atrapalhar. Mas o mundo lá fora sempre tinha que vir bater na nossa porta...

- Então fala, muié... Sou todo ouvidos  – Ele me soltou e colocou as mãos no rosto sem tirar os olhos dos meus.

Olhei ao redor. Praticamente todo o pessoal do estúdio tinha parado para assistir à nossa cena. As meninas do figurino nos encaravam com uma cara de “Como faz para ter um príncipe desses?”. Senti toda a minha alegria desmoronar como um castelo de areia.  Aquela não era hora, nem lugar para aquela conversa. Mas eu não queria brigar com o Luan de novo! Será que existia nesse mundo uma pessoa mais zicada do que eu?

- Aqui não, né Paixão! – Coloquei a mão no seu braço tentando fazer com que ele ficasse calmo.

- Ai, ai, ai, ai... Anita, Anita! O que você está escondendo de mim? Pelo amor de Deus, me fala logo! Até quando você vai ficar com esse mistério? Tá querendo me enlouquecer, é? – Ele me pediu baixinho. Sua voz era aflita e ele colocou a mão no meu ombro apertando de uma maneira nervosa.

- Eu bem que tentei falar com você ontem, né? Mas você estragou tudo! Agora não dá para falar, eu já disse! – Não me aguentei e joguei na sua cara, aproveitando para tirar a sua mão de mim.

O clima voltou a ficar tenso. O Lú se afastou de mim bufando e mexendo no cabelo e eu chamei uma das meninas da produção para pedir um copo de água. 

Eu me sentia perdida. Por que tudo precisava ser tão difícil? De repente o peso de todos os últimos acontecimentos caíram sobre o meu ombro: A dúvida sobre conseguir ser uma boa mãe, a saída de casa, a briga com o Luan, a descoberta sobre a Nicole, o medo do Lú não aceitar a nossa filha, todos os boatos que a imprensa estava criando sobre o meu casamento, a discussão do dia anterior... Eu estava prestes a ruir. Tive medo de não ser forte o suficiente para aguentar tudo aquilo. Eu precisava do Luan junto comigo. Era sempre ele quem me trazia calma, quem conseguia tirar o melhor de mim... Passar por tudo aquilo longe dele estava sendo um verdadeiro inferno. 

Olhei para o lado procurando pelo meu marido. Nossos olhos se cruzaram e, pela forma como me olhou, ele havia percebido que eu não estava bem. Dei um gole na água que uma das assistentes me trouxe. O Luan começou a caminhar até mim, mas alguém o parou no caminho, supostamente para perguntar se ele iria ficar com aquela roupa mesmo. Quando finalmente conseguiu se livrar da menina do figurino, ele veio caminhando até mim com uma expressão preocupada. O Lú já estava abrindo a boca para perguntar se estava tudo bem quando fomos interrompidos pela chegada do diretor.

- Quero TO-DOS em seus lugares! Vamos começar a gravar em quinze minutos! Nádia, verifique o cenário. Carlos, teste a luz e o som! O figurino já está pronto? E a maquiagem? Posso começar o ensaio? Onde estão as minhas ES-TRE-LAS?

- André? – Eu e o Luan exclamamos juntos. Não dava para acreditar que era ele o tal diretor misterioso. O André não era do tipo que dirigia comerciais...

- Eu mesmo, queridos! Mais chique e poderoso do que nunca! – Ele exclamou se achando o “tal” – E pelo amor de Deus Luan, que pó é esse na sua cara? Você vai gravar um comercial ou tentar uma vaga no circo? ANDREAAAAAAAAAAA, refaça agora mesmo a maquiagem do meu... digo, do Nego Divo da Anita! – Ele ordenou balançando a sua echarpe vermelha de um lado para o outro.

A loira correu no mesmo momento e começou a consertar o estrago no rosto do Luan.

- Desde quando você grava comerciais, André? - Quis saber. A curiosidade estava me matando.

- Desde que o comercial envolve você e o Luan! Qual é, Anita?! Desde a gravação do clipe de “Nega” eu sou o Luanita número 1 desse BRA-SIL! Não poderia perder a chance de trabalhar com todo o amor, paixão, sensualidade, química e cumplicidade que vocês tem! Esse comercial vai BOM-BAR! Tenho planos incríveis para essa campanha – O Dé foi falando ao mesmo tempo que mexia as mãos sem parar como se tentasse explicar com gestos a sua resposta. O resultado era uma coisa muito louca, como se ele estivesse ligado no 220 volts!

- E a propósito, adorei o figurino! Vocês estão DI-VI-NOS! E o vestido vai super combinar com a nova linha de chinelos que tem estampas variadas, como essa de bolinhas Anita – Ele emendou entusiasmado – E agora já está ótimo, Andrea! Pouco pó para destacar a beleza natural do Nego DI-VO! – O diretor aproveitou para dispensar a maquiadora.

 – Já podemos começar o ensaio? Então bora pro estúdio! Sigam-me os bons porque hoje eu estou no VE-NE-NO! Ninguém me SE-GU-RA! – O diretor disse muito animado antes de virar e se dirigir para o cenário.

Eu e o Luan nos olhamos como se perguntássemos um para o outro: “Podemos com isso?”. O dia ainda seria longo e prometia fortes emoções!
______________________________________________________
Notas finais: André chegou causando na gravação! Fala sério, eu AMO esse cara!

E essa cena fofa do Casal Luanita? Luan já sacou que Any não está bem! Será que agora esses dois vão se acertar?

Tem gente curiosa aí? Então serei boazinha e vou adiantar algumas coisinhas, ok? Quem não curte spoilers é melhor não ler! #FicaDica

- André vai arrumar uma pretendente nova e Malú não vai gostar nada, nada disso
- Rafa vai receber uma visita surpresa
- E sim! Vai rolar uma reconciliação entre o Casal Luanita! Vivaaaa!

Prepara, que o Luanita vai brilhar no cap 12!

Beijo e até lá, meninas!


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