domingo, 5 de outubro de 2014

Retomando as atividades

Gurias,

Estou tentando, ou pelo menos tentando, retomar as atividades. Sei que andei um bom tempo sumida, mas é porque muita, mas muita coisa mesmo aconteceu. Digamos que esses últimos meses foram... intensos.

Mas já diria Rafinha e Anita lá em AGeOC: Depois de toda a tempestade sempre vem um belo dia de sol.

Tudo bem que o meu ainda não chegou, mas quem sabe vocês não podem me ajudar a conquistá-lo?

Ahhh, querem saber como? É fácil! Tá vendo ali em cima a abinha “O nosso tempo é hoje”? Pois bem, vá até ela e leia sobre a minha nova ideia de projeto. Se vocês gostarem, posso continuar publicando. Se não, bom... Aí a gente vê!

Mas é importante que vocês me digam a opinião de vocês, ok? Gostando ou não, me contem o que acharam, combinado?

Enfim, desculpem pelo sumiço. Digamos que foram férias forçadas (quem for ler o novo projeto vai entender).

Espero que esse seja um belo recomeço e que vocês não tenham me esquecido! Rs!

Ahh, também voltei a fazer a transcrição do misterioso diário da Raquel. Venha desvendar esse mistério comigo. Basta clicar na aba "Desatino".

Beijo e a gente se vê!

Transcrição nº 4 - Vida Real

Notas da estagiária: Manuela Dantas, entendo que a vida não esteja fácil, que você esteja precisando desabafar e tudo mais (sim, estou acompanhando o seu diário!). Mas por favor, a Raquel precisa muito da sua ajuda. Já enviei várias páginas do diário que ela escreveu. Por favor, publique o conteúdo dessas páginas! Não sei se já disse, mas é um caso de vida ou morte. Portanto, não ignore minhas mensagens!
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Transcrição da página 11 à 14

[“Aaah, vida real... Como é que eu troco de canal?” – Engenheiros do Havaí]

Semana estressante e de pressão no trabalho.

Eu já era acostumada com dias como aquele, mas desta vez estava quase impossível de encarar.

Depois do encontro com o “Rapaz do Beijo Roubado” parecia que alguém havia pegado minha cabeça e colocado para bater na máquina de lavar junto com as roupas sujas.

O que havia acontecido era algo surreal. Era como flutuar nas nuvens e de repente se ver obrigada a pousar os pés no chão. Era duro, difícil.

Para comparar, era como pular em uma piscina rasa em um dia de calor. Primeiro você sente a adrenalina, a sensação de liberdade, a refrescância da água gelada. Para daí bater a cabeça no fundo e a dor passar a substituir todos os outros sentimentos.

Dramático?

Pois é... Eu estava experimentando a minha fase como “Maria do Bairro”, com direito a paixão proibida, dor de amor e tudo mais que estava incluído no pacote de dramalhão mexicano.

Isso foi o que sobrou após a minha aventura.

Tentei raciocinar. Eu costumava ser do tipo bem pé no chão. Formada em Direito, desde o primeiro ano de faculdade até me formar - o que acontecera dois anos antes - eu trabalhava naquele escritório. 

Minha carreira tinha tudo para dar certo, assim como a minha vida pessoal.

Isso porque eu era namorada do filho do casal considerado os melhores amigos do meu pai. Eu e o Amor nos conhecíamos desde a infância, crescemos juntos e, com o incentivo dos familiares, não foi difícil começar um romance. Os pais dele eram donos do mais conceituado escritório de advocacia da cidade e meu pai, por muito tempo, prestou serviços ali. Logo, não tive dificuldades em escolher a minha profissão. Influenciada pela minha família e pela a do meu namorado, cursei Direito. A partir daí, tudo foi automático: o estágio, a promoção para um cargo importante assim que me formei e, claro, o noivado que ainda não era oficial, mas caminhava para se tornar real. 

O meu destino era casar, ter filhos, tocar o escritório ao lado do meu futuro marido, ter uma carreira brilhante... Ou seja, viver o tão esperado felizes para sempre. Na minha vida tudo sempre foi muito claro e definido. Sem curvas, sem dúvidas, sem riscos. Pelo menos até agora.

Nunca fui do tipo que se deixava levar por uma voz sedutora, um sorriso bonito ou um chaveco barato. Então como explicar o que acontecera comigo no último final de semana? Uma pane no sistema? Talvez...

Para piorar a minha consciência, eu não conseguia parar de lembrar que eu traíra o meu namorado. Ótimo! Mais um item para a lista de coisas que me impediam de ir para o céu. E que item! Poderíamos dizer que, de longe, já liderava a lista.

Não aguentei aquela bagunça na minha cabeça e abri o jogo para uma amiga de trabalho. Eu sabia que era arriscado, mas se não contasse para alguém era capaz de explodir. Além do mais, ela era de confiança.

A Garotinha era jovem, do tipo que acreditava em amor verdadeiro e sonhos. Trabalhava no escritório há um ano como minha estagiária. A gente se deu bem desde o primeiro dia. Perto dela eu poderia ser apenas... eu. Sem toda a expectativa que todos alimentavam sobre mim.

Almoçamos juntas e cacei uma brecha até conseguir colocar o assunto na mesa. Foi quase como pedir uma porção de fritas com uma dose extra de surrealismo e direito ao dobro de loucura.

Boas amigas são aquelas que te escutam e foi justamente o que a Garotinha fez. Ela era bem certinha, do tipo que se sente mal até quando joga o papel no cesto errado da coleta seletiva. Era difícil vê-la quebrando as regras e saindo da linha.

Ela me aconselhou a manter aquele beijo como uma lembrança boa. Algo que marca um momento, mas que não muda a sua história. A sugestão dela era guardar as recordações em uma caixa, onde eu poderia pegá-las para revivê-las sempre que quisesse. Aquela seria a única maneira de não prejudicar o meu futuro.

A questão era: depois de conhecer uma alternativa, será que eu realmente queria seguir pelo mesmo caminho?

***

Foi difícil me concentrar no trabalho. Eu cuidava das leis que regiam a vida dos homens, mas quem cuidava das rédeas do destino?

Era possível que algo tão intenso e tão forte pudesse ter acabado em apenas uma noite? Não teria restado nenhuma fagulha daquela chama capaz de me garantir uma segunda chance de encontrar o meu paraíso e por ali me perder?

Infelizmente, eu já estava muito grande para acreditar em contos de fadas. E se fosse pensar bem, eu não tinha vocação para princesa. Afinal, o que havia feito até ali para merecer um final feliz de verdade?

O mundo real era frio, duro e incontestável. A vida não para, independente do que aconteça. E por mais que a gente escute histórias de sonhos que se tornaram realidade, no fundo, acho que eu preferiria que eles permanecessem como sonhos. Dessa forma não perderiam a mágica e o encantamento que os envolviam. A vida real não era lugar para eles.

Pensando nisso, abri a gaveta da minha escrivaninha e coloquei ali todas as recordações daquela noite especial. Tranquei e guardei a chave em um pote qualquer.

Era o fim do sonho.
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Notas Da Manu: Uaau! Depois desse apelo desesperado da Estagiária, resolvi retomar as postagens de Desatino.

Eu tinha parado as transcrições por motivos pessoais e também por achar que tudo isso era um tremendo caô. Mas só vamos descobrir se é verdade ou não se continuarmos a acompanhar, não é mesmo?

Portanto, vamos lá! Bora juntas descobrir onde essa história vai dar!

Sobre a transcrição de hoje: 

- Repararam que ela citou uma estagiária? Será a mesma que lota a minha caixa de e-mail com mensagens?

- E será que tudo acabou assim, tão fácil? Sei não, hein... 

- Achei que a transcrição de hoje combinava perfeitamente com a música do Engenheiros que citei antes de colocar as palavras da Raquel. Para quem não conhece, é massa demais! Escute que vale a pena.


***Leia a próxima transcrição - Página 14 à 16: Tarde Vazia