sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Aniversário de AGeOC

“Só quem sonha consegue alcançar”.

Acho que essa frase nunca fez tanto sentido para mim. No último dia 29, A Granfina e o Caipira completou quatro anos de vida. Caraca, nem parece que já se passou tanto tempo que Anita, Luan e toda sua Trupe entraram na minha vida.

Desde então, muita coisa aconteceu, passei por bons e maus momentos, aprendi muita coisa, ganhei bagagem, conheci pessoas bacanas e escrevi histórias enquanto criava a minha própria. Aliás, no meio disso tudo, criei esse blog que também está fazendo aniversário! Há três anos que ele é o nosso ponto de encontro.

Hoje sei que nasci para isso. Escrever é o único caminho que quero seguir e tenho me dedicado a essa tarefa cada vez mais. Estou trabalhando na primeira história que planejo publicar (Voar Outra Vez) e a cada passo rumo à concretização desse sonho tenho cada vez mais certeza que essa é a minha verdadeira missão.

Por isso, para quem faz parte dessa jornada junto comigo, meu muito obrigada! Gratidão por ler as fanfics, comentar, pedir mais capítulos, por cada surto e palavra de carinho. Isso é o que ilumina o meu dia, não duvidem disso.

Já diria a Rafa: depois da tempestade sempre vem um lindo dia de sol. Tenho fé que estou construindo o meu dia de sol e que ele não demora em chegar. Enquanto isso, vamos continuar sonhando...


Beijo grande!


Capítulo 25 – Da lama à fama (ou quase isso...)

Notas iniciais: Como já disse muitas vezes, eu tardo, mas não falho.
Capítulo demorou, mas está bem bacana! Espero que aproveitem!
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“Ai, eu gosto tanto desse boy, mas não sei se ele sente o mesmo por mim... E agora? O que eu faço? Eu pergunto? Mando indireta? Escrevo uma cartinha de amor? Faço uma serenata? Agarro ele, jogo contra a parede e chamo na ‘chincha’?”

Precisei me segurar muito para não morrer de rir. Estava no meu quarto, servindo de plateia enquanto o Alê gravava o segundo vídeo para o seu vlog. Para começar de um jeito impactante, ele deu um nó na camiseta para improvisar uma baby look, afinou a voz e mexia as mãos como uma garota. Isso sem falar nos olhares cômicos que ele lançava na direção da câmera, que dessa vez estava fixada na minha estante graças a uma gambiarra que fizemos com fita crepe.

 “Calma, garota! Não criemos pânico que eu tenho a solução para todos os seus problemas. Não, eu não vou arrumar um boy para você, querida! Maaaaas... eu vou te dar cinco dicas para você descobrir de uma vez por todas se ele está ou não afim de você. Gostaram, né? Então, corre, já pega seu bloquinho e a vem comigo”.

Logo depois da introdução “dramática”, ele parou de encenar e contou a ideia geral do vídeo com sua voz normal enquanto desamarrava a blusa. Fiz sinal de positivo indicar que estava ficando ótimo. Senti que o gesto o incentivou, porque ele seguiu ainda mais empolgado.

“Antes de começar, queria dizer que esse vídeo é especialmente para a Aninha, que deu a ideia a sugestão de tema.

E agora, vamos ao que interessa. Vai ter muito cara por aí querendo me matar depois que eu falar isso, mas a verdade, garotas, é que a primeira coisa que vem a nossa mente quando vemos uma mulher é... aquilo. Vocês me entendem, né? Desculpa a sinceridade, mas é isso. A gente não quer saber se vocês são inteligentes, engraçadas, se manjam tudo de história, filosofia ou se sabem a assoviar e chupar cana ao mesmo tempo. O que a gente quer é aquilo e ponto. Deu para entender? Não se iludam pensando que um garoto gostou do seu olhar ou se encantou com a sua voz de sereia. Não! Ele até pode ter notado que você tem olho claro, mas só depois de ter reparado no conjunto completo. A primeira coisa que queremos saber: é bonita? É gostosa? Se a resposta for positiva para os dois itens, aí sim passamos para os detalhes, saca? E ainda depende muito... Às vezes não chegamos a ir tão longe, viu?

  Mas aí vocês devem estar pensando: ‘Nossa, mas vocês só pensam nisso?’ É...”

Meu amigo fez uma pausa e olhou para a câmera com cara de quem estava imaginando uma cena do tipo bem hot. Era incrível como ele mandava bem gravando vídeos. Ensaiamos o texto apenas duas vezes e ele já havia tinha decorado todo o conteúdo. Isso sem falar nos momento de improvisos que estavam ficando sensacionais.

“Não, não... Calma! Não é assim também. A aparência atrai. Mas o que mantém o cara afim de você é atitude, garotas. Entendam: homens gostam de jogar. Então o segredo é manter aquele mistério, não ficar colocando música apaixonadinha como legenda de foto no Instagram ou no Facebook. Não adianta disfarçar, a gente sabe, viu? Mantenham a chama acesa, meninas! Caprichem sempre no visual, joguem o cabelo, façam aquele joguinho que vocês sabem fazer, ‘tá’ ligado? E aí, se o cara fizer uma dessas cinco coisas, já era. Ele mordeu a isca e caiu na sua rede. Então, sem mais enrolação, vamos aos sinais:

Primeiro: Ele vem puxar assunto. Sabe quando do nada aparece um ‘oiê’ no Whats? Ou o cara vem perguntar se está tudo bem ou vem querendo saber de algo sem importância que  vocês conversaram lááá na semana passada? Então.... Aí tem coisa. Se começar a puxar muito assunto, ele está na sua, garota.

Segundo: Te apresentar para os amigos. Essa é clássica, mas nunca falha. Se te colocou na roda para os brother, pode apostar: ele está balançado. Esse é o momento de você mostrar o quanto é gente boa e simpática. Nada de ficar no canto de cara feia, mas também não vale ser falsa, hein? Uma hora a máscara sempre cai. Lembre-se disso!

Terceiro: Ele fica nervoso. Ok, esse sinal é meio complicado, porque pode gerar dúvidas. Vocês podem achar que ele está te evitando ou agindo estranho porque o cara não fala com você direito, mas a verdade é que, por dentro, ele não sabe o que fazer. É como se estivesse rolando uma batalha dentro dele: vontade de impressionar X medo de fazer cagada. Portanto, se o cara está muito relaxadão, descontraído, provavelmente ele te colocou na ‘friend zone’. Mas, se perceber que ele está pensando para falar, se liga! É a sua chance de pegar o gato, amiga.

Nossa, isso foi meio gay, né? Whatever, o importante é vocês entenderem o recado...”

Coloquei a mão no rosto, não acreditando na cara de pau do skatista. Eu já conseguia imaginar o bafafá que aquele vídeo causaria no colégio.

“Quarto: Ele te respeita. Gente, essa é determinante, porque deixa muito claro as intenções do rapaz. Sabe hora que vocês estão ali, dando aquele amasso, o clima esquenta, a mão do rapaz começa a se empolgar, você vai ficando mais “soltinha” no rolê...? Sabe, né danadinha? Então, é nessa hora que você mede as intenções do cara. Se ele começar a te pressionar para ‘liberar’ logo as coisas, abre o olho! Provavelmente, ele só quer ‘aquilo’ e, assim que conseguir, vai vazar e te deixar na saudade. Por outro lado, se ele respeitar o seu tempo, aí é ponto para você. Portanto, dica importante: segurem o máximo que puderem antes de ‘liberar geral’ para o cara. Mas olha lá: só fica segurando o ‘tchan’ tanto assim se você também estiver afim dele. Senão já é judiar demais, né?

E agora, a quinta dica, que para mim é a mais definitiva: se ele muda a rotina para estar com você, pode comemorar. Ele está MUI-TO na sua. Sério! Se ele aparecer na sua casa do nada, considere um bom sinal. Se ele desmarcar algo para ficar com você, considere um ótimo sinal. Se ele fizer um baita malabarismo para te ver, tipo sair escondido de casa, atravessar o deserto do Atacama, pegar uma baita chuva, sei lá... Aí considere um sinal divino, tipo Moisés abrindo o Mar Vermelho. Quanto mais perrengue ele passar, melhor para você, sacou? Mas claro: não vale criar as dificuldades de propósito. Aí perde a graça e o garoto desiste, sacou? O segredo é medir os esforços dele. Quanto maior, mais afim ele está, beleza?

E estão aí as dicas. Me conta nos comentários o que achou, beleza? Se curtiu o vídeo, dá um like para dar aquela fortalecida no canal, combinado? Até o próximo vlog desse Vida Loca, nem tão louco assim. Ou quase isso...

Antes de ir, recado para as garotas: Deu ruim e descobriu que o boy não está tão afim assim de você? Se quiser, eu posso te consolar...

Certo, é brincadeira! Agora eu fui de verdade! Beijo e até a próxima!”

-Caraca, Alê! Ficou ótimo! Eu amei! – falei assim que ele apertou o botão para parar de filmar.

- Sabe que eu também gostei? Ficou bem descontraído, né? – ele sorriu para mim, nitidamente satisfeito com o seu trabalho.

- Está a sua cara: divertido, direto, franco e cheio de atitude. Cara, você nasceu para fazer isso! – brinquei.

- Sou um showman, né? Fazer o quê? – Disse, se sentindo o “bam bam” do pedaço – Mas fala a verdade! Ficou bom mesmo?

- Não, na verdade ficou uma droga... – fechei a cara por um momento antes de continuar - É claro que ficou ótimo, seu bobo!

- Então vou correr para casa e editar, porque marquei de ir na casa do Edu hoje mais tarde – ele anunciou de modo despretensioso enquanto juntava suas coisas.

 - Oooops! – tentou se desculpar depois que viu a cara de limão azedo que fiz ao ouvir o nome do carioca.

- Não, relaxa! Já passou... – disfarcei.

- Ele faz a mesma cara quando escuta seu nome – ele riu – Vocês deveriam resolver esse problema, sabia? Como diz o senhor seu pai: fugir não é a solução – disse as últimas palavras tentando imitar o tom de voz do Mário Sérgio, o que me fez rir.

- Acho que vou tatuar essa frase, viu? De tanto que vocês a repetem para mim... – brinquei.

- Uii... A Monster High está ficando “vida loca”... – me provocou – Melhor eu ir indo antes que você resolva se rebelar comigo também – deu um beijo na minha bochecha e disparou pela porta sem nem me dar tempo de retrucar. Como ele era de casa, eu nem precisava me preocupar com cerimônias. Afinal, ele sabia que era só encostar a porta depois de sair...

Ainda rindo, me joguei na cama e tirei o celular do meu bolso. Estava lotado de notificações, mas só uma me chamou a atenção: uma mensagem do Léo.

“Oiieeee! Como está a minha Julieta?”

Um sorriso bobo surgiu no meu rosto ao lembrar de uma das dicas do blog: ele estava puxando assunto do nada. Huuum...

“Estou bem. Estava ajudando um amigo a gravar um vídeo para o vlog dele. E você? Como está o seu dia?”.

Emendamos uma conversa tranquila. Ele falou sobre o colégio e a sua mãe e perguntou como estava a convivência com o meu pai. Contei que eu e o Alê estávamos querendo bolar um almoço para aproximar o Mário Sérgio da dona Melissa. A ideia era fazer com que os dois ficassem juntos, se mudassem para Nova York e, claro, levassem a gente junto.

“Huum... E esse almoço será no final de semana?”

“Provavelmente. Por que? Está afim de se juntar a nós?”

Perguntei só para ver o que ele diria.

 “Até seria uma boa ideia... Mas na verdade, eu estava mesmo é querendo te ver no final de semana”

Fiquei boquiaberta, encarando a tela sem saber o que responder. Aquele deveria ser o meu dia de sorte. Em menos de meia ele já tinha dado dois sinais que queria muito ficar comigo. Era para levantar a moral de qualquer uma.

“Acho que podemos providenciar isso”

Digitei. Estava tão feliz que seria capaz de sair saltitando por aí.

“Naquele mesmo horário da segunda-feira é muito ruim para você? Meu amigo que mora aí perto vai dar uma festinha, mas a Vanessa não quer ir. Posso dar uma passada por lá, só para fazer uma média e depois vou para a sua casa. Assim teremos mais tempo para ficarmos juntos”.
A mensagem foi acompanhada de vários emojis com carinhas felizes. Fala sério, como não se apaixonar por esse garoto?

"Será muito bem-vindo. Minha mãe costuma dormir tarde no final de semana. Mas qualquer coisa ficamos conversando lá na beira da piscina. Se eu falar que é o Alê quem está comigo ela nem vai desconfiar".

"Adoro esse lance proibido. Faz eu ficar ainda com mais vontade de te ver".

Li e reli a mensagem várias vezes, o coração disparado dentro do peito. Minha vontade era sair correndo para vê-lo naquele exato momento. Mas, por mais que eu também estivesse morrendo de vontade de encontrá-lo, não queria dar bandeira. Nosso acordo não permitia esse tipo de “intimidade”. Ou será que minha imaginação estava vendo além do que deveria e, na verdade, tudo aquilo não significava nada demais? Na dúvida, achei melhor levar a conversa novamente para um território seguro.

"Você está incorporando mesmo essa história de Romeu e Julieta, né?"

"Hahaha Não tem jeito! Não é todo dia que uma Julieta vai parar na porta da sua casa dando bobeira"

Ok, ou o Léo tinha tirado o dia para ser o cara mais fofo do universo ou ele realmente era muito legal, lindo e preenchia todos os requistos que procuramos em um garoto.

Passamos  o resto da tarde nos falando no Whats. Os dois iam compartilhando detalhes do seu dia e,  em um certo momento, ele até me ajudou com o dever de física.

Ainda era terça-feira e me peguei pensando se ainda faltava muito para o final de semana. De repente me dei conta que estava muito ansiosa para almoçar com o meu pai de novo e, claro, ver meu cabeludinho. Bem diferente das festas do Gueto, onde eu passava os finais de semana jogando truco, bebendo e fazendo fofoca da vida dos outros depois de ensaiar balé a semana inteira. Era como meu pai havia comentado em uma das nossas conversas: as vezes precisamos deixar algumas coisas irem embora para abrir espaço para as novidades.

***
Eu já sabia que a segunda postagem do vlog seria um sucesso. Mas nunca poderia imaginar que isso aconteceria tão rápido! O vídeo foi para o canal na terça-feira à noite, depois que o gravamos lá em casa. No final da tarde de quarta-feira os primeiros comentários começaram a aparecer. Na quinta-feira ouvimos várias pessoas – principalmente meninas, é claro – comentando as dicas entre o intervalo das aulas. Já na sexta-feira, a postagem era simplesmente o assunto do colégio.

Algumas garotas fizeram questão de vir falar pessoalmente com o Alê para agradecer ou pedir novos conselhos. E, claro, alguns garotos não gostaram e criticaram a iniciativa. Um grupo mais bobo chegou a chamá-lo de bicha, na tentativa de ofendê-lo, mas meu amigo tirou de letra a situação. Ele fez uma encenação fingindo realmente ser gay e arrancou gargalhadas de todos que assistiam a cena.

O sucesso do canal era tanto que eu não precisava mais do Jogo do Engana Trouxa. Como vivia grudada com o Alê, a maioria das meninas passou a “me bajular”. Claro que não faziam isso porque gostavam de mim, e sim porque desejavam se aproximar do skatista, a mais nova estrela pop do colégio.

- Gabi, olha isso – ele me mostrou a tela do celular durante a aula de matemática – só hoje três garotas já vieram puxar assunto comigo no Whats. Nem sei onde estão conseguindo meu número. “Tá” chovendo na minha horta, Gabs – disse, empolgado.

- Aproveita os seus quinze minutos de fama e tenta filtrar alguns temas para os próximos vídeos – sugeri.

- Sabe de nada, inocente! – riu de mim, cheio de marra - Já montei uma lista no bloco de notas do meu celular. Tenho sugestão de assuntos para gravar vídeo até o final do ano que vem, se “pá”...

- Olha só, quanta esperteza! Gostei de ver! Continue assim! Nada de deixar a fama lhe subir a cabeça, hein? – foi a minha vez de zuar – Aproveitando, tudo certo para o almoço de amanhã?

- Mais do que certo. Mamis vai preparar sua especialidade: lasanha de berinjela – o Alê torceu o nariz, fazendo nenhuma questão de esconder a aversão pela especialidade culinária da mãe. Dona Melissa era uma defensora ferrenha do vegetarianismo enquanto o filho não abria mão de hambúrguer e batata frita. Não teve uma única vez que comi na casa deles que não houve uma “discussão” sobre comida saudável X comida calórica e gordurosa, porém gostosa.

- Não faz essa cara! Sua mãe faz uns pratos vegetarianos gostosos – defendi dona Melissa – De qualquer maneira, meu pai já falou que vai levar pavê de chocolate para a sobremesa. E pasme: parece que ele mesmo vai fazer! O pessoal do hotel liberou a cozinha.

- Ótimo! Minha mãe adora homens que cozinham. Aposto que ela até vai sair de dieta.

- E meu pai parece super se identificar com o estilo de vida da sua mãe – completei, lançando um olhar bastante significativo na sua direção.

- Olha parceira, ao que tudo indica, vamos virar irmãos, hein? – ele riu.

- E em Nova York – acrescentei essa informação importantíssima.

- Então Gabs, aí que mora o problema. Conheço minha mãe... Vamos precisar de um motivo muito, mas muito importante mesmo, para ela deixar essa cidade e os pacientes que tem aqui – colocou a mão no queixo, assumindo uma postura pensativa.

- Só uma paixão arrebatadora não basta? Existem pessoas que fazem loucuras por amor – arrisquei.

- Não sei... Não acho que minha mãe seja uma dessas pessoas... Olha, acho que aproximar os dois vai ser fácil. Mas o nosso principal desafio será criar um elo capaz de fazer seu pai ficar no Brasil de vez ou, o que realmente queremos, fazer a nossa família feliz se mudar para o outro lado do oceano – meu amigo ponderou como se fosse um estrategista de batalha.

- Então amanhã vamos dar um jeito de providenciar esse tal elo, oras... – afirmei, decidida.

- Certo. Então amanhã sairemos em busca do elo perfeito – para variar, o skatista encerrou o assunto fazendo piada, o que me fez ter a certeza que eu não poderia ter um parceiro de crime – ou melhor, um irmão – mais perfeito do que ele.

***
O sábado amanheceu nublado, anunciando o final do verão que se aproximava. Agradeci mentalmente a pausa no calor sufocante que fazia em Guararema. Tudo bem que eu adorava os dias quentes, mas às vezes ficava difícil levar uma vida normal quando se tem a sensação que vai derreter de tanto suar.

Lá pelas 10 e meia fui para casa do Alê ajudar nos preparativos do almoço. Como não poderia ser diferente, dona Melissa estava deixando tudo impecável. O almoço aconteceria nos fundos da casa, na edícula localizada nos fundos da casa, próximo ao jardim. Senti meu coração afundar um pouco ao me lembrar da noite que passei com o Edu no andar de cima, mas não demorou para essa lembrança ir para bem longe. O clima na casa não poderia estar melhor: a mãe do Alê cozinhava com alegria enquanto a ajudávamos abrindo latas, descascando legumes ou lavando verduras. Depois, enquanto ela tomava banho e se trocava, eu e o Alê arrumamos a mesa. Pratos brancos de porcelana e jogos americanos delicados contrastavam com a madeira rústica da mesa e dos bancos.

O cardápio, além da prometida lasanha de berinjela, contava com uma salada vegana com molho caesar, cozido de legumes, arroz branco e integral , além de salada de frutas como sobremesa. A contragosto, a mãe do Alê também preparou uma porção de fritas para o filho.

Pontualmente, ao meio dia o Mário Sérgio chegou com uma travessa recheada de pavê com uma cara deliciosa e coberta com um plástico transparente. Eu mesma fui recebê-lo na porta.

- Oi, tudo bem? – dei um beijo no seu rosto para cumprimentá-lo – Tá bonitão, hein? Arrasou na produção!

- Você acha? – ele passou a mão na camisa, sem jeito.

- Claro! Adorei essa camisa rosa com esse jeans escuro. Ficou ótimo o contraste. E esse detalhe da manga dobrada te deixou mais jovem e charmoso – brinquei.

- Vocês jovens são muito engraçados. O que foi aquele vídeo que o Alê gravou? Ri demais da blusa amarrada na cintura com um nozinho... – ele foi falando enquanto eu o conduzia até a edícula.

- Você viu o vídeo? – fiquei impressionada.

- Sim, a Mel compartilhou no Facebook dela.

- Oi? Espera... eu ouvi certo? Mel? – o Alê apareceu do nada quando estávamos cruzando o jardim e já foi entrando na conversa. Pelo olhar que me lançou, pude perceber que estava pensando o mesmo que eu: talvez criar o tal elo nem seria tão difícil assim.

O comentário fez meu pai ficar tão sem graça que ele perdeu até a fala. De forma estabanada, ele voltou a alisar a camisa sem coragem para nos encarar. A cena me fez rir baixinho. Até um coach conceituado que conseguia ajudar centenas de pessoas estava sujeito a pagar uns micos de vez em quando....

- Desculpem. É que acabamos ficando amigos. Estou encantado com o novo projeto da Melissa – tentou consertar.

- Relaxa, cara. Fica tranquilo! Você parece ser um partido legal para minha mãe – Alê disse para quebrar o gelo, conseguindo o efeito contrário. Como um adolescente, meu pai ficou encarando o chão, sem saber o que fazer. Claro que nós não perdoamos e começamos a rir novamente.

- Nossa, quanta animação! Posso saber qual é o motivo de tanta alegria? – dona Melissa apareceu, usando um vestido azul rodado lindo. Seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo, o que lhe conferia a aparência de “sou sempre linda assim”.

- Mel, como vai? Trouxe para sobremesa – “papi soberano” recuperou a pose rapidamente para cumprimentar a mãe do Alê. Com um gesto simpático, estendeu a travessa de pavê para ela.

- Poxa, quanta delicadeza. Não precisava... – ela se derreteu – Está com uma cara ótima! Deu até água na boca.

De onde estávamos, eu e o skatista comemoramos de forma discreta. Tudo estava correndo mais fácil do que imaginávamos.

- Mário Sérgio está com moral! Vai até conseguir tirar minha mãe da dieta – Alê não perdeu a oportunidade de soltar um comentário cheio de segundas intenções.

Dessa vez foi a mãe do Alê quem ficou corada.

- Então gente, o que vocês acham de começarmos a comer? Estou morta de fome – mudei de assunto para quebrar o clima.

Os dois assentiram, aliviados. Mais do que rapidamente, dona Melissa começou a cuidar dos últimos detalhes da refeição, como levar a lasanha e o assado que estavam na cozinha para a edícula. Meu pai a acompanhou para guardar o pavê na geladeira, enquanto eu e o Alê esperávamos já sentados na mesa.

 - Nunca pensei que uma paquera de pessoas mais velhas pudesse ser tão divertida – brinquei.

- Nem fala! Certeza que o sábado ainda promete muitas emoções. Vai ser tão legal que vai até compensar essa comida de coelho que minha mãe gosta – seu olhar para a salada denunciava que, muito provavelmente, seu almoço seria apenas algumas batatas fritas.

- Não sei o que você está reclamando. Eu vivi de dieta, comendo praticamente só salada e comidas integrais a minha vida inteira – disse, para mostrar que sempre existia uma chance de piorar.

- Pior, né bonequinha? Se virar minha irmã, você vai poder trocar dicas com a Mel sobre esse cardápio estranho que dizem ser bom para a saúde – ele ponderou, fazendo questão de falar o apelido da mãe em um tom diferente, só para caçoar da cara do meu pai.

- É, acho que você não vai ter escolha! Se virarmos uma família mesmo, você vai ter que abandonar o hambúrguer de vez – provoquei.

- Então é melhor abortar o plano agora mesmo. Tudo, menos comer que nem um hamster – disse de um jeito exagerado.

Porém, para o azar do skatista, ao longo do almoço descobrimos que meu pai também adorava a tal comida de coelho. Ele fez vários elogios ao prato e disse que comida vegetariana saborosa era aquela que sabia usar o tempero na medida certa.

Fiquei surpresa ao perceber que, se nosso plano realmente desse certo, formaríamos uma família muito feliz. Nossos pais conversavam de modo natural com a gente e o Alê contava os “babados” da escola como se estivesse falando com amigos. Falamos sobre o Jogo do Engana Trouxa para a dona Melissa que elogiou a criatividade do filho. Claro, os dois trataram o meu “pequeno problema” com o Edu e Mari de forma bem sutil, o que me deixou muito agradecida. A tarde estava muito agradável para ficar triste por acontecimentos do passado.

- Está vendo por que estou tão empolgada com esse meu novo projeto?  - a mãe do Alê perguntou, parecendo bastante motivada. Ela já havia explicado seu novo plano de trabalho para nós: basicamente, a ideia era trabalhar com adolescentes na mesma idade que eu e o Alê e ajudá-los a encontrar suas verdadeiras paixões e propósito. Assim, eles poderiam planejar a vida melhor depois de sair do colégio ao invés de correr o risco de se matar para prestar vestibular para, só depois, descobrir que não era bem isso o que queriam.

- A ideia é ótima e o projeto foi muito bem montado, Mel. Tenho certeza que será um sucesso. Quando pretende começar? – meu pai se mostrou bastante interessado.

- Até o meio do ano, no máximo. Como você viu, faltam apenas alguns detalhes para fechar tudo certinho.

- Que ótimo! Vou colocar na minha agenda para voltar ao Brasil no segundo semestre, então. Quero ver pessoalmente você trabalhando com as turmas. A ideia é montar grupos para aplicar o processo de coach, não é?

- Sim. Pretendo fechar grupos de, no máximo, 16 pessoas e colocar os jovens para trabalharem em duplas. Também quero fazer trabalhos individuais. Mas... você não pretende ficar no Brasil? – por mais que tentasse disfarçar, a sua decepção era evidente.

- Não, minha vida está em Nova York. Interrompi alguns trabalhos porque o caso da Gabi parecia urgente, mas preciso voltar até a próxima semana – ele respondeu de maneira natural, como se aquele fato fosse evidente.

Vi o Alê me olhar com cara de quem fala “eu avisei”. Do outro lado da mesa, senti meu estômago revirar. Poxa, estava tudo indo tão bem. Se não fosse esse “pequeno” detalhe da distância entre eles...

- Também achei que você ficaria mais tempo – confessei, o tom de voz um pouco mais triste do que eu desejava.

- Eu também adoraria ficar. Mas, nesse caso, realmente não posso. Tenho clientes fechados até o final do ano. Mas não precisa se preocupar. Vou dar um jeito de ficarmos sempre em contato. Além disso, quero conversar com a Mel depois para ela te dar um suporte em casos de extrema necessidade – ele olhou em direção à Melissa, com um sorriso cordial no rosto.

- Claro, sempre que precisarem. Adoro a Gabi – respondeu tentando esconder a decepção no olhar.

Infelizmente, a informação deu uma esfriada no clima. Fiquei torcendo para que a rainha Elsa trouxesse o verão de volta, mas não rolou. A paquera da terceira idade que estava indo tão bem migrou para a friend zone sem previsão de saída.

A boa notícia é que isso rendeu uma ideia para o próximo vlog do Alê: como saber se você está na friend zone. O pavê também estava delicioso. Mesmo assim, me controlei para comer só um pedaço e fiquei na salada de frutas.

Eu e o meu pai ajudamos a lavar a louça, nos despedimos dos anfitriões e ficamos conversando em frente de casa enquanto ele esperava o táxi. Ele voltou a perguntar se estava tudo bem no colégio e se eu estava precisando de alguma coisa. Aproveitei para perguntar se ele já tinha uma data para voltar para sua casa.

- Preciso embarcar até quarta-feira, no máximo – me respondeu com tom firme, mesmo que seus olhos mostrassem um brilho de vontade de permanecer por aqui – Mas é como disse: vamos manter contato. Hoje com WhatsApp, Skype e tantos aplicativos a nosso favor, não vai ser difícil, não é mesmo? O essencial é que você confie em mim e eu confie em você. Assim poderemos ser sinceros um com o outro – sorriu com seu jeito amigável.

- Hum... posso fazer uma pergunta? – não sei por quê, mas aquelas palavras mexeram comigo. De repente senti vontade de compartilhar algo que vinha me atormentando há um tempo.

- Claro! O que quiser...

- O que você faria se quisesse ficar com uma pessoa, mas houvesse algo que te impedisse?  - tentei manter uma postura imparcial, para não denunciar que aquela era uma pergunta pessoal.

- Acho que quando queremos mesmo alguma coisa, muito mesmo, não há nada que nos impeça. Todo obstáculo pode ser removido ou ultrapassado. Claro, alguns são mais complicados e demandam mais tempo, mas com persistência, calma, determinação e, principalmente, fazendo o que é certo, a recompensa sempre vem. Pode ter certeza disso – afirmou, com seu típico jeito de pessoa que sabe o que fala – Posso saber o por quê dessa questão?

- Hum... Digamos que é uma situação complicada – desconversei.

- Bom, pelo visto, hoje infelizmente não conseguiremos tratar dessa tal situação. Mas que tal marcar um almoço segunda? Aí podemos falar sobre isso e eu já te passo certinho a minha data de embarque e formas de me encontrar lá em Nova York, ok? – disse depois de olhar para o outro lado da rua e ver o táxi se aproximando.

Dei um abraço nele para me despedir e fiquei observando o carro se distanciar até que fiquei completamente sozinha. Como a situação com dona Beatriz ainda estava bem tensa, fui direto para o meu quarto tentando fazer o mínimo de barulho possível para não atrapalhá-la. Pelo som de música que vinha do seu quarto, concluí que ela estava estudando novas coreografias.

Fui até o meu quarto, tomei um banho e coloquei um vestido mais soltinho com detalhes em renda. Não fazia bem a linha sexy, mas era confortável e bonito. Escolhi uma rasteirinha tipo gladiadora para combinar e improvisei uma trança nos cabelos. Ia me maquiar, mas ao ver o horário achei que ainda estava cedo. O Léo só deveria chegar lá pelas dez da noite...

Resolvi assistir algumas séries no Netflix para passar o tempo e deixar os detalhes da produção para mais tarde.

Porém, lá pelas oito horas, meu celular apitou.

“Rapunzel, jogue suas tranças! Hahaha Brincadeira. Estou aqui na portaria. Rola liberar a entrada desse mero plebeu?”

- Gente, e a tal festa? – falei para mim mesma. Era impossível que ele já tivesse passado na casa do amigo.

Dei um pulo da cama e, enquanto ligava para o Alê, tratei de passar perfume e um gloss, pelo menos.

- Fala minha ex-futura irmã – meu amigo atendeu após cinco longos toques.

- Libera a entrada do Leonardo na portaria. Depois explico – foi tudo o que disse no meio da correria para terminar de arrumar.

- Ok, madame. Mais alguma coisa? – falou de forma petulante para me irritar.

- Por enquanto só isso. Se precisar, eu ligo – fui mais petulante ainda ao respondê-lo.

- Ok, como a senhora desejar – disse antes de desligar.  Eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que explicar o lance do Léo para o skatista, mas quanto mais eu conseguisse evitar, melhor.

- Mãe, vou dar uma volta no condomínio – gritei do corredor. Cedo daquele jeito não dava para arriscar levar a minha “visita” para casa.

- Não esquece que você ainda está de castigo, hein? Não abusa! – a resposta veio logo em seguida.

- Pode ficar tranquila! – gritei de volta antes de sair em disparada porta afora. Acabei encontrando o Léo no meio do caminho.

- Lembrei que da última vez você não queria que os seguranças nos vissem juntos. Por isso vim ao seu encontro – se justificou ao me ver.

- Garoto esperto! – brinquei. Estava morrendo de vontade de beijá-lo, mas segurei minha onda. Na nossa situação, todo cuidado era pouco – Mas o que aconteceu com a festa?

- Ah, não estava muito empolgado e quase ninguém ia. Aí achei que poderia vir direto para cá – deu de ombros, como se não fosse nada demais.

Abri um meio sorriso, tentando parecer indiferente a informação. Por dentro, estava dando piruetas de alegria. Cancelar um compromisso para ficar comigo era um excelente sinal, não era? - Vem, vou te levar para conhecer um lugar... – chamei, encostando minha mão na dele de leve.

- Ué, pensei que íamos ficar na sua casa... – ele me olhou com um jeito desconfiado enquanto começávamos a caminhar lado a lado.

- Então, a gente ia mesmo... Mas você chegou muito cedo, aí achei arriscado. Naquele dia minha mãe estava super brava comigo, por isso era certeza que não iria até o meu quarto. Além do mais, ela estava em um dos seus dias “ruins” quando se tranca sozinha e coloca música no último volume. Sem falar que já era mais tarde, horário que já está deitada se preparando para dormir. Hoje é diferente, entendeu? – tentei explicar.

- Entendi, entendi... – assentiu com a cabeça – E posso saber para onde está me levando?

- Tem tipo uma pracinha cercada por um jardim lindo aqui no condomínio. Quase nunca ninguém vai lá porque fica um pouquinho longe, mas eu adoro aquele lugar – contei.

- Huumm... Então já estamos nesse nível? De compartilhar coisas prediletas? Se quiser posso mostrar umas fotos antigas, contar umas lembranças da infância – disse em tom sério, mas o brilho zombeteiro nos seus olhos denunciava a ironia.

- Mas não são as mães que devem mostrar as fotos dos filhos pequenos, matando a gente de vergonha quando levamos um namorado para conhecer a nossa família? – entrei no clima da brincadeira enquanto descíamos a rua do Lago.

- Ui! Me parece que alguém aqui tem experiência no assunto – ele riu.

- Na verdade, não. Eu nunca namorei – confessei, tentando manter o tom de voz leve.

- Você está me zuando, né? – levantou as sobrancelhas, completamente surpreso.

- Não. Por que estaria? – me esforcei para manter o tom de voz firme – Mas sei lá... acho que nunca tinha me apaixonado de verdade. Minhas amigas viviam me zuando, dizendo que eu estava esperando o príncipe encantado. Mas eu sempre tive uma vida muito “fechadinha”, sabe? Era ensaio todo dia, escola, as mesmas companhias, as mesmas festas... Não tinha espaço para coisa diferente – senti coragem para contar a verdade. O Léo merecia aquele voto de confiança, afinal...

- E se apaixonou pelo cara que te zuou na escola? – não dava para ter certeza, mas eu seria capaz de jurar que havia um quê de ciúme naquela pergunta.

- Não foi ele que me zuou. Foi a Mari e suas amigas – corrigi.

- Tá, mas ele tem participação, sim. Tudo bem que essa tal Mari pegou o celular dele, leu as conversas e saiu espalhando por aí, mas ele poderia muito bem ter ficado ao seu lado. Mas, até onde sei, ele nem se pronunciou – ele falava de um jeito controlado, como se estivesse se segurando para não falar demais.

Parei para encará-lo por um momento. Primeiro sua reação me fez pensar o que realmente se passava na sua cabeça sobre aquela história. Naquele dia no meu quarto, ele tentou parecer indiferente, mas estava óbvio que ele sabia o suficiente para ter uma opinião concreta. Depois, me peguei pensando sobre o que eu mesma pensava sobre o assunto. Será que eu não tinha aceitado os fatos fácil demais colocando a Mari como vilã absoluta e Edu como uma vítima, assim como eu? Será que no fundo a loira não tinha apenas dado voz aos verdadeiros sentimentos que o carioca tinha por mim?

- Chegamos – disse com a voz séria ao me dar conta que tínhamos alcançado o nosso objetivo. A praça tinha formato circular com piso de paralelepípedo e bancos de pedra circundados por um pequeno muro de pedra. Na parte de cima, um delicado jardim com flores coloridas emoldurava o cenário. A iluminação meio amarelada que vinha dos postes deixava o local convidativo para uma conversa em uma noite de verão.

- Vem cá, vem – me puxou para perto assim que percebeu que estávamos em um ambiente “seguro” – Você tem razão. Esse lugar é lindo – comentou enquanto escolhia um banco para sentar. Fiquei em pé, de frente para ele, encarando aquele belo par de olhos azuis que me olhavam de forma intensa.

- Não fica com essa carinha, vai... – apertou minha barriga, de leve – Já que estamos nessa vibe de compartilhar coisas, vou mostrar uma música que gosto – falou, antes de pegar o celular no bolso e mexer na tela. Instantes depois um rock com uma batida dançante começou a tocar.

*** Link para música –  https://www.youtube.com/watch?v=D-Xo8SWBSKg

Segurando minha cintura, ele me colocou sentado no seu colo. Me entregando ao clima, estendi as pernas no banco e passei as mãos pelo seu pescoço, enquanto ele me beijava devagar, balançando o corpo no ritmo da canção.

Me deixa louco só de olhar
Abro a porta pra ela entrar
Me contagia hoje e sempre
Faz a vida andar pra frente


Fico com ela, porque ela me faz bem
Estou com ela, não preciso de ninguém
Ela tá longe, sinto falta dela também
Se não é amor, eu não sei o que é, meu bem”


Eu tinha muita coisa para pensar e para acertar no meu coração, mas resolvi me presentear com aquele minuto de paz e me proteger naquele abraço que parecia ter o poder de me recarregar de boas energias.

Naquele momento, duas certezas penetraram no meu coração tão profundamente que seria impossível ignorá-las daqui em diante. A primeira: vítima ou culpado, o Edu escolheu ir, enquanto o Léo preferia ficar. E a segunda: eu estava deixando de atender a principal cláusula do nosso contrato, justamente a que sustentava todo nosso relacionamento. Mas quem poderia me culpar? Apaixonar-se pelo Léo era algo inevitável.
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Notas finais: Aiii gente, estou tão empolgada com a continuação da nossa história. Daqui pra frente vai ser tudo tãããão legal!

Mas e aí? O que acharam do cap? O que foi Alê arrasando nas dicas e virando o pop star do colégio?

E o almoço da ex-futura família feliz? Mel e Mário Sérgio bem que poderiam ficar juntos, né?

E nem vou comentar nada do Léo. É muito amor e fofura, gente! Cadê um desse na minha vida, hein? Hahaha

Beijo, meninas!


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