sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Capítulo 35 – “Tá tranquilo, tá favorável”

Notas iniciais: Gente, o capítulo estava ficando enorme, então precisei dividir em duas partes. A primeira está mais morninha porque a segunda vai ser daquele jeito.

Recado dado, bora lá porque “hoje tem festa no gueto, pode vir, pode chegar...”
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- “Tá tranquilo, tá favorável. Tá tranquilo, tá favorável...”.

- Meu Deus, o que fizemos com a nossa nerd? Transformamos a Hermione do grupo em um monstro. É o fim dos tempos! – o Fernando exclamou ao ver a Rebeca se aproximando do nosso grupo cantando e fazendo a coreografia de um funk.

Estávamos todos reunidos durante o intervalo das aulas no lugar preferido do Alê, mais afastado do pessoal à sombra de uma árvore enorme. Duas semanas haviam se passado do dia da apresentação do clipe e, desde então, nosso grupo estava experimentando “15 minutos de fama”.

Muitos alunos do colégio se aproximaram da gente por conta do material que produzimos para a aula do professor Gabriel. O vlog do Alê estava bombando, principalmente depois do vídeo que fizemos com coreografia e comemorando o sucesso do clipe e de um outro que fizemos contando cinco fatos sobre cada integrante do grupo. O vídeo rendeu revelações como a Beca apostar que eu ficaria com o Edu de novo e eu falar que “shipava” Nando e Miguel juntos. O garoto ficou bastante sem graça, mas não negou. Também zuamos muito o Alê por ele estar apaixonado pela Laís.

Desde então, o pessoal estava se empenhando bastante em ser nosso amigo e tinha até pessoas que vinham dar opinião sobre os assuntos que comentamos. Por exemplo, algumas meninas fizeram questão de me parar no banheiro para dizer que eu era boa demais para o Edu e que não deveria voltar para ele. Expliquei que o erro não era só do carioca, embora ele também tivesse vacilado muito comigo. Claro que na época que tudo aconteceu eu não tinha essa visão. Mas, depois que a “poeira tinha baixado” entendi que ele era apenas um cara. Eu que o coloquei em um pedestal, cedi a todos os seus caprichos e o chamei de “amor” sem nem mesmo conhecê-lo direito. Depois de muita conversa com o Nando ele abriu os meus olhos sobre o fato de eu precisar me valorizar. Eu não deveria ter aceitado tudo o que a Marília e o Edu fizeram sofrendo calada fazendo a protagonista de novela mexicana. Claro que isso não tirava a culpa dos dois. A questão é que, como dizia a frase de um filme que eu assistira*, “nós aceitamos o amor que acreditamos merecer”. E se tudo aquilo tinha acontecido, era porque eu permitira que eles fizessem comigo o que bem quisessem. Algo que seria bem diferente dali em diante.

Quem também estava se aproveitando da fama temporária era a Rebeca. Sempre quieta, de repente ela tinha se soltado conversando com o pessoal que ia falar com ela querendo dicas das matérias. Tanto que já estava até cantando e dançando funk.

Isso sem falar no Alê. A Carol continuava frequentando nosso grupo de estudos e estava cada vez mais empenhada em ser simpática com ele. Como ela ainda não sabia sobre a Laís, era bem capaz que estivesse – ainda mais - interessada no skatista. E ele não sabia o que fazer com aquele assédio.

- Alguém aqui tá toda saidinha – brinquei enquanto a Beca se sentava ao lado do Nando.

- Nossa, gente! Só estou cantando – ela se defendeu.

- É, mon amour, é assim que começa. Daqui a pouco está usando roupinha curta, saindo por aí toda saliente e, de repente, pronto! Virou uma pirigueti – o Nando brincou, fingindo estar horrorizado.

- E qual é o problema de usar roupas curtas? – questionei em tom provocador.

- Nenhum, querida. Em nenhum momento eu disse que não gostava das piriguetis. Acho, inclusive, que elas são as melhores pessoas – ele respondeu fazendo todo mundo cair na risada.

- A Beca seria a primeira pirigueti nerd da história – disse.

- Imagina um boy chegando nela. Só ia rolar papo cabeça – nosso amigo não deixou a zuera morrer.

Continuamos a brincadeira até o Alê chegar segurando uma esfiha na mão e com cara de chocado.

- Posso saber onde o senhor estava? Disse que só ia na cantina rapidinho e demorou horrores – fiz drama. Já estava habituada a ter o skatista sempre perto de mim, tipo fiel escudeiro.

- Vocês não vão acreditar no que aconteceu – ele se sentou ao nosso lado, todo esquisito.

- Eita que vem babado dos bons por aí. Adoro! Desembucha, Alexandre – Fernando ficou todo empolgado.

- Estava na cantina, de buenas, comprando meu salgado quando a Carol veio falar comigo. Disse que vai rolar uma festinha no Gueto e que é pra todos nós colarmos lá – a voz dele era a de quem não acreditava no que tinha acabado de acontecer.

- Festa no Gueto? Pensei que nunca mais colocaríamos os pés lá – comentei, também impressionada.

- E eu que pensei que nunca chegaria a ser convidado para uma festa da realeza? Gente, “tô” passado – foi a vez do Fernando demonstrar a sua surpresa fazendo caras e bocas.

- Essa menina está apelando legal, hein? Primeiro quis fazer parte do nosso grupo de estudos, depois ficou toda amiguinha do Alê e agora isso. Alguém está jogando pesado para reconquistar o boy – Rebeca, como sempre, foi a voz da razão e analisou a situação calmamente.

- Agora resta saber se o boy vai querer dar uma chance para ela – ao dizer isso, o Nando lançou um olhar bastante enfático para o skatista, como se estivesse cobrando uma resposta.

- Ai gente, eu não sei... – nosso amigo mexeu no boné ainda parecendo bem confuso.

- Deixa eu adivinhar – levantei a mão pedindo atenção – a Carol ainda é uma pessoa que mexe com você, principalmente por causa de toda amizade que vocês tinham, mas você não sabe se vale a pena porque ela não foi a pessoa mais idiota do mundo, porque isso a gente deixa na conta da Mari, mas também não se esforçou para ser legal com a gente. Aí tudo o que você queria era ficar na sua e seguir em diante, mas a pessoa insiste em ficar atrás de você sendo legal e tudo mais.

- Bingo! – Alê se manifestou.

- É... é assim que eu me sinto em relação ao Edu – acabei confessando.

- Mas, e a Laís, Alê? Rolou “mó” clima aquele dia na sua casa – a Beca observou.

- Então... a Lala é muito gente boa, a gente se dá muito bem e gosto de ficar com ela. Mas, sei lá... Confesso que esse lance da Carol ficar insistindo em ficar comigo deu uma balançada – meu amigo parecia realmente confuso.

- Então já sei - Fernando interviu com ar que tinha a solução para todos os nossos problemas – vamos todos a essa festa e lá você dá uma “moralzinha” para a Carol e ver o que rola. Se o que você sentir for algo muito forte, aí, meu caro, o jeito vai ser dar tchau para a Laís e tentar com a songa monga da Carol. Sim, eu não gosto dela – ele emendou ao ver a nossa reação de estranheza ao ouvi-lo criticando a garota – Ai, gente! Ela só fica lá, na sombra da Marília, não faz nada para ir contra a loira azeda demônia. Parece a Gabi antes. Sem ofensas, amiga – disse, mandando um beijo carinhoso em minha direção – Mas, nossa colega está aqui para provar que todo mundo pode mudar. Ou seja, talvez você dar uma chance para a Carol seja o que ela precisa para se libertar das correntes da sina que é “ser uma das garotas mais populares do colégio” – completou, as últimas palavras ditas em tom extremamente irônico.

- Nossa, isso que eu chamo de analisar o caso a fundo – brinquei.

- De certa maneira, ela ter nos convidado para a festa já é uma forma de ir contra a Mari, não é? – Alê questionou.

- Talvez... A não ser que a Mari esteja planejando usar a ocasião para se reaproximar de vocês e limpar um pouco a barra dela – foi a vez da Beca opinar.

- Hmmm... bem pensado. É uma possibilidade – avaliei antes de dar um gole no meu suco.

- Bom, só vamos saber se marcarmos presença nessa festa. Sem falar que vamos causar, com certeza – Nando disse com o seu típico humor ácido.

 - Vou mandar um Whats para a Carol confirmando a nossa presença – Alê já ia pegando o telefone quando foi interrompido com um grito do Fernando.

- Está louco? Nem pensar! Deixe para confirmar só no dia. Assim a gente já mede o nível de interesse da dona Carolina. Se ela insistir para você ir, é porque ela está realmente afim – o garoto disse em tom conspiratório.

- Cara, você é um gênio – o skatista respondeu.

- E você é um lerdo! Come logo esse salgado que está na sua mão antes que esfrie. Fica aí pensando em meninas e esquece de viver – o outro rebateu de forma irônica, fazendo todo mundo cair na risada.

- Essa festa promete, hein? – disse depois de me recuperar da crise de riso.

- Vai ser só tiro, porrada e bomba, já diria a grande pensadora contemporânea, Valesca Popozuda – a Beca disse, fingindo fazer mais uma avaliação profunda do caso.

- E, como diz outra grande pensadora contemporânea: se é pra tombar... – parei a frase no meio.

- Vamos tombar. Gueto, se prepare, porque o Time B está chegando! – o Fernando concluiu.

***
Alguns dias depois...

Graças às minhas conversas com a Laís, eu estava entendendo bem mais de moda. Tanto que estava dando uma repaginada no meu guarda-roupa. Notei que tinha muitas peças em tricô ou crochê, vestidos mais soltinhos e alguns quimonos. Minha amiga, expert no assunto, identificou que meus looks tinham uma pitada do boho, uma mistura de vários estilos, como o hippie, o étnico, o folk, o vintage e o cigano. A mistura dessas influências resultavam em um visual romântico e confortável.

A questão é que eu sempre deixava tudo com um ar mais delicado, sempre dando preferência pelas cores claras e detalhes em renda ou estampas florais. A ideia agora era manter o tom romântico, porém acrescentar uma pitada mais sensual, com cores mais fortes, como o preto e o vinho, shorts jeans mais curtos, saias rodadas também curtas, botas de cano alto ou curto, croppeds e acessórios – muitos deles.

Para a festa no Gueto, escolhemos uma saia, um cropped e bota de cano curto, tudo na cor preta, com um quimono com estampa geométrica. Como estava começando a esfriar, ele me ajudaria a não ficar tremendo de frio ao longo da noite.

A maquiagem seria leve, valorizando a beleza natural, mas ao invés do delineador – que eu havia aderido nos últimos tempos – deixaria a linha d’água bem marcada com lápis preto.

“Será uma transformação e tanto para voltar ao Gueto”.

Enviei a mensagem para a Laís, imaginando como seria voltar ao lugar que havia frequentado por tanto tempo. Parando para pensar, parecia que aquela época pertencera a tempos bem distantes. Era como se fosse uma nova Gabriela – o que, talvez, realmente fosse.

“Vai deixar aquelas chatas chorando lágrimas de sangue”.

Ela comentou. Logo na sequência, chegou outra mensagem.

“Miga, sabe se ainda rola algo entre o Alê e a Carolina? “Tô” achando estranho o convite para essa festa. Ele foi tão fofo o dia que a gente ficou, mas sei lá... achei que ele ficou um pouco estranho esses últimos tempos...”

Fiquei na dúvida sobre o quê responder. Eu não podia mentir para a Laís, mas também não queria deixá-la preocupada à toa. Fiquei encarando a tela do celular até que criei coragem para mandar um áudio.

“Lala, o Alê gostava, sim, da Carol. Porém, como você sabe, ela vacilou feio com ele. Só que de uns tempos pra cá, a Carol anda meio que investindo pesado nele, tentando uma reaproximação. O Alê está tranquilo, até porque ele está curtindo ficar com você. O objetivo de ir nessa festa hoje é botar um ponto final nessa história. Pra não ficar esse ‘rolinho’ entre ele e a Carol, saca?”

Contei 90% da verdade. Só não disse o detalhe que, apesar de estar curtindo ficar com ela, o skatista ainda estava um pouco balançado com a insistência da Carol. Porém, a parte de que a festa seria decisiva era a mais pura verdade e era bom que eu pudesse deixá-la ciente disso.

“Não sei. Gá. Estou um pouco insegura com essa festa”.

“Lala, acho que todos nós estamos. Não sei como será reencontrar a Marília fora do ambiente da escola e aposto que o Alê também está apreensivo com essa volta ao Gueto. Tenho certeza que é por isso que ele está meio estranho esses dias”.

“Tomara que seja só isso mesmo...”.

“Por que você não fala com ele? Às vezes é só uma impressão”, tentei argumentar.

“Ahh não! Nem rola ficar pegando no pé dele. Se ele quiser, ele vem falar comigo”, ela desconversou.

“Bom... juro que vou ficar de olho. Qualquer novidade ao longo da festa eu te atualizo”, prometi.

“Combinado, Gabs. Agora vai se arrumar, porque senão você vai se atrasar. E manda foto do look e da make quando estiver pronta. Quero aprovar antes de você sair, hein?”

“Pode deixar, miga. Você deveria virar blogueira de moda, sabia? Tipo a Camila Coelho e a Thássia Naves”.

“Não é uma má ideia. Ainda mais se eu ganhar o tanto de presente que elas ganham. Mas, falamos disso depois. Agora vai se arrumar, garota!”

“Tô indo, tô indo. Até mais tarde. Beijo!”

Escolhi uma música animada no Spotify e fui tomar banho. Nós iríamos para o Gueto com o carro do Alê. Sai do banho, vesti minha roupa e me maquiei. Demorei um pouquinho mais para fazer a make do olho, mas no final o resultado ficou bom e, inclusive, foi aprovado pela Laís.

- Como sempre você está atrasada, não é Monster High? – meu amigo me provocou quando cheguei na sua casa. Ele estava bem estiloso, com uma camiseta oversized preta e branca, jeans escuro, tênis, um colar cumprido, além do seu inseparável boné.

- Ai Alê, foram só quinze minutos. E outra, me atrasei por uma boa causa. Estava falando com a Laís sobre você – joguei baixo, sabendo que ele se interessaria pelo assunto e esqueceria a minha falta.

- E o que ela falou? – o skatista mordeu a isca.

- Está preocupada com você indo para a festa na casa da Carol – contei me sentando na sua cama.

Vi meu amigo coçar a cabeça, nitidamente confuso – Ai, ai ai... Espero que ela não pegue muito mal. Para falar a verdade, nem eu sei mais porque estou indo hoje. Eu e a Carol não temos nada a ver e a Laís é bem mais gente boa.

- Será que isso não é um sinal? Lembra que você falou que estava com dúvida se sentia algo pela Carol ainda? Então... talvez essa seja a resposta – ponderei.

- Será? – ele me encarou, concentrado – Mas, confesso que fiquei feliz com a insistência da Carolina em ter a minha presença na sua casa hoje.

- Bom, na dúvida, acho melhor você manter o plano e ir ver qual é a do lance com a Carol. Depois, com tudo decidido no seu coração, você vai falar com a Laís – aconselhei.

- “Tá” ficando espertinha, hein? – ele me zuou - É, vamos manter o plano. Bora para essa festa – disse, com ar decidido.

Avisamos dona Melissa que estávamos saindo e entramos no carro. Dez minutos depois já estávamos em frente à casa da Carol. Havíamos combinado de encontrar o Nando e a Beca lá na frente, mas nem precisamos esperar muito. Pouco tempo depois os nossos amigos chegaram.

- Uaaaau! Os dois arrasaram no look – Nando comentou.

- Precisávamos voltar em grande estilo, né? – brinquei. Apesar do comentário, ele também não estava muito atrás com uma camiseta com estampa de caveira bem descolada, jeans claro destroyed e colar. Beca havia escolhido um vestido delicado com sapatilha, algo bem feminino, e praticamente sem maquiagem.

- Então, bora para essa festa, galera? – Alê tentou parecer empolgado, mas era visível que ele estava nervoso. Lá dentro tocava funk e, pelo barulho, bastante gente já havia chegado.

Entramos e pegamos o conhecido caminho que levava à edícula nos fundos da casa. Mal colocamos o pé no Gueto, o Caio veio falar com a gente.

- Gabriela, você por aqui? – sua cara parecia a de uma pessoa que vira uma assombração.

- Para você ver... – dei de ombros, sem querer dar ibope ao assunto.

- Achei que você e a Carol não fossem mais amigas – ele comentou.

- Amigas, realmente, não somos mais. Mas ela quis nos convidar para a festa e não tínhamos o porquê negar o convite. Aproveitando, deixa eu apresentar meus amigos Fernando e Rebeca – mudei de assunto propositalmente. Do meu lado, Alê havia fechado a cara. Pelo jeito, ele continuava não indo com a cara do Caio.

Rolou uma rodada de cumprimentos com as famosas frases “Oi, tudo bem? Prazer”. Alê também deu um oi meio sem empolgação para o meu amigo.

- Gabs, e você e a Marília? Devo ficar de plantão caso saia treta? Sabe que sempre pode contar comigo pra te defender, né? – Caio voltou a insistir no assunto.

- Você ainda não percebeu que ela não quer falar sobre isso? – Rebeca interviu com seu típico jeito de mandona.

- Nossa, mas eu não fiz nada demais – o outro se defendeu.

- Fez sim. Aliás, está fazendo sendo extremamente inconveniente. Se a Gabi está ou não falando com a Carol ou se vai brigar com a Mari são problemas dela. Se precisar de ajuda, ela pede – minha amigou voltou a me defender.

- Não sabia que tinha arrumado um guarda-costas, Gabi – Caio disse em tom irônico.

 - E eu não sabia que a Gabs tinha contato com pessoas tão desqualificadas – a nerd não deixou por menos.

- Eitaaa! Parem com isso os dois! – achei melhor intervir antes que eles saíssem no tapa.

-  E eu achando que era a única pessoa que a Hermione implicava – Alê não perdeu a oportunidade de alfinetá-la.

- Ai gente, chega! Olha que isso é amor reprimido, hein? – Fernando entrou na conversa – Vem, povo! Vamos fazer os finos e cumprimentar as donas da festa.

- Preferiria pular essa parte... – confessei em voz baixa.

- Mas, não vai. Pelo contrário! Vai fazer carão e chegar lá sambando no salto 15 – o Nando enganchou o braço no meu e começou a andar. De onde estávamos, era possível ver a Carol e a Mari em pé, rodeadas pelas suas novas amigas Nathy e Mel.

 - Já vou chegar fazendo o falsiane – Alê avisou. E foi exatamente o que ele fez - Oi, Carol! Oi, Mari! Tudo bem com vocês? – perguntou, em um falso tom de animação – A festa está ótima, hein?

- Oi, Alê! Que bom que você veio! – Carolina recepcionou o nosso amigo em um tom super caloroso. Marília também não ficou atrás e até abraçou o meu amigo. Na sequência, foi a minha vez.

- Gabi, tudo bem? – As duas me abraçaram e beijaram, parecendo bastante animadas. Eu estava chocada com o nível de cara de pau das duas. Será que a teoria que elas estavam tentando se redimir para não ficar com a imagem tão prejudicada era verdade?

Mais uma rodada de cumprimentos e beijos se passou, com todo mundo exalando simpatia e educação.

- Bom, eu não preciso falar para você, né? As bebidas estão lá dentro – a dona da casa avisou o Alê.

- Ah, ótimo! Acho que vamos lá nos servir – o skatista avisou – Obrigada!

- Vamos lá, vou com vocês pegar uma cerveja – a Carol se ofereceu.

Daí em diante eu liguei o piloto automático porque a festa estava uma chatice só. Em resumo, Carolina tentava ser simpática com o Alexandre, Caio se juntou a nós para provocar a Beca que resolveu cair no seu jogo e respondia a todos os comentários de modo ácido, Fernando comentava cada detalhe da festa com seu jeito único, sempre divertindo a todos e eu entediada, me perguntando o quê eu estava fazendo ali. Lembrei da última festa que estivera ali. Eu vestida de sereia, tentando convencer o Edu a ficar comigo... Como as coisas podiam mudar tanto em tão pouco tempo?

Resolvi ir até o banheiro para dar uma respirada. O local estava cheio, a música alta e algumas pessoas dançavam, enquanto a maioria ficava apenas conversando e bebendo. Peguei o celular para me distrair e dar uma olhada nas notificações quando, sem querer, esbarrei em alguém, me desiquilibrei e acabei quase caindo em cima da pessoa que me segurou firme pelos braços.

- Opaa! Cuidado por onde anda, bonequinha.

Levantei a cabeça tentando retomar o equilíbrio. Acabei soltando uma risada irônica ao perceber que tinha acabado de refazer a “cena” do meu primeiro encontro com o Edu. Pelo jeito, a noite ainda me reservava muitas emoções.
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Notas finais: Só digo uma coisa: essa festa vai ser eita atrás de eita! Querem saber o por quê? Então lá vai: vai ter beijo GaDu, CaLê e BeCa.


Curiosas? Então preparem-se! Porque os forninhos vão rolar até o final dessa festa.