quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Na Pequena Londres

Notas iniciais: VDL quentinho, para esquentar essa noite fria!
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Opa, opa, opaaaa! Cheguei!
 
E espero que todas vocês estejam preparadas, porque hoje o “Vida de Luanete” está em festa! Vivaaaaaaaa!
 
Siiiiim, chegamos ao VDL número 10 e, para comemorar, pedi para a “Diva-Mor” dessa página, a Thay Campos, dividir conosco mais uma das suas extraordinárias histórias como fã do Luan.
 
A Thayzoca foi a guria que me inspirou a criar esse cantinho aqui no blog para publicar os “causos” das Luanetes. Para quem não lembra, ela foi a nossa primeira “Diva do VDL” (aquela que fez a serenata para o Lú na sacada do hotel, lembram? Se não recordou, clica aqui para “refrescar” a mémoria!). Por isso, nada mais justo, que ela voltar a “divar” por aqui para nos divertir com mais um história maluca e muito engraçada!
 
E na boa, o “causo” de hoje tá demais! Só para vocês terem uma ideia, a Thay foi parar em Londrina para comemorar o aniversário do Luan junto com ele. Não, você NÃO entendeu errado! É isso mesmo! Ela comemorou o aniversário do nosso gordo com ninguém mais, ninguém menos, que o próprio Luan! É muita chiqueza, né gente?
 
Então se ajeitem, fiquem lindas porque a festa do VDL nº 10 vai ser na “Pequena Londres” e na companhia do Divo! Prontas? Então bora! [Lembrando que os trechos entre “...” são narrados pela Thay, enquanto as frases entre [...] são os meus comentários, combinado?]
 
“Tudo começou quando minha mãe chegou em casa dizendo que nós viajaríamos para Londrina para passar o aniversário do Luan [o de 21 anos] pelo menos um pouquinho mais perto dele. O Lú não não teria show naquele dia, então esse era o único jeito de ver o nosso ídolo nessa data tão especial”. [PARA TUDO: Tipo, fico imaginando a minha mãe chegando no meu quarto e falando: Manu, #Partiu #Londrina #Aniversário #Luan. Fala sério, porque isso não acontece comigo? O máximo que minha mãe faz é me convidar para o aniversário da minha avó e olha lá! Isso só acontece na Família Campos-barra-Luanete! Sou  completamente a favor de um mundo onde as mães das Luanetes levam as filhas para Londrina para ver o Lú! E tenho dito!]
 
“Foi um mês de correria para arrumar tudo! Eu precisava conciliar as provas e os trabalhos da escola com a viagem para que eu pudesse faltar sem problemas, porque sim! Março é mês de avaliações no colégio!
 
Nesse meio tempo, eu descobri conversando com uma amiga minha lá de Londrina [Não tenho amigos em Londrina! Achei ofensivo! Rs!], que as fãs, junto com a Central e o nosso querido (tá vai, não tão querido assim...) Welligton estavam organizando uma festa para o Luan no dia 12 de março, um dia antes do aniversário dele.
 
A comemoração aconteceria na Central de Fãs a partir das 18h. O problema é que o nosso voo estava marcado para chegar em Londrina EXATAMENTE às 18 horas. Mas que 'sorte' a nossa, né?” [Olha ela aí! A velha e boa zica, companheira de toda Luanete! Tá pra nascer uma fã do Luan que não tenha nascido “abençoada” com o dom de ser zicada! Tá que pariu!]
 
“Combinamos tudo com a minha amiga de Londrina. Ligamos para o Tio Júnior que falou que seriamos super bem-vindas na comemoração [Tio Jú fofo, né?]. Pulei metros de felicidade por tudo estar dando certo! A única coisa que faltava era dar um jeito de atravessar a cidade o mais rápido que conseguíssemos assim que chegássemos em Londrina (O que representava um grande problema, já que o aeroporto ficava muito longe da Central!)
 
O tempo passou e finalmente o dia da viagem chegou. Embarcamos aqui em Minas e quando o avião finalmente pousou no Paraná, saímos correndo naquela escadinha que tem nas aeronaves, sabe?
 
Agora imagem a cena: Cinco meninas (eu, minha mãe, minha irmã e mais duas amigas) descendo aquelas escadinhas como umas loucas, carregando presentes, mala, bolsas, telefones (que para nossa ‘sorte’ não pegavam ali) e até maquiagem (a minha ideia era fazer o "look" no banheiro do aeroporto, mas como vocês já podem imaginar, não rolou!)
 
Ficamos quase 10 minutos esperando as nossas bagagens naquela sala de desembarque lotada e depois saímos em busca de uma ‘boa alma’ [leia-se motorista] que aceitasse levar cinco pessoas mais seis malas em um único táxi! Missão impossível, né?” [Nãããooo, mágina Thay! Completamente normal! Hoje em dia os taxistas costumam usar pequenos caminhões para transportar clientes como você! #SQN]
 
“Digamos que a missão não era tão impossível assim, já que encontramos uma micro-van-táxi parada ali, na nossa frente! O motorista estava esperando uma excursão de idosos, mas ele percebeu o nosso desespero e topou dar o ‘bolo’ nos velhinhos para não nos ver chorando.
 
Resumo dos meus primeiros 20 minutos em Londrina: Eu quase ajoelhei no pé do taxista enquanto chorava como uma louca implorando que ele nos levasse para a festa do Luan.
 
[Tá, vamos analisar esses últimos três parágrafos com calma. Primeiro: micro-van-táxi? Muito coisa de filme isso! Só faltou tocar uma “musiquinha” de “tchanaaaaam”, e o carro começar a brilhar na frente de vocês. Segundo: Fazer um motorista dar um bolo em grupo de velhinhos? Thay, isso foi muita bandidagem! Mas tudo bem, tá perdoada porque foi por um bom motivo... Já sobre ajoelhar aos pés do taxista eu nem vou falar nada. Digamos que esse foi só o primeiro problema que a Thay teve com os motoristas de Londrina...]
 
“Eu, desesperada como sempre, quase deixei o cara louco. A todo momento enquanto ele dirigia, eu ficava gritando: ‘Moço, acelera!’; ‘Moço, finge que não viu esse sinal vermelho’; ‘Moço, já devem estar comendo o bolo e a gente aqui!’; Moço, correeeeeeeeeeeeeeeeee!”  [Cara, coitado desse motorista! Certeza que ele nunca mais vai topar fazer uma corrida para um grupo de fãs. No mínimo ele ficou traumatizado!]
 
“Chegamos na Central exatamente às 18h24 (Sim gente, foi um momento importante para mim, tá? Eu anotei o horário no meu diário)” [Tudo bem, Thay! Eu não vou te julgar. Até porque eu sou a garota que guardou o papel laminado e as “estrelinhas” do show do Luan, lembra? Tamô junta nessa!]
 
“Abri a porta da micro-van parecendo que havia chegado ao paraíso. Só faltou me jogar no chão e beijar a calçada! Mas não vamos comentar sobre isso agora, ok?
 
Enfim... A Central de Fãs fica em um prédio ENORME e hiper chique de Londrina. Eu e mais uma amiga entramos correndo no edifício. Lá dentro só tinha gente bem vestida e nós estávamos ‘super básicas’ com roupas de viagem – tipo calça jeans, tênis e blusinha – e as mulheres de lá estavam na base do salto alto e vestido fi-no”. [Mulheres de Londrina rycas!]
 
“Minha amiga, meio doida por sinal, chegou no recepcionista gritando. (Resultado: Levamos bronca do rapaz por estar aos berros ali). Perguntamos onde era a Central de fãs do Luan Santana e ele então nos indicou um corredor imenso dizendo que já estava todo mundo lá.
 
Vi o Tio Júnior nos chamando no final do corredor – Gente, esse é aquele tipo de momento que a gente NUNCA esquece na vida! - Então eu puxei a minha amiga e saímos correndo naquele piso super escorregadio e quase caindo uma em cima da outra. Ok, vocês podem rir!” [Não Thay, imagina! A gente nunca daria risada de você, não é meninas? Na verdade nós estamos rindo COM  você! É diferente! Rs!]
 
“Quando alcançamos o final do corredor, o Tio nos pediu para entrar no auditório rápido, porque já estávamos atrasadas. Por sorte, o Luan também tinha se atrasado.” [O Luan atrasado? Nunca! #SQN]. “Só depois que entramos foi que nos lembramos que as meninas ainda estavam lá fora. Sim, por um momento eu esqueci das minhas companheiras! Desculpe meninas! Rs!” [Olha essa Thay, gente! Primeiro rouba o motorista de um grupo de velhinhos e depois esquece as “parças”. Essa menina não vai para o céu!]
 
“Olhei para o Júnior desesperada, mas ele não disse que não podíamos mais sair dali. Só mais tarde descobri que era porque o Lú iria passar pelo mesmo lugar que nós para ir chamar as meninas (que ainda estavam no táxi por causa das milhares de malas!).
 
Sentamos nas últimas cadeiras do auditório e eu fui ficando cada vez mais nervosa. Eu PRECISAVA chamar as meninas! Foi aí que virei para trás para tentar mais uma vez tentar convencer o Tio Jú a me deixar ir lá fora e quase cai dura no chão! Parado ao meu lado com a perna encostada na minha cadeira, estava o Luan, sorrindo enquanto todo mundo cantava parabéns!
 
Gente, era o Luan! Do meu lado! Dá para acreditar?
 
Olhei para ele e comecei a chorar. Cara, eu não estava esperando por aquilo!” [Por que todo mundo quando vê o Luan chora? Tipo, a Thalice, do último VDL, chorou litros quando entrou no camarim e agora a Thay! E mew, se eu viro para trás e vejo o Lú parado ao meu lado eu nem sei o que eu faço. Acho que pode chamar a funerária direto! É óbito na certa! Meu coraçãozinho “num guenta”, rapáiz! Olha aí o nosso "gordo", que nessa época ainda era magro:]

 
 
“Depois de cair na real, comecei a acompanhar o coro de ‘Com quem será, com quem será...’, enquanto o Lú ia para o palco do auditório.
 
Finalmente o tio Jú me deixou ir lá fora para chamar as meninas. Mais uma vez levei bronca do recepcionista porque cheguei no saguão do prédio e gritei: CARA, VEM LOGO QUE O LUAN JÁ TÁ LÁ!
 
Só vi as meninas deixando as malas na rua junto com o motorista e sair correndo lá para dentro. Agora fala sério, fã não pensa mesmo, né? Nem conhecíamos o cara e deixamos as malas com dinheiro, roupa, passagens de volta, documentos e tudo mais ali, na rua com um desconhecido!” [Desconhecido e com um abandono de idosos no currículo! Definitivamente, esse cara era um mal caráter!]
 
“Entramos todas correndo no auditório” [Na boa, essas meninas correram uma maratona, né? É um tal de corre pra cá, corre pra lá! Haja fôlego!]. “Devia ter umas oitenta fãs ali, mais ou menos, e o Luan falava uma coisas com as pessoas que eu não conseguia entender.
 
Depois um dos fãs-clubes de Londrina – o mesmo da minha amiga que me ajudou a entrar ali – levou um bolo para o Lú. Ele abriu um sorriso ENORME quando viu o bolo e já foi logo pegando da mão da menina. Depois ele ainda teve a coragem de dizer: Ahh nããããooo, é da Confeitaria TAL (Gente, sorry! Esqueci o nome da tal confeitaria. Mas, continuando...). Eu amo os bolos de lá, vou comer tudo sozinho!. [ Thay lembra a hora que chegou na Central, mas não lembra o nome do lugar que fez o bolo! Pode isso, produção? E o Luan querendo devorar o bolo sozinho? Muito guloso esse menino! Espia só o tal bolo:]

 

“Depois ele apagou as velinhas e deu para o Roberval guardar o bolo. Cantamos Parabéns mais uma vez e começamos a tirar as fotos – que foram em grupo, já que o Luan tinha um jantar em família na chácara (mais tarde essa chácara aparece aqui na história. Ô ‘chacarazinha’ que me deu trabalho, viu?)” [Só prepara que esse tal jantar vai render muito, gente! Vocês nem imaginam!]
 
“Depois de muitas fotos e abraços, o Luan foi embora. A festa durou pouco, mas foi perfeita! Saímos do prédio, foi todo mundo para a rua e ficamos um bom tempo por ali sem fazer nada, só conversando com as pessoas que conhecíamos apenas pela internet. Tinha gente ali que eu conversava há anos pela net, acreditam?
 
Finalizado o encontro, eu e minhas amigas (e mais as seis malas) seguimos para o centro de Londrina para jantar. Nós estávamos eufóricas! Todas nós comentávamos sobre como o Luan estava perfeito, da forma como ele sorriu quando chegou na festa, da sua gula pelo bolo... Tudo foi mágico!
 
Após o jantar, seguimos para o nosso hotel. Já era quatro da manhã! Mas lá em Londrina não tinha ‘tempo ruim’ para nós! Até ficar na pracinha comendo pastel de madrugada era ótimo! E no dia seguinte nós já havíamos combinando com todo mundo de nos encontrarmos na ‘Passeata de Aniversário’ que acontece todo ano.
 
Não dormi quase nada, mas no dia seguinte já estava de pé às 8h da manhã. A gente foi para a casa da Bruna, uma amiga nossa. Chegando lá, ela nos disse que o Luan estava no condomínio do Anderson comemorando o aniversário com a família e que nós PRECISÁVAMOS ir para lá!
 
Pegamos uma moto-táxi e partimos o mais rápido que conseguimos. Ficamos em frente ao tal condomínio a tarde toda fazendo absolutamente NADA. Torramos no sol até, finalmente, acreditarmos na palavra do guardinha que não havia ninguém ali e decidirmos ir embora. O plano seria agir como uma pessoa 'normal’. Tipo, nós já tínhamos visto o Lú no dia anterior, pra quê ver de novo, não é mesmo? (Como se fosse tão simples assim...)” [Thay, quando eu vou no show, o Lú mal acaba de cantar e eu já quero vê-lo de novo! Imagina se eu tivesse comemorado o aniversário com ele? Dona Marizete passou mel nesse menino, não é possível!]
 
“Já tínhamos ligado para a moto-táxi ir nos pegar quando avistamos um carro. Mas não qualquer um, era o carro que tinha dentro dele a pessoa que nos faria cometer a maior loucura de nossas vidas!” [Música de suspense, por favor! É agora que a coisa fica séria!]
 
 “Avistamos um parente do Anderson vindo em nossa direção todo sorridente. Quase entramos na frente do veículo, mas não foi necessário. Ele parou na maior boa vontade e perguntou o que estávamos fazendo ali. E vocês não acreditam! Ele falou onde o Luan estava! Sim, sim e sim! Essa ‘boa alma’ nos informou que o Lú estava no condomínio onde ficava a sua chácara, localizada em uma cidade a uma hora e meia de viagem de Londrina.
 
Aí vocês pensam: “Não, eles não são loucos! Eles não vão para lá!” Mas sim, nós fomos! E como chegamos lá? Eu conto!” [Só digo uma coisa: O mais louco não é o fato de eles terem ido para lá, e sim como eles chegaram até lá! Tem que amar muito o Luan para fazer o quê a Thay fez!]
 
“Coremos para o Centro de Londrina em busca de um táxi que topasse levar oito pessoas”. [Esse grupo só cresce, hein?] “Dessa vez não tivemos tanta sorte já que o motorista dos velhinhos não estava por ali. Aliás, nem ele e nem nenhum outro táxi!
 
Quando já estávamos quase desistindo, vimos uma van parada no sinal. Não me chamem de louca, mas eu puxei a minha amiga pelo braço e saí que nem aqueles competidores de maratona correndo no meio da rua até chegar à van” [Desculpa Thay, mas eu vou te chamar de louca sim! Socorro! Perseguir uma van vai direto para o topo das maiores loucuras que nós já vimos aqui no VDL! Essa superou tudo até agora! ]
 
Paramos do lado do condutor e o cara já estava quase fechando a janela achando que éramos mendingas pedindo esmola, ou que estivéssemos vendendo balinhas no sinal. Falei que tinha que conversar sério com ele. Aí o motorista zuou o nosso sotaque, mas aceitou parar no meio fio para nos escutar. Mais uma vez, eu só faltei ajoelhar para pedir que ele nos levasse. Porém, ele não topou! Mas passou praticamente uma ‘agenda telefônica de vans’ que poderíamos ligar para pedir ajuda”. [Thay está ficando profissional em tentar persuadir motoristas de vans! Rs!]
 
“Conseguimos encontrar um cara (que já estava dormindo, porque era quase meia-noite), que topou nos levar depois de falar com todo mundo do nosso grupo e se certificar que não era um trote”. [Definitivamente, os motoristas de Londrina devem ter ficados traumatizados com a Thay. Deve rolar tipo um “jornal informativo” entre eles com a foto da Thayzoca, a lista de todas as loucuras que ela fez e um aviso em escrito em letras garrafais: ACONTEÇA O QUE ACONTECER, NÃO ACEITEM LEVAR ESSA MOÇA PARA LUGAR NENHUM! ELA É TOTALMENTE LOUCA!)
 
“O taxista pediu que nós o encontrássemos em uma pracinha perto da rodoviária. Pracinha essa que tinha balanço! Ficamos lá, brincando de balanço até o cara chegar.
 
O motorista era o máximo! Acreditam que ele pegou o DVD do Luan da filha dele para a gente ir ouvindo na van?” [Ahhh mew, que lindo! Fala sério, o povo de Londrina é um amor, né?]
 
“Pegamos a estrada cantando as músicas do Lú até chegarmos em um posto de gasolina, onde o frentista nos informou que já estávamos na cidade onde ficava a chácara. Aí o clima ficou tenso! Todo mundo ‘sentadinho’, pedindo a Deus para conseguir ver o Luan...
 
Quando chegamos na porta do condomínio – que ficava no meio de uma estrada, em frente a uma mata, totalmente no meio do NADA – descemos do carro e pedimos para o guardinha ligar para a casa onde o Luan estava e chamar o Welligton.
 
Podem nos chamar de burras! O Welligton? Tava na cara que isso não ia dar certo!
 
Passou uns minutos, o moço da van foi embora e ficamos naquele lugar deserto, sem nem pensar em como a gente iria voltar. Nós estávamos ali e era isso que importava.
 
Vimos o Welligton parar o carro e quase morremos achando que o Luan estava ali dentro (Até parece que o Well seria tão bonzinho!). Ele veio até nós com uma cara de ‘poucos amigos’. Na boa, tive vontade de sair correndo quando o vi, de tão bravo que ele estava. O problema é que estava tão escuro que era impossível correr dali.
 
Ele nos deu a maior bronca, dizendo que já havíamos visto o Luan no dia anterior e que não tínhamos nada que ter ido parar ali. O Well todo nervoso passando sermão na gente, e quando eu olho para a minha amiga ela estava com uma cara muito engraçada, tipo ‘gatinho do Shrek’, sabe? Foi aí que eu comecei a gargalhar! Todo mundo me olhou assustado, mas depois todos caíram no riso junto comigo. E o segurança lá, nos encarando com a mesma cara de ‘emburrado’.
 
Passamos pelo menos uns três minutos rindo sem motivo até conseguirmos parar. O Welligton continuou com o esporro e foi embora, sem mais nem menos, nos deixando sozinhos. Agora me diz, como a gente ia embora? A van ficou super cara, não tínhamos mais dinheiro e nem carro passava naquela estrada para pedirmos uma carona. A única solução era ‘dormir' ali mesmo.
 
Ficamos na maior ‘deprê’ até ouvir o Luan começar a cantar lá dentro. Estava rolando a festa DELE e a gente lá fora! Todo mundo chorando, o Luan sem saber que estávamos ali, o Well nos ignorando e nem sinal de celular nós tínhamos para ligar para alguém... Estávamos ferrados, literalmente.
 
Passamos a noite lá, em um frio do caramba. Eu, de vestido, fiquei batendo um papo com o guardinha que era super gente boa. Ele deu coxinha e água para a gente!” [Além dos motoristas, a Thay tem uma “lance” todo especial com guardinhas, né? Acho que já deu pra sacar! Rs!]
 
“No dia seguinte, quando deu mais ou menos umas nove da manhã, o Welligton apareceu com uma cesta de piquenique” [PARA O MUNDO: Já logo fiquei imaginando o Well com o capuz da Chapeuzinho Vermelho, passeando pelo bosque enquanto o “seu” lobo não vem! Agora ele perdeu de vez toda a sua credibilidade comigo! To rindo muito aqui imaginando a cena!]. 

“Ele chegou perguntando se queríamos tomar café, mas como todo mundo estava muito bravo com ele, o ignoramos completamente e continuamos a conversar. O Well deixou a cesta com o guardinha e voltou para dentro, e nós continuamos fingindo que não estávamos o vendo.
 
Ficamos pelo menos mais umas quatro horas naquele sol infernal até dois carros pararem na nossa frente. E quem saiu de dentro deles? Arnaldo Júnior e Matheus (aquele que trabalhava na Central). Os dois estavam ali para nos levar de volta para Londrina! Porém, nada do Luan aparecer, mesmo depois de todo aquele tempo”. [Isso que é chiqueza! Thay voltou para a cidade de serviço VIP! Muito luxo!]
 
“Dividimos o nosso grupo em dois e fomos embora. No caminho, o Tio Jú disse que era para a gente ir até o aeroporto no dia seguinte antes do meio dia, porque o Luan viajaria nesse horário e aí sim poderíamos vê-lo. Nem dormimos naquela noite! No outro dia, antes das seis da manhã, estavam lá as ‘loucas’, se arrumando para ir ver o Lú.
 
Quando chegamos no hangar só tinha um menino por lá. Passamos a manhã toda plantadas no 'aero', e o lugar só foi lotando... Quando deu uma e meia da tarde um porsche preto veio virando a esquina, buzinando sem parar. Todo mundo virou se perguntando quem era o louco que estava fazendo aquele escândalo todo. E quem era o louco? Mas é claro que era o nosso ídolo, né? Sim, o Luan chegou dirigindo o Jabuticaba!” [Ahhhh, sou louca para dar uma volta no Jabuticaba, gente! Deve ser tudo andar naquele carro!]
 
“Sério, só aquele momento já tinha compensado a noite perdida na porta daquela chácara no meio do nada. Ele estava lindo, vestido com uma blusa cinza e óculos escuros!
 
Lá em Londrina ninguém empurra ninguém, nem gritam, nem nada. É tudo super de boa... Eles realmente conversam com o Luan! O pessoal perguntou como foi a festa de aniversário, se ele tinha ‘enchido a cara’, se ‘pegou muitas menininhas’... E ele respondia tudo com uma risadinha muito gostosa no final”. [Tô falando que esse povo de Londrina é um amor! Na boa, vou me mudar para lá! A “Pequena Londres” que me aguarde!]
 
Depois tiramos fotos em dupla (o que é quase impossível hoje em dia, a não ser que você entre no camarim). O Well estava com um bom humor admirável! Até dar risada ele deu!”. [Milagre!]


“Um dos melhores momentos desse dia foi quando minha amiga viu o Luan mascando um chiclete e pediu o mesmo para ele. O Lú achou estranho e perguntou: ‘Mas tem um novo aqui, quer?’, e já foi colocando a mão no bolso para pegar. Nessa hora ela gritou ‘Não, eu quero o que você está mascando!’. Aí ele fez tipo uma cara de nojo, colocou o chiclete na mão, olhou para ela e rebateu: ‘Vai querer isso mesmo? Tá tudo babado!’. Minha amiga não pensou duas vezes! Pegou da mão dele e colocou na boca na mesma hora! Ele ficou olhando para ela sem acreditar enquanto a minha amiga sorria igual uma boba para o ídolo”. [Eu tô rindo muito imaginando a cara do Luan vendo a menina mascando o chiclete dele! Sem falar que eu tenho até medo de perguntar o que ela fez com o chiclete depois, né? Não duvido nada que esteja guardado em um plastiquinho, com uma etiqueta marcando data e hora, ou qualquer coisa assim...
 
Na boa, Luan não é Corinthians, mas tem um bando de loucas, loucas por ti, Luan! Rs! Tá, essa não foi muito boa... Desculpa, é que não resisti! Mas, voltando...]
 
“Enfim, essa foi a minha viagem para a Londrina, que foi perfeita! Sinto saudades de tudo que vivi nessa uma semana e, se pudesse, voltaria para lá!
 
É isso! Manu, tô muito feliz de participar do 10º VDL. Obrigada por me convidar! Como eu te disse, eu me senti importante, viu?”
 
Que isso Thay, sou eu que agradeço por mais esse “causo” único! Ri demais aqui escrevendo! Muito obrigada por dividir com a gente a sua história e tornar o VDL nº 10 tão inesquecível! *--*
 
E antes de encerrar, vamos às lições do VDL de hoje:
 
1º - Se for pegar um táxi em Londrina, não mencione que é amigo da Thay! Eles ainda podem estar traumatizados!
 
2º - Se for atrás do Luan em uma chácara no meio do nada, lembre-se de guardar dinheiro para pagar o táxi de volta! Ou leve agasalhos extras e um saco de dormir e torça para o Well aparecer vestido de Chapeuzinho Vermelho trazendo o café da manhã, e para o Tio Jú ir te buscar de carro depois! (Ou você pode levar uns marshmallows, fazer uma fogueira e acampar por ali mesmo...)
 
3º - E por fim, se for pedir um chiclete para o Luan, me conta depois de qual sabor de Trident ele curte mais, tá?

É isso meninas,
 
Para todo mundo que participou do “Vida de Luanete” até agora, MUITO OBRIGAGADA! Eu adoro contar as histórias de vocês! Essa é uma maneira de me sentir pelo menos um pouquinho mais perto do nosso ídolo! Sem falar que a gente se diverte muito por aqui, né?
 
Então, a gente se vê no próximo VDL!
 
Até lá, 

Acreditem!*


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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Capítulo 2 - Equipe das Poderosas

Notas iniciais: Primeiros momentos da Anita sem a Rafa e sem o Luan. Como será que a nossa Gata Garota vai se virar, hein?

Cap tá gigante! Espero que gostem!*
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Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas

*** Link para música -
http://www.youtube.com/watch?v=BmT016ndc2c *** (Pulem o anúncio!)

“Uma chamada recebida de ‘Luan Paixão da minha vida’. Aceitar?”

Olhei para o celular que estava entre as minhas mãos. Em seguida, deslizei o dedo pela tela rejeitando a chamada. Eu já perdera as contas de quantas vezes o Luan havia tentado falar comigo desde que eu deixara a Toca.
 
Encostei a cabeça no vidro do carro, olhando a paisagem lá fora. O taxista amigo da Malú era um senhor de cabelos brancos que usava um óculos de grau com lentes muito grossas e dirigia MUITO devagar enquanto cantarolava uma música triste que tocava no rádio.
 
“If you (Se você)
If you could return (Se você pudesse voltar)
Don't let it burn (Não deixar isso queimar)
Don't let it fade (Não deixar isso desaparecer)
I'm sure I'm not being rude (Tenho certeza de que não estou sendo rude)
But it's just your attitude (Mas é apenas sua atitude)
It's tearing me apart (Está acabando comigo)
It's ruining everything (Está arruinando tudo)”


Fechei os olhos e me encolhi no banco, usando toda a minha força de vontade para não chorar. Eu me arrependera de deixar o meu lar e o meu marido no instante em que coloquei o pé para fora de casa. Eu passara a minha vida inteira sonhando em ter uma família de verdade, que se reunia aos finais de semana para comer churrasco e tocar violão na beira da piscina; que brigava, mas fazia as pazes logo em seguida; e, principalmente, que se amava e superava todos os obstáculos unida. Desde que eu me mudara para Londrina e passara a conviver diariamente com a Trupe na Toca era como se eu passasse a me sentir completa. Aquela era a primeira vez que eu não me sentia sozinha. Pelo contrário, o Luan, aos poucos, preencheu todas as lacunas da minha vida: Ele me trouxe um grande amor, amigos, família...

E agora, depois de tudo, ele vinha com aquele papo de que eu não seria capaz de cuidar do bem mais precioso da minha vida; do fruto de tudo o quê o Luan plantou na minha vida... Como ele poderia duvidar que eu seria uma boa mãe? E o pior, como eu mesma poderia duvidar disso também?

Aquilo tudo não era justo! No momento que eu mais precisava de apoio, o Luan me traía. Naquele momento eu não sabia o quê doía mais: a saudade que eu já sentia dele e da Toca ou o fato do meu marido não cumprir com o juramento que fez no altar de me apoiar e estar ao meu lado em todos os momentos.

“I swore (Eu jurei)
I swore I would be true (Eu jurei que seria sincera)
And honey, so did you (E querido, você também jurou)”


Caramba, aquela música também não estava ajudando em nada! Abri os olhos e comecei a procurar os meus fones de ouvido dentro da bolsa. Ao meu lado no banco a Divinha me encarava com uma cara que dizia “Cadê o Papai?”. Ao lado do motorista, a Malú fingia estar prestando atenção nas atualizações do Instagram que apareciam na tela do seu celular. De onde estava eu conseguia ver que ela não estava feliz. Aliás, a única pessoa feliz naquele carro era o motorista. Uma pena que isso não servia de razão para que ele dirigisse mais rápido...

Depois do que me pareceram anos, finalmente chegamos ao aeroporto e pedimos que o nosso “motorista-múmia” nos deixasse perto do Hangar onde o Black Jack ficava guardado.

- Nossaaaa, pensei que nunca mais iríamos chegar! – Falei aliviada quando o carro parou. Era noite, e o Hangar estava calmo. Não havia muito movimento por ali. Ao longe era possível ver alguns jatos particulares se preparando para pousar ou para seguir para o hangar, era difícil saber.

- Estão entregues, senhoras. Quem vai pagar pela corrida? – A “múmia” quis saber.

- Hum... Você aceita cartão de crédito? – Perguntei, surpresa. Eu havia me esquecido completamente daquele 'detalhe'.

- Não! Pagamento só em dinheiro! – Ele retrucou, de repente ficando muito bravo.

Comecei a revirar a minha bolsa atrás de dinheiro e pedi para que a Malú fizesse o mesmo. Juntamos todos os nossos trocados para pagar a corrida e ainda ficamos devendo 0,50 centavos para o taxista. Ele apenas ficou nos observando, se divertindo com o nosso desespero enquanto a Divinha tentava morder o chaveiro da minha bolsa. A situação não poderia ter sido pior!

Nota mental: Da próxima vez que fugir de casa, lembrar de pegar dinheiro em espécie. Será que seria muito chato mandar todas as minhas contas para a Rafa continuar pagando? Isso não era não ser independente, tratava-se apenas de ter alguém competente para cuidar das suas despesas, não era?

- Bom, agora que já acertamos esse pequeno detalhe do pagamento, será que o senhor pode nos ajudar com as malas? – Pedi, tentando mudar de assunto e mostrar superioridade.

- Posso, claro. Mas só uma pergunta: Onde vocês vão colocar essas malas? Porque esse “galpaozão” aí na nossa frente está fechado – O meu “querido” taxista falou fazendo cara de “Sou o sabichão do momento”.

Eu e a Malú nos entreolhamos. Nós duas havíamos esquecido daquele outro pequeno detalhe: Para decolarmos com o Black Jack nós precisaríamos da equipe que preparava o jato para decolar, além de um piloto.

- Fala para mim que você tem o telefone do Comandante Otávio... – Perguntei para a Malú com a voz aflita.

- Aqui comigo, não... – A fotografa me respondeu, também ficando nervosa.

- Mas você não era a secretária da Rafa? Você não a ajudava com todas essas coisas de agendar viagens e tudo o mais? – Questionei ficando a cada segundo mais agitada. Eu passava as mãos no cabelo como sempre fazia quando estava nervosa.

- Ajudava, mas os telefones sempre ficaram anotados na agenda da Rafa. Eu sempre olhava lá quando precisava ligar para alguém – A Malú se defendeu.

- Ahhh Maria Luiza! Eu pensei que você tivesse vindo comigo para me ajudar, não para me atrapalhar! – Ralhei com ela perdendo completamente a linha.

- NÃO-ME-CHAMA-DE-MARIA-LUIZA – Ela me respondeu entre dentes.

- Vou chamar do quê, então? De parceira de fuga completamente “fail”? – Retruquei fazendo cara feia.

- Huuummmm... – A “múmia” se meteu na nossa conversa – Não quero atrapalhar, mas eu preciso voltar. Tenho outros clientes para atender! E aí, o que vocês vão fazer? Vão ficar por aqui mesmo?
 
- Não, não! – Tratei de falar logo – É o seguinte: Situações desesperadoras pedem medidas desesperadas! Ô mú... quer dizer, ô seu motorista, nos leve até a torre de controle. Eu vou providenciar um piloto para nós!

O taxista voltou a ligar os motores e nos conduziu até o local que eu havia pedido. Eu sabia que na Torre de Controle, além dos controladores de voo que cuidavam de todos os pousos e decolagens, também ficava o escritório que cuidava dos voos particulares, manutenção dos hangares e contratação de pilotos. Eu só torcia para que o expediente do escritório se estendesse até a noite.

Entrei no prédio e já fui seguindo direto para a sala onde ficavam os profissionais que poderiam me ajudar. Eu andava determinada, sem nem olhar para os lados. Atrás de mim a Malú, a Divinha, e até a “múmia” me acompanhavam, muito curiosos para saber o que eu ia aprontar.

- Boa noite! É o seguinte: Eu agendei um voo saindo daqui de Londrina para esta noite. Só que adivinhem só? Cheguei quase agora no aeroporto e o meu jatinho não está pronto para decolagem! Como isso é possível? – Menti na cara de pau enquanto me apoiava na mesa de umas das atendentes, curvando o meu corpo de uma maneira ameaçadora. Do outro lado, a moça morena de cabelos lisos me encarava com uma expressão totalmente surpresa e assustada. Se a ideia era fazer uma entrada triunfal, eu havia alcançado o meu objetivo com sucesso.

- Anita Tunice? – Ela pronunciou o meu nome como se não acreditasse que eu estava parada na sua frente. Ao lado dela, uma outra atendente morena, também me olhava com ar de espanto.

Olhei ao redor. A sala era igual a de um escritório convencional. Assim que entravamos nos deparávamos um balcão cinza com espaço para três atendentes. No espaço atrás delas havia algumas mesas, arquivos, telefones e computadores além de portas que deviam dar acesso ao escritório dos diretores. Uma das lâmpadas fluorescentes piscava, ameaçando parar de funcionar, o que dava um ar meio sinistro ao ambiente. O local estava vazio, apenas as duas jovens pareciam estar por ali. Certamente todos os outros funcionários já haviam encerrado o expediente.

- Eu mesma! – Deu um sorriso amarela para ela – Aliás, eu mesma, mas sem voo! E aí, eu vou ou não conseguir decolar hoje? – Voltei a insistir. Atrás de mim os meus companheiros se seguravam para não rir da minha cara de pau.

- Mas Anita, a Rafa sempre liga avisando com antecedência para avisar quando você vai usar o seu jatinho – A Morena número 1 me respondeu constrangida.
 
- E eu estou checando aqui no nosso sistema... – A Morena número Dois disse enquanto mexia no seu computador – E não estou encontrando nada! Não tem nenhum voo agendado para você hoje.

- Olha aqui, minhas queridas... – Engrossei a voz – Eu preciso estar em São Paulo ainda esta noite. É o caso de vida ou morte. Pior, é um caso e desejo de grávida! – Improvisei de última hora colocando uma das mãos na minha barriga para tornar a coisa mais real – Vocês não vão querer que o meu filho querido, o herdeiro do casal Luanita, nasça com cara de avião, né?

- Não Anita, mágina... Não é nada disso! – As duas começaram a se justificar juntas.

- Então por favor, meninas! Se eu não levantar voo hoje eu nem sei o que vai acontecer comigo, ou pior, com a criança... – Continuei fazendo drama, usando o meu talento como atriz para deixar os meus olhos cheios de lágrima.

- Fica tranquila, Anita. Vamos providenciar tudo para você – A Morena número Dois me informou, decida. Sem falar mais nada, as duas começaram a trabalhar freneticamente. Elas faziam ligações, mexiam nos computadores, chamavam pessoas pelo rádio... Eu havia desencadeado uma verdadeira operação!

Poucos minutos depois, tudo já estava arrumado. As meninas deram um jeito de arrumar um piloto e uma equipe do aeroporto já estava trabalhando para deixar o Black Jack pronto para a decolagem.

Agradeci as meninas, tirei foto e dei autógrafos para as duas que revelaram ser minhas fãs e voltamos para o carro. A mesma música romântica e triste começou a tocar. Fala sério, será que a “múmia” tinha ativado a função “repetição automática”?

- Pronto, meninas! Estão entregues! – O motorista nos avisou ao parar novamente em frente ao hangar do meu jatinho, agora já movimentado – Agora vocês vão me liberar, né?

- Nossa, quem vê pensa que nós somos péssimas passageiras, né? Olha aqui, a gente pagou pela corrida! – A Malú protestou.

- Na verdade, vocês ficaram me devendo R$ 0,50 centavos. Isso porque eu não liguei o taxímetro para levá-las até a torre de comando e trazê-las de volta para cá – O motorista jogou na nossa cara que estávamos “pobres”.

- Tá bom Malú, não adianta discutir! Vamos liberar essa “mú...”, digo, esse digníssimo senhor e esperar até o Black Jack estar pronto para levantar voo – Achei melhor encerrar a conversa antes que o taxista resolvesse ligar o taxímetro novamente e passasse a nos cobrar por hora.

Descemos do carro, descarregamos as nossas malas e logo que se viu livre de nós, o motorista arrancou com o seu carro nos deixando sozinhas.

Sentei sobre a minha a minha mala e apoiei a cabeça nas mãos, de repente me sentindo muito triste e abatida. Fazia frio e eu estava sem blusa, o que só aumentou ainda mais a sensação de solidão que estava sentindo.

Minha companheira de fuga e a minha mascote resolveram fazer o mesmo que eu. Com certeza, quem olhava de longe, pensava que nós éramos um bando de loucas perdidas ali no aeroporto. A nossa situação não poderia ser mais deplorável. Minha sorte é que não havia paparazzi’s por ali.

- Ahhh não, chegaaaa desse baixo astral! – A Malú se rebelou depois de um tempo – “Vamô” Anita, bora animar isso aqui...

- Animar como? Eu briguei com a minha melhor amiga e com o meu marido, deixei a minha casa, usei o meu filho para conseguir um piloto para nos levar até São Paulo e agora estou aqui, largada em frente a esse hangar parecendo uma maluca abandonada... – Me lamentei, completamente sem ânimo.

- É... A sua situação é péssima mesmo! – A Malú concordou.

- Poxa, valeu hein? Você realmente sabe como colocar uma pessoa para cima... – Comentei, irônica.

- Ahhh, mas você não pode deixar se abalar por isso! Anita, você precisa ser forte! Agora mais do que nunca... Pelo seu filho, por você! – Ela veio até mim e me ofereceu a sua mão para que eu me levantasse. Atendi o seu pedido e ficamos frente a frente – Ó, bora animar isso aqui! Eu adoro essa música! É uma das minhas inspirações... Escuta só... – A fotografa me falou enquanto mexia no seu celular em busca da tal canção.

*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=_-bnorYYBHk ***

- Vem Any, vem dançar comigo! – A Malú me chamou enquanto começava a balançar o corpo no ritmo da música. Ela jogava os cabelos, fazia caras e bocas e rebolava como se fosse a Beyoncé.  Divinha, ao ver a cena, começou a pular e a latir atrás dela, o que dificultava o “grande número de dança” da minha companheira, mas nem assim ela se abalou.

Diante de tal cena, eu não tive opção senão voltar a sentar na minha mala e rir até a minha barriga doer e me faltar o ar. Se a Malú queria me distrair, ela tinha conseguido!

- Vou cantar essa música para o André! Isso é tudo o quê ele precisa escutar – A “Beyonce” resolveu soltar a voz e extravasar toda a mágoa que estava sentindo do namorado.

“Amor! Amor!
Se pensa que é assim
Que é só chamar que eu vou
O que você quiser
É só pedir, que eu dou
E que eu não resisto
Ao teu poder de sedução
Amor! Amor!
Se toca de uma vez
E tenta entender
Debaixo dessa roupa
Vive uma mulher
E dentro deste corpo
Bate forte um coração
Comigo não!”


- Poder de sedução do André? Fala sério, né? – Comentei quase rolando no chão de tanto rir.

- “Poderosa, atrevida, ninguém se mete mais na minha vida...” – Ela continuou cantando me ignorando completamente. Vi a Malú virar de costa, rebolando de uma maneira que ela acreditava ser sexy, se preparando para o “gran finale” de sua performance. A Divinha continuava latindo e pulando de um lado para outro, pelo jeito também muito empolgada pelo ritmo contagiante da música.

 – “Se tô dançando, tô te tocando, não significa que eu estou me apaixonando...” – Ela voltou a se virar na minha direção, jogando o cabelo, puxando o decote da sua blusa um pouco para baixo, fazendo cara de “sou irresistível” e acabou dando de cara com um senhor alto, forte e muito charmoso vestido de piloto.

- Ééééé, boa noite... Sou o comandante Carlos Eduardo Conte, fui chamado para pilotar o jatinho da senhora Anita Tunice até São Paulo – O homem, com cara e topete de Roberto Justus, nos avisou tentando disfarçar a sua cara de espanto por dar de cara com a Malú naquelas condições. A fotografa, por sua vez, baixou a cabeça e caminhou até o meu lado vermelha de tanta vergonha.

Meu queixo foi lá no chão. Não era todo dia que se conseguia um piloto às pressas e ainda por cima com “plus” de galã de aeroporto.

- Haaaan, sou eu, senhor Carlos Eduardo – Levantei e estendi a mão para cumprimentá-lo – Prazer, Anita Tunice Santana – Não resisti e acabei usando o meu nome de casada, mesmo estando brava com o Luan – O meu avião, o Black Jack, já deve estar quase pronto para decolarmos.

- Perfeito! Vou até lá para verificar todas as condições. Posso autorizar o embarque das bagagens, senhoras? – O piloto-galã nos perguntou ajeitando o seu quepe que lhe caía muito bem, por sinal.

- Claro! Seria ótimo! – Assenti. Atrás de mim a Malú permanecia imóvel, completamente “petrificada” de vergonha.

- O cão – Ele apontou para a Divinha – Está devidamente vacinado?

- Está! E lá dentro tem a caixa apropriada para que ela viajar. Pode ficar tranquilo! – Expliquei.

- Ótimo! Então vou embarcar para dar início a decolagem. Vou pedir para o pessoal subir as bagagens também. Fiquem prontas, já, já levantamos voo, senhoras! – O Carlos Eduardo sorriu antes de se virar e seguir para o interior do Black Jack.

- Anita, que vergonha! O piloto é “mó” coroa filé! Não acredito que ele me flagrou dançando daquele jeito! Ahhh, vou morrer! Que mico! – A Malú falava inconformada com o “flagra” que o piloto deu nela.

- Ué, cadê a poderosa e atrevida? Vai lá, Malú! Chega nele e fala: Cadú, me chama de avião que eu te levo para o céu! – Zuei com a cara dela. Eu estava me divertindo muito com aquela situação.

- Ahhh Anita, eu te odeio! Te odeio! – Ela repetiu antes de sair batendo o pé em direção ao jatinho, me deixando passando mal de rir perto da nossa bagagem.

***

Coisa de uma hora e meia depois, nós estávamos pousando no Aeroporto Internacional de São Paulo.  O voo, por parte do nosso comandante, foi tranquilo. O piloto com topete de Roberto Justus era muito profissional e do tipo que impressionava pela eficiência. Através do sistema de som do Black Jack ele nos cumprimentou e nos manteve informada de todas as informações sobre o voo.

Sentada ao meu lado, a Malú abriu o seu laptop e passou a trabalhar na parte teórica do seu projeto de fotografia. Segundo ela, assim que chegasse em São Paulo ela começaria a colocá-lo em prática.

Já de minha parte, a viagem foi péssima. Já era normal eu enjoar quando voava. A Rafa acreditava na teoria que eu tinha medo de voar e que o meu enjoo era psicológico. Eu até acreditava naquela hipótese, mas preferia não arriscar. Por isso eu sempre tomava um remédio para evitar enjoos antes de embarcar e ficava tudo certo! Mas, é claro, que esse “santo remédio” ficava guardado com a Rafa e que eu não tinha lembrado de pegá-lo quando deixei a Toca. Agora, talvez por conta da gravidez, o meu mal-estar estava dobrado. Passei a viagem toda no banheiro colocando até a minha alma para fora. Do lado de fora, presa na sua caixa especial de viagem, a Divinha uivava sem parar. Acho que ela também tinha medo de voar, assim como a dona...

Quando finalmente chegamos em terra firme, eu estava mais branca que um fantasma e acabada.

- Boa noite, meninas! Foi um prazer pilotar para vocês! Espero que tenham feito uma boa viagem! – O Carlos Eduardo nos esperava sorrindo na porta do meu jatinho enquanto nós esperávamos para desembarcar.

- Infelizmente, eu não fiz uma viagem tão boa assim... Mas o senhor foi ótimo! Por favor, deixe o seu cartão comigo, posso chamá-lo mais vezes! – Pedi, já “mais pra lá do que pra cá”.

Guardei os contatos do piloto e me despedi dele, louca para chegar em casa. A Malú já me esperava na pista de pouso. A fotografa, assim que as portas do Black Jack foram abertas, desceu correndo para não ter que encarar o piloto cara a cara novamente. Só de lembrar do flagra que ele deu nela eu já começava a rir sem parar.

Vencido o desafio de chegar a São Paulo, o segundo obstáculo foi providenciar um táxi que aceitasse cartão de crédito. Andamos, andamos e andamos pelo aeroporto parando todos os taxistas que víamos pelo caminho. Graças aos céus, encontramos uma boa alma que aceitou nos levar. Foi a nossa sorte, porque a minha bagagem já estava começando a pesar e a Divinha ameaçava encher de baba todo mundo que passava perto de nós.

Passei o endereço para o motorista que, ao contrário do primeiro, dirigia como se estivesse participando do filme “Velozes e Furiosos”. Mas, eu já estava tão exausta, que nem me importei. Apenas fechei os olhos e tentei descansar um pouco. Quando voltei a abri-los, já estávamos em frente ao prédio onde eu já havia morado com meu irmão e a Rafa.

- Lar, doce lar – Resmunguei sem ânimo depois que dispensei o carro.

Chamei o porteiro para nos ajudar com a bagagem, o que foi uma péssima ideia. Ele era novo na função e, quando me reconheceu, teve um verdadeiro chilique. O jovem, que tinha cabelos loiros, olhos verdes, muitas sardas no rosto e era um pouco gordinho, precisou de uns 10 minutos para se acostumar com a ideia de que eu era proprietária de um dos apartamentos daquele prédio. Segundo o Jhonny, como o porteiro se apresentou quando conseguiu se acalmar, ele era muito meu fã.

- Diva, pelo amor de Deus, tira uma foto comigo! Eu adoro aquele seu filme “A Granfina e o Caipira”! Por favor, me diz que vai ter a parte 3! – O Jhonny falava completamente eufórico.

- Hããã... Eu ainda não sei, o pessoal do estúdio não me disse nada! – Disfarcei enquanto posava para a foto ao lado dele. Com o Murilo voltando a se “rebelar”, eu achava difícil sair uma continuação do longa.

- Anita, por favor, um autografo! Preciso ter algo para guardar desse momento histórico! – Ele praticamente me implorou me estendo um pedaço de papel.

- Olha Jhonny, eu faço o que você quiser, mas antes... Homem do céu, eu preciso ir no banheiro! – Desabafei, mal me aguentando de tanta vontade – Você sabe, né? Grávida vai no banheiro toda hora!

- Mas é claro, Diva! Tudo o que você quiser! É por ali, ó... É só entrar nesse corredor e seguir até o final – O porteiro me mostrou o caminho, todo solícito – Ahhh, nem acredito que a minha “ídola” vai usar o meu banheiro! - Ele comemorou mexendo as mãos de uma forma engraçada, completamente histérico.

Praticamente corri até o banheiro seguindo por um corredor que começava no saguão e terminava na entrada do que eu acreditava ser o banheiro dos funcionários. Uns cinco minutos depois, voltei para o saguão do prédio, bem mais aliviada. - Pronto! Já estou de volta! – Avisei.

- Ahhhh, agora vai ser perfeito! Tenho dois “divos” morando no prédio onde trabalho! Eu vou bombar no Instagram! Vem, junta os dois aqui do meu lado! – Assim que me viu, o Jhonny já foi me puxando pelo braço e me jogando ao lado de um homem alto, forte, de cabelos enrolados e cavanhaque que devia ter chegado por ali durante a minha ausência. Ele tinha uma boa aparência (muito boa por sinal), e era muito cheiroso. De onde eu conhecia aquele cara?

- Anita Tunice? Você não é amiga do Neymar? – Ele me perguntou parecendo surpreso ao me ver.

- Sou. E você é...?

- Alexandre Pato. O Neymar sempre falava de você quando estávamos jogando na seleção juntos – Ele me respondeu me dando um beijo no rosto.

- Ahhh, bem que eu vi que te conhecia de algum lugar! – Comentei. Agora eu lembrava. Sempre que o Neymar falava do Pato eu dizia “Quac!” e ficava me perguntando o que levava uma pessoa a ter um sobrenome daquele...

- O Neymar nunca me disse que você era tão linda! – Ouvi o Alexandre me dizer ainda sorrindo para mim.

Ok, para um Pato ele tinha até que um jeito bem charmoso...

- Parem de papo e se ajeitem para a foto! Quero mostrar para todo mundo o quanto os meus ídolos são lindos! – O Jhonny chamou a nossa atenção.

Tiete ele? Imagina!

Fizemos pose e a Malú bateu a foto para o porteiro.

– Agora eu! – Ela pediu logo na sequência, já entregando o seu próprio celular para o meu fã. Fizemos uma nova pose, agora ao lado da Maria Luiza.

- Gente, vocês vão me perdoar, mas eu preciso subir e descansar. O dia foi muito longo para mim... – Tentei encerrar aquela “festinha” no saguão.

- Pois é, eu também preciso subir. Tenho treino cedo amanhã – O Pato aproveitou a minha “deixa”.

Falamos tchau para o Jhonny (que fez questão de tirar uma foto ao lado da Divinha antes de nos deixar subir), pegamos as nossas bagagens e entramos no elevador.

- Tchau nova vizinha! – O Pato piscou para mim - Espero vê-las mais vezes, meninas – Ele se despediu quando chegamos ao seu andar.

- Aiiii, como ele é lindo! Sempre fui fã por esse cara, desde a época que ele jogava no Internacional! – A Malú se derreteu toda depois que o jogador nos deixou sozinhas.

- Ele jogou no Internacional? – Dessa eu não sabia.

- Ai Anita, às vezes você me decepciona! – Ela balançou a cabeça em sinal de desaprovação.

Achei melhor não discutir. Seguimos em silêncio até chegarmos à cobertura, onde ficava o meu apartamento.

- Enfim, paz! – Falei, abrindo a porta, pronta para me jogar no sofá e relaxar um pouco. Tanta coisa já havia acontecido que até a Divinha já estava cansada.

- Aniiiiitaaaaa?

- Caio? Mãeeeee? – Será que não ia parar de aparecer surpresas naquele dia?

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Notas finais: E aí, como a Any se saiu nesse primeiro cap? A Equipe das Poderosas se deu bem, né? Dar de cara com o Pato! Também quero!

Curiosas para saber como a "Equipe dos Entocados" está se saindo? No próximo capítulo a gente descobre!

Beijo grande, fiquem com Deus!

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Capítulo 1 - Discórdia

Notas iniciais: E o medo de vocês não gostarem?

É como voltar lá no primeiro capítulo da primeira temporada. Ansiedade tomando conta geral aqui!

A Trupe mais amada e mais louca do mundo das fanfics está de volta! Espero que gostem!

_____________________________________

Ponto de vista da Anita
 
- Calma que agora falta pouco... Calma, Paixão! – Avisei enquanto conduzia o meu marido-barra-futuro-papai até o lado de fora da “Toca”, onde eu preparara uma surpresa para ele. Eu estava posicionada atrás dele e lhe indicava o caminho enquanto segurava as suas mãos para me certificar que ele não tiraria a venda que eu colocara sobre os seus olhos.
 
- Ô “Paxão”, mas a gente não vai chegar nunca nesse trem? Já não “tô guentando” mais de curiosidade! – O Luan perguntou com a voz aflita. Atrás de nós, a nossa mascote, Divinha, nos acompanhava abanando o seu rabo, contente.
 
- Estamos quase lá! – Disse me divertindo com a situação. Nós estávamos passando pela área da piscina e agora faltava muito pouco...
 
-Você não vai me dar nenhuma dica do que é, Ní? Tá querendo me matar de tanta curiosidade? Ó que desse jeito você fica viúva mais cedo... – O Lú fez drama enquanto eu continuava o conduzindo.
 
- Para com isso, Luan! Você nem brinca com uma coisa dessas, hein? – Eu o repreendi – O senhor tá proibido de morrer! Se isso acontecer, eu te coloco para fora de casa e ainda te dou uma boa surra, tá me entendendo?
 
- Desastrada do jeito que é, “capaiz” de você bater em si mesma e acabar se machucando – Ele fez piada do meu comentário.
 
- Escuta Senhor Luan Rafael, ou você se comporta, ou eu não te mostro mais surpresa nenhuma! – Fiz birra parando em frente à porta que o levaria até a “surpresa”.
 
- Que isso, meu amorzinho?! “Cê” sabe que eu estava só brincando, não sabe? Tem nada disso, não! Você é a mulher mais perfeita, mais linda, mais gostosa e mais coordenada desse “nerverso” –Era claro que ele estava exagerando só para “puxar o meu saco”, mas aceitei os elogios mesmo assim. Era difícil resistir ao Luan quando ele começava a falar com aquela “voz mansa” dele...
 
- Tá, tudo bem... Serei boazinha com você! Já estamos quase “dentro” da sua surpresa. Deixa só eu pegar a chave... – Avisei enquanto soltava uma de suas mãos e procurava a chave no bolso traseiro do meu shorts. Era fim de tarde, e o pôr de sol refletindo nas rosas do jardim e na água da piscina me fazia lembrar o nosso casamento, o dia mais feliz da minha vida.
 
- Dentro da surpresa? Anita, Anita! O que você tá aprontando, “muié”? – O Luan já não se aguentava mais de curiosidade.
 
- Calma que já, já você vai descobrir! – Pedi já girando a chave na fechadura – Só mais alguns passos – Conduzi o meu marido para dentro do estúdio que eu planejara para ele. O espaço ficava do lado de fora da nossa casa em uma área onde antes se encontrava uma sauna que ninguém usava, contava com vista parcial da piscina e do jardim e fora planejado para parecer um “loft” onde o Lú pudesse receber os seus amigos músicos. Por isso, a primeira sala fora decorada com sofás e poltronas confortáveis com paredes revestidas de madeira e iluminação especial. Em uma dos lados, uma porta de vidro de correr oferecia uma vista panorâmica da área externa da “Toca”. O cômodo também contava com suportes para instrumentos musicais, frigobar e um tapete lindo que me custara uma fortuna mas que combinava perfeitamente com o espaço.
 
No outro cômodo, eu havia montado um estúdio profissional para o meu marido. Aparelhagem de última geração e uma poltrona giratória para fazer o Luan pirar! Eu havia montado tudo aquilo com a ajuda de arquiteto escolhido pela Rafa e do Dudú Borges, produtor do meu marido-barra-futuro-papai, nos períodos em que o Luan saía para fazer shows. Foi muito fácil manter tudo em sigilo! Eu havia inventado que estava montando um “lounge” perto da piscina e por isso estava organizando uma reforma na Toca. Isso sem falar no quarto do nosso futuro herdeiro que também estava recebendo um “trato” especial. Como não se interessava muito por obras, o Lú nem teve muita curiosidade de ver o que eu estava aprontando. Foram poucas as vezes que a curiosidade bateu e ele teve vontade de conferir como estava ficando o nosso “lounge”, mas eu soube enrolá-lo direitinho para que ele não estragasse a surpresa!
 
- Pronto, Paixão! Agora você já pode “brincar” de produzir as suas próprias músicas em casa! – Falei assim que retirei a venda dos seus olhos – O Dudu já tá me ensinando a mexer nesses “trem tudo” para eu ficar aqui, só te “produzindo” enquanto você canta!
 
- Anita do céu, que isso?! – O queixo dele caiu lá no chão quando viu a sala. Depois ele correu para o estúdio, passando pela porta que separava os dois ambientes. Os olhos dele brilhavam como o de uma criança que acabara de ganhar um doce – Cara, isso é perfeito, é muita chiqueza! Eu amei demais! Não sei nem o quê dizer, tô sem palavras... Você caprichou muito, Ní!
 
- Tudo isso é para você fazer canções mais lindas ainda... – Disse, me aproximando dele e o abraçando por trás. Também por ali, a Divinha nos encarava com a língua de fora deitada confortavelmente em um dos sofás.
 
- Como se eu precisasse de mais alguma coisa para compor, né Ní? Você e essa “granfininha” que está aqui – Ele pousou a mão na minha barriga de quatro meses de gestação que começava a aparecer por debaixo da minha camiseta. Ou melhor, camiseta do Luan que eu havia cortado e customizado para mim. Desde que casamos oficialmente, eu vinha dividindo com ele o seu guarda-roupa.
- Paixão, a gente não sabe ainda se é uma menina. Pode ser um “caipirinha”... – Ponderei, chamando a sua atenção.
 
- Ahh, mas eu tenho certeza que é uma menina! Pode apostar, “Paxão”! É intuição de pai! – Ele falou confiante.
 
- Calma, falta pouco para a gente descobrir o sexo do nosso bebê – Eu havia decidido não fazer o exame que era capaz de identificar o sexo do bebê com poucos meses de gestação como algumas mulheres geralmente fazem. O meu desejo era ter uma gravidez normal, como a maioria das mães tinha. Não queria nem um tipo de regalia ou privilégio só por ser uma celebridade.
 
- Você vai é matar a Rafa de tanta ansiedade desse jeito... – O Lú comentou se virando para mim, ainda me segurando em seus braços.
 
- Nossa, nem me fala! Achei que depois que a Vick nascesse ela ia se “aquietar” um pouco por causa da filha, mas ela consegue cuidar da Caramelo, da minha carreira, escrever um livro e ainda arruma tempo para surtar com a minha gravidez! – Comentei. Desde que eu descobrira que estava esperando um filho a minha empresária não tinha me dado descanso. O resultado disso era que o quarto do bebê já estava todo pronto para receber uma das cinco opções de decoração que a Rafa já me fizera escolher. Agora a obra estava parada esperando justamente eu descobrir o sexo da criança. A Rafa não via a hora de dar continuação ao nosso projeto... 

– Mas ó, tudo isso aqui eu fiz sozinha, viu?! A ideia foi minha, fui eu que corri atrás de tudo, que supervisionei a obra... Fiz tudinho, viu Paixão? Claro que tive uma ajudinha da Rafa e da Malú, mas foi só com algumas sugestões... – Confessei. Tudo bem que a parte “prática” da coisa tinha ficado toda sobre a responsabilidade da Rafa, já que eu estava gravando a novela durante a “construção” do estúdio-barra-loft, mas aquilo era só um detalhe...
 
- E eu gostei demais de tudo, “Paxão”! Mal vejo a hora de fazer a inauguração. Ó, se bobear, dá para até para produzir as músicas do novo DVD aqui! “Chiqueza” demais isso, trabalhar sem sair de casa! – Ele sorria para mim de uma forma tão encantadora que por um segundo eu até perdi o rumo. Eu constantemente me perdia no brilho daquele olhar.
 
- Você nunca vai cansar de me surpreender, né minha Granfina? – Ele sussurrou no meu ouvido colocando uma de suas mãos na minha nuca, me puxando para mais junto dele.
 
- Se eu parar, você vai se cansar de mim – Respondi usando o resto de concentração que ainda me restava.
 
- Eu cansar de você? Sabe quando isso vai acontecer? – Ele beijou os meus lábios suavemente antes de deslizar pelo meu pescoço e parar no meu ouvido – Nunca! – o Lú falou baixinho, me fazendo arrepiar – Eu sou completamente apaixonado, louco, alucinado por você, Anita Tunice Domingos Santana. Você é a minha mulher, mãe dos meus filhos, o oposto que me completa, minha vida...
 
Senti o meu marido-barra-futuro-papai me puxar para junto de si e me “tascar” um beijo digno de novela. As suas mãos corriam pelas minhas costas enquanto eu apoiava as minhas nos bolsos traseiros da sua calça jeans.
 
- Já falei que adoro quando você me chama de minha mulher? – Perguntei depositando beijos no seu pescoço e brincando com o seu cabelo.
 
- Não, mas eu já desconfiava – Ele se gabou – Isso porque você não queria casar comigo, hein?
 
- Mas onde eu estava com a cabeça quando eu neguei aquele pedido de casamento? – Respondi irônica, rindo de mim mesma.
 
- E aí, se arrepende de ter se casado, “Senhora Santana”? – Ele me perguntou me puxando para sentar em seu colo enquanto se ajeitava na cadeira giratória.
 
- Nunca! – Falei baixinho no seu ouvido, imitando o que ele fizera comigo há pouco tempo.
 
- E todo aquele medo que você sentia? Aquela história de achar que não seria uma boa esposa, ou que nós não conseguiríamos levar uma vida de casados como um casal comum? – Ouvi o Luan me perguntar com a voz grave enquanto balançava a cadeira de um lado para o outro.
 
Senti que o clima ficou “tenso”, por isso respirei fundo antes de respondê-lo – Eu estou aprendendo junto com você a conviver com tudo isso. Eu sei que vai ser difícil... Você vive viajando, eu terminei de gravar a novela agora, e ainda tem as nossas vidas pessoais e os problemas que todo casal enfrenta: ciúmes, desgaste na relação, brigas... Mas é como eu disse no dia em que te pedi em casamento: eu não precisava de um motivo e nem de uma razão. Eu sabia que tinha que ser você. Se não fosse agora, seria mais para frente, mas seria você... Sempre foi você! – Desabafei brincando com os botões da sua camisa, meio sem jeito.
 
- Sua linda! – Ele puxou o meu rosto para que pudesse me ver – Canta de novo a moda que você cantou para mim aquele dia, vai...
 
- “Tem que ser você, sem porque sem pra quê... Tem que ser você, sem ser necessário entender” – Cantarolei baixinho fitando-o nos olhos. Ficamos alguns minutos assim, apenas nos olhando, aproveitando um dos raros momentos que tínhamos para sermos nós mesmos na nossa casa.
 
- Te amo, Luan! – Falei baixinho me aconchegando no seu colo.
 
- Eu te vivo, Ní!
 
- Ahhhhh, eu vou me matar! Vou me jogar da janela! A vida acabou para mim! – Ouvimos a Rafa entrar aos prantos no estúdio-barra-loft, quebrando completamente o clima de romance que estava rolando entre eu e o Luan. Ao ver o desespero da minha empresária, a Divinha correu para debaixo da nossa cadeira, se aninhando entre os pés do Luan, morrendo de medo. Aquilo que era uma cadela de coragem!
 
- Todos os meus sonhos estão acabados, a minha vida desmoronou como um castelo de areia – A Rafa continuou chorando enquanto sentava-se na outra poltrona giratória, que ficava ao lado da nossa, e debruçava o seu corpo sobre os painéis do estúdio, encharcando tudo ao seu redor. Torci para que o equipamento fosse a prova d’água, senão tudo iria para o “pau” antes mesmo do Luan estreiá-los.
 
- Ní, você não vai fazer nada? – O Luan cochichou no meu ouvido com a voz preocupada.
 
- Relaxa, nós estamos no térreo... O máximo que pode acontecer se ela se jogar da janela é se esborrachar no chão – Não resisti e fiz a piada. Eu era do tipo que perdia o amigo, mas não perdia uma boa oportunidade! Mas logo em seguida eu respirei fundo, me levantei do colo do Luan e fui até ela.
 
- Psiuuuu, psiuuu... Que foi, Rafa? Gatas garotas não choram, lembra? Toda gata garota é top, e chorar vai borrar a sua maquiagem – Apelei para as mesmas frases que ela falava para mim quando tentava me acalmar.
 
- O Murilo... – Ela começou a me contar entre um soluço e outro – Ele... me... pediu...um... tempo! O nosso casamento vai indo de mal a pior...
 
- Tempo? Mas por que tempo? – O Luan exclamou surpreso.
 
A Rafa se endireitou e passou a secar as lágrimas do rosto. Sentei no seu colo e passei a acariciar os seus cabelos. Pouco tempo depois ela se acalmou e, fungando, começou a falar.
 
- É o seguinte: Já faz um tempo que ele vem reclamando que eu não tenho dado muita atenção a ele... O Bebê disse que eu dedico mais tempo a Anita do que para o nosso casamento. E agora, com a Vick e o projeto do meu segundo livro... Enfim, o meu tempo ficou mais curto ainda. O Murilo queria que eu fosse aquele tipo de esposa que se dedica ao marido 24 horas por dia, sete dias por semanas, 365 dias ao ano e eu não sou assim! Eu tenho meus planos, meus projetos, o meu trabalho... Eu adoro cuidar da carreira da Anita e da dele também! Mas manter tudo isso em ordem dá trabalho, é natural que eu seja uma mulher ocupada, como toda mulher de negócios é!
 
- Mas é claro! E se o Murilo é o que é hoje, e se ele tem o sucesso que tem é graças a você! Lembra? Na época que estávamos gravando o filme ele meteu os pés pelas mãos, se meteu em um monte de confusões com aquela Lú Dias... Esse menino tá se saindo um belo de um mal-agradecido... - Comentei muito irritada com aquele vacilão do Murilo. Ele já havia me machucado muito quando namoramos e agora também estava fazendo a Rafa sofrer. Ele só poderia um idiota mesmo!
 
- Capaiz mesmo! Rafa, você fez tudo por esse “muleque”... Você deu uma filha linda para ele! Como ele pode estar reclamando de ter uma mulher tão bacana como você? – O Luan também parecia indignado.
 
- Mas não é só isso... – De repente a voz dela ficou baixa e imediatamente eu soube que o que vinha pela frente não era coisa boa – O Murilo sempre quis ter muitos filhos e recentemente... – Ela fez uma pausa como se precisasse de coragem para continuar – Bom, recentemente eu descobri que não posso mais ter filhos. Depois da gravidez de risco da Vitória a médica acha que seria muito arriscado fazer mais uma tentativa... – Os olhos dela se encheram de lágrimas e na mesma hora eu compreendi o quanto aquela notícia era dolorosa para a Rafa. O sonho de toda a vida dela era casar e ter filhos, ter uma família grande e feliz. De repente tudo aquilo tinha acabado. Ela perdeu o marido e descobrira que só poderia ter uma única filha. Era o fim do sonho de uma vida...
 
- Rafa... – Eu a abracei forte tentando consolá-la.
 
- Ô Rafinha, fica assim não, muié! Você já tem a Vick, que é linda e já "tira onda" desde pequena! Só ela já é um baita presente que Deus te deu! – O Luan também tentou animar a nossa amiga.
 
- Ai gente... Não sei o que vou fazer da minha vida... – Ela choramingou ainda me abraçando.
 
Por um momento o silêncio tomou conta do estúdio. A Rafa estava encolhida na cadeira e eu e o Lú pensávamos em algo que pudesse reconfortá-la, quando todos nós nos surpreendemos com o barulho de gritos vindos do quintal. Não demorou muito, e a “razão” de toda aquela algazarra invadiu o estúdio, em uma discussão muito “acirrada”.
 
- Não apoio, não apoio e não apoio! Essa é uma ideia totalmente AB-SUR-DA! Nunca que eu vou envolver o meu nome, que é muito BA-DA-LA-DO no nosso meio, para ser o responsável por um exposição tão CA-FO-NA E UL-TRA-PAS-SA-DA! – O André argumentava com a sua namorada, a Malú, mexendo as mãos descontroladamente em gestos exagerados. Os seus já famosos óculos vermelhos estavam tortos no seu olho e ele tremia ligeiramente, acho que de tanto nervoso.
 
- Minha ideia não é cafona! Você só não quer se envolver porque tem vergonha de assumir que o meu projeto tem tudo para dar certo! – Ela retrucou também muito nervosa.
 
Com a discussão, a Divinha levantou e veio se sentar na minha frente como se quisesse me proteger. Admirei o gesto da minha mascote, mas infelizmente aquilo não significava muito. O máximo que a minha cadela poderia fazer era desferir o seu golpe mais mortal: O poderoso ataque de baba (O que era nojento, mas não apavorante...).
 
- Olha aqui sua curica, trate de desistir dessa ideia maluca! Agora você é MI-NHA namorada, e eu não vou permitir que estrague a minha reputação como diretor se envolvendo em projetos de QUIN-TA categoria! Essa exposição está fadada ao fracasso! O melhor que você faz é vir trabalhar logo na minha produtora para adquirir algum status entre diretores e produtores! – O André falou muito sério, cruzando os braços e fazendo uma careta feia para a Malú. Era claro que, para ele, aquela era sua palavra final. Mas eu conhecia a Malú e sabia que ela não ia desistir tão fácil.
 
Respirei fundo e afaguei a mascote que ainda montava guarda perto de mim. Rafa aos prantos, Anrdré e Malú brigando, Divinha babando no meu pé e eu e o Luan tentando “sobreviver” em meio ao “furacão” que era a nossa segunda família. É, aquele era só mais um normal na Toca...
 
Olhei para o Luan que me encarava de volta enquanto coçava os seus cabelos. A expressão dele dizia a mesma que a minha: Socorro!
 
- Mas afinal, que exposição é essa? – A Rafa quis saber. Toda a algazarra causada pelo casal conseguiu fazer a minha empresária parar de chorar. Ela se ajeitou na cadeira  eu pulei do seu colo passando para o colo do meu marido. Eu desconfiava que a gravidez estava me deixando daquele jeito, tão carente de colo...
 
- Eu tive uma ideia durante um ensaio que estava fazendo para a agência que estou trabalhando – A Malú começou a explicar ignorando as caretas que o André fazia para ela – É o seguinte: Pretendo sair por aí e fotografar cenas que mostrem toda a força que as mulheres tem. Sabe, nós, do sexo feminino, sempre levamos a fama de frágeis e indefesas, mas na verdade somos muito fortes e na maioria das vezes somos nós que mantemos as nossas famílias de pé! Nós seguramos a “barra”, seguimos em frente, não nos deixamos abalar... – A minha ex-secretária e agora fotografa falava cheia de empolgação sobre a sua ideia. Todos nós paramos para ouvir, até mesmo o André, embora ele ainda continuasse fazendo cara de desprezo para a namorada.
 
- O objetivo é registrar alguns momentos que representem toda essa força, essa majestade e beleza que a mulher tem e divulgá-las em uma página da internet. Aí os internautas poderão comentar, dar opiniões e até mesmo contar um pouco sobre a história daquela foto caso souberem de alguma coisa. No final, vou reunir as melhores fotos com os melhores comentários e colocar tudo em uma exposição que, posteriormente, será transformado em livro-fotográfico – A Malú terminou de explicar o seu projeto com os olhos brilhando – Aí eu chamei o André para me ajudar a produzir tudo, mas ele disse que tudo isso é perca de tempo... – Ela emendou olhando para o namorado com uma expressão raivosa no rosto.
 
- Pô, é bacana pra caramba a ideia! Eu apoio! – Afirmei, empolgada. Atrás de mim, o Luan concordou comigo – André, por que você não quer colaborar com o projeto? Tenho certeza que se você usar a sua experiência para ajudar a Malú, essa exposição será um completo sucesso!
 
- Tá vendo, Dé? A Anita concorda comigo! A ideia é boa e você é complemente capaz de me ajudar! Basta querer, né? – A namorada do André falou em tom choroso.
 
- Ahhh tá! Você realmente vai levar a sério a opinião de uma CU-RI-CA que não consegue nem chegar até a esquina se a Rafa não ajudar? – O diretor rebateu mexendo as mãos sem parar.
 
- Eeeeiiii! Mais respeito senhor André Magalhães! – Chamei a atenção dele já ficando nervosa. Na cadeira, o Luan me segurou com mais firmeza me pedindo baixinho para me acalmar.
 
- Mas é verdade! Se não fosse eu e a Rafa o casamento de vocês jamais sairia – Ele afirmou, apontando para mim e para o meu marido – E a sorte dessa criança que está na sua barriga somos nós, porque se dependesse de você ela estaria PER-DI-DA – O André continuou. Pelo jeito ele estava realmente bravo com a Malú e tinha resolvido descontar tudo em mim. Só podia ser essa a razão de tanto ódio!
 
- Pera lá, pera lá... Vamos com calma aí, André! Não fale assim da minha gata garota – A Rafa resolveu intervir a meu favor – A Any tem sim um jeito um pouco estabanado e às vezes ela mete os pés pelas mãos, mas isso não significa que ela não seja capaz de tomar as suas próprias decisões. E outra, apesar de se meter em confusões com bastante frequência, a Any sempre soube escolher os melhores projetos para trabalhar. E se ela aposta no da Malú, é porque a ideia é boa!
 
Tá certo que aquilo não foi “beeeeem” uma defesa, mas resolvi aproveitar o embalo – Viu só, seu bobo? E não sei se você sabe, mas fui eu que fiz tudo isso aqui sozinha – Gesticulei as mãos para mostrar que estava falando do estúdio.
 
- Sozinha? – A Malú me encarou me recriminando.
 
- Tá, eu tive algumas “ajudazinhas”... – Confessei – Mas a ideia foi minha, e só minha! – Disse com a voz firme.
 
- Ainda continuo dizendo: A sorte dessa mini-grafina somos nós. Porque se depender da mãe dela... – O André comentou irônico.
 
- Falando nisso... – A Rafa puxou outro assunto – Anita, não esquece que semana que vem temos a ultrassom e consulta com o seu médico! Estou louca para descobrir logo o sexo dessa criança. Luan, você já escolheu alguma das cinco opções de decoração que eu sugeri? – Estava claro que ela queria mudar o foco da conversa.
 
- Vi sim, Rafa! Adorei aquele branco que tem os quadros do Romero Brito! – O Luan respondeu todo empolgado – E me fala uma coisa: Você tá pegando no pé da Ní para ela se alimentar e tomar todas as vitaminas? Porque “cê’ sabe, né? Essa Granfina aqui é mais teimosa que uma porta...
 
- Até você, Luan? – Virei para ele com a voz brava.
 
- Ô “Paxão”, não fica brava! Mas a gente que você tem um dom natural para se meter em confusão e que é azarada como ninguém! A Rafa só está te ajudando a cuidar da nossa “Nica” aqui – Ele afagou a minha barriga em uma tentativa descarada de me acalmar.
 
- Luan Rafael, eu já concordei que se for uma menina ela poderá se chamar Nicole, mas nada de “Nica”, entendeu? O apelido dela será Nick! Nick e não Nica! E se for menino, nada de Breno, já vou avisando! – Saí do seu colo ficando de pé na sua frente e cruzei os braços, nervosa. A Divinha continuava sentada aos meus pés, pronta para me “defender”.
 
- Tá vendo só? Nem o nome e nem o apelido da filha ela consegue escolher... Mágina conseguir opinar sobre uma exposição de FO-TOS! – O André colocou mais “lenha na fogueira”.
 
- Eu consigo sim escolher o apelido da minha filha, tá? - Resmunguei, contrariada.
- Anita, relaxa! Nós só estamos cumprindo a promessa que fizemos no dia que você descobriu que estava grávida, lembra? Nós juramos que íamos te ajudar a cuidar dessa criança. Estamos aqui para isso, gata garota – A Rafa tentou me acalmar – Nós sabemos que você é completamente capaz de cuidar da sua filha. Somos apenas uma espécie de “retaguarda”, entendeu?
 
- Quer saber de uma coisa, Anita? Acho que todos eles não passam de tiranos, ditadores que querem dominar a nossa forma de pensar e viver! Eles querem nos encaixar nos padrões de comportamento que acreditam serem os corretos. Nós não podemos nos deixar abater! Essa é a hora de fazer as nossas vozes serem ouvidas! É hora de alçarmos voo em busca da nossa liberdade e do reconhecimento do nosso talento e genialidade – A Malú discursou como uma verdadeira formadora de opinião, uma líder que sabe como instigar as massas. Claro que eu não tinha prestado atenção em praticamente nada do que ela falara, mas me senti contagiada com o clima de “rebelião” e todo aquele papo de liberdade e de provar a minha verdadeira capacidade.
 
- Quer saber de uma coisa? Eu vou provar para todos vocês que sou completamente capaz de criar o meu filho sozinha e que sei, sim, me virar. Vocês três vão se arrepender de ficar aí rindo de mim – Esbravejei deixando o estúdio batendo o pé no chão. A Divinha veio atrás de mim, abanando o rabo tentando me animar.
 
Disparei pelo quintal passando voando pelo jardim, até alcançar a porta lateral da sala e entrar na Toca. Quando alcancei a escada, senti alguém colocar a mão no meu ombro. Por um momento eu pensei que era o Luan, mas quando me virei, dei de cara com a Malú.
 
- Any, o que vai fazer? Você vai embora? Posso ir com você? – Ela quase me implorou – Eu quero muito colocar o meu projeto em prática, mas o André nunca vai deixar...
 
- Bom, eu preciso de um carro para a minha saída “triunfal” dar certo... – Avaliei. Era incrível como eu poderia ter quase 10 anos de carreira na TV, sete filmes gravados, carreira internacional, uma verdadeira fortuna e até mesmo um avião (o meu querido Black Jack), mas não tinha um carro porque não sabia dirigir. Certo, primeiro passo rumo à independência: Dar um jeito de aprender a dirigir.
 
- Eu conheço um taxista que pode chegar aqui em segundos... – Ela argumentou esperançosa.
 
- E aí nós vamos para o aeroporto, pegamos o Black Jack e voamos direto para São Paulo. A chave do apartamento ainda está no meu chaveiro – Arquitetei o nosso plano de “fuga”. Acabei escolhendo São Paulo apenas pelo fato de não saber onde diabos tinha colocado a chave do AP no Rio. Segunda nota mental: Manter as chaves das minhas casas em um lugar de fácil acesso para possíveis saídas estratégicas. Droga! Tinha certeza que a Rafa tinha uma cópia de todas aquelas chaves em chaveiros “fofinhos” prontas para serem usadas em qualquer situação... Ia ser muito mais difícil do que eu imaginava conseguir me virar sozinha!
 
- Tá certo! Você pode vir comigo! Quinze minutos para arrumar tudo! E pega também as coisas da Divinha! – Eu poderia começar a me “virar” sozinha assim que chegasse em São Paulo. Afinal, naquele momento eu estava com pressa e qualquer ajuda seria bem-vinda.
 
Subi as escadas correndo e me tranquei no meu quarto. Peguei a mala no closet e comecei a atirar um monte de roupas dentro dela. Outra nota mental: Relembrar como é que se fazia malas. Tanto tempo com a Rafa cuidando de todos os meus looks para mim acabaram me deixando "destreinada".
 
Aff... Com tantas notas mentais eu iria acabar precisando comprar um bloco de anotações!
 
Acabei escolhendo apenas peças de primeira necessidade (calcinhas, shorts, as camisetas do Luan que eu havia customizado, escova de dentes, minhas vitaminas para a gravidez e uma camiseta do Luan que ainda estava com o cheiro dele – para o caso de bater a saudade). Calcei o meu all star, dei uma ajeitada no cabelo, peguei a minha bolsa com os meus documentos e saí, pronta para ir embora. 

A adrenalina e a raiva corriam pelo meu sangue. Para mim, o problema não era só a Rafa, o André e até mesmo o Luan desconfiarem da minha capacidade como mãe. O grande “X” da questão era que eu mesma duvidada de mim e temia não conseguir criar a minha filha como ela merecia. Mas é claro que eu nunca iria dar o braço a torcer! O que eles não sabiam é que, apesar de ter sempre alguém ao meu redor para me ajudar, no final, era sempre eu que precisava vencer os desafios que apareciam no meu caminho. Eu já havia aprendido a tomar as minhas próprias decisões desde muito pequena e, embora sempre vivesse cercada de empresários e assessores, nunca fiz nada que não acreditasse ser capaz de fazer. Agora era a hora de mostrar para eles, e para mim, que ser mãe era apenas mais um “papel” que eu iria interpretar com perfeição.
 
Passei pelo quarto da Vick e não me aguentei. Parei e fiquei admirando a Dora, a nova secretaria da Rafa e babá da Caramelo nas horas vagas, brincando com a minha afilhada. Ambas estavam no chão, cercadas de brinquedos e pareciam se divertir muito.
 
- Êêêê, a Caramelo da tia tá brincando, é? – Falei com a aquela voz fina e completamente sem noção que todo mundo faz quando olha para algo fofo.
 
Peguei ela no colo e fiquei ali por alguns segundos me despedindo da minha afilhada. Ela ria e apontava para a Divinha, que ainda andava fielmente atrás de mim. Fechei os olhos e fiquei ali, só sentindo o cheiro de bebê que vinha da Caramelo. Dali alguns meses eu estaria com a minha própria filha nos braços. Fiz uma prece silenciosa pedindo para que ela fosse tão linda e saudável quanto a Vitória e que eu conseguisse ser tão boa mãe como a Rafa.
 
- Dora, cuida bem da Vick, hein? Não deixa a Rafa ficar “paparicando” demais essa menina e enchendo ela de “lacinhos” rosa, hein? Alguém precisa manter essa menina na linha! – Pedi em tom sério.
 
- Pode ficar tranquila, dona Anita – A Dora assentiu.
 
- Mas também não vai me fazer mechas vermelhas no cabelo da criança, hein? – Achei melhor advertir depois de checar que a babá havia aumentado as mechas azuis nos próprios fios.
 

Ela me olhou com uma cara desapontada, mas assentiu mesmo assim.
 
- E pega leva com as caveiras também. Pelo menos por enquanto... Sabe como é, a Caramelo pode ter pesadelos... – Avisei antes de sair do quarto e seguir até a escada.
 
Quando cheguei na sala, a Malú já estava pronta segurando uma pequena mala pessoal e uma segunda, que eu imaginei ser os objetos de viagem da Divinha. O André, a Rafa e o Luan também estavam por ali, como cara de enterro.
 
- Malú, o táxi já chegou? – Perguntei já me dirigindo direto para a porta. Eu não queria parar para falar com aqueles “traíras”.
 
- Já sim, Any. Estamos apenas te esperando... – Ela me respondeu.
 
- Anita, por favor, não faça isso! Não vai fazer bem nem para você, nem para o bebê e nem para ninguém... Por favor, fique e vamos conversar! – A Rafa me aconselhou.
 
- Rafaela Prado, da minha vida pessoal entendo eu. Você é apenas a minha empresária. Tem todo o direito de cuidar da minha carreira e negócios, mas não da minha vida pessoal – Retruquei com a voz fria parada junto à porta.
 
- “Paxão”, eu não acredito que você tá indo embora... – O Luan veio até mim com os olhos cheios de lágrimas – Não é justo! Você jurou naquele altar que seria para sempre, que você seria a metade que me completa...
 
- E você prometeu que estaria ao meu lado e que me apoiaria, independentemente da situação, e não foi isso que eu vi lá no estúdio – Respondi azeda.
 
- Ní, você entendeu tudo errado! – Meu marido-barra-futuro-papai tentou argumentar.
 
- Não, é você que entendeu tudo errado! Mas eu não vou discutir com você nem com ninguém. Eu vou embora e vou mostrar para todos vocês que sei cuidar de mim, da minha mascote, do meu filho e da minha vida.
 
E com essas palavras, passei pela porta pisando duro, arrastando a minha mala, decidida a ser uma mulher dona do próprio destino dali em diante.

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Notas finais: Não, pera! É isso mesmo, produção? A Trupe do Camaro Amarelo se divorciou? Mas como pode isso?

E aí, meninas? De que lado vocês vão ficar: Do lado da Anita e da Malú (Equipe das Poderosas) ou do Luan, Rafa e André (Equipe dos Entocados)?

Vixi, quero nem ver no que isso vai dar! Só prepara que está aberta a temporada de confusões e trapalhadas da fanfic mais meteórica de todos os tempos!

E quem estava com saudades do Casal Luanita levanta a mão e grita EUUU! Fala sério, como viver sem esses dois, né?

Antes de ir, queria dedicar o capítulo para duas "baianinhas" lindas que eu adoro:

Rebeca Carvalho, que fez aniversário semana passada e Lívia Caroline, que completa mais um aninho de vida na segunda! Felicidades às duas!

Até o próximo cap! Lembrando que dia 30 tem VDL especial nº10!

Beijo e fiquem com Deus!

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