sábado, 29 de dezembro de 2012

Aviso aos navegantes



Eu sei, eu sei! Algumas pessoas devem abrir esse blog e não entender absolutamente nada.

Pior! Eles ainda devem pensar: “Essa tal de Manu é pancada das ideias...”.

Calma! Sim, eu sou um pouco pancada das ideias mesmo. Confesso... Mas não é sobre isso que quero falar hoje.

O negócio é o seguinte:

Esse blog é um teste. E hoje eu vou contar a história de como ele surgiu. Preparados? Então lá vai...

Já faz mais de um ano que eu comecei a escrever uma fanfic com o cantor Luan Santana chamada “A Granfina e o Caipira” (ou AGeOC para os íntimos). Essa história era postada no Nyah, onde (por um milagre!) algumas pessoas começaram a ler e a gostar da fic.

Empolgada, depois de duas temporadas de AGeOC eu escrevi “Incondicional”, também com o cantor Luan Santana como uma das personagens principais.

A questão é: Depois de um ano postando as histórias no Nyah, eis que esse site não mais permitirá publicações de fanfics com bandas, cantores ou personagens reais. Muito triste!

Tenho até o final do ano para tirar todas as minhas histórias de lá e publicá-las em outro lugar. E esse novo lugar que eu escolhi é esse blog!

Aqui é onde eu pretendo postar as duas primeiras temporadas de AGeOC, Incondicional e todas as outras fics que vierem por aí (E eu realmente espero, de coração, que elas venham...).

No momento, estou completamente sem tempo para organizar tudo por aqui (Espero conseguir fazer tudo isso depois de outubro).

Por isso, se você se interessou por alguma das histórias e gostaria de ler uma das fic’s que escrevi, faça o seguinte: 

Vá até o meu perfil no Nyah (http://fanfiction.com.br/u/104427/ ) e clique na aba "Minhas histórias". Lá você poderá consultar as sinopses e ler os capítulos de todas ashistórias que eu criei.


 Mas atenção: As histórias ficarão disponíveis neste site só até dezembro deste ano. Depois, se tudo der certo, elas ficarão online somente neste humilde blog.

Vale lembrar que a Terceira Temporada de A Granfina e o Caipira já está sendo publicada aqui! Para ler é só ir até a aba "A Granfina e o Caipira" na parte de cima do blog. A sinopse de Incondicional também já foi publicada em sua respectiva aba!

Lembrando: Comentários são sempre bem-vindos! (Eu sou uma pessoa carente, eu assumo! Adoro ficar aqui conversando com vocês!). Vale comentar aqui no blog, no Nyah, via Twitter, Ask, e-mail, enfim... Maneiras para dar o seu pitaco é que não falta!

Outro aviso importante: As únicas fanfics que escrevi foram AGeOC e Incondicional. E eu NUNCA postei nenhuma história em comunidades do Orkut, ok?

É isso, gurias e guris do meu Brasil! Fiquem à vontade, afinal, a casa é sua! Rs!

E quem for #Manuzete aí grita eu!

Beijo grande

Capítulo 13 - Despedidas em Nova York

Notas iniciais do capítulo:
Último capítulo da viagem para Nova York!
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Um olhou para o outro. O Luan bebeu mais água. Eu também bebi mais um longo gole que sobrara no meu copo. Aquela repórter mala tinha conseguido o que queria. Estávamos sem resposta para a pergunta.

Olhei para o Caio. Meu irmão e o empresário do Luan, o Marcão, estavam em um canto do palco onde acontecia a coletiva. A expressão dos dois era de completo desespero. A Rafa, que estava ao lado dos dois, ria sem parar. Ela olhou para mim e apontou o dedo, como quem diz “Perdeu, playboy!”. Impossível não rir da minha cunhada.

Voltei a minha atenção ao pessoal da coletiva. A repórter esperava uma resposta. Peguei o microfone e falei:

– Sabe o que é? A produção se esqueceu de colocar mais uma garrafa de água na mesa. Então a gente resolveu dividir a minha. Tá fazendo muito calor hoje, né gente?!

O resto do pessoal que estava na sala concordou, e a repórter que fez a pergunta fez uma expressão de chocada com a minha cara de pau de colocar a culpa na produção. Fazer o quê, ela não tinha me deixado outra saída... E o pior foi que niguém percebeu que a outra garrafa de água, que seria a do Luan, estava escondida atrás de uma espécie de plataforma que estava servindo de suporte para o microfone dele.

– Então gente, infelizmente o tempo para as perguntas acabou. Agradeço a todos pela presença e pela participação – Um dos integrantes da produção interrompeu a entrevista. Respirei aliviada. Aquela repórter chata já estava me tirando do sério.

Todos se levantaram e foram saindo em direção aos bastidores. O Thiaguinho do Exalta piscou para mim e apontou a outra garrafa de água que supostamente tinha sido esquecida.

– Se saiu bem dessa, hein mocinha? – Ele brincou.

Eu ri do comentário e seguimos juntos em direção aos bastidores. Tentei me manter longe do Luan para não chamar ainda mais atenção.

Na área dos camarins era grande a movimentação das equipes de montagem dos instrumentos das bandas e do pessoal da produção do evento. No local havia uma ampla mesa com frutas, sucos, refrigerantes e um monte de petiscos e lanches para todo mundo se servir. Também havia alguns sofás e poltronas que serviriam para o pessoal descansar enquanto não subiam ao palco.

Logo que entrei já dei de cara com o Caio. Ele explicava a situação para um dos organizadores do evento. Certamente eles não tinham gostado do que eu havia dito ainda há pouco.

A Rafa, que estava ao lado do meu irmão, olhou para mim e sorriu. Disfarçadamente ela fez um sinal de positivo para mim. Aquela ali adorava uma bagunça.

Enrolei um pouco para me juntar a eles. Com certeza o Caio estava pedindo desculpas pelo meu comportamento, e eu não estava a fim de levar “bronquinha” perto de ninguém.

Olhei ao redor. Vi o Luan do outro lado da sala. Ele já se preparava para entrar no palco revisando a lista de músicas e fazendo alguns exercícios para a voz. O Lú percebeu meu olhar e piscou para mim. Pisquei de volta. Eu estava me saindo muito mal na missão de disfarçar o meu lance com ele. Mas o Luan também não era muito bom em disfarçar o que ele estava sentindo...

O Caio e a Rafa se juntaram a mim.

– Any, qual a parte do “se comporta” você esqueceu durante a coletiva?

– Fala sério Caio, me sai bem de todas as perguntas. E você poderia ter me ajudado. Poxa, aquela repórter fez perguntas super pessoais! – Fiz cara de brava.

– Eu sei Any, mas não me deixaram interferir, e vocês dois colaboraram, ficaram fazendo “ceninha” para ela – Ele chamou minha atenção.

– Desculpa, eu vou me comportar mais. Eu juro! Mas e aí, o cara da organização pegou muito mal?

– Que nada, você tá com sorte. O cara disse que percebeu que você disse aquilo só para disfarçar. Ele também falou que no fim da coletiva um dos câmeras registrou a imagem da garrafa que estava escondida. Ou seja, eles te desmentiram ao vivo... E agora ficou o dito pelo não dito.

–Any, por favor, se cuida, menina – O Caio me deu um abraço. – Realmente não é um bom momento para você se envolver em outro namoro. Quando a gente voltar para Los Angeles vamos conversar sobre algumas coisas, mas por enquanto, jura para mim que você vai dar um jeito de sair daqui sem se expor mais? – Ele falou sério, ainda sem me soltar do abraço.

–Eu juro. De verdade – Falei sério também. Fiquei com medo do tom de voz dele. E que tipo de conversa era aquela que teríamos quando voltássemos para Los Angeles?

– Agora vamos! Daqui a pouco os shows vão começar, e eu preciso terminar de te arrumar. – A Rafa foi me puxando em direção aos camarins – E não, eu não vou deixar você subir no palco de tênis – Ela me ameaçou.

– Ok, você venceu. Eu não tenho mesmo como discutir com você – Falei, me fingindo derrotada.

– Boa garota, agora vem! – Ela deu um beijo no meu irmão e saiu me puxando.

***

A Rafa terminou a minha maquiagem, prendeu o meu cabelo e me fez colocar os tais sapatos. Tá, no fundo eu tinha achado a Melissa que ela separou para mim linda. Era de um tecido parecido com veludo, e tinha um fecho lateral com um detalhe de laço. Mas eu não iria admitir para ela que tinha gostado. Coloquei alguns acessórios e o “ look” ficou super legal.

Depois disso, algumas pessoas da produção me orientaram como seria o show e eu e o Serginho combinamos mais ou menos o que nós falaríamos no palco. Eu estava uma pilha de nervos. O apresentador até que foi bacana comigo, me deu umas dicas para eu ficar mais calma.

Quando foi chegando a hora do show o pessoal da banda do Luan fez uma oração, e depois se posicionaram no palco. Ele ficou ali, ao nosso lado, esperando que nós o anunciássemos para ele subir ao palco.

– Bom, eu vou subir lá. Boa sorte, Lú.

– Hey, não esquece que preparei uma surpresa para você durante o show hein...

– Mal posso esperar. – Disse e corri em direção ao palco. O Serginho já estava me esperando.

***

Falamos o que tínhamos combinado nos bastidores. O Serginho me ajudou bastante a até que eu não fiquei tão nervosa. Na verdade, foi bem mais legal do que eu imaginava.

Quando o Luan subiu no palco o público foi ao delírio. Foi uma gritaria só... Era incrível como ele fazia sucesso até ali, em Nova York.

O show seguiu super animado. O Luan cantava, pulava, dançava, e até voava! E as fãs, claro, cantavam todas as músicas com ele.

Eu e a Rafa assistimos o show da lateral do palco. Nós já sabíamos todas as letras e nos divertimos muito cantando e dançando junto.
Em um certo momento do show, um dos assistentes de palco chegou até o ponto onde estávamos segurando um violão.

– Ué, essa parte não tem no DVD – A Rafa comentou.

O Luan terminou de cantar a música que estava rolando e veio em nossa direção. Ele pegou o violão e enquanto o assistente arrumava os cabos ele olhou para mim e disse – Essa é para você.

Então, ele voltou para o centro do palco e começou a cantar e a tocar.

*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=MORl-IPYyCc ***

“Vi seu sorriso em meu sonho
segui seu rastro na areia do deserto
eu escutei sua voz ao vento
senti seu cheiro cada vez de mim mais perto

Virei um louco meio obcecado
pra te encontrar em algum lugar do mundo
e mesmo sem nunca ter te tocado
me pertencia,bem lá no fundo

Sinais, me mostraram o caminho até você
vagalumes guiam-me sem perceber
Que no fim da estrada uma luz parece ser você

Sinais me ajudaram a perceber que o meu caminho é você
e ninguém no mundo vai fazer eu me sentir de novo assim

Sinais vindos de um lugar tão longe às vezes se escondem
no farol, em uma ilha, numa noite tão vazia eu beijei você
até o amanhecer”


Quase não acreditei no que eu estava ouvindo. Aquela música era linda! Era uma das minhas prediletas do Luan. Não me agüentei de felicidade. Tive que me controlar muito para não invadir o palco e pular no pescoço de dele e enchê-lo de beijos.

Ele cantava e olhava na minha direção. A Rafa se derreteu toda ao meu lado. O público cantava junto com ele. E eu fiquei completamente sem reação. Meu coração ameaçou parar umas três vezes. Aquilo era a coisa mais linda que alguém já tinha feito pra mim.

***

O show seguiu animado. E eu juro que não fiquei com muito ciúme quando uma das fãs subiu ao palco para ser a "Garota Chocolate".

Depois que terminou a apresentação, ele seguiu para o camarim para atender algumas fãs e alguns repórteres. Eu continuei na apresentação do show. Não tivemos tempo de conversar nesse meio tempo, mas eu sabia que no hotel ele não me escapava.

Continuei na minha função de apresentadora bem mais feliz. E quer saber, no final de tudo parecia que tinha feito aquilo a minha vida toda!

***

Depois de todos os compromissos cumpridos, de várias entrevistas, de atender aos fãs, de tirar fotos, de posar para a imprensa, de responder mais perguntas de repórteres chatas e de conseguir disfarçar com muito sucesso qualquer coisa que estivesse rolando entre nós, finalmente voltamos para o hotel.

Não juntos, claro!

Ele foi primeiro, e depois eu, o Caio e a Rafa, também voltamos em outro carro.

Eu só voltaria para Los Angeles no dia seguinte, porém o Luan embarcaria para o Brasil naquela noite.

Quando chegamos ao hotel o Caio disse:

– Any, será que você pode se virar sozinha por essa noite? Queria aproveitar e sair para jantar com a Rafa.

– Hum... Se deu bem hein, cunhadinha?! – Brinquei – Claro que vocês podem ir aproveitar a noite. Eu posso me virar sozinha muito bem!

– Você vai se despedir do Luan? – A Rafa perguntou.

– Vou sim. Não tem problema, né? Eu já estou no hotel, sem imprensa, sem repórteres...

– Sem problemas, maninha. Só que é melhor você correr. Ouvi o Marcão comentando alguma coisa que eles iriam adiantar o voo para o Brasil. Parece que eles não conseguiram mudar o horário de um show que o Luan precisa fazer amanhã, algo assim... – O Caio respondeu.

– Jura? Ai meu Deus – Sai correndo em direção ao corredor – Beijo, divirtam-se! Não se preocupem comigo!

Por sorte o elevador já estava parado no saguão. Apertei o décimo andar. Estava com medo de que eu não pudesse me despedir dele e de não conseguir agradecer pela música.

Quando o elevador chegou ao andar disparei pela porta. Na correria, esbarrei em uma camareira que empurrava uns baldes em um carrinho. Eu, ela e todos os baldes foram ao chão.

Nesse momento o Luan abriu a porta do quarto. Ele tinha aquele incrível dom de aparecer nos "melhores"  momentos, né?

Ele começou a rir sem parar de mim. Eu olhei enfezada para ele e depois ajudei a camareira a se levantar.

- Sorry. – Eu tentei me desculpar.

– Tudo bem, tudo bem. Não machucou.

– Você é brasileira? – Era tudo o que eu precisava naquele momento...

– Sou sim. Ai Anita, eu sou a sua fã, você é linda demais!

– Jura? – Era difícil acreditar naquilo.

– Claro que é. Não liga para ela não, ela é boba assim mesmo – O Luan se meteu na conversa.

–Hey, como assim sou boba?

– É boba sim. Não ouviu a moça falar que você é linda? Eu concordo com ela. Você é linda, sim! O que quer dizer que nós ganhamos... – Ele apontou para a camareira para dizer que os dois eram a maioria.

– É, desculpa interromper, mas será que eu posso tirar uma foto com vocês dois? – Perguntou a camareira.

– Ah, claro. – Nos posicionamos, e ela tirou a foto com o celular. Depois a ajudamos a organizar os baldes nos carrinhos de volta.

– Bom, acho melhor a gente ir indo – disse para o Luan. Ele concordou e nós nos direcionamos para o quarto dele.

Antes de entrar eu me virei e disse para a camareira: - Se algo do que aconteceu aqui parar no twitter,... eu... eu.. – não sabia como terminar a frase.

– Pode confiar, Anita. Não vou publicar a foto no Twitter.

– Obrigada – Agradeci e fechei a porta.

O Luan caiu na risada. Ele sempre se acabava de rir ao meu lado.

– Esquentadinha você, hein? – Ele brincou.

– O seguro morreu de velho – Falei séria uma das frases da minha mãe – Mas deixa isso para lá, preciso falar uma coisa mais importante: Que linda a música! Eu amei demais. Você é um fofo, lindo... – Ele não esperou eu terminar de falar. Me puxou e me deu um baita beijo.

Ficamos daquele jeito por um longo tempo. Ele me encostou na parede do quarto e ficamos ali, juntos, aproveitando os últimos momentos que nos restavam.

– Eu tenho que ir embora daqui a pouco – ele disse depois que parou de me beijar.

– Quando será que a gente vai se ver novamente? – Perguntei.

– Quando você volta para o Brasil, linda?

– Mais ou menos daqui um mês – Respondi

– E como eu vou fazer para ficar sem você? – Ele fez cara de garoto “pidão”

– Eu não sei.... Também não sei como vou agüentar voltar para Los Angeles. Queria ir para o Brasil com você – Fiz “draminha” - – Promete pra mim que vai deixar aquele celular ligado? E promete que vai me passar o seu e-mail?

Ele riu do meu pedido – Prometo! – ele respondeu – E você promete que assim que chegar no Brasil a gente vai se encontrar?

– Prometo – Respondi.

O telefone do quarto tocou. Ele foi atender relutante.

– Preciso descer – Ele disse depois de desligar – O pessoal já está me esperando lá embaixo.

– Boa viagem! – dei um abraço nele – Queria descer com você, mas..

– Não linda, melhor não.. O Marcão já está super irritado com o que a gente aprontou na coletiva – Ele riu.

– Culpa sua. – Disse.

– Culpa sua que é irresistível – Ele me deu mais um beijo. O de despedida.

– Se cuida, linda! Te ligo quando chegar no Brasil.

– Vou esperar – Eu disse.

Então ele pegou as malas, abriu a porta e foi em direção ao elevador. Eu caminhei até a porta do meu quarto e fiquei olhando ele ir embora. Ele me mandou um último beijo e então a porta se fechou.

Agora eu estava sozinha em Nova York, e provavelmente só veria o Luan dali a um mês...
___________________________________
Notas finais do capítulo:
Aviso aos navegantes:
No próximo capítulo teremos a volta de Murilo Requeno!
E agora me contem, gostaram de Nova York?
Espero que tenham curtido!

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sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Capítulo 6 - Sufoco

Notas iniciais: Capítulo tá morno, mas tá bem divertido!
Espero que aproveitem!

Aliás, se alguma coisa der errado... Keep Calm e... A Culpa foi da Ana Carolina!
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Ponto de vista do Luan
 Uma semana depois...


- Luan, como assim você me liga para falar uma coisa dessas?


- Ohh Jadinha, calma nega! Eu queria te contar pessoalmente, mas a gente não se viu essa semana... – Tentei acalmar a fera. Eu estava viajando, fazendo shows no interior de São Paulo, e a Jade não pode me acompanhar por causa de uns “trem” da faculdade que ela tinha que fazer. Passei a semana inteira tomando coragem para contar o que aconteceu na casa da Júlia para ela, até que não “guentei” mais. Resolvi ligar e abrir o jogo. Que fosse tudo pro “pau”! Eu não gostava dessas coisas de mentira.


-  Tá, tá, tá... Agora me explica essa história direito. O que você foi fazer na casa daquela... Enfim, o que você foi fazer na casa da sua ex, Luan? – Ouvi a Jadinha me perguntar muito contrariada.


- É que... eu fui me desculpar! Eu não gostei do que você fez lá no churrasco... – Eu já havia chamado a atenção dela por causa da sua atitude de ir atrás da Jú...lia. Eu não suportava briga! Tudo bem que nós dois nos beijamos, mas aquele era um problema para ser resolvido entre eu a Jade, e a Júlia não tinha nada a ver com isso.


- Você já me disse isso e eu já te pedi desculpas! Já falei... Estava com a cabeça quente, fiquei nervosa, perdi a razão... – Ela respirou pesadamente do outro lado da linha – Mas você não precisava ir lá só pra se desculpar. Não dava só pra ter ligado para ela?


Opa, agora o “trem” ficou sério! Aquela era a pergunta que eu também estava me fazendo. Sim, eu poderia apenas ter ligado, ou ter pedido para o Testa passar lá e explicar tudo, mas não... Eu fui lá, bati na porta da Júlia, entrei e... bom, aí a coisa foi pro vinagre de vez...


- Esse não é o tipo de coisa que se fala por telefone, né Jade? – Tentei justificar o injustificável. Eu sabia que eu não deveria ter ido até a casa da Júlia aquele dia e eu também sabia que se nós dois ficássemos perto um do outro novamente ia acabar no que acabou dando: Mais um beijo. Mas fazer o quê? Eu só não conseguia resistir...


- Ah, claro! E falar que você foi até a casa dela e vocês ficaram de novo pode ser por telefone, né? – Ela retrucou na mesma hora.


Fiquei em silêncio. Eita “trem”, agora ela me pegou. Eu não tinha como responder aquilo...


- Foi culpa da Ana Carolina – Fui sincero. A culpa realmente foi daquela música...


- Ana Carolina? Quem é essa, Luan? – A Jade ficou ainda mais nervosa do outro lado da linha.


- Niguém Jadinha, niguém... – Desconversei.


- Olha Luan, desculpa, mas eu não posso viver desse jeito! Isso tudo é muito pra mim – Ela foi falando com a voz triste e eu senti o meu coração apertado dentro do peito só de imaginar que eu estava fazendo a Jade sofrer – Se a gente realmente assumir o nosso namoro, eu vou ter que mudar toda a minha vida por causa disso. Vou ter que excluir Facebook, Twitter, aprender a conviver com toda essa loucura de mídia... E você vem e me faz uma coisa dessas? Às vezes eu acho que você não me ama do mesmo jeito que você gostava da Júlia!


Opa, agora ela pegou pesado! Comparar o que eu sinto por ela com o que eu sentia pela Júlia era impossível. Era como eu tinha explicado para a Brú: A Jadinha era calmaria e a Jú era tempestade. Uma era o oposto da outra, como gelo e fogo...


- Oh Jadinha, fica calma! Não é nada disso... É só que... – Parei de falar. O que eu ia dizer? É só que eu não consigo resistir à Júlia porque nós não podemos nos defender da nossa “tempestade”? Ela ia achar que eu estava louco...


- Oh amor, eu prometo que isso não vai mais acontecer. É que é como eu te disse, a Júlia foi muito importante para mim, minha primeira namorada e tudo o que rolou entre a gente... o jeito que ela me traiu... foi tudo  muito marcante para mim. Tá sendo difícil lidar com tudo isso! – Desabafei tentando ser o mais sincero que eu conseguia.


- Tá, tudo bem, Lú... Eu não deveria ter falado isso! Tem nada a ver ficar comparando uma com a outra – Ela falou com um tom de voz mais calmo e eu fiquei mais tranquilo – Eu entendo que você esteja mexido com a volta da Júlia. E ela também parece que está gostando de te provocar, né? – Nessa hora ela falou com a voz mais enfezada. Fiquei com dó da Julinha. Afinal de contas, ela estava levando a culpa por algo que ela não fez sozinha...


- Vamos fazer o seguinte, love – Ela voltou a falar e eu precisei fazer esforço para prestar atenção – Pensa com calma em tudo isso que está acontecendo! Talvez isso seja um sinal para você perceber que já é tempo da gente assumir o nosso relacionamento. A gente fica escondendo o namoro das suas fãs, eu não posso ficar sempre com você, e aí dá nisso...


- Mas como eu vou contar isso para as minhas fãs? – Eu vinha me fazendo aquela pergunta há muito tempo. As minhas “negas” iam morrer de ciúme! Aquela era uma decisão muito séria, eu não poderia fazer isso assim, de uma hora pra outra.


- Ah, Luan, eu não ligo para o quê as suas fãs vão falar... – Ela falou com um tom descontraído. Por que aquela frase me soou um pouco estranha?


- Jadinha, vou fazer o seguinte... Vou dar um jeito nessa situação toda de uma vez, tá bom amor? Juro que isso não vai mais acontecer! Vou resolver todo esse rolo com a Júlia e vou pensar sobre como a gente vai assumir o nosso namoro – Tentei parecer confiante.


- Não precisa pensar, Lú! O pessoal do marketing já te falou como vamos fazer. Certeza que as suas fãs vão adorar! – Ela falou impaciente – Não esquece que eu quero ficar ao seu lado. Espero que você também queira ficar comigo... – Ouvi a minha namorada fazer manha do outro lado da linha. Ela sempre conseguia o que queria quando fazia isso...


- Só promete pra mim que você não vai mais ver essa Júlia... Porque se você fizer isso eu vou achar que você não quer ficar comigo – Ela me pediu ainda fazendo manha.


- Eu vou resolver isso, tá Jade? Eu vou resolver... – Eu detestava ser pressionado – Preciso desligar agora. Tô voltando pra Londrina hoje. Eu te ligo para a gente se ver, certo?


- Vou ficar esperando!


- Beijo, amor. Fica com Deus! – Falei antes de desligar. Aquele rolo todo já estava me deixando doido. Eu gostava da Jade, mas ainda não me sentia confiante o suficiente para assumir o meu namoro publicamente com ela. Primeiro porque ela ainda não era a minha namorada oficialmente, e segundo porque eu a amava, mas eu não sentia que o nosso sentimento era forte o suficiente a ponto de querer dividi-lo com todo mundo... E ainda tinha a Júlia, aquela tempestade que passava e arrastava tudo com ela.


Eu não tinha conseguido parar de pensar na Jú um minuto sequer durante aqueles dias. Era como se tudo que estivesse adormecido no meu coração acordasse de uma só vez. Toda a saudade, o amor e o carinho que eu sentia por ela, assim como a mágoa, o ressentimento e as dúvidas que ficaram quando a gente terminou. Eu estava mais confuso que “cachorro caído de mudança” e já não sabia mais o que pensar. Eu me sentia culpado, mas não arrependido por ter beijado a Júlia. Justo eu que a condenei tanto por ter me traído agora fazia o mesmo com a Jade...


Dei um pulo do sofá onde eu estava sentando quando o celular tocou na minha mão. Olhei ansioso para o visor.


- Tá que pariu, eu preciso parar de achar que é a Júlia me ligando – Resmunguei comigo mesmo...


- Fala Thiagão – Atendi o telefone animado.


- E aê, cara? Tudo certo?


- Tudo na paz! Recebeu a última música que eu te mandei? – Eu havia mandando um “rabisco” de uma canção para saber o que o meu parceiro acharia. Estava ansioso para saber a sua opinião.


- A música que você escreveu para Júlia? – Ele me perguntou em tom de gozação.


- Tem nada de música pra Júlia, não – Tentei me defender.


- Tem certeza disso, cara? – Ele riu - “Esses olhos verdes de tempestade...”. Até onde eu sei a Jade não tem olho verde...


- Não, não tem mesmo... – Falei, vencido.


- E aí, vai ou não vai me contar o que está rolando entre você e "Aquela que tem a tempestade no olhar, que me tira de mim, que me bagunça inteiro e que me mostra o que é o amor" – Ele leu um trecho da minha composição e por um momento eu me senti como um bobo apaixonado.


- Droga, preciso parar de mandar as músicas que eu escrevo para você – Falei, contrariado – É o seguinte, cara. “Cê” sabe que eu e a Jú namoramos, né?


- Sei, já tô sabendo dessa história aí...


- Então, nós ficamos juntos um tempo, e eu amei demais essa mulher. “Cê” nem imagina o quanto... Isso foi um pouco antes de eu fazer sucesso. Ela me acompanhava nos shows, se dava bem com todo mundo, e a maioria das fãs gostavam dela. Mas de repente, sem explicação, eu descobri que ela me traiu com um cara mais velho que ninguém conhecia. A gente terminou, aí ela começou a andar com o Sorocaba pra cima e pra baixo e todo mundo ficou achando que os dois tiveram alguma coisa... Mas eu nunca consegui tirar nada a disso a limpo, porque a Júlia viajou para a Espanha e nós nunca mais nos falamos – Tentei resumir tudo – Eu nem sabia que a minha irmã ainda era amiga dela. Só descobri isso agora, que a Jú tá de volta!


- Nossa cara, esse seu rolo com a Júlia é “brabo” demais! Parece história de novela – O Thiago comentou – Mas ó, uma coisa eu te garanto: Entre ela e o Sorocaba não rolou nada. A Jú mesmo nos falou lá no churrasco que os dois são só amigos...


- Sério? – De repente eu me senti aliviado.


- Sério. Eu bem vi ele chamando a Jú de “meu anjo” e essas coisas, sabe? Meio que tentando jogar um charminho para ela? Mas ela nem deu moral. Levou tudo numa boa... – O Thi voltou a me afirmar, sério.


- É, lá na festa os dois ficaram de conversinha mesmo, né? Mas eu também não vi nada demais. Mas sei lá, é que na época que nós terminamos foi tudo muito estranho. Parecia que a Júlia queria que todo mundo pensasse que realmente estava rolando algo entre eles – Lembrei.


- Ah cara, isso eu já não sei... Só sei que entre ela e o Sorocaba não tem nada além de amizade! – O Thiagão falou, completamente convencido - E eu também não entendo essa traição da Júlia! A menina só tem olhos para você, como ela pode ter te traído?


- Não sei! Só sei que traiu – Eu também tentava encontrar a resposta para aquela pergunta.


- Você já tentou conversar com ela sobre isso? Tipo, colocar tudo em “pratos limpos”? – O meu amigo me sugeriu.


- Não... Na verdade a gente ainda não teve muito tempo para conversar desde que ela voltou – Expliquei.


- Sei... Só tiveram tempo para se pegar lá no camarim, né? – Ele tirou sarro da minha cara me fazendo ficar sem graça. Isso porque ele não sabia do beijo que rolou lá em casa e da noite que eu passei na casa da Júlia.


- Também não é assim, né Thiagão... – Tentei disfarçar.


- Olha Luan, eu no seu lugar colocava a Jú contra a parede e cobrava dela algumas respostas. Tem coisa mal explicada aí, cara – O Thi me alertou.


- Você acha mesmo? – Eu também tinha a mesma opinião, mas sempre ficava achando que estava “viajando”...


- Pode apostar! Julinha te ama, Luan. Tem coisa mal contada nesse rolo – Ele me avisou.


- Pô cara, acho que você tá certo... – Respondi. Pesando bem, nada naquela história batia. Com certeza tinha coisa ali...


- Luan, “vamô” em borá, rapá? Tá pronto, já? – Ouvi o Rober bater na porta do meu quarto.


- Já tô pronto, sim – Avisei para o meu secretário.


- Thiagão, depois “nóis” continua essa prosa, rapaiz. Tô voltando pra Londrina agora... – Falei para o meu amigo.


- Beleza, cara. Mas ó, vai por mim... Essa história da Júlia está mal contada! – Ele voltou a me alertar.


- “Podexá” comigo, cara! Vou atrás disso aí. Falô, cara. Tô indo nessa agora... Té mais – Desliguei o telefone.


- Vai atrás do quê, Luan? – O Roberval me perguntou enquanto pegava as minhas malas e levava tudo em direção à porta.


- Da Júlia – Falei meio sem jeito – O Thiagão também acha que tem coisa errada nessa história...


- Acho que já passou da hora de você ir falar com essa menina! – O meu secretário me incentivou.


- Então fechou. Assim que chegar em Londrina hoje eu vou na casa da Júlia. Hoje eu vou tirar toda essa história a limpo...


***

Ponto de vista da Júlia

Algumas horas antes


- Como assim você mandou o Luan embora da sua casa? – A Thaeme me perguntou mal acreditando na história que eu tinha acabado de contar.


Nós, eu, ela e a Bruninha, estávamos reunidas em casa, aproveitando um maravilhoso escondidinho de carne seca que a Anjinha aprendeu a fazer com a Dona Marizete e que trouxe para o nosso almoço. Acompanhavam a nossa refeição arroz branco, salada e suco de laranja.


- E eu lá tinha outra opção? – Perguntei me servindo do prato principal.


- Fico só imaginando a cara do meu irmão quando você parou o beijo do nada e fugiu dele... – A Bruninha divertiu-se nos servindo de suco.


- Gente, eu não consigo entender! A Julinha morre de amores pelo Luan e pelo jeito ele também tá bem afim da Julinha. Então por que você não ficou com ele de uma vez? – A Thaeme ainda estava com uma cara de “Puts, eu não acredito!”


- Por causa da Jade! Certeza que o Luan ia morrer de remorso se alguma coisa tivesse rolado entre nós. Conheço aquele menino, ele não suporta a ideia de magoar alguém. Com certeza ele ia se sentir muito mal se traísse a Jadelina – Expliquei meio sem paciência ainda segurando os talheres, o que dava um ar meio “ameaçador” a minha fala.


- E se não tivesse a Jade? Aí vocês ficariam juntos, né? – Thaeme e sua eterna curiosidade...


A Bruninha me olhou com atenção como se também estivesse muito interessada naquela resposta.


- Não... – Pensei por um momento antes de responder.


- Por que não? – As duas praticamente gritaram juntas.


- Porque a Jade não é a única coisa que me separa do Luan – Respondi meio sem ânimo.


- Qual é, Julinha? Isso foi um problema antes. Agora isso já não tem mais nada a ver... Já disse, se bobear, isso é solução – A Bruna chamou a minha atenção muito séria.


- Pode até ser, Anjinha... Mas eu não posso fazer isso! Não posso simplesmente chegar e me meter na vida do seu irmão desse jeito! Eu fui embora, eu deixei ele livre e o Luan tocou a vidade dele, conheceu outra pessoa, está tentando ser feliz com ela... Eu não posso simplesmente chegar e estragar tudo isso! Não é justo! – Retruquei. Eu me sentia péssima por aquilo, mas era a verdade – A coisa certa a se fazer é ficar longe dele, e não querer me aproximar...


- Não concordo com isso! Eu acho que já está mais que provado que o que você e o meu irmão sentiam um pelo outro não morreu, mesmo depois de tudo... A situação é diferente agora, Jú! Muita coisa mudou – A Anjinha tentou me convencer.


- Mesmo que a situação seja diferente... Toda a mágoa, toda a raiva que o seu irmão sentiu por mim ainda estão lá... Isso não vai mudar! Aliás, talvez só piore quando ele descobrir tudo – Argumentei.


- Será? Não é o que tá me parecendo... Principalmente depois da “visitinha” que ele te fez – A minha ex-cunhada me disse em tom irônico.


- Ei, ei, eeeeiiii.... Pera! Volta a fita! – A Thaeme entrou na conversa. Eu tinha me envolvido tanto na discussão com a Bruna que até me esqueci que a “Lora” estava ali – Qual foi a parte da história que eu perdi? O que o Luan não sabe? – Ela exigiu saber.


A Bruna me olhou com uma cara de “Opa! Falei demais”. Droga, as duas tinham falado demais... E por mais que eu confiasse na Thaeme, um segredo só era um segredo porque poucas pessoas compartilhavam da mesma informação. Já bastava a Dona Marizete ter lido a carta e agora também saber o real motivo da minha viagem para a Espanha. Eu não poderia colocar mais uma pessoa naquela confusão.


- Hããã... Nada não, Thá! Isso é exagero da Anjinha – Desconversei – Meninas, sabe do que eu me lembrei agora? Tenho um coquetel para ir mais tarde, queria que vocês olhassem o meu vestido para ver se está bom... – Improvisei dando um sorriso amarelo muito falso e torcendo muito para que a “Lora” acreditasse.


- Claro, Jú! Eu adoro quando você se arruma! Fica parecendo uma princesa – A Bruna emendou com mais animação que o normal. Com certeza ela percebeu que eu estava tentando mudar de assunto e evitar ter que explicar a história para a Thaeme.


- Ahhh, adorei a ideia! Ó, já terminei aqui! Se quiser, já podemos partir para o “Júlia Fashion Model” – A Thaeme deve ter percebido que eu e a Bruninha não íamos falar nada para ela, porque ela resolveu deixar o assunto de lado.


- Perfeito! Bora lá pra cima, então – Chamei as meninas. Deixamos a mesa dando os últimos goles nos nossos sucos e subimos as escadas. As meninas me perguntaram que coquetel era aquele e eu expliquei que era um evento para eu conhecer o pessoal da agência de modelos que eu estava pensando em fechar contrato aqui no Brasil. Eu continuaria trabalhando como manequim para garantir uma renda extra, além daquela que os meus pais estavam me dando, mas eu queria mesmo era começar uma faculdade. Odonto, talvez... Eu gostava de fazer as pessoas sorrirem...


- Aqui meninas, esse é o vestido – Falei depois que entramos no quarto. Peguei a peça que estava pendurada na arara que eu usava como guarda-roupa e a exibi em frente ao corpo. Era um modelo de um ombro só, preto, feito de um tecido que lembrava cetim, e que tinha um detalhe de strass no ombro que dava um charme àquela parte da roupa. O vestido marcava bem a cintura e parava um palmo antes da altura dos joelhos.


- Nossa Jú, vai ficar um arraso! – A Thaeme opinou.


- Vai ser de “derrubar o peão” – A Bruninha disse chegando perto para conferir melhor o vestido – Ai Jú, bem que você poderia dar umas dicas de moda para a Jadelina, né? Gente, eu não aguento o mal gosto daquela menina!


- Nossa, depois daquela bata laranja e daquela bota preta, eu diria que ela precisa, e muito, de umas dicas de moda – A Thaeme comentou enquanto se jogava na minha cama – Adorei o seu quarto, Jú! – Ela elogiou.


Obrigada! – Agradeci, olhando em volta como se quisesse checar a decoração. O cômodo onde estávamos era amplo e bem iluminado por conta da pequena varanda que dava para a rua. Do lado da porta de entrada, ficava a minha cama ladeada por um criado mundo. Na parede oposta, estava a minha arara de roupas, que estava atulhada de sapatos, vestidos, calças e blusas, um espelho, e uma penteadeira (dessas que a gente via em filme antigo), com um espelho, maquiagens, perfumes, notebook e mais algumas tralhas espalhadas pela superfície e em cima do pequeno puff que acompanhava o móvel. A parede onde a cama estava encostada tinha um tom meio alaranjado bem vivo, enquanto as outras foram pintadas de branco... Do lado de fora, na varanda, havia uma algumas plantas (cortesia dos antigos moradores) que coloriam o local.


- Gente, como será que a Jade se arruma para sair? Tipo, como ela escolhe as roupas que ela usa? – A Bruna quis saber.


- Acho que ela fecha o olho e abre o armário. A roupa que sair é a que ela vai usar – Brinquei.


- Tipo assim? – A Bruna fechou o olho e tirou da arara um cabide com uma camisa vermelha. Na sequência ela escolheu uma saia com lantejoulas douradas. Ainda sem ver, ela se abaixou e tirou da parte inferior do meu “guarda-roupa” improvisado uma bota marrom com salto. As peças eram bonitas, mas não combinavam em absolutamente nada uma com a outra.


- Nossa, eu ficaria uma gatinha com esse “look”, hein? – A Anjinha falou irônica.


- Ou que tal esse aqui? – Falei imitando os gestos da minha ex-cunhada. O resultado foi um vestido florido, um scarpin prata com uma echarpe vinho.


- Ahhh, eu quero tentar também! – A Thaeme se juntou a nós e veio separar o seu “look Jade”: “Macaquinho” em um tom meio cinza-prateado com uma bota estilo cowboy marrom e uma camisa florida por cima.


- Gente, como eu ficaria usando isso? – A Thá ria sem parar ao olhar a combinação de roupas que ela tinha separado às cegas.


- Tá aí, vamos vestir e fazer o “Pinóquio Unfashion Week” – Propus.


As meninas adoraram a ideia. Todas nós colocamos os nossos “Looks Jade” e fizemos maquiagens usando tons berrantes de sombra e de blush que não combinavam com nada. Depois nós prendemos os nossos cabelos de maneira muito sem noção. A Brú dividiu os fios em dois e os prendeu estilo “Maria-chiquinha”; eu coloquei todas as minhas madeixas para o alto e prendi de lado e a Thaeme fez um coque gigante no topo da cabeça que ficou muito estranho.


- E agora, na passarela, dicas de como NÃO se vestir! Looks exclusivos separados pela própria Jade Magalhães – Anunciei antes de cair na risada.


Nós três passamos a andar pelo quarto como se estivéssemos desfilando e respondíamos perguntas a repórteres imaginários, dizendo frases como “Com certeza, se NÃO usar isso você vai arrasar na festa”.


Depois nos juntamos e tiramos muitas fotos no celular para deixar aquele momento registrado para sempre.


Minha barriga doía de tanto rir e as minhas parceiras também estavam se divertindo muito. No fim da tarde, eu me joguei na cama e fechei os olhos agradecendo mentalmente por aquela bagunça toda. Ficar na companhia das minhas amigas me fazia tirar o Luan da cabeça, pelo menos um pouquinho. A dor de amar alguém que não se podia ter sufocava o meu coração. E tinha momentos que aquela dor era tão intensa que eu me sentia completamente perdida, como se não houvesse passado, presente ou futuro e só ele existisse. Sempre que eu tinha alguma outra distração eu me agarrava à ela com todas as forças. Eram esses poucos momentos de alegria que me davam coragem de seguir adiante, de seguir sem ele...


***


*** Link para música - https://www.youtube.com/watch?v=Kp2MuzHZyOw *** (Momento Recordar é Viver!)


“Eu sei que é amor e sinto pra valer

 Pois por você eu dou a cara pra bater”


O volume do rádio estava no máximo e eu cantava a pleno pulmões enquanto dirigia de volta para casa. O coquetel da agência foi muito bacana, conheci muitas pessoas interessantes e fiz bons contatos para futuros trabalhos. A noite tinha sido boa, e por isso eu estava até de bom humor. É claro que eu não deixava de pensar no Luan mesmo depois de sair de uma festa cheia de pessoas bonitas, mas agora aquele era um “pensamento” alegre, algo que até me divertia ao invés de me machucar. Era quase como se o Lú estivesse comigo no carro e eu estivesse dividindo a minha felicidade com ele... Pensar assim, às vezes, me fazia sentir melhor.


Virei na rua de casa e imbiquei o carro para entrar na garagem. Vi que tinha um carro parado na frente de casa.


- Poxa, parece que a vizinha finalmente desencalhou – Falei comigo mesma enquanto caçava o controle da garagem. Eu sempre perdia aquele maldito controle.


Achei o que estava procurando e voltei a olhar o carro parado na rua, só por curiosidade. Foi aí que eu percebi que ele estava dando sinal de luz para mim...


Opa! Que estranho! Desci o vidro do carro e abaixei o som (e eu nunca ia entender porque as pessoas diminuíam o volume do carro quando precisava olhar alguma coisa mais atentamente). Olhei para o veículo estava parado na minha porta: uma pick-up preta. Eu não conhecia ninguém que tinha uma daquelas...


Fiquei encarando e então o motorista abriu a porta. Assim que ele ficou em pé do lado de fora o meu queixo foi lá no meu pé e voltou.


- Luan? – Juro, por essa eu não me esperava... Ele não tinha me procurado a semana inteira, e agora estava ali, caminhando na minha direção, lindo de matar com uma camiseta branca contrastando com uma calça escura.


“Como que eu faço para tirar da cabeça

Sendo que você não sai do meu coração?”


Bom, fica difícil tirar da cabeça alguém que não saía do meu coração e muito menos da frente da minha casa...


- A gente pode conversar? – Ele perguntou sério quando se aproximou o suficiente de mim – O carro é do meu pai – Ele foi falando ao perceber a minha cara de perdida.


- Da última vez que você disse isso a coisa não terminou muito bem... – Lembrei. A rua estava deserta, então me permiti fazer um charme antes de deixá-lo entrar (o que era óbvio que eu iria deixar).


- Júliaaa... – Ele falou contrariado antes de rir. Eu adorava quando ele ria daquele jeito...


- Tá bom, entra aí... – Apontei a porta do lado do passageiro. Ele então esticou o braço em direção ao seu carro e acionou o alarme. Na sequência deu à volta e entrou no “Amora”.


Apertei o botão da garagem e entrei em casa com ele ao meu lado.


- Essa música? – Ele riu ao se dar conta do que estava tocando.


- É... Um daqueles momentos “Recordar é Viver” – Brinquei rindo da ironia daquele momento: Eu e Luan juntos com “Sufoco” como trilha sonora? Aquilo já não dava certo na época que nós namorávamos, e algo me dizia que ia continuar não dando certo...
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 Notas finais do capítulo: Só vou dizer uma coisa: Capítulo 7 vai ser, tipo... de tirar o fôlego! Só falo isso!

Gurias, acho que não posto mais antes do Ano Novo, então:
FELIZ 2013 PARA TODAS VOCÊS! 

Eu espero, sinceramente, poder continuar escrevendo para vocês ao longo do ano que vem! Desejo, de coração, muita paz, prosperidade, sorte e sucesso para todo mundo! Que 2013 traga ainda mais sucesso para o Luan e que família Luan Santana continue linda como é hoje! Espero contar com esse carinho e com essa energia tão bacana que vocês mandam para mim! Muito obrigada por tudo! É "nóis" ano que vem! Vamo que vamo e bora quebrar tudo! *--*

P.S: Aliás, 2013 já começa muito bom. Dia 18 euzinha aqui irei no show do Divo! Tô falando que esse ano promete...

Beijo pessoal! E lembrem: Mesmo que a situação esteja complicada, faça como  Julinha: Levanta a cabeça pra coroa não cair! (Isso tá me ajudando muito nesses últimos tempos!)

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