terça-feira, 31 de dezembro de 2013

As histórias que Manu conta Retrô - Tudo o que bombou em 2013 aqui no blog!

E aêê Manuzetes?! (Me achei agora!)

Mais um ano está chegando ao fim! Esse, principalmente, foi muito bacana e produtivo aqui no blog! Rolaram muitas histórias, surtos, comentários e momentos especiais na "nossa casa"! E como recordar é viver, decidi montar uma retrospectiva para relembrarmos juntas um pouquinho de todas as meninas que "brilharam" por aqui e nos fizeram suspirar, chorar, rir e até dançar (Afinal, Anita e Malú são "experts" em inovar em passos de dança. Leia-se a "Dança da Cobra Mal Matada" e a "Noite das Lobas").

Então, "bora" abrir esse baú! O "bonde das Histórias que a Manu conta" está partindo! Garantam os seus lugares e aproveitem essa deliciosa viagem ao "túnel do tempo"!

 Ok, me empolguei! Rs! Vou parar de "viajar" e ir direto ao assunto, ok?

Bora lá!


 Janeiro começou por aqui com previsão de "muita tempestade" a caminho!
Júlia "estreou" 2013 com o pé direito, fazendo todo mundo torcer pelo casal Lúlia e morrer de rir com o "Trio Tempestade".
Julinha nos ensinou que todo mundo merece uma segunda chance, e "A Nossa Canção" foi, disparada, a fic que mais bombou aqui no blog em 2013! Cada capítulo tinha mais de 20 comentários e todo mundo surtou tentando descobrir qual era o segredo da nossa "Garota Tempestade"!
ANC foi tensa, foi dramática, foi romântica e foi muito especial! Sou apaixonada por essa história e não descarto a possibilidade de uma segunda temporada! Afinal, todos merecem uma segunda chance, não é?!




 Depois de muita "tempestade", em fevereiro resolvemos tirar umas férias e passar "Cinco Dias em Cancún". Porque todo mundo merece uns dias de folga, não acham?
Nossa Loba Malú nos "guiou" por essa cidade maravilhosa, nos apresentou o Cocobongo, e fez todas nós suspirarmos com aquele nascer do sol na "Playa de los Deseos". Foram cinco dias de muito amor e diversão que prometem se repetir em Portugal. Porque sempre haverá Cinco Dias para o casal Maluan, não importa onde eles estejam...




E como quem é vivo sempre aparece, em março foi a vez da nossa tão querida Cristal voltar a dar o "ar da sua graça" por aqui. Nada mais justo, já que quando a primeira temporada de "Incondicional" foi publicada, o blog ainda não existia!
Cris voltou com a sua "brabeza" tão característica, o seu mantra pessoal, - "Calma Cristal, calma!" - e claro, envolvida em muito mistério, como de costume.
O nosso "Casal Vidinha" nos fez acreditar que o amor é Incondicional. E para mim, essa segunda temporada foi especial porque nasceu da sugestão de uma leitora-barra-amiga, e também porque tive a oportunidade de colocar as meninas que leem a fic na história!
Para ser sincera, vivo em uma relação de amor e ódio com a segunda temporada de INC: Tem dias que olho e penso que ficou horrível, e tem momentos que penso que a fic ficou realmente muito boa. Vai entender, né?! 
O que eu sei é que a 2ª temp. não foi tão bem recebida, e por isso acabei ficando com um pouquinho de medo de escrever "continuações" daqui em diante. Quem sabe eu não supero esse medo em 2014. Quem sabe...
Por ora, "Calma meninas, calma!" Rs!



Abril começou "Lengedário"! Rs! Sim, esse foi o mês que a Calçola da Trupe brilhou no palco do programa do Marcos Mion!
Não entendeu nada? Eu explico: Fui até a gravação do programa da Record, e por sugestão da Aninha, joguei uma calçola no palco. A ideia era chamar a atenção do Luan e do Mion e DEU CERTO!
Olha aí a foto! A nossa calçola ficou tão famosa que fo publicada até no Instagram do Legendários!
Nesse dia eu também levei uma cópia da primeira temporada de INC impressa e entreguei para a produção do "Lulubs". Quem sabe um dia ele lê, não é? A esperança é a última que morre!



Também em abril, nasceu o "Vida de Luanete" - um espaço dedicado a contar histórias de fãs em suas aventuras correndo o mundo atrás do nosso ídolo.
Foram 11 "causos" espalhados por esse "Brasil Baronil" onde rimos, choramos e sonhamos com o nosso tão esperado abraço. Ou melhor, pelo nosso(quem leu, sabe!).
Ainda estou devendo o último VDL (que será internacional!), mas posso dizer que foi uma delícia poder contar essas histórias. Foi, sem dúvida, uma maneira de me sentir mais perto do Lú! Só posso agradecer a todas as meninas que participaram! Espero que mais "voluntárias" apareçam, e que em 2014 o VDL volte com força total!


Em junho, a nossa casa ganhou uma "roupagem" toda especial! A Thay Campos caprichou no layout, fez capas novas e deixou nosso blog "nos trinques". Fala sério, ficou um arraso! Thayzoca mandou muito! Mil vezes obrigada, Nega!

Já em julho, essa quase-escritora que vos escreve ficou mais velhinha! Aliás, velha não! Experiente! Rs!
E para comemorar, ganhei um post e um vídeo de aniversário super especiais das meninas da Trupe - pra quem não sabe, FC do qual faço parte!
Quem não viu, veja! Ficou lindo demais! Chorei com a homenagem!
E só posso agradecer a Deus por ter colocado pessoas tão especiais na minha vida! Trupetes, em 2014 é noís!


E claro, já que estamos falando em julho, vale lembrar que no dia 07 desse mês o Lú fez um mundo todo especial para nós lá em Itú! Quem foi, sabe quanto aquela noite foi mágica. Foi um dos melhores dias da minha vida, e por isso ganhou espaço na nossa retrô.
Um dia eu vou olhar para trás e lembrar que eu estive na gravação do terceiro DVD, e que foi perfeito!





 Agosto chegou trazendo a fanfic mais meteórica de todos os tempos: A Granfina e o Caipira voltou com a temporada mais doce, doce, doce de todos os tempos!
Essa temporada ainda não acabou, mas já posso adiantar que estou muito feliz com os resultados! Estou caprichando muito, tentando fazer o meu melhor para criar uma história emocionante e divertida para as minhas leitoras e estou recebendo muito carinho e comentários em troca. Olha, não tem coisa melhor, viu?!
E não dá para negar: AGeOC é o meu xodó! Foi a primeira fic que escrevi, e graças à ela recebi muitas coisas boas! É como se eu estivesse amadurecendo junto com a Anita ao longo das temporadas.
Acredito que essa seja a penúltima temporada dessa história. Cinco temporadas me parece ser um número ideal para encerrar o ciclo da nossa querida Any e sua Trupe. Mas até lá, ainda podemos aproveitar todas as loucuras que a nossa Granfina e o seu Caipira ainda vão aprontar!


Ufa! Fala sério, foi um ano agitado, hein? Isso porque eu nem citei a criação do nosso grupo lá no Face que já conta com quase 60 membros. E também nem comentei que agora, em dezembro, o blog chegou às 49 mil visualizações! Tá faltando MUITO pouco para as 50.000! Ahhh, "tamô" bombando, rapáiz! Rs! Brincadeira! Acho que essa é a prova de que tudo está caminhando pelo rumo certo, não acham?

É isso, meninas! Queria aproveitar para agradecer a todas pelo carinho, pelos comentários e pela amizade!
Que em 2014 Deus ilumine a todas nós, que possamos continuar juntas na nossa "casa" e que todos os sonhos possam se tornar realidade!

Um ótimo Natal a todas! Muitos presentes, comilança, e que o nascimento Dele faça a todos nós relembrarmos o que realmente importa nessa vida!

Um ótimo ano novo, cheio de sucessos, alegrias e muito Luan nas nossas vidas!

Como diria o nosso ídolo: O nosso tempo é hoje! Então, que 2014 seja o nosso ano! 

Um grande beijo,

Manu



Capítulo 16 - A Trupe unida de novo! #SQN

Notas iniciais: Eu demorei para postar, né?! Eu sei, eu sei...
Eu juro que vou parar com isso, ok?! Por favor, não me matem!
Cap tá caprichado! E ó, esse é o só o começo!

Aproveitem!
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Ponto de vista do Luan – Equipe dos Entocados
 
Eu estava no Bicuço, voando de volta para casa. No meu iPod tocava o som da banda Nickelback e eu “viajava” em meu próprio mundo, me deixando guiar pelos meus pensamentos, nem ligando para o restante da minha equipe que estava ali comigo.
 
Todos eles estranharam o fato de eu ter passado todos aqueles dias calado. Até disfarcei quando  ouvi o Gutão e o Well de “fofoquinha” na van quando estávamos a caminho de um show. Eles achavam que eu estava chateado por conta da declaração que a Anita dera na saída da festa da Rafa. Ri sozinho na minha poltrona. Ahh, como eles estavam enganados! Eu e a Ní estávamos fazendo todo mundo de bobo direitinho... A minha vontade era de virar para os dois e gritar “Rá! Pegadinha do malandro”.
 
A verdade é que eu não poderia estar mais feliz. Eu e a minha Granfina estávamos bem e havíamos conseguido conversar sobre a nossa filha, colocando tudo em “pratos limpos” de uma vez. Percebi que fui um completo idiota com a minha esposa. A Anita precisou enfrentar uma barra sozinha por causa da minha bobeira de não confiar que ela seria capaz de cuidar da nossa filha. Além disso, por várias vezes ela tentou se abrir comigo, procurar apoio em mim; e eu, por causa do meu ciúme do Pato, só fiz brigar com ela. Mas agora eu já havia me decidido: Eu nunca mais deixaria a minha esposa e filha sozinhas. Era o meu dever ficar ao lado delas, e nada me deixaria mais feliz do que poder ajudá-las e protegê-las.
 
Não era a primeira vez que eu e a Ní cometíamos aquele erro, o de não escutarmos um ao outro e nos precipitarmos ao tomar uma decisão. Mas só o que importava era que nós sempre nos acertávamos e que no fim das contas e tudo sempre ficava bem. E graças a Deus que tudo acaba se resolvendo entre nós, porque eu sabia que muita coisa ainda viria pela frente... Aquele “lance” de fingirmos que estávamos brigados ainda ia render muito... Sem falar que precisávamos pensar com carinho em como íamos contar para todos sobre a Nicole. O assunto era delicado, e eu não queria que ninguém rejeitasse a minha filha. A Anita não suportaria uma coisa daquelas...
 
Mudei a faixa e uma música mais tranquila começou a tocar através dos meus fones. Fechei os olhos e pensei na Nicole, o motivo pelo qual eu andava tão calado naqueles últimos dias. Era claro que eu não esperava por aquilo. Que Deus me perdoe, mas acho que todas as pessoas desse mundo sempre sonhavam em ter filhos perfeitos, saudáveis, "normais"... Bom, pelo menos o que nós acreditamos ser "normal". Por isso, quando a Ní me contou, foi como se alguém tivesse me tirado o chão. Naquela noite foi como se tivessem colocado à prova todo o meu amor pela Anita e pela Nicole. Foi como se tivessem pegado tudo o que eu acreditava ser certo e virado do avesso. Na hora fiquei baqueado, mas a conversa com a Anita serviu para acalmar o meu coração. Ainda sim tudo ainda estava confuso para mim.
 
Demorou um pouco, mas eu consegui colocar a minha cabeça no lugar e entender que a Nicole era mesmo um verdadeiro presente de Deus. A minha “ficha” só caiu mesmo quando em um dos shows que eu fizera durante aquela semana, uma mãe levou a sua filha cadeirante para me ver no camarim. Ela me disse que a menina era muito minha fã e que ouvir a minha voz a ajudava no seu tratamento. E por isso elas haviam saído da sua cidade, gastado com três conduções e passado o dia inteiro na fila. Tudo isso para realizar um desejo da menina...
 
Fiquei imaginando o esforço daquela mulher que enfrentou tudo aquilo sozinha apenas para ver o sorriso da filha e então compreendi: O amor entre pais e filhos era infinito. E a partir do momento que você se torna pai é como se o seu centro de gravidade passasse a ser aquele pequeno ser. Tudo agora passaria a girar ao redor da minha Nicole. E para mim não me importava como ela seria... Bastava apenas que ela viesse, e que eu pudesse segurá-la no colo e ter a certeza que era o fruto de um amor muito puro e bonito que já havia vencido muitas barreiras e que era capaz de transformar a minha vida. Eu não sabia como seria nada dali para frente. Não tinha certeza se seria um bom pai, ou se era capaz de cuidar de uma criança tão especial como ela. Tudo o que eu tinha certeza é que ela seria amada!
 
E a “danadinha” nem tinha chegado e já estava aprontando. Era nítido o quanto a Anita tinha amadurecido desde que descobrira que a nossa filha tinha Síndrome de Down. A minha Ní estava com um jeito mais seguro e tinha algo de diferente nela, um tipo de força que não existia ali antes. Eu, melhor do que ninguém, sabia que ela adorava se fazer de “durona”, mas por dentro não passava de uma garotinha assustada. Entretanto, agora era diferente. Era quase como se a garotinha tivesse amadurecido e se transformado em uma mulher madura e ainda mais dona do seu destino. Era claro que a minha Granfina jamais deixaria de ser aquela menina super mimada e teimosa, acostumada a fazer tudo a sua maneira. Essa era uma das coisas que eu mais adorava nela, a sua personalidade. O problema é que o “jeitinho de ser” da Anita não andava agradando tanto assim as fãs...
 
Rapáiz, as minhas negas estavam “pirando” com aquela história do "Eu te odeio, Luan". Estava “chovendo” comentários no Instagram, mentions no Twitter e cartazes no show dizendo que ela não me merecia e que eu deveria me separar daquela mocréia mal-amada. Eu apenas via tudo aquilo sem poder dizer nada, afinal, havia prometido para a Ní que manteríamos a nossa reconciliação em segredo. 
 
Ainda bem que em breve estaríamos juntos de novo na Toca. Eu já não “guentava” mais aquele trem de namoro escondido. Por mim, nós sairíamos ainda hoje por aí de mãos dadas, mostrando para todos o nosso amor e colocava de uma vez um ponto final nisso. Assim que vissem a nossa felicidade juntos, eu tinha certeza que as minhas Negas iam entender que a Ní era a mulher da minha vida e que era impossível deixá-la. Tá certo que a gente brigava às vezes, mas as minhas “negolas” sabiam que a gente sempre voltava. No fundo, elas torciam pela nossa reconciliação... Porque quem era Luanita era Luanita para sempre, não tinha jeito!
 
O avião começou a pousar e eu senti meu coração bater que nem um doido dentro do peito. Eu tinha pedido para a Rafa deixar tudo no “jeito” lá na Toca para receber a Any de volta. Juntos, eu e a loira, bolamos uma surpresa para a Ní que eu tinha certeza que ela ia pirar. O problema é a minha Granfina não havia me telefonado, nem me mandado nenhum sinal de vida nos últimos dias. Eu não sabia se ela realmente iria voltar e aquela dúvida estava me deixando “doidinho, doidinho”. Por que a Anita sempre conseguia me deixar daquele jeito? Custava me mandar uma mensagem respondendo ao meu pedido?
 
Assim que pousamos, me despedi do Gutão, do Well e do rosto da galera e saí correndo para casa com o Jabuticaba. Eu deixara o meu carro no estacionamento do Hangar, o que facilitava na hora de ir para casa. Só o fato de dirigir o meu Porsche já fazia eu me sentir “em casa”.
 
- E aí, Rafa? Tudo certo por aqui? – Larguei a mala no meio da sala e entrei na cozinha encontrando a minha amiga sentada em uma das banquetas dando comida para a Caramelo.
 
- Tudo na mais perfeita ordem, Lú – Ela me respondeu com um sorriso – Já fiz tudo o que você me pediu. Está tudo organizado lá no jardim!
 
- E... a Anita? – Fiz uma pausa antes de perguntar. A minha ansiedade era tanta que eu tinha até medo de escutar a resposta – Ela já chegou?
 
- Não... – A Rafa balançou a cabeça como se estivesse se lamentando – Nenhum sinal da Any por aqui. Eu até avisei o pessoal da portaria do condomínio que estávamos esperando por ela e pedi que me avisassem se a vissem chegando, mas até agora ninguém interfonou.
 
- Tá que pariu! – Reclamei, me jogando na banqueta em frente a Rafa. A Caramelo me encarou com uma expressão assustada, como se não aprovasse o meu mal-humor.
 
- Calma Luan! Você já tentou ligar para o celular dela? – A loira perguntou tentando me acalmar.
 
- Só dá caixa postal há dois dias... – Contei, desanimado.
 
- E o apartamento em São Paulo? – A Rafinha insistiu.
 
- Liguei para lá hoje antes de embarcar para Londrina. A Dona Clara me disse que a Anita tinha saído logo cedinho com o Pato...
 
- COM O PATO? – Ela repetiu tentando esconder o ciúme.
 
- Calma Rafaela! A Ní me disse que os dois são só amigos... – Falei isso mais para mim do que para ela. Eu ainda não tinha engolido a amizade dos dois.
 
- Ah é? Então por que você está com essa cara de limão azedo? – Ela provocou, sacando que eu também tinha ficado com ciúmes.
 
- Porque eu queria a minha esposa aqui, ao invés de estar por aí com um Marreco metido a besta – Desabafei – E você? Por que está com essa cara de quem comeu jiló? Tá tão afim assim do Pato que já está até com “ciuminho” do cara?
 
- Ahh Luan, cala a boca! – Ela me repreendeu.
 
- Tá apaixonada, tá apaixonada! Rafinha tá amando! – Comecei a zoar com a cara dela recebendo o apoio da Vick que começou a balançar as mãozinhas espalhando papinha para todos os lados.
 
- Shiuu Luan! Shiuuu! Olha o que você está fazendo – Ela ralhou comigo – Calma filha, calminha! Não dá bola para esse bobo do tio Lú!
 
- Você não me respondeu, Dona Rafaela – Insisti fazendo com que ela ficasse vermelha de vergonha.
 
- Tá, tá... Eu estou... "ligeiramente" afim dele – Ela assumiu sem coragem de me encarar nos olhos – Mas é só isso! Tipo, é como se ele fosse o cara certo na hora errada, entende? Não dá para me envolver com ninguém agora... Eu terminei o meu noivado com o Caio, já casei com o Murilo, tive a Vick... Foi tudo muito rápido! Acho que eu preciso de um tempo para cuidar de mim, da minha filha e... de algumas outras coisas que eu estou planejando - Ela fez mistério.
 
- Eu acho que você deveria dar uma chance para o cara, pô... Vocês combinam! Ele tem a “mó” pinta de galã internacional, tipo “gato garoto” dos campos – Sugeri.
 
- Seeei... Você "tá" é querendo tirar ele de perto da Any – A Loira zombou da minha cara.
 
- Nãoo, juro que não! Se bem que seria unir o útil ao agradável, né? – Brinquei.
 
- Ahhh Luan, deixa de ser interesseiro! – Ela voltou a ralhar comigo.
 
- Era brincadeira, Rafinha! Mas eu juro, acho que vocês vão dar certo! Pensa com carinho, vai... – Não dava para acreditar! Eu estava na maior torcida pelo Marreco! Vê se pode uma coisa dessas...
 
- Tá, eu vou pensar no seu caso, ok?! Mas agora, eu vou limpar a bagunça que essa mocinha fez – Ela disse pegando a filha no colo e apontando para toda a “papinha” que estava espalhada pela roupa, mãos e rosto da pequena – E depois vou colocá-la para dormir.
 
- Vai lá... Beijo Caramelo! Cuida da sua mãe, hein? – Fiz careta para a Vick que abriu um “sorrisão” para mim.

- E Lú... – A Rafa parou na porta da cozinha e me chamou – Fica calmo, tá? Eu confio na Any. Tenho certeza que ela vai voltar. Pode parecer que não, mas ela tem juízo. E te ama muito! É só não pressionar muito ela. Bom... Você conhece bem a peça, né? – Ela riu, conseguindo tirar um sorriso de mim também.
 
- Valeu Rafa! Vou tentar ficar calmo. E pode apostar, conheço a Anita melhor do que ela mesma.
 
- Então você também sabe... Ela vai voltar! Então acalma esse coraçãozinho, guri! Você sabe que a Anita é sua “Nega” e que ela sempre volta para bagunçar tudo, mesmo você tentando deixar tudo em ordem... E agora eu fui! Tenho uma Caramelo para cuidar! – Ela saiu, conversando com a filha como se a Vick fosse uma criança crescida, capaz de compreender tudo. Ela já devia tá ficando louca, isso sim...

Fiquei sorrindo sozinho das palavras da Rafinha. Ela estava certa. A Anita sempre fazia aquilo. Ia embora e depois voltava bagunçando tudo na minha vida. Mas fazer o quê? Sem ela nada tinha a menor graça...
 
Peguei o celular e tentei ligar novamente. Caixa postal! Droga! O jeito era mesmo sossegar e tentar pensar em outra coisa.
 
Fui até o escritório e passei a tarde e a noite inteira ouvindo composições que eu recebera. Nós estávamos na fase final da seleção das músicas para o meu novo DVD que estava ficando “chique” demais! Eu estava trabalhando que nem um “cavalo véio” naquele projeto, mas eu sabia que ia valer a pena...
 
As horas passaram voando e quando vi o sol já estava quase nascendo. Tomei um banho e me deitei na cama, encarando o teto. Nada da Anita! E eu achando que já ia dormir ao lado dela naquela noite...
 
Acabei pegando no sono sonhando com a Ní entrando pela porta do quarto e voltando para a nossa casa. Para o nosso mundo...
 
***
Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas
 
- Anda logo, Malú! E se comporta hoje, hein? Nada de pagar mico na frente do piloto “charmosão”! E Divinha, volta aqui! Toma jeito, cadela! – Tentei, sem muito sucesso, botar ordem na minha “Equipe das Poderosas”.
 
Agora que eu estava voltando para a Toca, eu já poderia aposentar o meu "time". Não fazia mais sentido continuar com aquela disputa boba entre o pessoal da Trupe. Mas eu não podia negar: Eu ia sentir saudades daqueles tempos! Eu, Malú, Bruninha, Neymar e Pato nos divertimos muito em Sampa! E foi ótimo passar aquele tempo sozinha, precisando me virar sem a Rafa ou o Luan por perto. Tudo bem que a minha mãe, a Malú e até o Caio estavam sempre ali para me ajudar, mas eu tive que enfrentar muitas situações sozinhas que, sem dúvida, me fizeram crescer muito como pessoa. Porque crescer, não era apenas aumentar de tamanho, mas era também aumentar a sua alma e expandir as suas ideias para se tornar uma pessoa melhor – E era exatamente isso que o meu amor pelo Luan me ensinava todos os dias e que a minha filha Nicole agora estava “reforçando” na minha vida.
 
- Eu estou me comportando, Anita. Para de me encher, tá? – A Malú retrucou com a voz enrolada de sono – Será que não dava para a gente pegar o avião só um pouquinho mais tarde? Pra que madrugar desse jeito? – Ela resmungou.
 
- Eu já disse, esse era o melhor horário! Ou você queria levar uma surra de um bando de Luanetes raivosas na porta do aeroporto? – Retruquei.
 
A situação andava bem tensa para o meu lado desde a festa de lançamento do livro da Rafa. As fãs do Luan tinham declarado guerra a mim só porque eu dissera que o odiava. Fala sério, exagerada essas meninas, né? Será que não dava para sacar que eu estava sendo irônica? E poxa vida! Era só olhar os vídeos e as fotos para perceber que eu e o Luan estávamos quase “nos comendo com os olhos” naquela noite. Será que elas nunca tinham ouvido falar que gestos dizem mais que palavras?
 
Para a minha sorte, as minhas fãs e algumas Luanitas conseguiram enxergar a verdade por “detrás” das palavras e ficaram do meu lado. Mesmo assim, muitas delas descobriram o número do meu celular e passaram a me ligar e mandar mensagens com ameaças. Por conta disso, precisei manter o meu aparelho desligado e fiquei incomunicável com o mundo. Além disso, muitas delas acamparam em frente ao meu apartamento em São Paulo me impedindo de sair de casa. 

Com toda essa bangunça, eu a Malú montamos uma verdadeira missão, digna de 007 para conseguirmos embarcar para Londrina. Para começar, nós saímos escondidas no carro do Pato que nos deixou no CT do Corinthians. De lá pegamos um táxi e seguimos para o aeroporto, onde ficamos escondidas dentro do Black Jack durante todo o dia. A noite, o meu irmão levou as nossas bagagens e a Divinha. Esperamos tudo se acalmar, e então levantamos voo, chegando no Paraná ao mesmo tempo que o sol nascia no horizonte.
 
A pista de pouso estava vazia e não tinha nenhum sinal de fãs querendo me espancar por ali. Ufa! O caminho estava limpo!
 
Pegamos as nossas malas e as colocamos no táxi que eu havia contratado com antecedência. O motorista era o mesmo velhinho que me levara para o aeroporto quando eu saí de casa há meses atrás. Embora dirigisse MUITO devagar, ele fora muito discreto naquela ocasião e por isso ganhara a minha confiança.
 
- Muito obrigada, comandante! – Agradeci o cara com topete de Roberto Justus depois que estávamos prontos para seguir para a Toca.
 
- Sempre que precisar Dona Anita! – Ele bateu continência, brincando comigo.
 
Foi nesse momento que a Divinha decidiu que seria muito divertido dar um banho de “baba” no piloto e pulou em cima dele, derrubando-o no chão e “atacando” sem dó nem piedade.
 
- Divinha, Divinha! Para com isso! – Consegui recuperar a coleira dela que havia escapado das minhas mãos e a puxei de volta, fazendo um tremendo esforço para “dominá-la”. Eu não sabia de onde aquela cadela tirava tanta disposição!
 
- Perdão, comandante! É que ela tem uma personalidade um pouco... forte – Tentei me desculpar enquanto a Malú ajudava o senhor a se levantar.
 
- Personalidade um pouco descontrolada você quis dizer, né? – A Maria Luiza provocou – Viu? Dessa vez não fui eu quem pagou mico na frente do bonitão aqui – Assim que completou a frase ela se de conta do “fora” que acabara de dar. Sem falar mais nada, ela abaixou a cabeça e entrou no carro, vermelha de vergonha por ter chamado o comandante de bonitão na frente dele.
 
- É melhor eu ir indo... Ainda vou precisar passar no vestiário para dar um jeito nessa bagunça toda! Até mais, Anita – Ele saiu andando com um ar contrariado, mexendo nas suas roupas como se estivesse com nojo da sujeira que a Divinha fizera ali. Imagina só quando ele visse que a minha cadela tinha desmanchado o seu topete? Vixi... Acho que o piloto ia ficar muito bravo comigo!
 
Depois de resolver o problema da falta de disciplina da minha mascote, entramos todos no carro e, finalmente, saímos em direção à Toca. No caminho me lembrei do dia em que o Luan me dera aquela casa de presente. Tanta coisa tinha acontecido desde então... Era como se um filme se passasse na minha cabeça: o dia que nos mudamos para lá, o pedido de casamento, as primeiras brigas, as reconciliações, todas as nossas despedidas por conta dos shows e viagens a trabalho... É, a Toca já tinha muita história para contar!
 
Chegamos em frente a minha casa e o taxista nos ajudou a deixar todas as malas na sala. Assim que eu abri a porta, a Divinha já saiu latindo e correndo como uma louca para todos os lados, como se estivesse querendo matar as saudades do seu lar. Pensei que todo mundo ia acordar com o “furdunço” que a cadela estava fazendo, mas ninguém apareceu para nos receber.
 
- Eu não sei você, mas eu estou indo para o meu quarto recuperar o sono perdido! Boa noite, Anita – A Malú me informou antes de subir as escadas. Ela estava com tanto sono que precisou se segurar no corrimão para não cair.
 
Resolvi seguir a fotografa e ir procurar algum lugar para descansar. Subi as escadas e caminhei até o fim do corredor, onde ficava o meu quarto. Abri a porta tentando fazer o mínimo de barulho possível e logo vi o Luan dormindo, todo esparramado na cama. Ele estava lindo, sem camisa, com o cabelo bagunçado e agarrado com um travesseiro. Parei por um segundo para admirar a “paisagem”, feliz da vida por estar de volta.
 
- Lar, doce lar... - Murmurei sorrindo como uma criança.

Caminhei na ponta dos pés até a cama e, com todo cuidado, deitei ao lado do meu marido e me aninhei junto a ele. Quando acordasse, o Lú ia levar um baita susto. Na certa ele não estava esperando me encontrar no nosso quarto... Como será que ele ia reagir à surpresa? Fiquei pensando nisso enquanto fui relaxando na cama, me esticando, os meus olhos começaram a pesar e senti que o sono estava chegando e eu finalmente iria poder descansar depois de um longo dia...
 
Já estava "quaaaase" pegando no sono quando um barulho ensurdecedor vindo do andar de baixo da casa me despertou. Parecia que alguém estava quebrando tudo na sala e na cozinha.
 
- Minha Nossa Senhora, o mundo tá acabando! – O Luan acordou com um pulo, parecendo que alguém tinha dado um choque nele - ANITA?! – Meu marido quase teve um colapso quando me viu ali.
 
- Oi! – Falei meio sem jeito.
 
- MAS O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI? – Ele me encarava como se eu fosse alguma espécie de holograma, que iria se desfazer a qualquer momento.
 
- Ué, não foi você que pediu para eu vir? – Fiquei sem entender nada. Será que não era para eu ter voltado?
 
- Não! Quer dizer... Era! Ai, ai, ai, ai Anita! Agora “cê” me confundiu! – Ele coçou a cabeça, perdido e com muita cara de sono.
 
Ficamos um olhando para a cara do outro, sem entender nada, enquanto o “mundo continuava acabando” lá embaixo.
 
- Ôôôô vocês dois, vão ficar aí olhando uma para a cara do outro? A Divinha e o Faísca estão quebrando a casa inteira! – A Malú abriu a porta do nosso quarto e chamou a nossa atenção.
 
- Puts, a Divinha! – Coloquei a mão na cabeça, cansada só de imaginar a bagunça que a cadela deveria estar aprontando.
 
- Vixiii, “ferrou”! O “Faiscão” vai acabar com a Divinha – Meu marido comentou levantando-se da cama e saindo em direção ao corredor.
 
- O Faísca vai acabar com a Divinha? Não, pera! Não é o contrário, não? – Retruquei zangada, indo atrás dele.
 
Descemos as escadas e chegamos à cozinha, onde o “circo” estava armado. O gato estava escondido no topo de um dos armários e a Divinha pulava e latia tentando pegá-lo e derrubando copos, pratos e xícaras a cada tentativa. Todos já estavam reunidos por ali, assistindo a cena embasbacados.
 
- DIVINHAAAAA! Foi a minha mãe quem me deu esse conjunto de chá, sua cadela maluca! Deixa esse gato idiota de lado e VEM AQUI, AGORA! – Gritei com todo o ar que existiam nos meus pulmões.
 
O grito devia ter sido realmente assustador, porque no mesmo momento a Divinha colocou o rabo entre as pernas e veio até mim com cara de “Foi ele quem começou”.
 
- Vem cá, Faiscão! Tá tudo bem agora, cara!  Não liga para a Divinha, não! Ela é boba mesmo... – O Luan estendeu os braços e o gato pulou no seu colo, se escondendo ali e olhando para nós com uma expressão de “Chupem essa manga, mocréias”.
 
- Boba? Peraê, peraê... Esse gato que é um cretino, nojento! Argh, eu odeio esse Faísca fedido! – Bufei de raiva, com a minha cadela ainda aos meus pés.
 
- O Faiscão não é fedido, não! – O Luan defendeu o seu mascote, também nervoso.
 
No meio do “fogo cruzado” estavam a Dora, Rafa, Vick Caramelo, André e Malú que só acompanhavam a discussão mexendo a cabeça de um lado para o outro, como se estivesse acompanhando uma partida de tênis. Assustada com a bagunça, a minha afilhada abriu um "berreiro", só aumentando o caos que estava na cozinha.
 
- Ahh, quer saber? Então fica aí, como esse gato ridículo! Vem Divinha! – Me virei e sai da cozinha batendo o pé, muito nervosa. Acabei indo para um dos lugares que eu mais gostava naquela casa; o jardim. A Divinha, fiel, veio atrás de mim.
 
Saí e fui caminhando pelo canteiro de rosas até chegar à piscina. Eu estava tão nervosa com a situação que comecei a chorar. Não dava para acreditar que o meu retorno para casa, que era para ser um momento feliz, foi estragado por uma briga besta entre cão e gato.
 
- Pô Divinha, você também não facilita, hein?! – Dei um tapa de leve na cabeça dela querendo descontar a minha frustração.
 
Cheguei até a piscina e me sentei na borda, colocando os pés na água. As lágrimas ainda escorriam pelo meu rosto e a minha cadela tentou secá-las com uma lambida que eu, graças a Deus, consegui evitar.
 
Estava curtindo a minha “deprê”, quando algo chamou a minha atenção. Olhei para o lado e vi na área coberta perto da churrasqueira uma mesa toda decorada. Ao redor dela uma porção de balões coloridos estavam presos em fitas de cetim. Não pude deixar de reparar que os balões estavam meio murchos, mas mesmo assim a decoração ainda estava muito bonita.
 
Cheguei mais perto e percebi que por detrás da mesa havia um mosaico montado com várias fotos com momentos de toda a Trupe na Toca. Também havia muitas fotos minhas com o Luan em diferentes momentos das nossas vidas, desde a época que nos conhecemos até o nosso casamento. Sobre as fotos estava uma faixa com a frase “Bem-vindas de volta, Nís”. Espalhados na mesa haviam cupcakes de diferentes sabores além de pétalas de rosa espalhadas. As pétalas também estavam um pouco murchas, como se estivessem ali já há algum tempo para algum tipo de comemoração esquecida.
 
- Gostou? Pedi para a Rafa fazer para você! – O Luan falou atrás de mim. Levei um susto ao ouvir a sua voz. Eu nem tinha ouvido ele se aproximar – Fiquei te esperando o dia inteiro, mas aí você não chegou... Era para ser um café da tarde. O resto das “coisinhas” estão guardadas na cozinha... - Ele disse com a voz de quem tentava se desculpar por alguma coisa.
 
- Eu achei tão fofo – Suspirei, emocionada – Desculpa se eu não cheguei mais cedo. É que aconteceram alguns... imprevistos. Aproveitei a deixa e expliquei para o meu marido a “maratona” que eu e a Malú fizemos para chegar até Londrina.
 
- Caramba, não acredito nisso! Rapáiz, quer dizer que as minhas neguinhas querem te bater, é? Essas meninas são fogo! – Ele riu – Mas ó, "podexá"! Eu vou cuidar de vocês, tá? Aliás, de vocês... – Ele apontou para a minha barriga, ainda sorrindo – Tô feliz demais que você tá aqui!
 
- Ah é? Não parece! Eu diria, aliás, que você está prefere aquele gato idiota do que a mim – Fiz manha, só porque eu queria ganhar “confete”.
 
- Capáiz, né?! Tá doida, muié?! Você sabe que isso é impossível! – Ele veio até mim e me deu um selinho, acariciando meu rosto de leve - É que se não acontecer alguma confusão não somos nós, né?

Ri do comentário. Não tinha jeito, tudo sempre acontecia com a gente - É que somos um casal com muita adrenalina! - Emendei, para não perder a piada. Acabamos rindo juntos, enquanto eu abraçava o meu marido.
 
- Ahhhh, meu casal favorito está JUN-TO de novo! Vivaaaa! – O André apareceu perto da piscina junto com a Malú fazendo a "dancinha da vitória".
 
- Nossa, já estava na hora! Não aguentava mais esse “draminha” dos dois – A fotógrafa desdenhou.
 
- Ai meu Deus, a Anita já descobriu a surpresa? – A Rafa também se juntou a nós com a filha no colo – Dora, Dora! Traz o resto das coisas, então! O café da tarde vai virar café da manhã! - A empresária anunciou, empolgada.
 
Com a ajuda de todos, rapidamente montamos a mesa com sucos, frutas, pães e torradas. O clima de confraternização foi total. Nós olhávamos para as fotos e relembrávamos todos os bons momentos que toda a Trupe passou junta. Estávamos tão à vontade que, por um momento, eu esqueci que ainda estava brigada com a Rafa. A Malú e o André também pareciam ter se esquecido de que estavam de “cara” um com o outro. O papo rolou solto durante toda a manhã. Até banho de piscina teve. Mantive a Divinha do lado de fora, e o Luan prendeu o Faísca dentro da casa para evitar novas brigas entre os dois. Nós teríamos que dar um jeito de resolver aquela "desavença" entre os nossos dois mascotes, mas por enquanto aquela era a melhor solução para evitar novos "apocalipses".
 
- Luan, você não tinha separado uma música para cantar com a Any? – A Rafa perguntou em meio a conversa.
 
- É verdade, Rafinha! Esses dias gravei uma “moda” que é a cara da minha Grafina. Peraí, vou buscar o violão – Ele correu para dentro de casa e voltou com o instrumento poucos minutos depois.
 
- Me pediram pra gravar essa música, e quando ouvi eu só consegui pensar em você. E agora, depois de tudo o que conversamos sobre a Nicole, eu sei porque isso aconteceu... Acho que essa letra foi feita para você, ou melhor para nós. Eu só queria te falar que você sempre pode voltar para casa, Ní. Sempre!  – O Luan me falou com os olhos brilhando antes de começar a dedilhar o violão.
 
*** Link para música –  http://www.youtube.com/watch?v=JOECnkEwd9Y ***
 
“Prepare sua melhor intenção
Hoje eu vim aqui, vim aqui
Pra te dizer
Talvez não temos tempo
Mas abaixo desse céu há tempo pra vencer
Pra ser o que quisermos ser
Viver o que quiser viver
Você pode ir bem mais além
Se tiver feliz eu vou estar feliz também

Por onde for
Eu também vou
Sua casa é o meu amor”


Escutei aqueles versos com os olhos marejados de lágrimas. Fiz um sinal para ele e então cantei a próxima estrofe com o meu marido me olhando todo orgulhoso. Eu sabia que ele adorava me ouvir cantar...
 
“240 thousand miles from the moon (A 240 mil milhas da Lua)
We've come a long way to belong here (Percorremos uma longa distância para pertencer a esse lugar)
To share this view of the night (Para compartilhar essa vista da noite)
A glorious night (Uma noite gloriosa)
Over the horizon is another bright sky (Além do horizonte há outro céu brilhante)
Oh my my how beautiful, oh my irrefutable father (Oh, minha nossa, que lindo, oh, meu pai irrefutável)
He told me, son sometimes it may seem dark (Ele me disse, filho, às vezes, pode parecer escuro)
But the absence of the light is a necessary part (Mas a ausência da luz é uma parte necessária)
Just know, you're never alone, you can always come back home (Apenas tenha certeza de que você nunca está sozinho, você sempre poderá voltar para casa)

Home, home (Para casa, casa, casa)
You can always come back (Ohhh você sempre pode voltar)"


Continuamos cantando a música juntos, e não pude deixar de concordar com o meu marido: Aquela música realmente fora feita para o momento que estávamos vivendo. E nada poderia me deixar mais feliz em saber que eu sempre poderia voltar para casa, afinal, a minha casa era o seu amor e vice-versa.

- Vem cá, Ní – O Luan me chamou para junto de si, me abraçando e me dando um beijo suave nos lábios – Acho que está na hora de contar para todo mundo sobre a nossa filha, não acha?
 
Entrei em pânico. Eu não esperava por aquilo. Como eu poderia contar assim, tão de repente? Balancei a cabeça em negação para ele, os olhos arregalados de medo. Acho que fiquei tão tensa que até a Divinha percebeu, chegando até mais perto de mim e apoiando a cabeça na minha perna.
 
- Eu posso contar? – Meu marido me perguntou de um jeito carinhoso. Ele pegou a minha mão e a beijou, antes de segurá-la bem firme. Na nossa frente todos esperavam, ansiosos.
 
- Tá, vai lá... Conta – Concordei, escondendo a cabeça no seu ombro e fechando os olhos. Eu não queria ver a reação de nenhum deles.
 
- Então Trupe, é o seguinte: A Nica vai nascer trazendo uma missão muito importante para todos nós: a de aprendermos a olhar o mundo com outros olhos, de amar as pessoas como elas realmente são e a de ter paciência, amor e carinho infinitos para aqueles que são importantes para nós. Essa é uma missão que eu a Ní estamos dispostos a enfrentar juntos, e esperamos contar com a ajuda de todos vocês. Digo isso porque... a Nica é uma criança muito especial e... ela tem Síndrome de Down – O Luan disse tudo isso com a voz firme e segura, como se tivesse orgulho da filha. Ele só deu uma pequena vacilada durante a última frase, respirando fundo antes de completá-la. Mesmo assim, ele estava calmo e tranquilo, completamente ao contrário de mim.
 
Fiquei esperando alguma reação de espanto ou de desaprovação, mas o que eu ouvi me surpreendeu.
 
- Ai meu Deus, ela vai ser uma gata garota mais do que especial! – A Rafa comentou batendo palmas de excitação.
 
- Caraca, a Vick nasceu tirando onda! E a Nica vai ter mel nesse “trem”! – O André soltou a sua “pérola”.
 
- Mas era claro que a filha da Anita e do Luan não poderia ser uma criança qualquer, né? Só poderia mesmo ser uma criança muito especial. Quero nem ver o quanto essa criança vai ser mimada... – A Malú não abriu mão da sua sinceridade.

- Viu, Ní? Falei para você que não precisava ter medo! Esse aqui é o nosso mundo e aqui nada nunca vai nos fazer mal – Meu marido sussurrou no meu ouvido.
 
Abri os olhos e balancei a cabeça para ele, concordando. Mais uma vez, ele tinha razão. Ali, entre amigos, eu não precisava ter medo. Era ali que eu me sentia ainda mais forte, porque eu tinha a certeza que eles sempre estariam do meu lado.
 
- Bom, já que estamos todos aqui reunidos dividindo confissões, eu também tenho algo para anunciar – A Rafa chamou a atenção para si. Ela tinha uma expressão séria no rosto, o que me fez pensar que não vinha coisa boa por aí.

 - Manda aí, dona Rafaela! "Tamô" aqui prontos para te ouvir - O Luan brincou, ainda abraçado comigo.

A loira respirou fundo e soltou de uma vez – Eu estou arrumando tudo e... daqui alguns meses eu vou embora do Brasil.
___________________________________________
Notas finais: Oi? A Rafa tá indo embora? Pode isso produção?! E como fica a Anita e toda a Trupe nessa história?! Vixi, agora é que a coisa vai ficar tensa de vez!
Gostaram da volta da Anita para casa? Foi fofo ela cantando com o Lú, né? Aquela música é a cara dos dois nessa temporada!

Curiosas para o que vai acontecer?
Então eu serei boazinha e vou adiantar:
- Vai rolar reconciliação Luanita no palco do Esquenta
- E vai rolar plano mirabolante para a Rafa não ir embora!
- Bruna e Neymar aparecem no próximo cap também

É gente, eu demoro mas não falho! A fic vai bombar demais daqui em diante! Já tô avisando!

E pra todo mundo que visita o blog, UM ÓTIMO 2014! Que no próximo ano possamos continuar juntas por aqui, nos divertindo muito como sempre! Muita paz, saúde, amor e Luan para todas nós!
Obrigada por todo o carinho! Em 2014 tamô junto porque o que não vai faltar por aqui é história para contar!

Beijo grande e fiquem com Deus!

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sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Capítulo 15 - Clarear

Notas iniciais: "Nunca é tarde pra lembrar que o sol está solto em você". É, as coisas estão começando a Clarear aqui na fic...

Me perdoem a demora! Espero que aproveitem!*
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Ponto de vista da Anita – Equipe das Poderosas
 
- Ní do céu, parece que a Nica está dando cambalhota aqui dentro de você! – Ouvi o Luan falar enquanto acariciava a minha barriga e me olhava com cara de “bobo”. Aquele ali ia ser um pai muito "babão".
 
Nós ainda estávamos na varanda do quarto de hotel, olhando para a cidade de São Paulo aos nossos pés e curtindo o “nosso mundo" juntos, sem ninguém para quebrar aquele tão raro e precioso momento de paz absoluta. Eu já havia me decidido: Nada nem ninguém seria capaz de atrapalhar aquilo. Dali em diante eu assumiria de vez o papel que a vida destinara a mim; o de esposa do Luan e o da mãe da Nicole. E eu estava a disposta a fazer daquele o meu "melhor papel".
 
- Com certeza ela vai ser como o pai...
 
- Gostoso, lindo e cheiroso? – Ele falou todo convencido de si.
 
- Não, Luan! Ela será como você porque não consegue ficar quieta no lugar. Tá sempre se mexendo de um lado para o outro... – Respondi rindo da sua expressão de desapontamento.
 
- Poxa “Paxão”, pensei que você ia falar que a Nica será igualzinha a mim porque nós dois somos talentosos, lindos e especiais... – Ele voltou a se gabar com uma expressão bem pretensiosa no rosto.
 
- Ahhh claro... E a Nick – Dei bastante ênfase a última palavra para lembrá-lo de que eu não gostava que ele chamasse a nossa filha de Nica – só vai ser tudo isso por causa de você, né? Isso tudo não tem nada a ver comigo? – Fiz bico, me fingindo de brava.
 
- Claro que não, Ní! Se a nossa filha puxar essa sua pele macia, esse seu olhar apaixonante e essa boca tão, mas tão... gostosa, acho que não vai ter homem nesse mundo que vá resistir a ela – Ele se aproximou sussurrando cada palavra até chegar bem junto de mim e me beijar suavemente nos lábios, me tirando completamente o foco. Sua mão direita deslizava pelas minhas costas brincando com o zíper do meu vestido enquanto a esquerda me segurava com força, mantendo o meu corpo entre ele e a mureta da varanda.O Luan era realmente muito bom em roubar toda a atenção para si, porque naquele momento tudo o que eu conseguia era me concentrar nele, e apenas nele.
 
Infelizmente, o meu celular começou a tocar ao longe e eu fui obrigada a interromper aquele momento tão bom com o meu marido.
 
- Não atende, não... – Ele me pediu fazendo manha.
 
- Mas pode ser algo importante, Paixão! Poucas pessoas tem o meu número particular – Argumentei procurando o meu aparelho. Demorou um pouco, mas enfim o encontrei largado na mesinha ao lado da porta de entrada. Eu nem me lembrava que havia o deixado lá...
 
- Alô!
 
- Alô, Anita? Oi, é o Pato!
 
- Oi Alê! E aí, o que manda? Você não vai vir para a festa, não? – Perguntei. Na minha frente o Luan fazia careta mexendo a boca sem emitir som como se quisesse dizer “O Marreco não!”.
 
- Então, essa é a questão! Estou aqui na frente, mas aparentemente só entra quem está com o convite em mãos e eu não fui convidado! – Ele me apresentou o seu problema que, felizmente, era muito simples de resolver.
 
- Essa tá fácil! Me espera aí que eu já vou te resgatar – Falei antes de desligar.
 
- Lá vem você, toda amiguinha desse “Marreco”... – O Lú resmungou mal disfarçando o ciúmes.
 
- Qual é, Paixão?! Não se garante, não? – Provoquei.
 
- Anita, Anita, você não fala assim, muié... Você sabe muito bem o quanto eu me garanto – Ele piscou para mim de uma maneira muito tentadora, mexendo na camisa, deixando um pouco da sua barriga aparecer por debaixo do tecido, só para me deixar sem ar. Ele sorriu de satisfação ao perceber que tinha conseguido, mais uma vez, me tirar o foco. Com um ar vitorioso, ele voltou ao assunto – Mas não tô gostando dessa sua aproximação com esse cara. E por que ele tem o seu número particular?
 
- Ele tem o meu número particular porque o Neymar passou para ele – Expliquei – E pode parando com essa implicância toda. Não foi você mesmo que disse que a Rafa estava caidinha por ele? Então, eu só estou tentando dar um “empurrãozinho” nesse lance...
 
- Mas você e a Rafa não estão brigadas? Então porque você quer ajudá-la? – O Luan fez a pergunta me encarando com uma expressão confusa no rosto, como alguém que procura encontrar lógica em uma figura abstrata.
 
- Porque sim, ué... – Retruquei brava, presenteando o meu marido com o meu melhor olhar de “Não se mete aonde não foi chamado” e encerrando o assunto. Eu não precisava explicar o porquê eu estava fazendo aquilo, afinal, o motivo era óbvio – E agora deixa eu ir lá colocar o Alê para dentro da festa. Assim é até melhor, porque não somos vistos juntos. Você volta pelo elevador mesmo e eu dou a volta pelos fundos, combinado? Nos vemos novamente lá no salão, mas sem beijos e abraços...
 
- Sem nem um beijinho? – Ele fez beicinho para tentar me convencer.
 
- Não, Paixão...  Ainda quero manter a nossa reconciliação sob sigilo. Tudo está tão bom desse jeito... Não quero que estraguem essa felicidade e a paz que estou sentindo – Dei um abraço nele, sentindo o seu perfume, o seu corpo quente me aquecendo do frio da noite.
 
- “Cê” tá certa, “Paxão”. Também quero aproveitar ao máximo esse nosso “namoro escondido”. Até porque quando a gente voltar todo mundo vai querer saber de nós, da nossa filha... E eu acho que ainda não é o momento. Primeiro precisamos nos adaptarmos a ideia. Aí sim podemos abrir o jogo e contar para todo mundo – Ele também me abraçou, colocando a cabeça sobre o meu ombro, me balançado devagarzinho de um lado para o outro como se estivesse me ninando.
 
- E você? Já está acostumado com a ideia? – Perguntei baixinho como se tivesse medo da resposta.
 
- Ainda não! Não completamente... Fiquei meio baqueado quando você me contou e não vou mentir, minha cabeça tá pirando aqui com tanta informação. Mas é como eu disse, Ní: Não é por isso que vou deixar de amar a nossa filha, e muito menos você. E não precisa ter medo... Tenho certeza que muita gente vai nos apoiar e nos ajudar nesse desafio. Essa é uma missão muito especial que Deus mandou para nós, e eu estou feliz por poder dividi-la com você – Ele beijou a minha testa carinhosamente e depois passou a mão pela minha barriga, como se aquele gesto fosse capaz de clarear a situação em sua mente.
 
- Ao seu lado eu não tenho medo de nada – Me estiquei toda para poder falar isso bem próximo ao seu ouvido – E agora eu vou... Nos vemos lá embaixo! – Dei um último beijo na sua boca antes de me virar e sair correndo em direção a porta.
 
- Vou ficar com saudades! E nada de bancar a poderosa em cima do palco, senão eu esqueço do nosso acordo e te tiro de lá a força - Ele ameaçou balançando o dedo em minha direção, rindo ao se lembrar do show que eu dera lá na Outlaws.
- Isso eu só faço quando você resolve me provocar se engraçando com piriguetis – Retruquei, fingindo ainda estar magoada por conta do que acontecera aquele dia na boate.
- Anita, espera! Preciso te pedir uma coisa... – Ele chamou assim que virei as costas para sair.
 
- E o que é? Anda logo, Luan! O Alê tá me esperando lá embaixo... – Resmunguei. Com certeza ele estava com ciúmes e por isso estava tentando me atrasar.
- Hãã... Não é nada, não! Pode ir, depois a gente conversa com calma... – Ele desconversou. Era impressão minha ou tinha uma pontada de desapontamento na voz dele? Ai droga! Mas será que eu já tinha estragado tudo? Aquele deveria ser o meu mais novo recorde na categoria “Como deixar o seu marido chateado”.
 
- Ahhh não, Luan! Agora você vai me falar – Voltei a encostar a porta atrás de mim, adiando a minha saída do quarto. Só pelo meu jeito o Lú já até poderia imaginar que eu estava decidida a só deixá-lo depois que conseguisse a minha resposta.
 
- Ué, e o que aconteceu com a pressa? O Alê não estava te esperando? – Ele disse o nome do Pato com bastante sarcasmo, confirmando a minha suspeita: ele realmente estava com ciúme – Não sabia que Marreco não podia esperar!
 
- Luan, para com isso e desembucha, vai! Já disse que não tem nada a ver você ficar com ciúmes do Alexandre – Tentei esclarecer a questão de uma vez por todas.
 
- É sério, Anita! Vai... Depois a gente conversa! Quero falar muito sério com você, mas tem que ser assim... cara a cara, bem pertinho, saca? – Ele mexeu os braços como se me segurasse bem perto dele, demonstrando com gestos que tipo de "conversa" ele precisava ter.
 
- Não vai mesmo me falar? – Insisti. Algo me dizia que ele estava apenas desconversando e tentando me distrair.
 
- Não, agora é a minha vez de fazer suspense! – Ele comentou com ironia, como se quisesse virar o jogo contra mim.
 
- Ahhh Luan, eu te odeio! – Rosnei de raiva. Eu odiava quando ele fazia isso comigo. Virei e sai do quarto batendo os pés, a irritação tomando conta de mim.
 
Peguei o elevador social, pedi a ajuda de um segurança para conseguir chegar a garagem sem ser vista, onde o Pato me esperava dentro do seu imponente carro esportivo. Ele desceu do veículo e me cumprimentou, segurando um belo buquê de rosas vermelhas e brancas e vestindo um terno cor de grafite com gravata combinando, sapatos sociais, cabelo penteados para trás e um perfume que até as pessoas no Japão seriam capaz de sentir. Ele tinha caprichado bastante para o encontro, e eu não poderia negar: o jogador estava muito charmoso e elegante.
 
- Anita, tem certeza que eu devia ter vindo? – Ele me perguntou um pouco apreensivo.
 
- Mas é claro que eu tenho certeza! Qual é, Pato? Tá amarelando agora? Pensei que você fosse do tipo que partia para o ataque e marcava o gol, e não aqueles que ficam só vendo a bola rolar – Provoquei, apostando que aquele era o seu ponto fraco. Nós estávamos no elevador, subindo até o andar térreo do hotel, onde estava rolando a festa.
 
- Pô Anita, aí você pegou pesado, hein?! É claro que eu sou do tipo que marco o gol, né? – Ele parecia ligeiramente ofendido. Ponto para mim! Eu tinha conseguido mexer com o seu emocional.
 
- Então é hora de fazer o que você faz de melhor: Partir para o ataque. Pronto? – Perguntei.
 
- Pronto! – O Alê assentiu, mesmo a sua expressão entregando que ele estava bem nervoso – E você?
 
Eu ia respondê-lo quando o meu celular tocou dentro da minha bolsa de mão. Pesquei o aparelho em meio a bagunça de batom, maquiagem e outros utensílios que poderiam ser úteis em uma festa. Era uma mensagem do Luan. Abri o SMS e comecei  a sorrir que nem uma boba ao ler a resposta à frase que eu dissera a ele quando deixei o quarto. Na tela do meu celular a frase “Eu também te vivo, minha Granfina” ainda brilhava quando levantei os olhos e encarei o jogador na minha frente, com um ar decidido – Mais pronta do que nunca! Bora Pato, é hora da nossa “entrada triunfal”.
 
A porta do elevador se abriu, e nós saímos no saguão de entrada do hotel, que já estava recheado de jornalistas. Milhares de flashes pipocaram em nossos rostos me deixando cega por alguns instantes. Eu e o Pato seguimos caminhando sérios e de braços dados até a entrada do Salão Nobre, ignorando as especulações dos jornalistas.
 
Entramos e continuamos caminhando juntos até o espaço onde a Rafa estava recebendo os seus convidados. Demorou um pouco para que ela nos visse, mas assim que se deu conta de que era o Pato que estava entrando no salão a expressão da minha empresária se transformou. Primeiro ela me pareceu surpresa. Depois que encarou melhor a situação, ela ficou confusa e, por fim, brava. Fiquei sem entender nada. Era para ela estar feliz, não era? Segundo o Luan, a Rafinha estava “caidinha” pelo Pato. Então por que ela estava fulminando nós dois com o olhar?
 
Procurei o Luan com os olhos no meio da multidão. Não demorou para eu encontrá-lo ao lado do Neymar e da Bruna, perto de um dos banners de divulgação do livro. Ele me encarava com uma expressão fechada, como se estivesse se segurando para não me tirar de lá a força.
 
Foi só aí que a minha ficha caiu: Assim com o Luan, a Rafa também estava com ciúmes da minha amizade com o Pato. Ai droga!
 
Na mesma hora soltei os nossos braços e não perdi tempo. Fui até a loira e deixou os dois frente a frente.
 
- Rafa, o Alê é um grande admirador seu. Ele já leu o seu primeiro livro e não queria, de jeito nenhum, perder o lançamento do segundo – Disse, enfatizando bem a parte que ele era a admirava muito.
 
- Sério? Você leu o meu primeiro livro? O “Como ser uma Gata Garota”? – A Rafa perguntou, intrigada. Na certa ela estranhou o fato dele ler um livro destinado à garotas.
- Sim... Quer dizer, não... Minha mãe leu. E ela adorou! Fez ótimas recomendações – O Pato ficou constrangido com a pergunta. Também, coitado! Eu o peguei completamente desprevinido quando resolvi improvisar uma aproximação entre os dois.
- Hãã... Eu trouxe para você – Ele estendeu as rosas para ela, tentando quebrar o clima tenso.
 
Ela agradeceu o presente com um abraço – bem caloroso, por sinal – e os dois trocaram algumas palavras sobre assuntos neutros – tipo comentários sobre a decoração, de como a noite estava agradável e etc. Aquele tipo de "papo" que temos quando encontramos pessoas em elevadores ou em filas de banco...
 
- Pera, pera! Esse momento precisa ficar registrado! Por favor, juntem os dois para que o Will possa fotografá-los! – A Malú pediu toda animada.
 
Os dois obedeceram e logo em seguida um flash estourou, iluminando todos em sua volta.
 
- Anita, você também não tirou foto com a Rafa! – A Malú fez o favor de lembrar. Droga! Será que ela não tinha percebido que eu não estava afim de fingir que tudo estava bem entre nós duas? – Vai logo, Any! E sem fazer cara feia! Já, já o jantar começa e aí eu não vou mais conseguir fazer fotos assim, posadas... Vamos, são só dois segundos. Eu mesmo vou bater a foto – A fotógrafa insistiu, pegando a máquina das mãos do Will e já se posicionando.
 
A Rafa me olhou rapidamente, como se tentasse ler a minha expressão. Eu sabia que ela ficaria magoada se eu negasse aquele pedido, e não era justo estragar a noite dela. Por isso, resolvi aceitar logo de uma vez.
 
- Tudo bem, tudo bem... – Me dei por vencida – Mas então vamos fazer uma foto unindo três gerações: Eu e a Rafa, a Vick e a Nicole! – Sugeri acariciando a minha barriga de leve. Todos concordaram e então eu fui até a Dora, peguei a minha afilhada no colo e me posicionei ao lado da Rafa.
 
- Qual é, cheguem mais perto uma da outra! – A Malú ralhou fazendo gestos com a mão para que nós nos aproximássemos.
 
Encarei a Rafa meio sem jeito. Ela também pareceu estar um pouco constrangida, mas estendeu o braço e o passou sem muita vontade em torno de mim. A cena ainda estava um pouco “fria” demais, até que a minha empresária resolveu quebrar de vez o gelo e me dar um abraço bem caloroso. Sorri, completamente surpresa com aquele gesto de carinho, e foi nesse momento que o flash iluminou os nossos rostos, nos flagrando em um momento de alegria espontânea. Até a pequena Caramelo parecia estar feliz para valer!
 
- Ficou ótima! Uma foto só de Gatas Garotas! – A Malú brincou.
 
Logo depois desse rápido momento de “paz”, eu me soltei do abraço e fui até a Dora com a desculpa de pegar um brinquedo para a Vick. A verdade é que fiquei sem saber o que fazer. Como eu deveria tratar a Rafa depois de tudo? Ela, por sua vez, virou-se e perguntou se o Pato gostaria que ela autografasse o seu exemplar do livro. A loira também me parecia meio sem jeito, como se também não soubesse como se comportar naquela circunstância. Para não dar na cara o seu desconforto, ela desandou a falar, o que resultou em uma conversa animada entra ela e o jogador que também era muito bom de papo.
 
Não muito longe dali, o Murilo encarava a cena emburrado. Na certa, ele estava bravo porque a Rafa havia ignorado as rosas que ele dera a ela, ao passo que agora ela estava agarrada ao buquê que ganhara do Pato, segurando as flores com o maior carinho do mundo. Além disso, agora ele havia deixado de ser o centro das atenções, já que todos os fotógrafos só queriam saber de fotos da Rafa e do Alexandre.
 
Quem também assistia a tudo de longe era o meu irmão. Mas aquele ali era muito mais esperto. Ao vez de ficar “choramingando” pelos cantos como o Bebê, ele tratou de armar uma estratégia para tirar o jogador de perto da sua ex-noiva.
 
- Rafa, os convidados já estão jantando e a banda está apenas a sua espera para começar a tocar – O Caio apareceu de repente ao nosso lado tentado parecer simpático e prestativo, coisa que ele sabia fazer muito bem quando queria – Vamos para o salão? Acho que podemos encerrar a parte dos autógrafos, não?
 
- Nossa, eu já ia me esquecendo da melhor parte da noite... – Ela colocou a mão na cabeça, rindo do seu próprio "deslize" – Nós ensaiamos uma grande entrada! A banda começa a tocar e então eu entro no salão, indo direto para o centro da pista, colocando todo mundo para dançar junto comigo! Vai ser o máximo! Escolhi uma música ótima! Vai ser digno de uma Gata Garota!
 
- Isso que eu chamo de entrada triunfal! – O meu irmão concordou – O pessoal da organização da festa me avisou que estava chegando a hora, aí achei melhor te chamar...
 
- Bom, sendo assim... Alguém viu o Luan? Combinamos de entrar juntos! Ele vai dançar a primeira música comigo... – Ela passou a olhar ao redor, tentando encontrá-lo.
 
Não pude evitar sentir uma pontada de ciúme. Por causa do nosso acordo, eu não poderia dançar com o meu marido.
 
- Não vi o Luan, mas se você quiser, eu posso dançar com você – O Caio se ofereceu.
 
- Não, não... Você dança comigo! Não posso ficar sem parceiro! – Interferi antes mesmo que a empresária pudesse chegar a pensar no convite. Eu queria que a Rafa ficasse livre para o Pato. Claro que o meu irmão fez cara feia para mim, mas não discutiu. Contrariado, ele caminhou até o meu lado, desistindo de prolongar o assunto.
 
- Rafinha, adoraria ter esse prazer... Por favor, dance comigo! – O Murilo apareceu do nada, oferecendo o braço para a ex-esposa.
 
Deu para perceber que ela ficou tem tentada a aceitar, mas minha mãe interferiu na hora certa. Eu não a via desde que saímos todos juntos do apartamento. Por sorte, ela sacou a minha intenção e resolveu me ajudar.
 
- Murilo, meu querido, gostaria muito que você fosse o meu par. Como vocês sabem, o Igor ainda está na Argentina, então eu não tenho ninguém para ser o meu acompanhante nessa dança... – A Dona Clara fez drama. Agora eu sabia de onde vinha o meu talento para a dramaturgia.
 
Sem falar nada, mas nitidamente insatisfeito com o nosso “boicote”, o Murilo posicionou-se ao lado da minha mãe que havia disparado a falar sobre compra e venda de ações no mercado financeiro. No fundo eu tinha dó dele... Eu sabia como era aturar minha mãe falando do seu trabalho, queda e alta do dólar e essas coisas chatas. Agora ele ia pagar todos os seus pecados, eu poderia apostar!
 
- Bom, nesse caso... Acho que eu realmente terei que encontrar o Luan... Senão vou acabar ficando sem par – A Loira comentou meio cabisbaixa.
 
- Mágina! Sem par você não fica! Pato, você faz companhia para a Rafa, não faz? – Tratei de tomar as rédeas da situação antes que todo o meu esforço fosse por “água a baixo”.
 
-EU? – O jogador ficou apavorado – Claro, claro! Sou o maior “pé de valsa” – Ele improvisou, tentando fingir que estava no domínio da situação.
 
- Então já está tudo certo! Vem mãe, vem Dora! Nós vamos entrar e dar o sinal de positivo para que a banda comece a tocar. Depois que a Rafa entrar, aí a gente “cai pra dentro e invade a pista de dança” - Chamei a todos. O plano era acelerar logo aquela dança, antes que algo desse errado entre a Rafa e o Alê.
Entramos no salão que já estava lotado de convidados. Em um canto reservado, alguns membros da imprensa foram autorizados a acompanhar o restante da festa desde que respeitassem o direito de alguns presentes de não querer dar entrevistas.
 
Encontrei a responsável pela organização e a avisei que a Rafa estava pronta para entrar. Demorou cerca de quinta minutos para que a moça, enfim, desse alguns sinais através do seu rádio. A iluminação ficou “baixa”, com apenas um projetor focando diretamente a entrada. A banda começou a tocar uma música em um ritmo lento e as portas duplas foram abertas, abrindo passagem entre um corredor de mesas até chegar a um grande espaço aberto no meio do salão, destinado para a pista de dança.
 
Alguns segundos depois, a Rafa entrou com o braço enganchado ao do Alexandre. O buquê de flores não estava mais nos seus braços e ela sorria e acenava, deslumbrante. O Pato fazia muito bem o seu papel de acompanhante caminhando com uma postura ereta e muito confiante. No meio do caminho ele olhou para a mulher ao seu lado e também sorriu, os olhos se derretendo de admiração.
 
Assim que os dois chegaram ao centro da pista de dança, o ritmo da música mudou,transformando-se em um rock, muito animado e ótimo para dançar. Não demorou muito para eu reconhecer: Era a música predileta da Rafa, uma que ela sempre cantava quando a situação ficava “preta”.
 
Quando o ritmo da música aumentou, o Pato segurou a Rafa pelas mãos e a girou de uma maneira muito graciosa. Eles começaram a dançar super sincronizados, girando, balançando os braços, mexendo os quadris e sorrindo. Agora eu entedia o porquê eles haviam demorado tanto para entrar na pista. Com certeza o pessoal da organização oferecera um “curso rápido de dança” para os dois. Eles faziam uma coreografia simples, mas que parecia ficar muito melhor por conta da alegria e disposição dos dois.
 
“Clarear!
Baby, clarear!
Pelo menos um pouco de sol
Eu só quero clarear
Quando não houver
Mais o amor
Nem mais nada a fazer
Nunca é tarde
Prá lembrar
Que o sol está solto
Em você...
Um pouco de luz nessa vida
Um pouco de luz em você”

 
O refrão tomou conta do salão e todos nós entramos na pista de dança. Eu e o Caio; Murilo e a minha mãe; Dora e Luan; André e Nádia; Malú e Will Buna e Neymar. Ninguém estava se importando muito com os passos, só o que valia era a diversão.
 
Lá pelo final da música, vi a Malú se soltar das mãos do Will, girar de uma maneira exagerada balançando os braços e “acidentalmente” acertar com tudo o nariz já machucado da Nádia, que “por um acaso” estava atrás da fotógrafa junto com o André.
 
A ruiva gritou desesperada quando sentiu que o curativo havia saído e que o seu nariz estava esguichando sangue. Ela saiu correndo da pista em direção ao banheiro, deixando o André sozinho e confuso no meio da pista. Aparentemente o diretor não vira a Malú acertando a Nádia e, muito menos, o machucado reaberto da sua acompanhante.
 
Olhei mais atentamente e percebi que ele estava sem óculos. Agora estava explicado a sua “cegueira”! Porque só mesmo alguém que não enxerga para não perceber aquela confusão toda! 

Fiz um sinal para o meu irmão e nos aproximamos dele. Peguei a sua mão e improvisamos uma “dupla de três” para que pudéssemos conversar.
 
- Onde está o seu óculos, André? – Perguntei em meio a música que seguia em um ritmo empolgante.
 
- Não sei! Ele SU-MIU! Eu o deixei em cima da minha mesa por alguns instantes e PUF! Quando olhei não estava mais lá! – Ele se aproximou de mim para me contar.
 
- E por que a Nádia não te ajudou a procurar? – Especulei. Ao ver a nossa conversa começar a "rolar solta”, o meu irmão desistiu de tentar nos acompanhar e saiu da pista, nos deixando sozinhos.
 
- Porque... eu fiquei com vergonha de contar para ela que enxergo muito mal sem eles – Ele confessou parecendo um “menininho” que tinha acabado de fazer uma “arte”.
 
- O QUÊ? – Não consegui acreditar! O André, aquele cara cheio de personalidade e tão ousado, tinha ficado com vergonha de assumir algo tão banal?
 
- Qual é, Anita? Você sabe como é...Não é fácil ser nós mesmos! As pessoas sempre nos JUL-GAM pelo que deixamos de ser e não pelo o quê somos. Quantas vezes eu e você não pagamos pela nossa personalidade? E quantas vezes você não quis ser apenas... normal? Essa noite eu queria ser “normal”, só isso... – Ouvi o André falar enquanto tentávamos, sem muito sucesso, manter os nossos passos de dança pela pista.
 
Parei para pensar um segundo. Ele tinha razão. E de repente tudo fez sentido. Para ser eu mesma sem ter problemas com isso era necessário estar entre aqueles me amavam e me aceitavam como eu era. Tanto eu como o André estávamos procurando aceitação nos lugares errados.
 
- André, não esquenta com isso! Se a Nádia não pode te aceitar usando óculos, então ela não te merece. Deixa isso para lá e vem para o “nosso mundo” – Disse confiante, sorrindo para ele de maneira encorajadora.
 
- Nosso mundo... – Ele repetiu as palavras olhando em volta. Não precisou muito para que ele “pegasse” a ideia.
 
O problema é que quando o André “pegava” uma ideia, ele sempre a levava muito a sério. Um  brilho determinando brilhou nos seus olhos e ele me girou pela pista em uma velocidade impressionante. Ele mirou um ponto e seguiu até ele de maneira determinada. Quando me dei conta, nós estávamos logo atrás da Malú e do Will que dançavam despreocupadamente na pista.
 
O André nos posicionou perto deles e passou a bailar comigo fazendo um passo que o fazia andar de costas enquanto eu tentava acompanhá-lo da melhor maneira que conseguia. Quando queria, o diretor sabia ser um ótimo dançarino, completamente ao contrário de mim...
 
Ele foi indo, indo, indo cada vez mais para trás... até chegar bem perto do Will. Então ele estendeu o pé em um gesto sutil, quase imperceptível, mas suficiente para fazer o jornalista tropeçar, perder o equilíbrio e cair por cima da Malú. Os dois rolaram pelo chão, indo parar aos pés da Rafa e do Pato que pararam para olhar a cena sem entender nada.
 
O Will levantou bravo, largou a Maria Luiza no chão, e quis tirar satisfação com o Dé. Não sei da onde, mas o Luan apareceu do nosso lado, pronto para defender o amigo. Já imaginei o maior “barraco” armado e as manchetes sobre a pancadaria nos jornais do dia seguinte.
 
Por sorte, a Rafa foi mais esperta e chamou pelos seguranças que, muito solícitos, levaram o “baderneiro” para fora do salão enquanto ele esperneava aos berros.
 
- Me segura, Luan! Me segura, Divo! Porque senão... eu A-CA-BO com esse mauricinho – O André gritava com o peito estufado, fazendo a maior pose de mal, como se ele o “fortão” da festa. O detalhe é que ninguém estava o segurando. Se ele quisesse realmente ter brigado com o Will, ele poderia ter o feito antes dos seguranças chegarem. Mas era claro que ele jamais faria isso. O André era do tipo que só “tirava onda”. Essa era a sua especialidade!
 
A música acabou e a banda cumprimentou a todos, sempre muito empolgados - Boa noite, pessoal! Para nós, do Roupa Nova, é um prazer estar aqui em uma noite tão especial! E eu já vi que a galera está animada, então bora! Vamos continuar nesse clima bom... Quero ver todo mundo tirando o pé do chão agora!
 
Enquanto os músicos se preparavam para a próxima canção, ouvi a Rafa conversar com o Pato. Eu não queria "bisbilhotar" a conversa alheia, mas foi mais forte do que eu. Ao longe, o Neymar, a Bruna e o Luan faziam gestos com a mão querendo dizer que eu era uma "gansa" por me meter onde não era chamada. Ignorei a brincadeira sem graça deles e me concentrei no assunto. Eu estava muito envolvida naquele caso para ignorar uma conversa daquelas!
 
- Obrigado por dançar comigo! Agora, se você quiser, pode ir dançar com a Anita... – Ela falou meio sem jeito, tentando fingir que não se importava.

- Se não tiver problema, eu gostaria de continuar dançando com você, Rafaela – Ele respondeu com a voz firme, sem soltar  a mão dela.

- Não, por mim não tem problema... É que eu pensei... Você e a Anita não estão... juntos? – A voz dela vacilou por um momento. Dava para sacar que ela estava com medo daquela resposta.
- Nãããoo! Eu e a Anita somos apenas amigos! – Ele tratou logo de esclarecer – Junto eu só quero ficar com você, Rafaela - O Pato foi direto ao ataque, sem rodeios! Ótimo! Eu sabia que a Rafa não curtia homens que não tinham atitude.
 
- Olha Alexandre, eu gosto muito de você, mas não quero te dar falsas esperanças. Nesse momento, eu não quero estar junto de ninguém que não seja a minha filha ou os meus amigos. Não é nada pessoal, mas... já me machucaram demais. Eu quis tanto que o amor acontecesse na minha vida que acho que fui castigada pela minha pressa. Agora tudo o que eu procuro é paz – A minha empresária respondeu com uma voz tão séria e grave que eu mesma não reconheci.
 
Uau! Estava rolando uma verdadeira D.R. em meio a um jantar dançante. Isso é que eu chamava de festa bombástica!
 
- Tudo bem, Rafaela. Mas eu só quero que você saiba que para ser um atacante, uma das principais características que se precisa ter é sempre acreditar que dá para virar o jogo, que a bola vai entrar e que vamos vencer a partida. E é por isso que eu não desisto assim tão fácil...

*** Link para música
https://www.youtube.com/watch?v=oLv8ZPZrbf4 - (Certeza que você já dançou essa em alguma festa por aí!)

Logo após a frase "impactante"do Alê, a banda puxou a introdução da música indispensável em todas as festas (de formaturas a casamentos, passando por batizados, aniversários e até mesmo lançamento de livros) encheu o salão colocando todo mundo dançar. “Whisky a Go Go” tinha a letra mais manjada de todo o Brasil e o poder de colocar até as “vovozinhas” para requebrar na pista. Era a típica música que não deixava ninguém parado e que contagiava a todos, independente da idade.
 
Como prometido, o Pato não largou a sua acompanhante que também não resistiu às investidas do jogador. Os dois continuaram bailando pela pista, e eu estava começando a achar que o Alê ia conseguir conquistar a Rafa de vez. Era só uma questão de tempo...

O André tratou de ajudar a Malú a se levantar e saiu rodopiando com ela pela pista, como se nada tivesse acontecido entre os dois. De longe vi a Maria Luiza tirar os óculos do diretor de dentro do seu decote e colocar de volta no rosto dele. Certamente ela havia sumido com eles de propósito, só para causar o “caos” entre o diretor e a Nádia. A Dora se arranjou com o meu irmão enquanto minha mãe tomava conta da Caramelo e o Murilo puxou uma desconhecida para a pista, tentando "esfregar" na cara da Rafa que ele também tinha arrumado uma nova companhia. Claro que a Loira nem ligou para ele, né?
 
- A gatinha está sozinha? – Ouvi a voz do meu marido sussurrar no meu ouvido.
 
- Não! Tem um cara me esperando lá fora... É que o nosso lance é meio proibido – Brinquei.
 
- E será que esse cara vai ficar com muito ciúmes se eu te tirar para dançar? – Ele piscou para mim tentando me seduzir (O que ele sempre conseguia!).
 
- Se for apenas uma dança... – Dei de ombros.
 
- Isso depende de você! Se continuar me olhando assim, uma simples dança pode acabar fazendo eu me apaixonar...
 
- E se for essa a intenção?
 
Ele se inclinou para me beijar, mas eu o detive colocando as mãos em seus ombros – Olha o nosso trato, Luan! Escondido é mais gostoso, lembra?
 
Ele apenas fez bico, como estivesse fazendo um esforço tremendo para se controlar, mas não disse mais nada. Começamos a dançar, os nossos olhares colados um no outro, os nossos corpos se entendo sem que precisássemos de muito esforço. Embora eu soubesse que nós não deveríamos estar dando aquela "bandeira" em frente a todos, não consegui resistir. A festa estava ótima, a banda estava mandando bem e eu tinha o meu marido ali, todinho só para mim... A ocasião pedia uma dança, definitivamente. Eu me preocuparia com o resto depois...
 
- E o que você tinha para me falar? – Interrompi a dança para perguntar. A curiosidade já estava me matando.
 
- Já disse, Ní! Agora é a minha vez de fazer mistério. Estou esperando a oportunidade certa para te falar... – Ele desconversou, rindo da minha cara ao mesmo tempo que voltava a me conduzir pela pista.
 
- Isso não é justo! – Reclamei fazendo beicinho.
 
- Também não é justo eu estar aqui, tão perto de você e não poder te beijar... – Ele aproximou os nossos rostos o máximo que conseguia sem que eles se tocassem. Senti a sua respiração contra a minha e por um momento quase joguei tudo para o alto, me esquecendo de todos os nossos acordos. Mas dessa vez foi o Luan que me deteve colocando o dedo de leve nos meus lábios – E além do mais, já disse! Estou esperando o momento certo – E isso foi tudo o que ele me disse pelo resto da festa.
***
 
A noite correu sem problemas. Todos nós nos divertimos e dançamos muito. De começo eu pensara que Roupa Nova era uma banda para velhos, mas agora havia chegado a conclusão que eles eram sim uma banda para velhos, mas para "velhinhos" muito bem dispostos e de bem com a vida. 

Quando a festa acabou, os repórteres posicionaram-se na saída do Hilton para tentar ouvir uma “última palavra” dos famosos presentes no evento. Eu e o Luan saímos lado a lado, ainda tomando o cuidado de tentar fingir que estávamos brigados. Ele fazia cara de bravo para mim e eu retribuía com a expressão séria e os braços cruzados em frente ao corpo. Por dentro eu estava me divertindo horrores daquela situação.
 
- Anita, Anita – Uma repórter magrela usando óculos grandes demais para ela chamou – Você e o Luan dançaram juntos a noite inteira. Isso significa que vocês voltaram?
 
- Eu? Voltar com ele? – Apontei para o meu marido com cara de desdém – Mágina! Eu o odeio!
 
- Capáiz mesmo... Não volto com essa mulher nem a pau! Ela fala que me odeia, mas quem não “guenta” ficar nem um minuto do lado dela sou eu! – O Luan retrucou antes de entrar na van que já o esperava e o segurança fechar a porta. Eu sabia que ele tinha compromissos profissionais no dia seguinte logo pela manhã, por isso não iríamos dormir juntos naquela noite.
 
O carro arrancou dando lugar a um sedan preto que me levaria para casa. Entrei no veículo e fiquei lá dentro esperando pela minha mãe e o meu irmão, que iriam comigo para o nosso apartamento.
 
Peguei meu celular para mandar uma mensagem para o Luan. Eu estava agoniada. Só naquela noite eu dissera a ele duas vezes que o odiava. Eu precisava ter certeza que ele não tinha levado aquelas palavras a sério. Digitei rapidamente no meu Iphone e enviei o SMS:
 
“Você sabe que todas as vezes que digo que te odeio na verdade eu quero dizer que te amo, né?
 
Menos de um minuto depois, recebi a resposta:
 
“Sei sim! Até porque é impossível me odiar, né minha Granfina?"
 
Não consegui segurar o riso. Eu tinha um marido muito bobo. Mas resolvi tirar proveito daquela situação:
 
“Na realidade, eu vou te odiar de verdade se você não me contar o que está escondendo de mim... Vai Lú, fala logo! Sabia que grávidas não podem ficar ansiosas ou nervosas? Faz mal para a gestação...”
 
Era claro eu estava jogando sujo, mas a curiosidade estava me matando! Eu precisava saber! Aquele mistério estava me deixando louca!
 
“E você sabia que eu odeio quando você apela desse jeito? Assim eu não resisto, ‘Paxão’! Mas tá certo... Não quero que a ‘barrigudinha’ mais linda desse ‘nerverso’ fique nervosa. Eu tinha ensaiado umas palavras bem bonitas para te falar e estava esperando o melhor momento para te pedir isso. Mas a festa foi muito animada hoje, então eu não tive a oportunidade. Mas eu ‘num guento’ mais esperar, por isso vou resumir o meu pedido em duas frases. É o seguinte: Estou indo fazer alguns shows e volto para casa na segunda que vem. Te espero lá na Toca, combinado?”
 
Li a mensagem várias vezes enquanto a Dona Clara e o Caio chegavam e o carro arrancava em direção à nossa casa. O recado era claro: O Luan queria que eu voltasse para casa.
 
Olhei as ruas de São Paulo através do vidro do automóvel em movimento. As luzes brilhavam nos prédios e me fizeram lembrar da nossa conversa lá na cobertura do Hilton. E não foi difícil tomar a minha decisão. 


Era hora de arrumar as malas. Era hora de voltar para casa.
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Notas finais: Oi? Anita finalmente vai voltar para casa? Vivaaaaa! Confirma isso, produção?
Já aviso que esse retorno vai bombar! Quem tá ansiosa para ver a Trupe toda reunida novamente grita EU!
E como será que a Rafa e companhia vão receber a notícia sobre a Nicole? E esse lance do Pato e da Rafa? E como as fãs vão aceitar esse suposto "ódio" entre o Casal Luanita? Sei não... Tô achando que vai rolar briga, hein...

É, AGeOC tá bombando! A quarta tá temporada tá boa demais, rapáiz!

Beijo meninas! Um Natal abençoado e cheio de boas energias! Que o nascimento do menino Jesus faça com que todos nós lembremos o que é realmente valioso nessa vida!

"Um pouco de luz nessa vida, um pouco de luz em você" - É o que desejo para todas nós! 

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