Segunda Página
Sexta-feira à noite, chuva na janela e eu no escritório trabalhando até tarde. Ótimo! Espero, pelo menos, que o pagamento das horas extras do mês seja o suficiente para comprar aquele sapato que estou querendo...
Sexta-feira à noite, chuva na janela e eu no escritório trabalhando até tarde. Ótimo! Espero, pelo menos, que o pagamento das horas extras do mês seja o suficiente para comprar aquele sapato que estou querendo...
***
Saio cansada, estressada, com fome e de TPM. No caminho até o carro molho o que restou do meu bom-humor. Melhor impossível!
Trânsito! A cidade parada por causa de um temporal e do show de um desses cantores sertanejos da moda.
Aff! Não quero saber de nenhum dos dois. Tudo o quê eu quero é a minha cama, mas ainda tem o tal jantar...
E falando nele, o telefone está tocando. É o “Amor” de novo...
Lanço mão da minha desculpa de “sempre” - Mô, já disse que daqui a pouco estou aí! Você sabe que o dia foi cheio no escritório hoje, só consegui sair agora... Mas vou correr aqui! Não perco esse jantar por nada!
A verdade? Eu toparia qualquer coisa para me ver livre daquela chatice de “reunião familiar”.
Papo furado do namorado, beijinhos e pedidos para que eu não demorasse e, ao fim da ligação, eu tinha conseguido enrolá-lo direitinho mais uma vez! Homens...
Desliguei o celular, liguei o som e tentei encontrar um pouco de paz no meio daquele caos de carros, temporal e show.
***
Chuva caindo, cansaço pesando nos ombros, as ideias voando longe, algo batendo, cabeça se chocando com força contra o vidro, tudo ficando embaçado...
Droga! Eu havia batido o meu carro em uma van ao passar em um cruzamento! Isso era tudo o que eu conseguia raciocinar naquele mosaico de barulho, medo, buzinas e freadas...
Droga! Eu havia batido o meu carro em uma van ao passar em um cruzamento! Isso era tudo o que eu conseguia raciocinar naquele mosaico de barulho, medo, buzinas e freadas...
Um homem alto de terno e muito educado apareceu ao meu lado e me perguntou se estava tudo bem. Era claro que não estava, não era?
Não sei bem o quê aconteceu depois, mas fui levada para dentro da van e alguém nos guiou para um canto mais “tranquilo” da avenida.
Eu ouvia por cima as palavras “polícia”, delegacia, “show” e uma voz encantadora, como o canto de uma sereia, que parecia me carregar para longe dali... Mas a minha cabeça ainda rodava, então talvez fosse só a minha imaginação voando muito alto. Era difícil dizer...
Depois rolou um papo de “gente grande”. Boletim de Ocorrência, chamar o seguro, assinar papéis, tomar remédio para dor de cabeça, voltar para a van, ouvir AQUELA voz de novo, tentar decifrar se estava fantasiando ou se ela era real... Muita coisa para pouco eu!
"Então está tudo certo! Aqui está o meu cartão, qualquer problema com o conserto do carro, por favor, me ligue. Espero que já esteja melhor da cabeça"
O cara de terno disse estendendo um cartão muito chique onde estava escrito “empresário”. Dei sorte, bati em um cara rico! Sinal que o conserto do meu carro estava garantido.
Agradeci com o máximo de educação que a situação permitia, e também lhe entreguei o meu cartão.
O lado bom: o motorista da van assumiu a culpa e o estrago no meu “querido carrinho” não foi muito grande. Até daria para usá-lo naquela noite mesmo.
O lado ruim: eu estava prestes a ver o “Amor” virar “Fera” por conta do meu atraso. Quando eu disse que toparia qualquer coisa para não ir ao jantar era apenas um desabafo. O pessoal lá “de cima” precisava parar de me levar tão a sério e atender as minhas preces assim, tão rápido...
"Pô cara, convida ela para o show de hoje..."
A voz encantadora falou de uma maneira perigosamente inocente e despreocupada.
Talvez se tivesse ouvido com mais atenção, eu teria percebido o real perigo daquele convite. Sedutor, educado, cortês... O tipo de situação que te induz ao erro. Mas eu estava cansada, tonta, encantada e, sobretudo, atrasada em doses muito altas para me dar de conta.
Além disso, eu fazia a linha de garota que gostava de desafios, e aquele garoto fazia o meu tipo.
"Convite aceito!"
Foi como lançar os dados de um grande jogo de tabuleiro onde o destino da minha vida estava em jogo. Foi ali que a palavra destino passou a fazer sentido para mim.
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Manu sou uma pessoa ansiosa e curiosa também. Lendo esse dois "capítulos". Me veio na cabeça uma fic... Será? Ou é coisa da minha cabeça por ler tantas haha. Enfim misterioso só sei que vou continuar aqui lendo . Por que ja me prendeu.. bjs Ju
ResponderExcluirConcordo com vc parece mesmo uma fic, fiquei viciada já. Estes dois "capítulos" são intensos, adorei o mistério que paira no ar. beijos
ExcluirOiii meninas!
ExcluirEntão, não tenho como falar se é uma fic ou não. Como expliquei lá no começo, estou esperando novas mensagens da "Estagiária" para desvendar esse mistério.
Vamos descobrir juntas! Sei que estou curtindo esse mistério!
Beijo grande!