quinta-feira, 28 de maio de 2015

Capítulo 10 – Morde e assopra

Notas iniciais: O clima está tenso, Braaaasil! 
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- Booom dia, dorminhoca! Acorda!

Abri os olhos só o suficiente para ver minha mãe sentada ao lado da minha cama tentando me fazer acordar. Fechei os olhos novamente e me concentrei: eu não tinha aula, não tinha ensaio, tampouco algum compromisso de família. Então por que ela estava querendo que eu saísse da cama se, supostamente, aquele era o meu dia de folga?

- Vamos Gabriela, deixa de ser preguiçosa! Tenho uma surpresa para você! – ela pressionou sabendo que eu não resistiria: meu ponto fraco era a curiosidade.

Vencida pela vontade de descobrir o que estava acontecendo, me espreguicei e me sentei na cama, coçando a vista para tentar enxergar melhor.

- Como está a melhor Julieta dos últimos tempos, segundo a opinião do pessoal da Companhia Bolshoi? – dona Beatriz era só sorrisos. Parecia que tinha visto “passarinho verde”.

Passei a mão pelos cabelos relembrando a noite anterior: Edu falando que eu estava o surpreendendo, a nossa caminhada de volta para casa abraçados, a conversa na frente de casa até altas horas da madrugada, o beijo de despedida e a frase de “durma bem e sonhe comigo” que ouvi antes de deixá-lo. É, acho que poderia dizer que a minha noite foi boa. Bem boa...

- Com sono – resmunguei de volta. Por conta do dia cheio, eu não havia conseguido dormir direito. Fiquei acordada, mexendo no celular e relembrando os melhores momentos da apresentação, da alegria da minha mãe, das reações do público...

- Também, pudera! Ficou até tarde conversando na frente de casa...

Oooops! Pega no flagra novamente...

- Ai mãe, é a minha última semana de férias. Só quero aproveitar um pouco... – tratei de mudar de assunto antes que ela começasse um interrogatório sobre o Edu.

- Mas é exatamente sobre isso que eu quero falar – ela levantou com um brilho travesso nos olhos e foi até a escrivaninha que ficava do lado oposto do meu quarto. Observei enquanto ela parecia fazer esforço ao ajeitar algo em seus braços.

Assim que se virou, não acreditei no que vi. Dona Beatriz carregava uma bandeja de café da manhã completa. Uaaauu! Ser Julieta estava rendendo bons frutos...

- Bom... – fez uma pausa para ajeitar a bandeja entre nós duas sobre a cama – A apresentação ontem foi um sucesso. O pessoal do Bolshoi amou você e, assim que abrirem vagas para a companhia, vão me mandar um e-mail para agendarmos um teste – o sorriso de contentamento quase não cabia no seu rosto – Além disso, tudo indica que a nossa companhia será convidada para apresentar o espetáculo em festivais e premiações de balé em outras cidades. Hoje mesmo começo a trabalhar nisso! Mas, por enquanto, quero que você aproveite os seus dias de folga. Ainda falta uma semana para as aulas começarem, então aproveite o tempo livre. Nada de se preocupar com ensaios e com a dieta.

- Foi por isso que você montou esse café para mim? – eu quase não conseguia acreditar. A bandeja estava caprichada com sucos, cereal, salada de frutas, bolachas recheadas e – o que de longe me chamou mais atenção – um generoso pedaço de bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro: o meu predileto. Eu não lembrava a última vez que tinha comido um daquele!

- Isso mesmo! Se tudo der certo, em breve teremos que voltar aos ensaios. E ainda vai ter o colégio, né? Então quero que você descanse nesses dias, aproveite para repor as energias e se preparar para os desafios que vem pela frente...

Por mais que tentasse disfarçar, a última frase veio carregada de significados. Eu sabia que aquele ano seria decisivo para mim e minha mãe fazia questão de bater naquela tecla sempre que possível. Entre as principais escolhas, eu teria que decidir se a)eu conseguiria passar na audição do Bolshoi – ou de qualquer outra grande companhia de dança – e iniciar uma carreira profissional como bailarina b)escolher o curso que gostaria de estudar na faculdade – que, obviamente, teria que ser relacionado com dança para assim conseguir manter a escola de balé da minha mãe c)no meio disso tudo, tentar convencer a minha mãe a me deixar fazer um intercâmbio, porque na verdade não estava muito interessada nas duas primeiras alternativas.

- Você não vai comer? – ela interrompeu os meus pensamentos, olhando para mim de forma ansiosa.

- Já que você faz questão... – dei de ombros, fingindo indiferença. Mas assim que peguei o garfo na bandeja, ataquei o bolo sem nenhuma cerimônia. Meu Deus, como aquilo era bom!

- Vai devagar, Gabriela! Não é porque está liberado que precisa comer tudo de uma vez – dona Beatriz me repreendeu, mas fingi nem ouvir. Afinal, dieta liberada significava comer o que eu quisesse e na quantidade que bem entendesse.

- Bom, vou deixar você aproveitar o seu banquete! Tenha um bom dia, filha! – ela me deu um beijo na testa antes de se levantar sair. Devorei o meu café em minutos e passei o resto do dia no quarto, de pijama, só aproveitando o doce gosto de não ter nada para fazer.

***

- “Garoto do Rio, calor que provoca arrepio...” – ouvi alguém cantarolar da porta do meu quarto. Dei pause no seriado que estava assistindo jogada sobre a cama com o notebook, deixei a pipoca de lado, tirei os fones e dei de cara com a Carol me encarando.

- Que milagre é esse? – ela apontou para o pote de pipoca fazendo cara de impressionada.

- Estou livre da dieta e dos ensaios até segunda ordem. E que música é essa que você está cantando? – questionei enquanto me sentava na cama e fazia sinal para que ela entrasse.

- É Caetano Veloso, um clássico da música popular brasileira. Escolhi a dedo para homenagear o seu boy, Edu – minha amiga se sentou na minha frente, uma expressão sarcástica no rosto.

- Huuumm... Deixa eu adivinhar – fiz cara de desentendida -  Você quer saber tudo o que aconteceu ontem, certo?

- Não só o que aconteceu ontem, mas tudo que o vem acontecendo há tempos, mocinha! – exigiu.

- Ok, vamos lá... Do início – respirei fundo tentando organizar as ideias.

- Não, espera!

- O que foi?

- A ocasião pede algo especial – a Carol sorriu de um jeito “diabólico” – “Bora” fazer um brigadeiro de panela caprichado para colocar o papo em dia.

- Amiga, você é brilhante! – concordei de imediato com a ideia.

Animadas, levantamos e seguimos até o mercadinho que havia perto do condomínio para comprar os ingredientes. Depois, voltamos para a casa e a Cá assumiu o fogão enquanto eu soltava o verbo. Claro que ela fez questão de questionar cada mínimo detalhe e fazer muitas observações, interrompendo várias e várias vezes a minha narrativa.

- E foi assim que terminamos a noite de ontem... – encerrei meu relato sentindo a boca salivar só de encarar a panela de brigadeiro que esfriava em cima da bancada.

- Ai gente, quanto amor vocês dois! Esse jantar foi tudo de bom! Mãozinha dada, beijinhos, abraços e todo o mimimi que um casal tem direito! Está mais adiantada do que eu com o Caio – minha amiga analisou.

- Não vou nem começar a falar o que eu acho sobre o Caio... – mexi as mãos como se quisesse evitar o assunto.

- Eu sei, eu sei... – ela concordou de modo relutante – Mas agora é hora de falar o que euzinha aqui sei!

- Então diga, oras – pedi de modo impaciente.

- É o seguinte: Mari veio falar comigo esses dias no Whats. Falou que estava preocupada porque o Edu disse para ela que tinha gostado muito da Nathy e que a garota, por sua vez, tinha achado o carioca um gatinho... Mari disse que está rolando um climinha entre eles – seu tom de voz ficou sério e ela se sentou na minha frente na bancada, esperando ansiosa pela minha reação.

Fitei a panela sem saber o que pensar. Tudo era muito estranho! Até onde eu me lembrava, Edu e Natália só tinham se encontrado uma única vez, na festa do Gueto na qual eu trombei  com ele e machuquei o pé. Em nossas conversas ele comentava de todo mundo, menos dela. Sem falar que o garoto parecia estar empenhando em me conquistar. Por outro lado, o seu jeito misterioso e fechado abria espaço para várias e várias dúvidas.

- E tem mais – Carol acrescentou ao perceber que fiquei muda – Marília jura de pé junto que ele é super pegador e que você vai se machucar nessa história. Ela fica repetindo a todo momento aquele papo chato sobre você nunca ter se apaixonado e acabar se apagando mais do que deveria.

- Qual é a da Mari, afinal? Por que ao invés de ficar fazendo fofoquinha ela não tenta me ajudar? Se ela e o Edu ficaram tão amigos assim, por que ela não tenta descobrir algo útil a meu favor? – explodi. Já fazia muito tempo que estava com aquilo entalado na garganta.

- Sinceramente, eu também não estou entendendo nada... Desde que esse carioca apareceu a Má está estranha. Ela fica fazendo de tudo para chamar a atenção dele. Esses dias eu peguei o celular dela e vi a conversa dos dois. Você precisa ver! Fica puxando o saco dele, forçando uma amizade, saca? – ela fez careta, mostrando sua reprovação – E desde quando ela é tão amiga assim da Nathy para ficar do lado dela ao invés do seu? Até ontem ficava falando mal da menina para a gente, lembra?

Suspirei alto. Minha cabeça rodava com tantas informações. Poxa, por que justo quando aparecia um cara legal, uma das minhas melhores amigas resolvia criar problemas com isso?

- Calma, Gabs. Come um pouco de brigadeiro que eu acho que já esfriou – a Cá disse, já colocando a colher na panela e se servindo de uma generosa porção do doce.

Imitei o seu gesto levando o conteúdo à boca. O gosto era algo surreal. Eu já havia esquecido como um simples brigadeiro de panela tinha o poder de levantar a moral de qualquer garota – E agora, Carol? O que eu faço?

- Bom, não posso deixar de dar um pouco de razão para a Marília – ela começou a falar se deliciando com o chocolate – Você está realmente “apaixonadinha” pelo cara. Mas, na boa... Acho que a Má e nem ninguém tem que se meter nisso. Quem tem que decidir se vai dar certo ou não são vocês. Esse tal medo dele te machucar... Isso só você pode decidir.

- Eu concordo com isso... Só queria que a Mari me apoiasse ao invés de ficar complicando as coisas – fiz biquinho antes de pegar mais uma colherada de brigadeiro.

- Mas tem uma coisa – a Carol levantou o talher em tom de advertência – Você e o Edu não tem nada oficialmente. E infelizmente, isso te deixa na mesma situação que eu enfrento com o Caio: ele pode ficar com quem quiser. Ou seja, se realmente estiver rolando um clima com a Nathy, nada o impede de ir adiante.

- É, você tem razão... – comentei com a voz baixa. A última coisa que eu queria era ver o Edu ficando com outra garota, ainda mais uma conhecida.

- Mas sinceramente, acho que a situação está a seu favor. Tudo indica que ele está curtindo ficar com você. Acho que o melhor a se fazer é deixar rolar. Com o tempo vamos descobrindo os mistérios desse “garoto do rio” – a Cá disse em tom carinhoso, só para tentar melhorar a minha cara de triste.

 - É só o que eu posso fazer, não é mesmo? – dei de ombros dando a discussão por encerrada. Minha única saída era esperar que o tempo apontasse o que era certo ou errado naquela história.

***

Resolvi seguir o conselho da Carol e deixar o tempo correr, sem me preocupar com nada. O resultado foi uma semana tranquila e divertida. Eu acordava tarde todos os dias e gastava meu tempo assistindo séries ou comprando material e algumas coisinhas a mais que precisaria para o ano letivo. Geralmente, no final da tarde, eu saía e encontrava com o Alê e o Edu na rua de casa e ficava filmando as manobras de skate que eles tentavam aperfeiçoar.

A melhor parte, claro, era a hora de voltar para casa quando o carioca fazia questão de me acompanhar até a porta e ficávamos juntos. Eu já havia me acostumado com o seu jeito fechado e com a “rotina” que impôs para os nossos dias. Na frente do Alê, ele me tratava como uma amiga, conversando e fazendo brincadeiras. Mesmo que percebesse olhares atentos e um certo “cuidado extra” quando estávamos em público, os gestos carinhosos ficavam reservados exclusivamente para os momentos que ficávamos a sós.

Quando as aulas começaram, esse comportamento se repetiu. Eu meio que já esperava que o Edu não fosse me tratar de modo diferente na frente das pessoas, mas era estranho agir como se nada estivesse acontecendo. Eu precisava me segurar ao máximo para não dar nenhuma brecha, como mexer no cabelo dele ou dar um selinho na hora de cumprimentá-lo de manhã. Ele, no entanto, parecia nem se importar com isso.

Para não dar nenhum fora, passei a primeira semana de aula mais na minha, falando pouco, mas observando muito. E quanto mais eu via, mais eu me preocupava. O que a Carol comentara sobre a Mari estar se esforçando para chamar a atenção do Edu realmente era verdade. Ok, ela era o tipo o garota que adorava ser o centro das atenções e agradar a todos e aquilo nunca me incomodou. Mas estava na cara que ela estava concentrando uma energia extra para se tornar amiga do carioca. Dentro dos “esforços”, a Mari emprestou livros e anotações, apresentou todos os professores e foi extremamente simpática – ao ponto de deixar eu e a Carol um pouco enjoadas diante de tanta cordialidade.

Fora isso, não vi mais nenhum comportamento “anormal” por parte do Edu. Ele tratava todas as meninas – inclusive a Natália – de forma educada e simpática, mas sem grandes intimidades. Quanto a mim, conversámos sempre que havia uma “brechinha” entre uma aula e outra. Os assuntos eram mais “gerais”, como o conteúdo das matérias, filmes ou seriados, mas eu sentia uma espécie de “vantagem” por ter papos mais sérios com ele, como a mudança para a nova casa e a vinda do pai e do irmão para São Paulo. Como nos falámos muito por Whats, conhecia muitos detalhes da sua vida que ele não havia dividido com as outras pessoas. Concluí que isso deveria somar alguns pontos extras a meu favor e me dediquei a manter esse “vínculo especial” entre nós, já que aparentemente essa era a única vantagem que eu tinha. Se a Mari tentava ganhá-lo pela simpatia e a Nathy pela beleza – que ela tinha de sobra, por sinal – minha estratégia seria agir pelas “beiradas”, focando em oferecer o que elas não poderiam: o companheirismo.

 Bom, mesmo se eu não quisesse ficar na minha, meio que fui obrigada a isso... Afinal, a Mari resolveu se aliar de vez com a Nathy e suas amigas e me deixar cada vez mais de lado. Quando conversávamos, o seu assunto preferido era “como evitar desilusões amorosas”. Ela ficava comentando histórias de pessoas que ficaram com alguém e acabaram se iludindo. Claro que tudo isso era uma indireta sobre o Edu, mas eu sempre fingia ignorar as “dicas” e dar um jeito de fazer comentários focando o lado positivo da história. Era inevitável não se divertir com as expressões de brava que ela fazia ao perceber que suas alfinetadas não estavam funcionando.

Eu até tentei retomar nosso antigo relacionamento contando para ela que eu e o Edu estávamos ficando e que tudo estava indo bem, mas ela não ligou muito para a notícia. Pelo contrário: voltou a repetir aquele papo sobre eu me machucar e blá, blá, blá...

A Carol assumiu a posição de “neutra” nessa história. Como era amiga das duas, ela não opinava. Só escutava e dava alguns conselhos quando pedíamos.

No final das contas, passei a semana inteira presa na correria da volta às aulas, deveres de casa e curso de inglês e francês – que também haviam voltado de férias – e a ansiedade de tentar entender o que estava acontecendo. Se eu e o Edu estávamos nos dando bem, então por que ele agia daquela forma estranha? Por que não dávamos um passo adiante e assumíamos para todos que estávamos juntos? E se a Mari estivesse certa? E se ele estivesse apenas me enrolando? E se eu estivesse fantasiando demais, me deixando levar por um sentimento novo e completamente desconhecido?

Acabei descontando todas as minhas frustações em doces ao longo da semana. Eu passava no mercadinho e comprava um estoque imenso de chocolates, balas e guloseimas enquanto via vídeos na internet tentando não pensar em nada. Mas é claro que, quanto mais esforço eu fazia para tirar Edu, Mari e companhia da cabeça, mais eles apareciam para me assombrar.

As dúvidas só acabavam quando eu via a mensagem dele no Whats. “Estamos aqui fora. Vem prá cá”.
Incapaz de dizer não, eu me arrumava e descia para assumir o meu papel de “melhor amiga do Edu” até a noite acabar e receber minha recompensa, como uma boa menina. Era um ciclo vicioso do qual eu não enxergava a saída.

***

Só um assunto foi capaz de quebrar a tensão da primeira semana de aula e reunir o nosso trio como nos velhos tempos: o grito de Carnaval do Gueto.

Todos os anos, eu, Carol e Mari organizávamos uma festa à fantasia para celebrar o primeiro dia de folia. A comemoração já era considerada tradicional no colégio e todos os anos rolava uma certa expectativa sobre a festa, já que que era uma das poucas ocasiões que convidávamos pessoas que não faziam parte do nosso grupo para participar.

Com a proximidade do Carnaval, eu e as meninas deixamos um pouco as “brigas” de lado e passamos a nos concentrar nos preparativos: lista de convidados, convites, bebidas, petiscos e, claro, as nossas fantasias.

Levando em consideração que aquela poderia ser a nossa última festa de Carnaval – a previsão é que todas nós estaríamos morando em outras cidades no ano seguinte por conta da faculdade – resolvemos fazer “O” grito de carnaval. Caprichamos ao máximo na decoração e na seleção das músicas. Nos reunimos todos os dias na casa da Cá para recortar cartolinas, fazer downloads de músicas e escolher cada detalhe do nosso look.

Marília escolheu ir fantasiada de Rainha Elsa, do filme Frozen. Como era loira e tinha olhos azuis, a personagem cairia muito bem nela. Carol escolheu uma fantasia militar super sexy enquanto eu decidi que iria de sereia.

Mesmo encomendando os trajes em uma loja especializada, ainda passamos muito tempo pesquisando detalhes da maquiagem, cabelo e customização de algumas peças para dar um charme a mais à produção.

Aquele tempo ocupada acabou me fazendo bem. A agitação me fez comer menos doces. Além disso, era ótimo estar de bem de novo com as minhas duas melhores amigas. Mesmo que o clima não estivesse exatamente igual a antes, era como se estivéssemos experimentando um período de trégua. Eu só temia que aquele tempo de paz fosse o prenúncio de um período ainda mais tenso, como se estivéssemos apenas nos preparando para o conflito inevitável.

Minhas suspeitas foram confirmadas na quinta-feira à noite, véspera da festa. Como de costume, estava na rua do condomínio com o Alê e o Edu, quando vi no meu Instagram uma foto postada pela Nathy. Na imagem, ela aparecia abraçada com a Mari, as duas rindo muito de algo que não dava para saber o que era. A legenda dizia “Aberta a temporada para Mozão 2015”. Abaixo, um comentário da Mari chamou a minha atenção: “Estamos juntas, amiga. #PartiuRio #VamosVirarSurfistas #ORioÉNosso”.

Por mais que não estivesse escrito diretamente, o recado era claro. A Nathy realmente queria ficar com o Eduardo e a Mari estava disposta a ajudá-la – mesmo sabendo que estávamos juntos. Mas o que estava acontecendo, afinal?

- Planeta Terra chamando Gabriela! – o carioca estalou os dedos na minha frente tirando a minha atenção da tela – Vai ficar aí mexendo no celular ao invés de falar comigo?

Por mais que eu adorasse essas pequenas – e raras - demonstrações de ciúme que ele dava – minha mente estava trabalhando em uma velocidade muito rápida para comemorar aquele gesto. Toda a ansiedade e dúvida que vinham se acumulando dentro de mim durante aquelas semanas vieram à tona e não consegui me segurar. Eu precisava agir.

- Você vai amanhã na Festa do Gueto, né? – perguntei em tom frio e calculista.

- Não sei. Lembra que comentei que meu pai vem do Rio e que minha mãe está querendo aproveitar a família reunida para visitar meu irmão em São Paulo? – questionou em tom indiferente.

- Lembro sim. Se você for, me dá um toque? – pedi, ainda com a voz controlada.

- Aviso, pode deixar. Agora vem, você não queria aprender a andar de skate? Ou vai ficar aí no Whats? – ele provocou com o seu típico jeito mandão.

Levantei com um sorriso decidido no rosto. Eu havia cansado de ficar esperando o tempo passar. Era hora de entrar em ação e a Festa no Gueto seria o cenário ideal para o meu plano.
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Notas finais: Caraca, quantos mistérios.
E aí, gente? Edu está ou não afim da Gabi? E a Mari, o que diabos essa menina está aprontando? E o que será que vai rolar nessa festa?
Só digo uma coisa: o Grito de Carnaval no Gueto será inesquecível. Podem começar a esquentar os tambores porque teremos fortes emoções na passarela do samba.
E depois desse trocadilho horrível, eu vou embora! Hahahaha

Beijão e até semana que vem!


*** Bora para o próximo capítulo? Então clique aqui

2 comentários:

  1. Oieee... Queria dizer que estou A M A N D O! Aff, fiquei tanto tempo sem ler e já me atualizei kkkkkkkk.. Já estou LOUCA pra ver o próximo capitulo que #promete. Quero beijos na frente da galera e Gadu sambando na cara de Nathália e Marília :D kkkkk

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    1. Menina do céu, não esquece de deixar o seu nome pra eu saber quem é!

      Mas que ótimo que já se atualizou e que está curtindo a fic! Fico muito feliz em saber disso! *----*

      E pode se preparar que o próximo capítulo já tem trilha sonora definida: vai ser a Gabi sambando na cara "dazinimigas". Como você disse, próximo capítulo promete, e muito!

      Essa festa no Gueto vai bombar, já vou avisando!

      Beijão e obrigada por comentar! <3

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!