sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Transcrição n° 5 - Tarde Vazia

Notas da Estagiária: Depois de todo aquele drama de colocar as lembranças na caixa, eu realmente achei que esse rolo tinha chegado ao fim.

Mas eis que a Raquel não trancou a gaveta direito e o resultado é esse aí da transcrição...
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Transcrição da página 14 à 16

[“Você me ligou naquela tarde vazia,
E me valeu o dia...” – Tarde Vazia, IRA!]

Os dias passaram. E todos eram como um pesadelo, que se repetiam e repetiam, em um ciclo sem fim.

Semana corrida, processos e mais processos para resolver. A ironia da vida era justamente essa: ser capaz de resolver inúmeras encrencas judiciais e não ter ao menos a chance de, pelo menos, entender a bagunça que tomara conta da minha vida.

Conviver com o Amor também andava complicado. Até AQUELA noite, ele era o meu par ideal. O cara que me ouvia, entendia, não discutia e o principal: não enchia! Nove anos de namoro que começaram na adolescência e prometiam seguir até a minha velhice. O tipo que termina com os dois de mãos dadas sentados em cadeiras de balanço na varanda da casa, olhando para o jardim e esperando a vida passar.

Mas agora...

Eu já não tinha certeza de mais nada. Aliás, tinha só uma: que, se pudesse, voltaria para aquela noite. Eu precisava vê-lo, nem que fosse só mais uma vez, apenas para ter a certeza de que ele era real, que realmente existia, que não estava louca a ponto de idealizar aquele encontro só na minha cabeça.

Estava claro que não fechei direito a gaveta onde guardara as minhas lembranças, ou elas deram um jeito de fugir, porque estavam soltas e me atormentando mais do que nunca.

***

Tarde cinza. O vento soprava baixinho lá fora. Aqui dentro há uma pilha de trabalho chato e entediante para fazer. É nessas horas que o amor pelo o que se faz é colocado à prova.

Me distraio e deixo os olhos correrem pela cidade lá embaixo. Vejo tudo através das imensas janelas de vidro. Ah, se pudesse usar essas janelas para ver o passado, ou dar uma espiada no futuro...

O telefone toca. Número desconhecido. Meu coração dispara em expectativa, mas o meu lado lógico trata de acabar com a empolgação do momento. Eu não passei o meu número para ele. Logo, não há nenhuma possibilidade de receber uma ligação.

Uma vozinha dentro da minha cabeça lembra: o Empresário ficou com o meu cartão.

Atendo com uma fagulha de esperança. Será?

 Meu coração dá um salto. Do outro lado escuto a voz encantadora, com seu jeito perigosamente sedutor, chamar meu nome.

Fico sem reação. Como agir? Finjo que nada aconteceu ou o trato como um velho conhecido? Droga! Não tenho experiência com esse tipo de situação. Nunca flertei na vida. Aliás, era isso que as pessoas chamavam de ter um “rolo”? E no final das contas, o que ele era meu? Será que poderia me dar o luxo de dizer que ele “meu alguma coisa”?

Acabei optando pela opção “educada e simpática, porém reservada”. Era a que melhor se encaixava nas alternativas.

Ele falava de uma maneira calma, íntima e segura que o tornava tentador e irresistível. Uma combinação perigosa, tal qual fogo e gasolina.

Outro convite. Dessa vez, para encontrá-lo após um compromisso de trabalho na cidade vizinha.

Se eu tivesse juízo, eu não teria aceitado. Tudo bem que eu gostava de desafios, mas aquele garoto estava um nível acima. Ele era problema. 

Mas conhecê-lo me fez questionar o quão corajosa eu realmente era. Eu poderia enfrentar muitos desafios no trabalho – e era reconhecida por eles – mas na minha vida tudo estava parado demais, tedioso demais, rotineiro demais... Toda a minha vida seguia pela mesma trilha, o mesmo roteiro, até que, de repente, me deparei com uma opção diferente, mais interessante.

E uma vez que se experimenta do perigo, você não quer mais parar. Ter aquela adrenalina no meu sangue tornara-se um vício. Eu precisava dela para me sentir viva. 

Aceitei o convite com a promessa silenciosa que aquela seria a última vez que nos veríamos. Se tudo o que é bom dura pouco, aquela situação precisava acabar, e rápido. E o fim já estava decretado: seria naquele jantar.
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Notas da Manu: Maaasss gente... Tô passada! Vai rolar reencontro! Para quem não se acha corajosa, essa Raquel está surpreendendo, hein?

Só tenho um a coisa a dizer: o forninho vai cair! Chamem o Samu e ninguém sai!

Vou tentar trabalhar nas próximas transcrições durante o final de semana para garantir a continuação desse diário o mais rápido possível, ok?

Beijo gurias!


***Leia a próxima transcrição:Página 17 à 20: Puro Êxtase


2 comentários:

  1. G-zuis manu!! Essa Raquel!! Vai rolar reencontro!! Segurem os Foninhos!!! Que mais do "O DIÁRIO DA RAQUEL" (nessa parte tu lê que nem aquele povo lá de filme de terror, ou de novela)

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    1. Sôfi do céu, "cê" viu? Chama a Giovana, porque a Raquel vai derrubar esse forninho! Esse reencontro promete fortes emoções!

      hahahaha Eu adorei a entonação. Acho que é tanto mistério desse diário que o certo é ler com voz de filme de suspense. Agora é esperar pra ver no que vai dar, né?

      Só acho que a Raquel vai aprontar... Só acho! haha

      Beijo amore!

      Gratidão por ler e comentar! <3

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
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