sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Transcrição nº 7 – A Valsa

Notas da Estagiária: Manu postando rápido? Está querendo que chova, garota?

Essa parte do diário é triste. Mas é só o começo...
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Transcrição da página 21 à 24

A felicidade me tirou para dançar. Era um ritmo novo, que não conhecia, mas era contagiante. Envolvia todo o meu corpo, disparava o coração, se expandia pelo meu sorriso.

Eu me sentia leve, plena. Uma sensação indescritível. Acho que deve ser parecido com a sensação de um pássaro quando encontra o céu.

Sendo assim, abri as minhas asas e mergulhei no infinito de sensações daquela manhã: alegria, excitação, poder, adrenalina, plenitude.

Pela primeira vez, eu sentia que tinha o mundo inteiro pela frente. E sentia que os bons ventos sopravam a meu favor.

***

Cheguei ao escritório com uma nova perspectiva. Era como se estivesse cega e só agora começasse a enxergar. E o que vi não me agradou. Tudo era cinza demais e minha alma pedia por cores das mais variadas tonalidades.

***

“Pelo seu sorriso, o jantar foi um sucesso”.

Uma Garotinha como o rosto irradiando curiosidade me perguntou assim que entrou na sala. Pelo jeito, o “tradicional” bom dia não teria vez na conversa hoje.

Confirmei com a cabeça, sem dar muitos detalhes.

Aquele era o meu segredo, a minha rota de escape. Era como uma joia preciosa: precisava ser preservada para manter o valor.

***

Saí para almoçar com o Amor. Acredite, eu não estava feliz com aquilo. Tentei de todas as maneiras cancelar, mas ele parecia ansioso e estava irredutível.

Além do mais, que desculpas eu poderia dar? Falar que naquele dia estava valsando com a Felicidade por ter encontrado o meu Destino? Que dançar com o Amor estava fora de moda?

Bom, pensando bem, será que ele ainda era Amor? Talvez estivesse mais para Amizade ou Companheiro... 

Será que eu poderia mudar o que ele era desse jeito? Seria certo? Eu teria esse poder?

Eram muitas perguntas e eu nem sabia por onde começar a procurar as respostas. Tudo que eu sabia era que a nossa valsa já estava sem ritmo. E, com certeza, nunca teve aquela sincronia, ou a sensação de caminhos cruzados que finalmente se encontram para uma dança.

Meus pensamentos voavam enquanto esperávamos a nossa mesa. Amor tentava puxar conversa. Eu não estava para papo.

Foi quando vi um rosto estampado em uma revista que repousava, inocente, sobre a mesa de espera. A ideia era entreter os clientes enquanto esperavam, mas a mim ela causou uma sensação completamente diferente.

O brilho nos olhos, o sorriso encantador, o jeito de menino... Até mesmo em uma fotografia ele tinha o poder de me hipnotizar.

Disfarcei e peguei a publicação. Folhei as páginas rapidamente, procurando por ele.

E lá estava. O rapaz que mudou o meu destino ao lado de outra mulher. Eu não precisava ler a matéria para saber do que se tratava.

Ele tinha namorada.

O mundo parou.

O ar parecia de pedra.

Minha cabeça doía.

Era como cair. Cair de muito alto e só ter o chão para me amparar. Doía. Machucava cada pedaço. Não deixava nada no lugar. Era destruidor.

Eu não ouvia, eu não sentia e queria poder não ver. Porque a imagem estava escancarada na minha mão e eu não tinha forças para fechar a revista.

Como algo tão leve poderia causar tal efeito? Era só papel, e no entanto cortava como vidro.

A recepcionista apareceu para nos acompanhar até a nossa mesa. Eu só queria fugir. De repente a noite passada parecia um tremendo erro e agora eu estava pagando pelos meus pecados.

Mal mexi no meu prato. Apenas me esforcei para manter a postura de namorada dedicada.

Meu coração sangrava. Eu me sentia quebrada. E o pior de tudo: a culpa era minha. Toda minha.

Como era possível que pela manhã meu mundo estivesse colorido com diferentes tonalidades de felicidade e agora estar preenchido de dor? Como o mesmo sorriso poderia me causar sensações tão doloridas?

Do meio do caos surge um anel.

Um pedido de noivado. Um porto seguro em meio à tormenta. Uma nova chance de recomeçar, apesar de todos os meus erros.

Aceito.

Talvez voar não fosse para todos. 

Eu estava de volta ao meu mundo cinza. Mas agora com um anel brilhante no dedo.

[“E os olhos
Escuros
Tão puros,
Os olhos
Perjuros
Volvias,
Tremias,
Sorrias,
P'ra outro
Não eu!

Quem dera
Que sintas
As dores
De amores
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
— Não negues,
Não mintas...
— Eu vi!...” – Trecho de A Valsa de Casimiro de Abreu]
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Notas da Manu: Ai gente, que dó! Depois de um encontro tão perfeito, dar de cara com o rapaz ao lado de uma mulher na revista.... Realmente não é fácil de segurar essa barra.

E poxa, pressinto que a história agora vai começar a pegar fogo. O que acham?

Antes de ir, um recado para a Estagiária: Tô só aqui procurando quando foi que te dei essas intimidades, garota! Olha o jeito que fala comigo! 

E mande mais transcrições, porque as outras já acabaram!

Beijo garotas,

Fiquem com Deus!


***Leia a próxima transcrição:Página 24 à 26: Máscara

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