domingo, 19 de maio de 2013

Capítulo 9 - Noite de Rainha - Parte I

 Notas iniciais: Meninas, chegamos a cena da 2ª temporada que eu imaginei primeiro e que me fez escrever essa segunda parte de INC! É a minha parte predileta, espero que também seja a de vocês!
Aproveitem!
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Quatro dias se passaram e eu continuava sem receber nenhum aviso por parte do meu “chantagista”. Eu não sei como consegui viver durante aquele tempo. A agonia tomava conta do meu coração e a todo momento o pânico ameaçava me dominar. Eu precisava a todo instante parar, respirar e repetir para mim mesma que tudo ia dar certo. Eu temia perder o controle e dar “bandeira” que algo estava errado. E eu temia mais ainda que algo acontecesse com o Luan... Se alguém o prejudicasse de alguma forma por minha causa... Eu jamais me perdoaria...
 
Aqueles quatro dias foram como o “inferno” na terra. Eu não conseguia me concentrar em nada. Eu não consegui trabalhar direito. Todas as vezes que o meu celular tocava indicando uma nova mensagem de e-mail o meu coração dava um salto dentro do peito. Aquela espera estava quase me enlouquecendo. A cada minuto que passava eu me sentia mais sufocada. Era como se eu estivesse carregando um saco de areia nos ombros e o peso desse fardo aumentava conforme eu esperava. Minha mente girava e os fantasmas na minha cabeça não me deixavam em paz. Eu ficava relembrando a noite que o Diogo atirou contra mim e que o Luan fugiu do meu apartamento. Como o meu “chantagista” conseguira aquela prova contra nós? O que ele iria fazer com aquela foto nas mãos? E quem era essa pessoa que dizia eu roubara que tudo era dela? Por mais que eu me esforçasse, somente um nome surgia na minha cabeça: Diogo. Mas ele estava preso e até onde eu sabia, presidiários não enviavam e-mails!
 
Por sorte, depois do show em São Paulo o Luan seguiu viagem para se apresentar em outras cidades enquanto eu voltei para Londrina com a desculpa que precisava trabalhar. Por causa disso, nós acabamos não ficando muito tempo juntos antes de eu embarcar para o Paraná e acabei conseguindo disfarçar que algo estranho estava acontecendo. Toda vez que eu falava com o meu namorado eu fingia estar bem, mas por dentro a minha alma gritava. O meu coração estava sangrando, perdido em um conflito de sentimentos. Eu odiava mentir para o Lú, mas por outro lado, eu queria e precisava protegê-lo. Ele percebeu que eu estava um pouco distante, mas disfarcei dizendo que estava preocupada com o trabalho e ele pareceu acreditar nisso.
 
Além do Luan, a Débora, que era uma das pessoas que mais conviviam comigo por conta do trabalho, andava tão distante de mim naqueles dias que eu mal precisei fingir perto dela. Era estranho, mas a Deby parecia se sentir culpada... Fiquei intrigada com aquilo, mas eu já tinha muitos problemas para lidar naquele momento. Por isso só agradeci mentalmente por ela me permitir sofrer em silêncio no meu canto enquanto ela sofria no dela e ambas se esforçavam para fingir que estávamos trabalhando. Fora a Deby, algumas outras pessoas do escritório perceberam que eu estava com problemas, mas eu voltei a me esquivar dizendo que eram problemas familiares e ninguém insistiu muito mais nesse assunto.
 
No quinto dia, uma terça-feira nublada e fria na pequena Londres, eu praticamente me arrastei para fora da cama. As forças me faltavam e eu sentia que não aguentaria mais nenhum segundo naquela espera. Se o meu “chantagista” queria me torturar, ele estava conseguindo... Eu sentia como se ele tivesse me dado uma surra sem nem ao mesmo chegar perto de mim.
 
- Nossa Cristal, você está tão abatida... Você está se sentindo bem? – A Desirée, recepcionista do escritório, me perguntou quando cheguei ao trabalho naquela manhã.
 
- Só estou com um problema de insônia, Dê... – Contei a minha milésima mentira desde que recebera aquela foto no meu e-mail.
 
- Se você precisar de alguma coisa, Cris... Um café, um chá... Alguém para conversar... – Ela me disse com um tom carinhoso.
- Obrigada, Dê. Mas tudo o que eu posso fazer agora é esperar... – Disse sem ânimo antes de me dirigir à minha sala.
 
Liguei meu notebook fazendo um esforço tremendo para controlar as lágrimas de desespero que ameaçavam rolar pelo meu rosto. Abri a minha caixa de entrada já sem esperanças. Aquele seria mais um dia de espera e aflição...
 
Senti o meu corpo inteiro tremer. Havia uma nova mensagem anônima. Apressei-me para abri-la, o coração quase saindo pela boca.
 
“Está na hora do nosso acerto de contas. Me encontre hoje, às 14h, na Torre Panorâmica de Curitiba. Estarei com um sobretudo com um capuz preto. Não se atrase e não se atreva a não vir, ou a foto do seu amado namoradinho vai direto para as mãos da polícia.
 
Venha sozinha e preparada. Depois do nosso encontro o seu mundo ficará como um cristal quebrado...”
 
Fiquei parada olhando para a tela do computador sem reação por alguns segundos. Aos poucos a minha respiração voltou ao normal, minha mão parou de tremer e então eu consegui raciocinar. Olhei para o relógio no canto da tela: 8h13. Eu levaria aproximadamente quatro horas para chegar a Curitiba se eu fosse de carro. Se eu saísse exatamente naquele instante eu estaria lá por volta da uma da tarde...
 
Minha cabeça com fervia com todas as possibilidades.
 
“Cristal, você não tem condições para dirigir até à capital nesse estado. Não seja tola! Ligue para alguém, peça ajuda, abra o jogo. Certeza que há outra solução” – O meu lado sério se manifestou.
 
“Desculpa, mas agora não é hora de pedir ajuda. Você leu o e-mail. 
É ir ou ver a foto parar na polícia. E além do mais, essa pessoa pode estar só flertando... Talvez ela só queira nos assustar . Eu pagaria para ver!” – O meu lado Maluquete rebateu.
 
Por mais que a Cris Séria e Profissional estivesse certa, eu já me sentia esgotada demais para continuar com aquele jogo de “gato e rato”.
 
Levantei decidida da cadeira, peguei as minhas coisas e a chave do carro e caminhei para a saída. Ainda era cedo e poucas pessoas já haviam chegado ao escritório, o que era ótimo pois evitaria perguntas sobre a minha saída repentina.
 
- Desirée, tive um imprevisto com o meu irmão e estou indo encontrá-lo em Curitiba. Não voltarei mais hoje. Passe tudo o que for urgente para a Débora, ela vai saber como agir. Qualquer coisa anote o recado e me mande por e-mail. Se for possível, eu responderei – Praticamente joguei as palavras em cima da recepcionista enquanto já ia para a saída. A loira me olhava com uma expressão curiosa enquanto se esforçava para tomar nota de tudo que eu havia acabado de falar. Saí sem nem esperar que ela se despedisse.
 
Menos de 10 minutos depois eu já estava na estrada em direção a Curitiba. Eu só não sabia o que aquele caminho me reservava.
 
***
 
Dirigi em silêncio por quase todo o caminho. A estrada estava movimentada, mas o trânsito fluía normalmente. Fiz uma única parada quando já estava quase chegando à Curitiba para abastecer e comprar uma garrafa de água. Eu sentia a minha garganta seca e apesar da boa visibilidade era como se uma névoa me impedisse de pensar claramente.
 
Tudo o que consegui fazer foi me concentrar em seguir o GPS e dirigir. De certa forma, era como se eu estivesse guardando forças para o que viria pela frente.
 
Cheguei em Curitiba e fui passando pelas belas ruas da capital. Eu estivera ali apenas uma vez logo depois que me mudei para Londrina para comprar alguns itens de decoração para o meu apartamento. Na ocasião eu havia adorado o clima sofisticado da cidade. Mas naquele momento eu não conseguia reparar em nada além das ruas por onde eu passava.
 
Cheguei até a Torre Panorâmica e procurei um lugar para deixar o carro. Depois tratei de comprar a minha entrada e pegar o elevador que me conduziu até o topo da torre.
 
Assim que deixei o elevador fiquei deslumbrada com a vista. A plataforma de observação era cercada por vidros e dali de cima era possível ter uma visão de 360º de Curitiba. No chão havia um mapa da cidade e pude perceber que havia algo gravado em relevo nas paredes. O que será que era aquilo? Além disso, o espaço também contava com bancos e com uma decoração discreta, para não roubar a atenção do espetáculo que era ter a cidade aos seus pés.
 
Aquele era o tipo de lugar que eu adoraria ter visitado para tirar muitas fotos, descobrir tudo sobre aquele interessantíssimo ponto turístico e passar horas ali conversando com amigos ou ouvindo o Luan falar como aquela torre era uma ótima inspiração para uma “moda”, porém a aflição dentro do meu peito ameaçava me sufocar e eu só pensava em encontrar a pessoa com quem eu iria me encontrar.
 
Corri os olhos por todo o lugar procurando alguém que estivesse vestindo um sobretudo preto com capuz. Estremeci ao me lembrar do meu sonho, quando uma pessoa com o rosto coberto por um capuz negro me perseguia até o topo de uma torre. Será que aquilo era o que chamavam de sonho premonitório?
 
Meu coração falhou uma batida quando vi uma mulher encostada afastada dos outros turistas usando um casaco preto. A mulher era alta, tinha longos cabelos escuros caindo pelas costas e uma postura muito elegante. Aproximei-me aos poucos, parte de mim querendo resolver logo aquele mistério, outra querendo virar e sair correndo dali pedindo por ajuda. Mesmo com o ar me faltando dos pulmões, continuei caminhando até parar ao lado da mulher.
 
- Sempre pontual, não é Cristal? – Ela me disse olhando para a tela do seu celular que estava em suas mãos. Acabei, por puro impulso, olhando o relógio no meu punho: 13h50. Sim, eu era uma pessoa pontual e somente alguém que me conhecesse muito bem saberia que eu detestava chegar atrasada em algum compromisso.
 
Escutei a voz da minha chantagista e depois a encarei, completamente perplexa e sem fala. De repente tudo fez sentido. Do mesmo jeito que eu estava ali por que era capaz de fazer qualquer coisa pelo Luan, eu sabia que a pessoa que estava ao meu lado era igualmente capaz de tudo para salvar a sua família.
 
- Então é você? – Falei com a voz fraca, ainda sem aceitar muito bem aquela realidade.
 
- Agora somos só eu e você, Cristal. Está na hora da gente acertar as nossas contas...
 
***
Ponto de vista do Luan – Uma hora depois
 
- Pronto, tá aqui Luan! – A Bruna entrou no meu quarto carregando um vestido longo nas mãos junto com um monte de sacolas – A Cristal vai ficar um arraso! Modéstia a parte, tenho muito bom gosto para vestidos!
 
- Ahhh, deixa eu ver, deixa eu ver! – Pedi, muito animado. Já havia algum tempo que eu vinha planejando aquilo. Eu e a Cristal já tínhamos passado por tantas coisas juntos que nunca tínhamos tempo para parar e simplesmente curtir, aproveitar um pouco os nossos momentos de “folga” para namorar... E a situação só havia piorado depois que assumimos o nosso relacionamento publicamente. Até ameaças a Cris andou recebendo, sem contar as minhas Neguinhas que insistiam em não aceitá-la como minha namorada. Rapáiz, se a gente fosse parar para pensar, eu e a Cris já havíamos vencido muitos desafios juntos e mesmos com todas as dificuldades, ela nunca desistiu de mim.
 
Eu sempre sonhara em encontrar uma mulher como a minha Vidinha: companheira, forte, determinada e toda bonitona também, né?! Eu jurei para mim mesmo que quando encontrasse, eu a trataria muito bem, como uma verdadeira rainha... Foi daí que tirei a ideia de bolar um jantar especial para a Cristal. Pedi para o Testa me ajudar a “ajeitar” tudo, além de pedir para a minha irmã arrumar um vestido e todos aqueles “trem” que mulher usava quando ia sair com o namorado. Finalmente o dia do jantar havia chegado e eu estava todo nervoso cuidando dos preparativos. Organizar um evento daqueles não era fácil não, viu...
 
- Ó, aqui tem o vestido... – A Bruna ergueu com os braços uma peça de roupa - Não trouxe vermelho porque achei que não ia combinar com a Cris. Mas esse azul está provocante na medida certa! – Minha irmã foi me explicando – Além disso, aqui estão as sandálias, e a lingerie!
 
- Lingerie? Aí esse trem vai ficar bom! Rapáiz, a Cris vai ficar uma perdição nesse trem aí – Comentei já imaginando a cena.
 
- Esse trem aqui é um espartilho, Luan!  E eu disse que a Cris vai ficar um arraso! – A Bruna comentou satisfeita com o seu próprio trabalho.
 
- E você comprou tudo certinho, né Bruna? O vestido não ficar grande e nem apertado, né? – Perguntei preocupado.
 
- Claro que não, né Luan! Esqueceu que fui eu quem ajudou a Cris a escolher a roupa que ela usou lá no Camarote da Brahma? Por causa disso eu sabia todas as medidas e até o numero do sapato da minha cunhada! Foi moleza escolher o “look” para o jantar – Minha irmã me informou enquanto arrumava o seu cabelo se encarando no espelho que ficava pendurado na parede perto da minha cama, onde eu estava.
 
- Bom, agora que o “arsenal” da Vidinha tá pronto, vamos ver como anda a preparação do nosso jantar especial – Comentei pegando o meu celular no bolso e discando para o meu secretário que estava na chácara da minha família, onde a “Noite de Rainha” da Cristal iria acontecer. Menos de um minuto depois o Rober atendeu.
 
-Testa, como anda as coisas por aí? – Fui direto ao assunto.
 
- O pessoal do buffet já chegou e está arrumando a decoração. O cabeleireiro, manicure e todo esse povo que trabalha no salão já estão arrumando tudo por aqui também... A banda já ligou e disse que está confirmada! Cara, só falta você e a Cris aqui! – Ele me respondeu empolgado.
 
- Ah, isso aí vai ser top hoje, hein? Podexá, cara! Vai tocando tudo por aí que já, já eu tô saindo de casa com o Jabuticaba! – Avisei, ainda mais ansioso – A gente se vê mais tarde! Falô Testa!
 
- Luan, tipo assim... Você já programou tudo, já está tudo certo... Mas você não está esquecendo um pequeno detalhe, como o de convidar a Cristal? – Minha irmã me perguntou depois que eu desliguei o celular.
 
- Fica tranquila, Brú! Conheço a Cristal, aquela ali é bandida! Tem que pegar ela de contrapé, não pode dar tempo para ela pensar! Com a Cris é assim, no susto! Quer ver? – Voltei a pegar o celular, mas dessa vez disquei para a minha namorada. Demorou um pouco, mas após vários toques ela atendeu. Estranhei aquilo, porque a Cris vivia colada no telefone e sempre atendia no primeiro toque, mas resolvi deixar isso para lá. Eu tinha assuntos mais importantes para resolver com ela naquele momento.
 
- Vidinha? Tá onde amor da minha vida? – Falei todo fazendo charme.
 
- Oi vida! Tô dirigindo, voltando pra Londrina! Não posso falar muito agora – Ouvi a minha namorada me responder com a voz cansada. Ou seria tensa? Cris andava enfrentando muitos problemas naqueles últimos tempos...
 
- Dirigindo? Voltando pra Londrina? Onde você tava, bandida? Fugindo de mim, é? – Brinquei.
 
- Não Luan Rafael, já disse que não fujo mais de você! – Ela me respondeu rindo. Fiquei feliz por conseguir fazer a Cris rir. Eu adorava fazer palhaças para vê-la sorrir – Precisei vir para Curitiba para resolver umas coisas... Nada sério, coisa do trabalho – Ela se apressou em me explicar.
 
- Ô nega, e você foi sozinha dirigindo? – Fiquei preocupado.
 
- É, tô bem cansada agora... – Ela confessou com a voz mais grave do que de costume. Cristal assumindo que estava cansada? Aí tinha coisa...
 
- Pois eu tenho a solução para todos os seus problemas! – Falei recuperando o tom animado da conversa – Vidinha, vai rolar um “churras” lá na chácara hoje! Meu pai que está fazendo e disse que faz questão da sua presença! Bora? – Menti improvisando uma desculpa qualquer.
 
- Churrasco hoje? Poxa Lú, mas estou sem clima para isso – Lá vinha a Cristal querendo fugir de mim.
 
-Você não vai fazer essa desfeita para mim e para o meu pai, né Vidinha?! Se você for, juro que canto aquela moda que você gosta! – Apelei. Ao meu lado a Bruna se segurava para não rir da minha cara de pau.
 
- Tá certo! Mais tarde passo por lá! Acho que um churrasco do “seu” Amarildo vai me fazer bem hoje – Ela se deu por vencida.
 
- Te espero lá, Vidinha! Não demora, tá? Beijo e vem com Deus! Que Nossa Senhora te guie! – Disse antes de desligar o telefone sorrindo, vitorioso.
 
- Viu como se enrola a Cristal? Se eu falar que eu estou “armando” um jantar para ela é capaz dela não ir, mas se você falar que o nosso pai está fazendo um churrasco e que faz questão da presença dela... Aí ela vai só porque o churrasco é para todo mundo e ela é apenas uma convidada... – Expliquei.
 
- Definitivamente, você e a Cristal se entendem mesmo! Fico boba com vocês dois! – A minha irmã me encarava com uma expressão de perplexidade no rosto.
 
- Eu e a Vidinha vivemos às turras, mas não nos desgrudamos! – Disse já me levantando da cama para tomar um banho – E agora, deixa eu correr! Quero receber a minha Rainha hoje com tudo o que ela tem direito!
 
***
Ponto de vista da Cristal – Cinco horas depois (aproximadamente)
 
Eu estava exausta física e emocionalmente. Aquele, sem sombras de dúvidas, foi o pior dia da minha vida. Eu estava completamente confusa e era muito difícil me manter calma para pensar qual seria a melhor maneira de agir.
 
O encontro na Torre Panorâmica correu da pior forma possível e agora eu estava diante de uma das decisões mais difíceis da minha vida. E para complicar ainda mais a situação, eu precisaria fingir que nada estava acontecendo durante o churrasco que o “seu” Amarildo estava organizando na chácara naquela noite. Tudo o que eu não precisava era chamar atenção para mim mesma agora. Se eu contasse o que estava acontecendo, o Lú jamais deixaria eu prosseguir com o meu plano. E para o próprio bem dele, eu precisava levar aquela ideia adiante...
 
Era com esses pensamentos que agora eu dirigia para a chácara da família do Luan, localizada na zuna rural de Londrina, não muito afastada da cidade. Para ganhar tempo, eu nem passei em casa e resolvi seguir direto de Curitiba para lá. Se eu parasse para tomar um banho e trocar de roupa, era capaz de eu querer me esconder embaixo da cama e ficar lá para sempre, me escondendo de todos os meus problemas...
 
Cheguei na chácara e parei o carro na porta da frente da casa. Não demorou muito para perceber que algo estava errado. Eu não estava ouvindo nenhum barulho de música, nem de conversas, o que era bem atípico para uma noite de churrasco na família. Virei a cabeça em direção ao pátio ao lado da casa que servia de estacionamento para os carros. O espaço estava vazio! Ok, agora era oficial: Alguma coisa estava errada!
 
Será que eu tinha ouvido errado? Será que o Luan dissera outro dia e eu havia entendido que era hoje? Virei o meu corpo para procurar a minha bolsa e poder pegar o meu celular no banco de trás. Era melhor ligar para o Lú e confirmar aquela história...
 
Quase dei um grito quando ouvi alguém batendo no vidro da minha janela, me pegando desprevenida. Apertei o botão para abrir a janela e dei de cara com um homem alto, de pele clara, olhos azuis intensos e cabelos ralos me encarando. Ele vestia um impecável terno preto com uma gravata borboleta também preta.
 
Oi? Gravata borboleta? O cara era um mordomo? Aquilo estava ficando cada vez mais estranho...
 
- Dona Cristal, seja bem-vinda! – O homem vestido de “pinguim” me disse, tentando ser simpático – Estávamos a sua espera.
 
- A minha espera? Hããã... Desculpa, mas quem é você? E cadê todo mundo? Não era para ter um churrasco hoje? – Despejei as perguntas em cima dele.
 
- Permita-me que eu me apresente: Meu nome é Ronaldo e estou aqui hoje para servir a senhora – O “pinguim” se apresentou – Para ficar ainda mais claro: O senhor Luan queria fazer um jantar surpresa para você, Cristal. A ideia dele era que a senhora tivesse tudo do bom e do melhor, uma verdadeira noite de rainha. Por isso ele nos contratou! Estamos aqui para garantir que vocês aproveitem ao máximo essa noite tão especial – Ouvi o Ronaldo me contar os planos do Luan sem conseguir acreditar. Caramba! Quando foi que o meu namorado bolou tudo aquilo? Fiquei completamente sem palavras diante à novidade.
 
- E onde está o Luan? – Consegui falar depois de recuperar o fôlego.
 
- Está à sua espera – O Ronaldo me contou – Por favor, peço que a senhora me acompanhe. Não se preocupe com o carro. Já, já eu volto para manobrar e estacioná-lo.
 
Não vi outra opção senão segui-lo. Peguei a minha bolsa e os meus celulares, saltei do “Capivara” e caminhei logo atrás do Ronaldo até o interior da casa. No caminho o “pinguim” pegou as minhas coisas da minha mão, com a desculpa que eu não ia precisar de nada daquilo.
 
Lá dentro pude perceber uma movimentação diferente de pessoas que eu não conhecia e não vi nenhum sinal do Luan. O que diabos aquele menino estava aprontando?
 
O “mordomo” me guiou até um dos quartos, onde um grupo de pelo menos quatro pessoas me esperava.
 
- Dona Cristal, eu fico por aqui. A senhora fica agora sobre os cuidados da Sônia, nossa cabeleireira e sua equipe – O Ronaldo me informou – Vou levar os seus pertences até o quarto onde o “seu” Luan está instalado, ok? Nos vemos mai tarde! – Ele emendou já se virando para sair, mal me dando um tempo para respondê-lo.
 
- Cabeleireira? – Exclamei depois que fiquei a sós com o grupo. O quarto fora transformado em um salão de beleza improvisado, com vários equipamentos e utensílios usados nesse tipo de ambiente. Fiquei impressionada com tudo o que o grupo tinha à disposição. Eu jamais recebera um tratamento tão “VIP” quanto aquele.
 
- Isso mesmo, menina! Vamos cuidar dos seus cabelos, pele e unha. Depois que te deixarmos ainda mais linda, vamos te ajudar a vestir o belíssimo vestido que te espera... – A Sônia me disse caminhando até mim, pegando a minha mão e me colocando sentada em uma daquelas cadeiras giratórias que sempre são vistas em salões de cabeleireiro – Afinal de contas, o Luan que te proporcionar uma Noite de Rainha. Nada mais justo do que te deixar com a aparência de uma – A cabeleireira disse sorrindo parada atrás de mim e me encarando pelo reflexo do espelho.
 
- Apenas relaxe, Cristal! Nós vamos cuidar de você!  - Uma menina loira, que aparentava ter uns doze anos, disse enquanto me oferecia um copo de suco.
 
- Cristal, essa é minha filha, a Aninha. Ela é muito fã do Luan e sua também. Se eu não a trouxesse aqui hoje ela me mataria – A Sônia me contou já mexendo nos meus fios.
 
Sorri de volta para a Aninha. A garota era muito bonita e tinha jeito de ser uma menina bem “danada”. – Mas ela está certa. Relaxe Cristal, nós vamos cuidar de você – A mãe da Ana completou, tentando me tranquilizar.
 
Depois de tudo que acontecera naquele dia, resolvi simplesmente tentar relaxar, acalmar a minha mente e curtir a minha Noite de Rainha ao lado do melhor namorado do mundo. Fechei os olhos e respirei fundo me entregando aos cuidados das mulheres presentes ali na sala. Talvez aquilo fosse o que todo mundo sempre falava: a calmaria que precede a tempestade.
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Notas finais: Perceberam que rolou uma mega dica de quem é a pessoa que está mandando os e-mails, né? Não me matem, não me matem! Falta pouco para a gente descobrir tudo! Aguentem firme!

 E vocês estão curiosas para saber o que vai acontecer?
Ok, vou dar uma "colher de chá" e adiantar o que vem por aí:
Cris e Luan terão um jantar digno de "rei e rainha"
Vai rolar cena hot e... teremos mais uma coisinha! Só falo uma coisa: o trem vai ficar muito sério! Alguém aí quer apostar o que vai ser?

Meninas, não esqueçam de me falar o que acharam, ok? Por favor, fico morrendo aqui querendo saber a opinião de vocês! Não me deixem surtando sozinha, PFV!

É isso aí, pessoal! Uma ótima semana! A gente se vê no próximo cap ou no próximo VDL!
Beijo grande!

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5 comentários:

  1. AAAAAAAAAAAAAAAAASH DONA MANUUUU, COMO NAO TE MATA MUIÉ? VC ACABA NA MELHOR PARTEEEEEEE... Então vamos por partes: 1° eu tenhomina opinião e ja sei quem é a "chantagista" da Cris. 2°: Parte hot, confesso que amoooo. Kkkkkkkkk. 3°: acho que imagino que nesse Janta vai rola um pedido de noivado e Cris vai ficar com medo de aceitar por culpa do "chantagista". Só acho, dei minha aposta. Kkkkkkkkj.. agora.. Chefa o capitulo etava SIMPLESMENTE PERFEITOOOOO, EU COMO SEMPRE SIMPLESMENTE PIREEEI MUITO, SURTEEEEI.. E depois você vem dizer que deve ter gente que não curti sua fic.. TU É DOIDAAAAA... PS: acho que Dani mais uma vez domina o topo dos conents. Kkkkkkkkk..eu amei o capitulo bejos divinh Te vivo.. s2

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    1. Daaaaaaani, você não pode me matar não muié! Por favor!
      Juro que não paro na melhor parte de propósito! Juro juradinho! xD

      Ok, vamos por partes também:

      1 - Hum... Já tem a sua opinião, é? Me conte, me conte! Quero saber a opinião de vocês!

      2 - Eu beeem sei que vocês piram num cap hot! Essas negas são tudo safadas! kkk

      3 - Pedido de noivado? Gente do céu, vamos com calma aí, muié! Ó, não é isso não, viu?!

      Vivaaaa! Que bom que gostou do cap! Adoro escrever os capítulos e ver nos comentários que vocês piraram com a história!

      E tem sim gente que não curte as fics! Já me falaram uma vez que não gostaram! kkkk
      E não sou doida nada, tá?! *--*

      Beijo e siiiiiiim, você está nos top coments! Dany sempre puxando a fila dos comentários!

      Beijo nega! Te vivo também mimadora oficial! Até o próximo cap!

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  2. Tá, se você queri me matar de curiosidade, conseguiu Manu, maus Deus, fala logo quem tá mandando esse e-mails "muié", curiosidade MODO ON. E o jantar do casal vidinha, promete ein? Amo eles, tão fofos. O cap. como sempre tá lindo, divo, perfeito flor; Beijos.
    Liandra Santos
    @NoivaDoLS

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    1. Tanta empolgação pra comentar que até esqueci que tinha sido a 1ª, olha a fidelidade Manuzete :))
      @NoivaDoLS

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    2. Líí...

      Embora você seja MUITO fiel, o topo dos comentários não ficou com vc! Mas não esquenta a cabeça: O importante é estar aqui nos comentários! *--*

      Nega do céu, não não quero matar ninguém de curiosidade não! Falta muitooooo pouco pra gente descobrir de vez quem é a pessoa que está enviando os e-mails! Guenta firme, Lí! Mas fala sério, vc já deve ter alguma suspeita, né?!

      O jantar promete sim, principalmente porque estamos falando de Luan e Cristal, né?! Casal Vidinha capricha muito nas cenas românticas! Cena hot vai ferver! kkkk

      Ahhh Lí, obrigadaaaaa! E valeu por ler e comentar, tá?!Te vejo no próximo cap! Beijo grande!

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!