sexta-feira, 31 de maio de 2013

Capítulo 11 - Como um cristal quebrado...

Notas iniciais: Todo mundo pronto para o fim do mistério? Bora descobrir quem está chantageando a Cristal? 

Cap 11 tá caprichando! Aproveitem!
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Chovia lá fora. Mesmo assim, uma das maiores cidades da América Latina, a capital do estado, o maior centro de negócios do Brasil não parava. O trânsito continuava caótico, as pessoas iam e vinham pelas ruas... São Paulo era sempre São Paulo. Não importava a época do ano, o clima e tampouco o seu estado de espírito.
 
Eu assistia a tudo aquilo da janela de um quarto de hotel na zona sul. O lugar era tão pequeno que eu mal tinha espaço para me sentir sozinha. Tinha até momentos que imaginava que eu, o meu passado e todos os meus problemas não iriam caber ali...
 
Fazia uma semana que estava na capital. Desde então, tudo o que eu fiz foi remoer as minhas últimas decisões e pensar no que eu iria fazer dali em diante. Porém, a única ação concreta que de fato eu cumpri foi ligar para o escritório da F&S Casting e avisar que eu não iria trabalhar por aqueles dias. Inventei uma desculpa qualquer, disse que estava com um problema de família e fugi para aquele hotel onde ninguém me encontraria.
 
Já fazia um tempo que eu havia deixado São Paulo e me mudado para Londrina disposta a deixar o meu passado para trás e recomeçar uma vida nova. Quem poderia imaginar que eu estaria fadada a fazer aquele mesmo caminho de volta arrastada pelos mesmos problemas que eu queria tanto esquecer?
 
Passei todo aquele tempo trancada no meu quarto, controlando as minhas crises, tentando encontra forças... Todas as noites eu tinha o mesmo pesadelo que vinha me aterrorizando a meses: o da pessoa de capa me perseguindo até o topo de uma torre.
 
Eu quebrava a minha cabeça tentando encontrar uma saída, mas não conseguia pensar em nada. Repassei mentalmente o meu encontro na torre com a chantagista. Só de me lembrar daquela tarde o meu sangue “fervia” nas veias. Como foi que eu não saquei que era ela a pessoa que estava me chantageando?
 
Fechei os olhos e repassei todos os detalhes daquele dia em busca de uma solução. Me concentrei e a memória tomou conta da minha mente. Imediatamente senti o meu corpo gelado e a minha respiração disparada. Nunca na minha vida imaginei passar por um momento como aquele...

Curitiba – Torre Panorâmica – Uma semana antes
 
- Sempre pontual, não é Cristal? – Ela me disse olhando para a tela do seu celular que estava em suas mãos. Acabei, por puro impulso, olhando o relógio no meu punho: 13h50. Sim, eu era uma pessoa pontual e somente alguém que me conhecesse muito bem saberia que eu detestava chegar atrasada em algum compromisso.
 
Escutei a voz da minha chantagista e depois a encarei, completamente perplexa e sem fala. De repente tudo fez sentido. Do mesmo jeito que eu estava ali por que era capaz de fazer qualquer coisa pelo Luan, eu sabia que a pessoa que estava ao meu lado era igualmente capaz de tudo para salvar a sua família.
 
- Então é você? – Falei com a voz fraca, ainda sem aceitar muito bem aquela realidade.
 
- Agora somos só eu e você, Cristal. Está na hora da gente acertar as nossas contas...
 
- Laura? – Eu me recusava a acreditar que aquilo fosse verdade.
 
- Surpresa, Cristal? – Ela rebateu com a voz fria.
 
- Não vou negar, estou sim. Não consigo acreditar que era você me chantageando... Você não tinha razões para fazer isso... – Minha cabeça funcionava em um ritmo alucinante. Por mais que eu soubesse que a Laura era capaz de tudo pela família, isso não justificava a sua atitude. Eu não tinha feito nada para ela... Aliás, se alguém ali tinha motivos para querer se vingar, esse alguém era eu.
 
- Não tenho razões, Cristal? Não tenho razões? Certeza disso? – Ela me perguntou com a voz bastante alterada – Cristal, você acabou com a minha família, colocou um dos meus irmãos na prisão, ajudou o outro a se aventurar por aí a bordo de um veleiro, acabou com a reputação do nosso estaleiro... Até meu pai se foi, Cristal. Até ele! E você me diz que eu não tenho razão? – Os olhos delas se encheram de lágrimas ao mesmo tempo que transbordavam angústia e raiva. Ela estava transtornada e colocava a culpa disso em mim. Instintivamente me lembrei da noite que vi o Diogo daquele mesmo jeito no meu apartamento. Aquilo não tinha acabado bem e eu tinha o pressentimento que o meu encontro com a Laura teria o mesmo fim.
 
- Eu acabei com a sua família? Pera aí Laura... O Diogo só está preso porque tentou me matar, o Léo só viajou porque não aguentava mais a pressão de ter que trabalhar no estaleiro... Eu não tenho nada a ver com os problemas da sua família, do estaleiro ou com a morte do seu pai... – Me defendi com a voz firme. Se era briga que ela queria, era briga que ela ia ter...
 
- Você é muito cara de pau mesmo, né Cristal? Se tudo isso aconteceu, foi por sua causa! – Ela voltou a usar o seu tom de voz mais frio enquanto me encarava com uma expressão de raiva e desprezo no rosto.
 
- Você está completamente louca! Nada disso faz sentido, Laura – Retruquei sem realmente acreditar que eu estava ouvindo aquilo...
 
- Ah não faz sentido? Então vamos raciocinar um pouco... Quem sempre incentivou o Léo a seguir essa ideia idiota de se aventurar pelo mundo? Você! – Ela apontou para mim com uma expressão ameaçadora – Quem fez o Diogo querer entrar nessa disputa idiota pelo Léo para te conquistar? Você! Quem desprezou o Diogo a ponto de fazê-lo perder a cabeça e ir até o seu apartamento armado? Você! E quem foi que fez ele ir preso e ainda por cima o convenceu a encobrir o seu “namoradinho”? Foi você também, Cristal! Depois disso as coisas só pioraram, eu fiquei sem os meus dois pais, sem meus dois irmãos, estou perdendo o bem mais precioso da minha família que é o nosso estaleiro... – Ela fez uma pausa ainda me olhando enquanto grossas lágrimas desciam pelo seu rosto – E você? Você simplesmente foi embora, aproveitou tudo isso para se promover, para dar entrevista... Arrumou um namoradinho famoso, agora vive em eventos chiques... E você ainda me diz que não tenho razão? Eu tenho todas as razões do mundo! – Dava para ver que ela fazia um esforço enorme para se controlar e não chamar atenção das outras pessoas que estavam visitando a torre. Para a nossa “sorte”, era dia de semana, então o local não estava tão cheio...
 
- Peraê! Eu não convenci o Diogo a encobrir o Luan! Ele se arrependeu de ter atirado contra mim e por isso resolveu nos ajudar não contando que o Luan também estava no apartamento aquele dia. Em troca disso eu o perdoei por tudo o que ele me fez... – Expliquei tentando manter a calma. Se eu entrasse na “pilha” dela e me desesperasse também, aí que a situação ia ficar complicada de vez... – E você tá achando o quê? Que tudo foi fácil para mim? Que eu passei por tudo isso sem encarar consequências?
 
- Acho... Mas eu vou mudar isso! Nós vamos equilibrar essa situação daqui em diante... – A Laura me respondeu com um sorriso irônico no rosto que me fez lembrar o Diogo. Sempre achei a Laura mais parecida com o Léo, mas desde que eu deixei o estaleiro ela vinha me provando o contrário. Talvez isso fosse a prova de que nós só realmente conhecíamos uma pessoa em um momento de adversidade...
 
- Equilibrar a situação? Laura, francamente! Não tem nada para equilibrar... Essa história já acabou! Tudo o que eu quero é seguir a minha vida adiante... – Argumentei sendo o mais sincera possível. Eu realmente não estava afim de mexer naquela ferida.
 
- Acabou para você! Para mim, ela ainda está rendendo muito... Mas nós estamos prestes a colocar um ponto final nisso e você vai me ajudar – Ela rebateu voltando a apontar o dedo para mim.
 
- Laura, o que você quer? – Resolvi ir direto ao assunto.
 
- Quero que você retire todas as queixas contra o Diogo.
 
- O QUÊ? – Praticamente gritei as palavras. Ela só poderia estar brincando...
 
- Quero que você retire to-das as queixas contra o Diogo. Assim ele fica livre da prisão... Tem algumas outras coisinhas também, mas essa é a questão principal. O resto a gente pode ver depois – A Laura repetiu aquilo como se fosse a coisa mais normal do mundo, uma mera casualidade, um favor entre amigas...
 
- Mas isso não faz sentido! Como eu vou retirar a queixa? O que eu iria dizer? – Perguntei completamente perplexa.
 
- Relaxe, querida! Eu já pensei em tudo... Você vai dizer que acusou o Diogo por conta do ciúme que o Luan sentia de vocês. Mas agora que vocês terminaram, você caiu na real e percebeu que isso não faz sentido... Tudo o que você mais quer nesse momento é ficar em paz com o Diogo e com a família que sempre te tratou como uma filha. Depois você vai convencer o Léo a voltar dessa viagem ridícula de volta ao mundo, nós vamos recuperar a credibilidade do estaleiro e aí sim, essa história estará encerrada!
 
Precisei respirar fundo duas vezes. A minha cabeça girava e eu sentia vontade de vomitar, tamanho o nojo que eu estava sentindo da Laura. Repeti mentalmente o que ela havia acabado de me dizer, tentando memorizar aquela proposta completamente sem pé e nem cabeça...
 
- Mas agora que vocês terminaram...? – Repeti uma das frases que ela disse – O que você quis dizer com isso?
 
- Exatamente o que você entendeu! Você e o Luan vão terminar... Como você acha que as pessoas vão acreditar no seu arrependimento se o “casal do momento” continuar junto? Não, não... É fim de fila pro Luan. O cantorzinho perdeu... – Ela me respondeu irônica, rindo da minha cara.
 
- Sem chance, Laura! Esse seu plano nunca vai dar certo... – Respondi com a voz carregada de ódio.
 
“Calma Cristal, calma” – Precisei repetir para mim mesma. Perder a linha não era a melhor saída naquele momento.
 
- Bom... Então essa foto aqui – A Laura mexeu na tela do seu celular e depois me mostrou a foto do Luan deixando o meu prédio que ela já havia me enviado – vai parar direto na polícia e seu querido namoradinho também vai virar suspeito de ter atirado em você.
 
- O Luan é inocente – Eu praticamente rosnei, tamanha era a raiva que estava sentindo.
 
- Eu sei, você sabe, mas a polícia não sabe... E até ela descobrir, todo um processo vai rolar, toda a mídia vai especular, as fãs vão se desesperar... Já imaginou o circo que isso vai ser, Cristal? Uma tremenda confusão, que você pode evitar, não é mesmo, querida? – Ela repetiu o seu tom irônico que já estava me tirando do sério. Estava cada vez mais difícil suportar aquilo.
 
Parei e olhei para frente tentando recuperar o foco. A cidade se estendia a 100 metros abaixo dos meus pés e a vista era magnífica, o que contrastava completamente com a minha situação. Minha cabeça continuava a girar e por mais que eu tentasse, eu não conseguia raciocinar usando a lógica e a razão. O meu coração gritava dentro do peito. Eu não queria e não podia ficar sem o Luan. Mas eu também não conseguia ver outra solução para aquele problema... A Laura parecia determinada a levar o seu plano adiante e eu não queria um escândalo envolvendo o nome do Lú. Aquele era um problema meu e não dele... Era eu quem precisava resolvê-lo.
 
- Olha lá para baixo, Cristal... – A Laura disse baixinho me distraindo dos meus pensamentos – Olha e pense: Por quem você se jogaria? – Ela fez uma pausa também encarando os prédios e ruas – Eu me jogaria pelos meus irmãos... E pelo meus pais, se eles ainda estivessem aqui... E você?
 
Continuei olhando para frente sem coragem para encará-la. A Laura sabia qual seria a minha resposta. Por isso ela me levou até ali... Ela me conhecia, sabia que eu era fiel às pessoas que eu amava, e que era racional demais para arriscar. Principalmente se o risco envolvesse a carreira do meu namorado...
 
Por um momento eu até senti pena. Ouvir ela falando daquele jeito, como se tentasse justificar os seus erros, a sua loucura... Mas depois pensei nas consequências que as escolhas dela teriam na minha vida. Se eu aceitasse participar daquele plano maluco, se concordasse com aquelas condições, as consequências seriam terríveis para mim. Mas se eu não topasse, a situação ficaria difícil, e difícil até demais para o Luan.
 
- Como você conseguiu essa foto Laura? – De repente a curiosidade tomou conta de mim.
 
- A filha do porteiro, que é fã do Luan... Ela sabia que você trabalhava na Equipe LS e que ele ia na sua casa de vez em quando. Aí ela te viu chegando e fez plantão na portaria... Algum tempo depois, PÁ! Lá estava o Luan, correndo porta a fora... E ela como uma boa menina, registrou o momento e guardou a foto! Depois foi fácil... Quando eu fui lá conversar com eles perguntando se tinham visto algo diferente naquele dia, ela me contou da foto e aceitou me passar o arquivo por e-mail – A Laura me contou como quem conta o resumo da novela para uma colega no ônibus. Era incrível a naturalidade que ela tratava aquela chantagem... – Fãs... Elas não são o máximo? – Ela zombou da minha cara.
 
Olhei para ela com uma cara brava. Eu lembrava da filhinha do porteiro. Ela devia ter uns 10 anos e realmente era fã muito fã do Lú – Que absurdo, Laura! Usar uma criança desse jeito... – Reclamei.
 
- Qual é, Cristal? Você ficou pensando que era a esperta, né? Que o seu plano não tinha falhas? Você é tão esperta, tão esperta, que nem percebeu que tinha gente do seu lado te traindo...
 
Oi? Gente do meu lado me traindo? De quem ela estava falando?
 

Foi aí que eu me lembrei do comportamento da Débora nos últimos tempos. Não, não dava para acreditar...
 
- Débora? – Soltei baixinho, completamente surpresa.
 
- Isso mesmo! – A Laura bateu palmas – Não tô falando que as fãs são demais? Principalmente essas, do tipo apaixonadas... Bastou adicioná-la nas redes sociais e me apresentar como uma ex-amiga sua. Depois eu contei uma história que você era uma aproveitadora, uma alpinista social que já tinha acabado com a minha família e que agora estava tentando acabar com a vida do Luan... Claro que ela ficou horrorizada e se prontificou a fazer tudo o que eu pedi para salvar o seu ídolo – Ela usava o seu tom mais irônico. Estava cada vez mais difícil... Mais um pouco e eu perderia a compostura.
 
- Foi aí que ela ficou sua amiga para me passar todas as informações sobre a sua vida. Eu também me aproveitei disso para “brincar” um pouco com você... Falei para a Débora te aconselhar a ir ao show do Luan em Floripa só para te ver sofrer nas garras dos “leões”... E você caiu direitinho! Também fui eu quem pedi para que ela te fizesse entrar o Twitter e falar para as fãs que você era amiga delas só para irritá-las ainda mais! Tá certo que nem tudo saiu como eu planejei, mas fazer o quê? Essas Luanetes são imprevisíveis...
 
Agora ela tinha passado dos limites... Virei em direção à Laura e levantei o meu braço me preparando para dar um tapa bem dado na sua cara.
 
- Vai me bater, Cristal? Um tapa e a foto vai parar nas mãos da polícia... – Ela me ameaçou com a voz fria.
 
Fui obrigada a baixar a mão e tentar me controlar. Voltei a olhar para a frente, sem realmente ver a cidade logo abaixo. Respirei fundo de novo. Meu corpo estava tremendo e o meu coração estava disparado dentro do peito.
 
“Calma Cristal, calma...”. Mais do que nunca eu precisava manter a calma...
 
- Se eu topar essa loucura, e eu disse se – Frisei bem a última palavra – Vou querer um contrato que deixa bem claro que você não poderá usar essa foto de nenhuma forma que prejudique o Luan.
 
- É justo! – A Laura ponderou balançando a cabeça – É até melhor colocar tudo em um contrato, assim você não tem como esquecer da sua parte no trato... – Ela piscou querendo me provocar e eu precisei me segurar para não voar no pescoço dela – Isso quer dizer que temos um acordo?
 
- Eu... eu... eu não sei – Vacilei, completamente perdida – Eu preciso de um tempo para pensar – Pedi tentando manter a voz firme.
 
- Pensar Cristal? Não tem o que pensar... É aceitar, ou ver a foto ir parar nas mãos da polícia. Mas tudo bem, eu te dou essa noite para pensar. E só essa noite... – Ela mexeu as mãos para destacar bem o meu prazo - Mas como eu sei que você vai aceitar... – A Laura chegou bem perto de mim – Te espero amanhã em São Paulo para acertar os detalhes do contrato – Ouvi a irmã do Diogo completar com a voz baixa antes de virar e sair caminhando em direção à saída, dando por encerrada a nossa conversa – E ó, o namoradinho não pode saber de nada, hein? – Ela me avisou já a uns dois passos de distância.
 
Usei uma das minhas mãos para me apoiar em uma barra de ferro que ficava paralela ao vidro do observatório. Eu me sentia sem forças, fraca, perdida... Por que tudo aquilo tinha que acontecer comigo?
 
Fiquei olhando a cidade lá embaixo por mais um tempo, respirando fundo e tentando controlar a crise de choro que ameaçava tomar conta de mim.
 
“Eu não vou chorar, eu não vou chorar”.
 
Era a segunda vez que aquela família tentava arrancar tudo de mim e mais uma vez eu precisava ser forte para superar aquele problema.
 
Muito lentamente me virei e também fui em direção ao elevador que me levaria à saída. Quando cheguei ao térreo dei de cara com duas meninas, uma morena de cabelos cacheados e outra de cabelos lisos e pretos.
 
- Zica? – A morena exclamou ao me ver.
 
- Shiuuuu Isa, não fala assim! A Cris vai achar que você está a ofendendo – A parceira da garota ralhou com ela.
 
- Ahhh Bety, que nada! A Cris sempre trata as fãs bem, mesmo quando tem umas “sem noção” tentando bater nela... E isso é só um jeito carinhoso de chamá-la... – A morena, que deveria se chamar Isa, disse - E aí, zica? – Ele repetiu para mim com um sorriso no rosto – O Luan tá aqui em Curitiba também?
 
Oi? Zica? Eu tinha entendido direito? Era sério que aquilo era um apelido carinhoso?
 
- Oi meninas! – Tentei sorrir – Não, o Luan está em Londrina hoje. Eu vim sozinha para cá – Expliquei.
 
- Eita Cris, tá tudo bem com você? “Cê” tá meio pálida – A segunda menina, que a Isa chamou de Bety, me perguntou com uma expressão preocupada no rosto – Teve outra queda de pressão? Tipo aquela que você teve no aeroporto?
 
Certo, as pessoas poderiam acusar as Luanetes de qualquer coisa, menos de mal informadas. Aquelas meninas sempre sabiam de tudo. Eu nem me surpreendia mais...
 
- Não, não... É que eu tenho medo de altura – Menti para disfarçar.
 
- Ahhh, a gente também! – As duas falaram ao mesmo tempo – Só vamos subir porque está rolando uma promoção em uma rádio e a gente acha que uma das pistas está lá em cima – A Bety me explicou.
 
- Bom, boa sorte! Eu não vi nenhuma pista lá em cima, mas confesso que não estava reparando muito nos detalhes - Comentei – Mas agora eu preciso ir. Espero que dê tudo certo, meninas – Me despedi torcendo para não ter parecido muito rude. Infelizmente, eu não andava muito no clima para encontro com fãs depois de ter "negociado" com a Laura.
 
Dirigi de volta para Londrina pensando nas possíveis saídas para o meu problema. A única solução que aparecia na minha cabeça era abrir o jogo para a minha advogada, a Doutora Tereza. Porém eu tinha certeza que nem ela poderia me ajudar... Afinal, como a advogada conseguiria impedir que a Laura enviasse a foto para a polícia e envolvesse o Luan no caso?
 
Falando em Luan, ele me ligou no meio do caminho e me convidou para um churrasco que o “Seu” Amarildo estava fazendo na chácara da família. Não tive como dizer não e acabei combinando de passar por lá mais tarde. 

- Talvez o churrasco acabaria sendo algum tipo de despedida, pensei me sentindo arrasada.
 
Passei em casa, troquei de roupa e dirigi para a chácara já conformada com o meu destino: Eu não teria escolha senão ceder à chantagem da Laura.
 
Porém, ao chegar ao local do churrasco fui surpreendida com um “mordomo” me esperando e uma verdadeira noite de rainha preparada pelo Luan. Acabei entrando no “clima” e curti a noite, me permitindo esquecer de todos os meus problemas. Aquele era um momento só meu e do Luan, e foi a noite mais mágica da minha vida.
 
Mas como tudo que é bom dura pouco, depois que o Luan adormeceu eu ouvi o meu celular tocar. Demorei algum tempo para localizá-lo ali no quarto e mais ainda para lembrar que o Ronaldo havia me avisado que levaria a minha bolsa até o quarto onde o Luan estava instalado. Caraca, o “pinguim” pensava em tudo...
 

Vi toda a minha felicidade ir embora assim que li a mensagem na tela do meu telefone:
 
“TIC, TAC, o seu tempo está acabando. Se não estiver em São Paulo até amanhã, você já sabe quais serão as consequências...”
 
Tive vontade de atirar o celular longe, mas isso não adiantaria de nada. Infelizmente a Laura estava certa...
 
Olhei para o Luan dormindo no meu colo e duas lágrimas rolaram pelo meu rosto. Aquela noite fora como a calmaria que precedia a tempestade. Agora era a hora de voltar ao mundo real. Era hora de enfrentar os meus fantasmas...
 
Levantei e tomei um banho rápido. Depois, sem muita dificuldade, encontrei as roupas e sapatos que estava usando quando cheguei à chácara no quarto perto do lugar onde a minha bolsa estava. Grande Ronaldo! Até disso o “mordomo” tinha cuidado...
 
Coloquei a roupa me esforçando para não acordar o Luan e peguei a chave do carro. Meu coração sangrava e as lágrimas escorriam sem parar pelo meu rosto. Então era isso? Toda uma história acabava daquele jeito?
 
Não, tinha que ter uma saída! A Laura tinha deixado bem claro que eu não poderia contar nada para o meu namorado, mas... E se eu desse um motivo para ele desconfiar? Talvez ele sacasse que alguma coisa estava errada e tentaria me ajudar...
 
Com uma nova chama de esperança, peguei dinheiro e os meus documentos da minha bolsa e deixei todo o resto lá, torcendo para que o Lú percebesse que não era nada comum uma mulher sair sem bolsa. Só para garantir, já que o meu namorado era um pouco distraído, também deixei os meus dois aparelhos celulares. Eu havia uma cópia de segurança dos meus contatos, e poderia comprar um novo telefone quando chegasse a São Paulo. Por fim, tirei as duas alianças, a que eu ganhei dele e a que a Larissa me dera no aeroporto, e deixei sobre o criado-mudo. Aquela foi a forma que eu encontrei de dizer ao Lú que eu estaria sempre com ele, mesmo distante... Deixar aqueles anéis ali era como deixar o meu próprio coração para que o Lú tomasse conta...
 
Depois segui para o meu carro, completamente aos prantos. O lado de fora da casa estava vazio.Com certeza todo o pessoal que trabalhara no jantar já havia ido embora.
 
Dirigi de volta para São Paulo em silêncio, apenas o som do meu choro enchendo o carro. Fazer aquele caminho de volta era como voltar para um pesadelo que ainda não tinha acabado e que talvez nunca tivesse fim...
 

São Paulo – Quarto de hotel – dia atual
 
O som do telefone do quarto tocando me tirou do turbilhão de lembranças que eu estava. Eu só passara aquele número para o pessoal do escritório e para a minha família sobre ordens expressas de que eles não poderiam passá-lo adiante para mais niguém.
 
- Alô – Me surpreendi ao ouvir o som da minha própria voz depois de tanto tempo.
 
- Cristal? – Era o Sorocaba em pessoa me ligando. Ótimo, o “big boss” tinha descoberto a minha “escapadinha” do trabalho.
 
- Oi... – Tentei forçar a voz e parecer mais bem disposta.
 
- Cris, está tudo bem com você? – Ele quis saber.
 
- Ahã... Tudo sobre controle – Mentir já estava virando um hábito para mim...
 
- Já sabe quando volta para Londrina? Já conseguiu resolver os seus problemas pessoais? – A voz dele era tranquila, como um amigo perguntando como estavam as coisas.
 
- Hum... Já... – Foi tudo o que eu consegui responder.
 
- Poxa, mas que bacana! Bom, se tudo estiver realmente resolvido por aí, eu queria muito que você acompanhasse eu e o Fernandinho em um festival que vai ter em Goiás daqui uns dias. Vai tocar uma porção de gente lá, vai ser um evento grande e a gente, a Thaeme e o Thiago e o Lucão estamos na lista de atrações. Aí já sabe, evento assim é sempre bom para divulgar as novidades, e você é ótima em cuidar disso... Será que você pode ir? – O Sorocaba me perguntou todo animado.
 
Puxei pela memória. O Luan também se apresentaria nesse festival no mesmo dia que Fernando e Sorocaba e Thaeme e Thiago. Ou seja, se eu fosse com certeza encontraria o meu namorado (ou seria ex-namorado?) lá. Por outro lado, por quanto tempo eu conseguiria continuar fugindo do meu trabalho, da minha vida?
 
- Claro Sorocoba! Volto para Londrina ainda essa semana e combinamos os detalhes – Avisei.
 
Agora só me restava saber se eu sobreviveria a mais aquela prova na minha vida... Quantas vezes eu poderia ter o meu coração quebrado? E quantas vezes eu conseguiria juntar os pedaços e seguir adiante?
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Notas finais: PARA O MUNDO: Casal Vidinha separado? Pode isso produção?

E essa Laura, gente? Já pode atirar ela de cima da torre?
E a Débora? Pode bater nela? Duas cobras!

Meninas, preciso saber o que vocês acharam desse cap! Please, ME CONTEM!

E ó, aviso aos navegantes: Esse festival promete!Reencontro do casal vidinha vai bombar...
No próximo cap eu conto como vai ser, ok??

Beijo e até lá!

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4 comentários:

  1. SE EU ENCONTRASSE A LAURA NA MINHA FRENTE ELA ERA UMA MULHER MORTA! A "DEBY" TBM! DUAS BITCHES
    LAURA USAR UMA CRIANÇA? VLH MT CARA DE PAU!
    E de uma coisa eu sei, Lua e Sorocaba tao juntos armando alguma coisa! hehe aquele ali é lerdinho mas nao é besta kk
    Casal vidinha tem q voltar logo!
    bjs manuzitaaa

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    Respostas
    1. Olha a Bequinha gente! Que mulher mais brava! kkkkk
      Mas é fato! Se encontro essas duas na rua, acho que dou uns bons tabefes nelas!
      Onde já se viu? Uma criança! Aff, Laura e Débora passaram dos limites...

      Hum... Será que o Divo e o Sorocoba estão de armação? Será? Esse é rolo para o próximo cap! *--*

      Casal Vidinha já deixando saudades! Tomara que eles voltem logo mesmo! xD

      Beijos Bequinha! E ó, mais uma vez no top coments, hein?! Tá ficando profissional nisso!

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  2. Ahhhhhhh eu vou mata essas duas cobras. Como assim meu casal vidinha ta separado isso produçao?
    Tenho certeza que o Luan vai ficar atras da Cristal igual na 1T
    Posta mais nega
    Cap #bao #de #mais #da #conta
    Bjs neguelvis

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    1. Está aberta a temporada de caça às bruxas Débora e Laura! Acho que está todo mundo querendo matá-las! kkkk

      Sim, o casal Vidinha está separado! Triste demais isso, né?! Cris e Lú vão sofrer demais longe um do outro...

      Será que o Lú vai ficar correndo atrás da Cris? Hum... Agora é esperar pra ver!

      Beijo Nega! Obrigada por ler e comentar! *--* A gente sê vê no próximo cap!

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!