terça-feira, 23 de julho de 2013

Capítulo 17 - Tudo o que você quiser

Notas iniciais: Meninas, é o seguinte:
Capítulo 17 está pra lá de caprichado por dois motivos:
1 - É o penúltimo cap dessa segunda temporada de INC! Dá para acreditar?
2 - Porque esse é cap de comemoração do meu niver! Siiiim, semana que vem fico mais "velhinha" e fica aqui o "presente" que quero dividir com vocês!
Então chega de falatório! Respirem fundo porque são 15 páginas de capítulo! Bora?
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- Cristal, já posso guardar o Guerreiro? – Ouvi meu irmão gritar para mim lá do outro lado do píer.


Chequei o relógio: 15h45. Estava ficando tarde... Logo eu teria que deixar Ilhabela e voltar para Londrina e nada do Luan chegar...


- Não! Espera só mais um pouco, Thomás! – Gritei de volta.


- Tudo bem filha, mas você não vai sair com esse barco à noite, está entendendo? Tudo bem que você sabe pilotar, mas é melhor não abusar! – Meu pai, que estava junto do meu irmão cuidando das atividades rotineiras da marina, me advertiu.


- Tá certo, pai! Fica tranquilo! Eu não vou fazer nenhuma loucura – Procurei tranquilizá-lo.


Chequei o relógio novamente: 15h46. Onde ele estava? Será que pelo menos estava a caminho?


- Toma aqui, Cris! Bebe um pouco de suco de maracujá, senão você vai ter um treco! – Ouvi o Márcio, o garçom que trabalhava no pequeno restaurante da marina, falar ao meu lado enquanto me oferecia um copo com um líquido amarelo dentro.


- Ele não ligou, Cristal? – O Cauã, um dos marinheiros que também trabalhava por ali, se aproximou quando percebeu o movimento em torno da “minha aflição”.


- Não, ele não deu notícias... – Respondi com a voz triste antes de aceitar o suco que o Márcio me ofereceu.


- Mas ele deu certeza de que vinha, pelo menos? – O Cauã tornou a perguntar.


- Não... – Dei mais um gole na minha bebida antes de admitir aquilo.


- Você vai esperar até que horas? – O Márcio quis saber, ainda parado ao meu lado.


- O máximo que posso esperar é até o anoitecer. Depois o Thomás vai me levar de carro até São Paulo, porque de madrugada eu embarco de volta para Londrina. Vou deixar o meu carro por aqui e o meu irmão vai levá-lo para mim na outra semana. Não quero dirigir todo esse caminho de volta. Vai ser muito cansativo... – Expliquei.


- E por que é tão importante que o Luan venha? – O Cauã me perguntou com a expressão curiosa.


- Porque a gente meio que... brigou. Para resumir, ele acha que eu não confio nele por causa de tudo o quê aconteceu... Esse rolo todo que o Diogo e a Laura criaram me fez mentir e esconder muitas coisas de muita gente, inclusive do Luan. Eu não queria fazer isso, mas a situação foi virando uma bola de neve e quando eu me dei conta, lá estava eu, cheio de mistérios e segredos! Isso me afastou do Luan e agora eu preciso provar que ele é a pessoa em quem eu mais confio nessa vida... – Desabafei voltando a checar o relógio. Quanto mais o tempo passava, mais eu ia perdendo as esperanças.


- E o quê isso tem a ver com barco e todas aquelas aulas de como pilotar o Guerreiro que eu te dei? – O Cauã se intrometeu não demonstrando nenhuma discrição. O marinheiro passara os últimos dias me ensinando a conduzir uma das lanchas de aluguel da marina. Eu já tinha uma noção de como se “dirigia” aquelas lanchas enormes, mas fiz questão de ter um treinamento “intensivo” para que nada saísse errado durante o meu plano.


Encarei o rapaz alto e moreno na minha frente sem coragem de respondê-lo. Um silêncio constrangedor caiu sobre nós, até que o Márcio, ainda parado ao meu lado segurando uma bandeja, resolveu esclarecer a questão.


- Porque foi em um barco que o Diogo aprontou aquela monstruosidade com ela – O garçom respondeu com a voz baixa – Só que ele fez isso no Antares, e não no Guerreiro – Ele apontou para um dos iates que boiavam na água, ancorado no píer. O Antares era uma das maiores lanchas da marina. Era equipada com quatro suítes, sala de estar, solário, churrasqueira e muitos outros acessórios e itens de luxo. Foi na festa de lançamento daquela lancha que o Diogo me embebedou e se passou pelo Léo para me enganar.


Continuei fitando os barcos na água, ainda sem coragem de encarar o Cauã. Do outro lado do píer, o Guerreiro, assim como eu, esperava pelo seu destino. Aquele era um modelo menor de lancha, mas também era muito luxuoso. Contava com duas suítes, sala, cozinha,  área de lazer externa e exibia um layout moderno e arrojado. Era um dos barcos preferidos dos veranistas por ser fácil de pilotar e ser chique, sem chamar uma atenção exagerada.


- Poxa Cristal, eu nem me liguei nisso... – Por fim o marinheiro se desculpou, bastante sem jeito.


- Não tem problema – Sorri para ele tentando parecer convincente.


- Você nunca se liga em nada, seu vacilão! – O garçom chamou a atenção do amigo – Olha Cristal, está chegando um pessoal agora do mar e eu aposto que eles virão para cá comer alguma coisa assim que descerem no píer – O Márcio me avisou apontando para a água, onde era possível ver uma lancha se aproximando da marina – Vou lá para dentro ajudar o pessoal da cozinha, mas fica calma! O mar vai trazer o seu amor – Ele colocou uma das mãos no meu ombro apertando de leve e depois saiu carregando a sua bandeja.


- É, eu também vou indo para ajudar o pessoal a atracar! Se o Luan chegar, não esquece de mostrar aquele “truquezinho” que eu te ensinei! E fica tranquila! No Guerreiro não tem erro! É só ligar e sair por aí navegando – O Cauã me incentivou antes de sair correndo em direção ao píer.


Fiquei sozinha, sentada em um dos bancos situado no jardim que separava o restaurante do píer, encarando o mar na minha frente. Fazia um dia bonito e o sol brilhava no céu, enchendo a marina de vida. A maré estava tranquila, sem quase nenhuma onda. Estávamos fora de temporada, por isso não havia muito movimento de turistas na marina. As poucas pessoas que passavam por ali aproveitavam para sair com os seus barcos e relaxar um pouco. Além das vagas dos clientes fixos, o estabelecimento onde meu pai e o meu irmão trabalhavam também comercializavam lanchas e disponibilizavam alguns modelos para aluguel.


Dei mais um gole no meu suco, já quase me dando por vencida. O relógio mostrava que já era quatro da tarde. Com certeza o Luan não vinha mais. Eu havia ligado para o Rober e deixado um recado avisando que eu ficaria no litoral até, no máximo, às 19h da segunda-feira. Faltavam 3 horas para o prazo vencer e ele nem sequer tinha me ligado. Com certeza o Lú havia decidido seguir direto para Londrina, ignorando o meu pedido para que me encontrasse ali.


“O mar vai trazer o seu amor”.


Lembrei-me da frase que o Márcio havia me falado há pouco. - Tá, tudo bem! Vou esperar só mais um pouco. Se ele não der nenhum sinal de vida, eu desisto! – Murmurei meio que comigo mesmo, meio com o mar e meio que para ninguém.


- Ah ótimo, agora estou falando sozinha! Se alguém me ver fazendo isso vão querer me mandar de volta para a terapia – Voltei a murmurar para mim mesma estremecendo com o pensamento. A Doutora Tereza havia cogitado a possibilidade que eu estivesse desequilibrada para justificar a minha repentina mudança de opinião em retirar a queixa contra o Luan. Graças a Deus ela havia desistido daquela hipótese quando descobriu que eu estava sendo chantageada. Voltar para a terapia eu até toparia, mas tomar aqueles remédios “tarja-preta” de novo estava completamente fora de cogitação...


Dei outro gole na minha bebida e acabei rindo sozinha ao me lembrar que o Luan adorava me dar suco de maracujá para beber. Segundo ele, era para acalmar a minha “brabeza”. Ahhh Luan, onde será que esse menino estava, hein? Por quanto tempo mais eu teria que ficar esperando?


- Rindo sozinha, Cristal? – Ouvi alguém me perguntar sentando-se ao meu lado no banco.


- Luan? – Meu coração ameaçou parar dentro do peito tamanha foi a minha surpresa.


- Ué, “cê” não mandou eu vir? Então eu tô aqui – Ele sorriu para mim daquele jeito que era capaz de me tirar o fôlego. Ai que saudade que eu já estava daquele sorriso! Ele vestia uma bermuda, camiseta, estava de boné e calçava chinelos de dedos – O Well me trouxe. O companheiro lá da portaria disse que você estava por aqui no píer...


Eu continuava sem palavras. Parecia que o meu mundo esteve por todo aquele tempo girando no sentido errado e que só agora, com ele na minha frente, tudo estava entrando nos eixos novamente. De repente o céu estava mais azul e o sol brilhava mais forte do que antes...


Ele apenas me fitava, ainda com o sorriso nos olhos, como se esperasse que eu falasse alguma coisa. Eu estava doida para pular no pescoço dele e dizer que estava radiante de felicidade, mas meus braços não me obedeciam e minhas pernas estavam bambas. O Luan estava ali na minha frente! Depois de tudo, ele veio ao meu encontro! Depois de tudo, agora era o nosso momento de viver o nosso “felizes para sempre”, nem que fosse só por um dia...


- Cris... Naquele dia que você saiu correndo da delegacia e apareceu lá na van do nada... Por que você fez aquilo? – Ele me perguntou depois de um momento de silêncio entre nós. O sorriso no seu rosto foi substituído por uma expressão séria e ele fitava o mar a nossa frente enquanto falava.


- Fiz isso porque eu senti que finalmente estava livre. Com o seu depoimento nada mais me prendia a Laura e ao Diogo. Naquele momento eu poderia escolher, e eu escolhi você – Disse com a voz baixa.


Então ele se virou para mim e segurando uma das minhas mãos me respondeu – Você me escolheu e eu escolhi você...  Por isso eu tô aqui Cristal, pelo mesmo motivo que você foi atrás de mim naquele aeroporto: O passado finalmente ficou para trás, o pesadelo acabou e no fim de tudo, nós sobrevivemos! Nós estamos aqui... Eu estou aqui para você. Acho que agora é a hora de começar a nossa história, sem mais ninguém para atrapalhar...


Sorri feliz da vida com aquelas palavras. Aquela era a “deixa” ideal para o meu plano.


- Vem comigo! – Me levantei de um pulo só o puxando pela mão – Cauãããã... Cauããã... Vem me ajudar com o Guerreiro! Eu vou sair para o mar – Comecei a gritar enquanto atravessava o píer correndo arrastando o Luan atrás de mim. Algumas pessoas me encaravam assustadas, mas eu não me importava. A minha felicidade era tanta que eu seria capaz de dançar lambada ali mesmo.


- Cristal! Calma, Cristal! Mas o quê “cê” tá fazendo, muié? Tá doida, Vidinha? – O Luan me puxou pelo braço me fazendo parar de repente no meio do caminho. A expressão dele era de quem não estava “entendendo nada”.


- Lembra que eu disse que ia dar um jeito de te mostrar que confiava em você? – Ele assentiu com a cabeça e então eu continuei – Pois é... E agora que você falou em começar a nossa história deixando os fantasmas para trás... Isso será perfeito! – Eu ria como uma boba – Vem, logo! Confia em mim! – Voltei a correr pelo píer segurando a mão do Luan. Sem opção, ele me acompanhou até pararmos em frente ao Guerreiro.


- Pronto! Vem cá, me ajuda a puxar a corda – Pedi, me agachando para pegar o cabo que prendia a lancha ao píer.


- O quê? Vidinha, Vidinha... O que você vai fazer? “Cê” não tá pensando em embarcar nisso aí, está? – De repente o Luan me parecia horrorizado.


- Mas... é... claro... que... estou – Respondi enquanto me esforçava para puxar o cabo até que a lanche estivesse perto o suficiente para que eu pudesse saltar do píer para o interior do barco – E você vai comigo! – Completei depois que consegui o que queria.


- Perâe Vidinha! Você lembra uma vez que a gente estava lá em casa... Foi logo depois que aconteceu todo aquele rolo do Diogo... Eu e todo o pessoal íamos pescar de barco e você não quis ir porque disse que tinha trauma... Tudo por culpa desse otário do Diogo! – Ele disse bastante contrariado. Aquele assunto sempre fazia o Luan ficar irritado.


- Então... Que tal me ajudar a superar esse “probleminha”? – Sugeri, erguendo uma sobrancelha – Eu confio em você o bastante para isso! Sem falar que essa é uma ótima maneira de recomeçar...


O Luan ficou parado que nem uma estátua enquanto analisava a minha proposta – Você está falando que vai embarcar nessa lancha comigo... mesmo depois do quê o Diogo fez? – Ele parecia não acreditar.


- Por você, Luan, eu estou a dois dias treinando pilotar o Guerreiro. O Cauã me ajudou, mas meu pai estava o tempo todo do meu lado, me dando força... Mas essa será a primeira vez desde aquela noite que eu vou sair de barco sozinha com alguém – Expliquei me aproximando dele, deixando os nossos rostos bem perto um do outro, mas sem se encostarem.


- Pronto Cristal, já tô aqui! Vou soltar os cabos! Já comunicou o pessoal que vai sair para o mar? – O Cauã chegou perto de nós apressado. Na sequência ele saltou para dentro da embarcação e já começou a ajeitar tudo para a minha saída.


- Ainda não, Cauã. Já tô embarcando para assumir o comando... – Respondi sem desgrudar os olhos do Luan e nem me afastar – Só preciso saber se esse marujo aqui vem comigo - Falei, estendo a minha na frente do Luan como se fosse um convite. Sem pensar duas vezes, ele aceitou a minha proposta, sorrindo para mim de forma encorajadora. Cheia de ânimo, saltei para dentro da lancha com o Luan logo atrás de mim.


- Cauã, tô indo ligar os motores e avisar para o pessoal da marina que estou de saída! Você tira as capotas depois? – Gritei enquanto já ia caminhando para o painel de controle do Guerreiro – Ah amor,não mexe em nada por enquanto, hein? Deixa eu arrumar tudo primeiro! – Me virei para avisar o meu namorado. Bom... Pelo menos eu acreditava que agora nós tínhamos voltado a namorar de vez, né?


- Lá vem você com a sua “brabeza” – Ele retrucou tentando disfarçar um sorriso. Eu tinha certeza que ele estava morrendo de saudades das minhas implicâncias.


- Pô cara, nem para você ela facilita? – O Cauã brincou passando por nós para ir cuidar das capotas.


- “Capáiz mesmo”... Essa aí é pior que onça, rapáiz! E adora brigar comigo!  - O Luan me provocou dando “corda” para o marinheiro.


- Cauã, sem papo! Desamarra esses cabos e essas capotas e vaza logo daqui! – Falei fazendo cara feia para ele – E você, mocinho – Apontei para o Luan, ainda com a cara fechada – Comporte-se, ou te deixo na primeira ilha que a gente encontrar pelo caminho.


Virei e continuei caminhando até chegar ao painel de comando. Concentrada, liguei os motores, o GPS e todos os outros equipamentos que eu precisaria para navegar e, quando comecei a chamar o pessoal da marina pelo rádio, o Luan me interrompeu com um grito.


- PERAÊ, PERAÊ! É você que vai dirigir esse “trem”, Vidinha? – Eu não tinha me dado conta que ele havia caminhado até o meu lado até o Lú gritar, segurando os seus chinelos e o boné nas mãos.


- Sim, sou eu! E não é dirigir, é pilotar! – Corrigi.


- Minha nossa senhora, e você sabe fazer isso? – Ele parecia bem desesperado balançando os chinelos nas mãos, o que deixava a cena cômica.


- Qual a parte do “Passei os dois últimos dias treinando pilotar o Guerreiro” que você não entendeu? – Perguntei com a voz irônica.


- Ôôôô “seu” Cauã, vem cá, moço... Vem cá! Ela sabe mesmo dirigir esse trem? Eu posso confiar? – O Luan gritou para o marinheiro que estava na parte debaixo do barco, tirando a capota da área externa que contava com sofás bastante confortáveis.


- Sabe sim, Luan! Pode confiar que a Cris manda bem! – O Cauã piscou para mim lá de baixo.


- Rapáiz, tem que te amar muito mesmo, viu Vidinha? Se você pilotar esse barco igual dirige o “Capivara” eu tô perdido! – Ele me provocou, rindo de mim.


- Mas olha só! Eu dirijo melhor que você, e o senhor sabe muito bem disso! – Cruzei os braços e fiz bico para demonstrar toda a minha irritação.


- Vixi, eu vou embora porque não quero me meter em briga de casal! Até a volta, capitã! – O marinheiro bateu continência para mim, fazendo uma brincadeira.


- Até a volta, marinheiro! Obrigada pela ajuda! – Agradeci, repetindo o gesto dele.


Enquanto o Cauã voltava para o píer, ouvi alguém me chamando pelo sistema de rádio.


- Cristal? Filha? – A voz do meu pai tomou conta do ambiente.


- Oi pai! Estou na escuta! – Respondi pegando o fone do rádio e apertando os botões necessários.


- Já chequei as condições da maré! Está tudo certo para você sair! Vai com cuidado e não volta tarde, ok? – Ele me avisou – E nem pense em sair da rota que combinamos, mocinha! O mar está calmo, mas você ainda não é tão experiente para sair sozinha por aí...


- Pode ficar tranquilo, pai! Vai dar tudo certo, ok? – Tentei tranquilizá-lo. Mesmo com todos os conselhos e avisos dele para que eu tomasse cuidado, eu me sentia muito confiante. Talvez fosse a presença do Luan ali, ou a alegria em tê-lo novamente ao meu lado que me enchia de força e coragem.


- Tá certo, então! Eu e o Thomas vamos ficar por aqui. Qualquer coisa chama no rádio, ok? – Ele me pediu com um tom protetor – Câmbio e desligo!


- Vidinha, “cê” tem certeza que quer fazer isso? – O Luan me perguntou parado ao meu lado em frente ao painel de comando. A expressão dele era de uma pessoa preocupada.


- Você confia ou não em mim? – Virei na sua direção e perguntei, olhando firme nos seus olhos.


- Confio! – Ele respondeu com firmeza, sem quebrar a nossa troca de olhares.


- Então senta aí e aproveita o passeio! A Capitã Cristal vai te levar para dar uma volta! – Pisquei para ele apontando uma das poltronas que ficavam perto do painel. Depois que ele se acomodou, ainda sem tirar os olhos de mim, saí do píer com o Guerreiro. Segui com a velocidade reduzida até me afastar o suficiente da marina e ganhar o mar aberto. Depois, resolvi usar algumas dicas que o Cauã me deu de “Como impressionar as gatinhas quando se está pilotando”. Claro que eu adaptei isso para “Como impressionar o Luan pilotando o Guerreiro”! Mas, eu precisava admitir, os conselhos do marinheiro foram preciosos...


Acelerei a lancha, fazendo ela saltar sobre as ondas e o vento bater no nosso rosto.  Depois, com um gesto rápido, virei a direção toda para a direita fazendo uma curva fechada em alta velocidade, no maior estilo barco de corrida. Eu me sentia tão feliz e livre que não me aguentei: Levantei uma das mãos e dei um grito bem alto, extravasando todas as boas energias daquele momento. Ao meu lado o Luan me encarava com um sorriso enorme no rosto. Com certeza ele também estava aproveitando aquele momento.


Navegamos por aproximadamente 30 minutos até chegarmos perto de um conjunto de ilhas que havia ali perto. Era final de tarde, e o sol já ia se pondo por trás das paredes rochosas e da vegetação do pequeno arquipélago, criando o cenário perfeito. Desliguei o motor, desci a âncora e chequei se estava tudo OK no painel de comando duas vezes antes de, enfim, poder curtir a paisagem e a minha companhia.


- E aí? Foi tão ruim assim? – Perguntei ao Luan enquanto ajeitava os meus cabelos. Com o vento e a água salgada os meus fios já estavam ficando “terríveis”.


- Do seu lado nada é ruim, Vidinha! – Ele me disse, quase fazendo o meu coração parar – E ó, eu não conhecia esse seu lado radical!


- Aprendi algumas “coisinhas” para te impressionar... – Admiti, me dando por vencida – E aí? Gostou do lugar?


- É lindo “demais”, Cristal! Parece um quadro pintado por Deus – Ele comentou com o olhar perdido no horizonte.


- E é... A noite aqui também é lindo! Dá para ver uma porção de estrelas... – Falei de repente me sentindo triste. Lembrar daquele lugar à noite me trazia recordações de uma outra época. Um tempo que eu queria esquecer – Sabe... Foi aqui que tudo aconteceu...  – Contei com a voz baixa, também encarando o horizonte a minha frente.


O Luan precisou de uns dois segundos para entender sobre o quê eu estava falando. Quando se deu conta, ele me encarou com uma expressão completamente atordoada.


- Cristal... – Ele chamou baixinho antes de vir até mim, soltando os chinelos e o boné de qualquer jeito no chão e me abraçando por trás. Ele me aconchegou nos seus braços, arrumando os meus cabelos para o lado, acariciando uma das minhas mãos – Eu não quero que você pense mais nisso. Acabou, lembra? – Ele sussurrou no meu ouvido.


- Ainda não acabou... Mas vai acabar! – Respondi me virando e encaixando a minha cabeça entre o seu ombro e o seu pescoço e passando os braços ao redor dele – Esse sempre foi um dos meus lugares prediletos até o Diogo me trazer aqui naquela noite... Depois disso, eu nunca mais voltei aqui, assim como não tinha mais andado de barco... Por isso eu quis te trazer aqui hoje. Eu quero que essa ilha volte a ser um dos meus lugares prediletos, o cenário das minhas melhores recordações... – Fiz uma pausa para ficar frente a frente com ele – Se hoje nós estamos começando de novo, eu só quero que você saiba que eu te escolhi, porque confio em você, para viver esse momento ao meu lado – Fiz uma nova pausa, respirando fundo, buscando toda a coragem que existia dentro de mim para continuar aquela frase – Luan, eu quero que você faça amor comigo aqui, hoje, agora...





Eu sentia as minhas pernas tremerem e o meu coração estava batendo como um louco dentro do peito. Era como se o mundo tivesse parado naquele momento eu não ouvia mais o vento soprar, nem as ondas baterem contra o casco. Tudo que existia naquele momento era ele e o brilho que vi nos seus olhos quando ele ouviu o meu pedido.


Sem dizer nada, ele segurou os meu cabelos, me puxando para ainda mais perto dele e me beijou nos lábios de uma forma intensa. Era um beijo apaixonado, com desejo, amor, paixão e algo a mais... Aquele algo a mais que eu não sabia explicar o que era, mas que fazia todo o meu mundo parar quando o Luan chegava perto.


- Hoje... – O Luan começou a falar, agora distribuindo beijos pelo meu pescoço, orelha, pescoço... – Você... – Ele foi descendo para o meu colo – vai ser... – O Luan voltou para a minha boca dando uma mordida de leve no meu lábio inferior – a mulher mais amada desse mundo – Meu namorado completou, voltando a me beijar da mesma maneira intensa nos lábios.


- Vem! – Chamei baixinho, pegando a sua mão e o guiando para uma das cabines da lancha. A suíte era aconchegante, decorada com um tema náutico e madeira em um tom claro. As persianas estavam levantadas, então dali era possível ver o céu e o por do sol através da janela de vidro que ficava na lateral do barco.


Assim que entramos, o Luan me puxou pelo braço me colocando contra a parede e voltando a me beijar. Como sempre, deixei que ele me conduzisse, apenas seguindo o nosso velho instinto de ação e reação. Ele foi distribuindo beijos pelo meu corpo enquanto as suas mãos passeavam pelas minhas costas, causando arrepios por onde passava. O tempo todo ele fala baixinho no meu ouvido o quanto me amava e me achava linda, e de como ele tinha sentido saudades naquele tempo que ficamos longe.


Eu brincava com os seus cabelos, deslizava os dedos pela sua barriga, beijava sua boca, mordia a sua orelha com delicadeza e me derretia toda a cada toque e beijo que ele me dava.


Sem nenhum aviso, o Luan abriu a fivela do meu cinto e o tirou, deixando-o cair de qualquer jeito no chão. Depois ele subiu a minha regata branca até a altura dos meus seios e se abaixou para distribuir beijos na minha barriga, agora nua. Ele foi subindo, terminando de tirar a minha blusa, continuando a distribuir beijos pelos meus seios, colo, pescoço, até voltar a minha boca.


Depois ele me conduziu até a cama e me deitou ali, despindo a saia que eu estava usando com muita delicadeza. Quando o Luan disse que naquela noite eu seria a mulher mais amada do mundo, ele não estava brincando. Ele me segurava como se eu fosse a pessoa mais preciosa desse mundo e me beijava sempre com muita paixão, o desejo ardendo nos seus olhos.


Tirei a sua camiseta, também distribuindo beijos pelo seu tórax e barriga, onde eu sabia que ele sentia cócegas. A reação dele foi imediata. Na mesma hora ele me apertou ainda mais forte e girou os nossos corpos, de forma que todo o seu peso ficou sobre mim.


Ele parou por um momento, como se estivesse me admirando, e depois com gestos lentos tirou primeiro a alça direita do meu sutiã, depois a esquerda. Ainda com calma, ele suspendeu um pouco o meu corpo do colchão e, com muita habilidade, abriu o fecho da lingerie me deixando livre dela e a jogando longe. Depois ele voltou a distribuir beijos por todo o meu corpo enquanto eu abria o botão e o zíper da sua bermuda. Quando percebeu o que eu queria fazer, ele me ajudou, terminando de tirar a peça, ficando só de boxer preta.


Eu não pensava. Tudo era simples, mágico e perfeito. No começo, quando planejei tudo aquilo, tive medo de que quando o Luan estivesse comigo eu não conseguisse ir adiante por conta das lembranças do quê o Diogo fez comigo. Mas ali, junto dele, eu nem precisava pensar. Eu apenas respondia a todos os seus gestos de carinho, tentando retribuí-los da melhor forma possível. A lancha balançava suavemente, embalando o nosso amor, enquanto o Luan terminava de nos despir e unia os nossos corpos em um só, em um ritmo perfeito.


Lá fora o sol terminava preguiçosamente a sua jornada, escondendo-se atrás das pedras, os últimos raios da tarde banhando o nosso quarto colorindo-o com tons de laranja e vermelho. Eu via o Luan se mexendo sobre mim com um sorriso que ia dos lábios até os olhos. Ele me segurava firme em suas mãos e falava palavras de amor no meu ouvido. Seguimos assim, sem pressa para acabar, aproveitando cada segundo daquele momento, nos amando como da primeira vez.


Chamei o nome do Luan baixinho e chegamos juntos até o ponto máximo do prazer. Depois ele deitou sua cabeça no meu colo e, segurando a minha mão, disse que me amava. Algumas gotas de suor desciam pela sua testa e o seu cabelo estava todo bagunçado. E mesmo assim, ele estava lindo.


- Obrigada por nunca desistir de mim, Luan... – Falei o apertando ainda mais nos meus braços.


- E como eu ia desistir do amor da minha vida? – Ele se virou, usando os braços para ficar apoiado na cama e assim poder me ver melhor.


- Fiquei com medo quando você disse que achava que eu não confiava em você... – Confessei sem conseguir tirar os olhos dele.


- E aí você vem e “arma” tudo isso aqui para me provar exatamente o contrário... – Ele se esticou para me dar um selinho nos lábios – Você é surpreendente, Cristal! A mulher mais bandida e mais perfeita que eu conheço!


- Surpreendente é você, “senhor” Luan Rafael – Rebati me fingindo de ofendida – Falando nisso, que música foi aquela que você cantou no Festival de Goiás?


- Gostou? Era a música que eu estava fazendo para você, lembra? “Ela é uma mulher menina que precisa urgentemente ser mais forte” – Ele cantarolou um trecho acariciando de leve o meu rosto.


- Eu amei essa música! Sério, é perfeita demais, amor! Nossa, você conseguiu expressar os meus sentimentos, a minha história... a nossa história tão bem nessa canção. Eu me emocionei demais quando eu a ouvi lá naquele show! Eu não aguentei, saí e fui “afogar” as minhas mágoas no banheiro... – Contei fazendo graça enquanto brincava com os fios do seu cabelo que estavam caídos na sua testa.


- Então foi por isso que você foi embora? – O Lú quis saber.


- Foi! Eu estava abalada demais, e essa música... Ela é perfeita, amor! É uma honra receber um presente desses – Levantei um pouco o meu corpo da cama para beijar a sua boca.


- Eu fiquei chateado demais quando você foi embora naquela noite... Tanto que depois, quando “cê” apareceu lá na porta do camarim, eu nem quis parar para falar contigo! Depois eu morri de arrependimento, claro... Fiquei achando que você não me queria mais, principalmente quando te vi na foto com aquele “almofadinha” – O Lú também confessou. Lá fora os últimos raios de sol iam morrendo no horizonte dando lugar a noite que se aproximava.


- Não pensa mais nisso, Vida. Já passou, lembra? – Pedi ainda acariciando os seus cabelos – Posso te fazer um pedido?


- O que você quiser, Vidinha! Sou todo seu... – Ele me respondeu com os olhos cheios de segunda intenção.


- Não é nada disso, seu bobo! – Dei um tapa de leve no seu braço – Eu pedi para o Thomás me emprestar o violão dele. Você sabe, né? Ele arrisca um acordes aqui e ali para conquistar as turistas da ilha... – Revirei os olhos lembrando do jeito conquistador do meu irmão – Então, sei que não é a sua “viola” – Fiz uma pausa dando bastante ênfase na palavra “sua” – Mas... Será que você pode cantar aquela música de novo para mim?


- Olha Vidinha... – O Lú rolou na cama voltando a ficar deitando ao meu lado – Eu sei que disse que hoje você seria a mulher mais amada desse mundo e que faria tudo o quê você quisesse, mas... – Ele se sentou na cama e pegou a sua cueca para vesti-la. Aquela “pausa estratégica” já estava me deixando louca – Acho que não vou poder cantar aquela “moda” pra você, não... – Ele balançou a cabeça, todo dramático.


- Não? Por quê? – Fiquei apreensiva com a resposta.


- Porque... – Ele começou a se justificar enquanto vestia a sua bermuda – Porque eu tenho outra música para te mostrar... – Ele me olhou com um sorriso travesso nos lábios, avaliando a minha reação.


Oi? Outra música? Será que essa também era para mim? Dava para ter um namorado mais lindo, fofo e romântico que esse?


- Outra música... Que tipo de outra música? E para quem é essa nova canção? – Perguntei colocando um dos meus dedos no queixo, imitando aqueles detetives de polícia que estão atrás de evidências.


- Me fala onde tá esse violão aí que eu te mostro... – Ele me desafiou de pé na frente da cama.


Sem pensar duas vezes, vesti a minha calcinha e a camiseta dele e também me levantei. – Tá lá fora, perto da proa!  - Avisei, já caminhando para a parte externa do Guerreiro. Nem precisei me dar trabalho de convidar o Luan. Ele veio atrás de mim, todo fazendo charme por causa do seu “mistério”.


- Mas e aí? Não vai me falar para quem é a música? – Virei a cabeça um pouco para trás para perguntar. A curiosidade já estava me matando.


- Sabe Vidinha, a única parte boa de você ser uma bandida e ficar me “largando” toda hora por aí, é que isso me dá inspiração... – Ele fez drama caminhando logo depois de mim.


- Hey! Eu não sou bandida! – Protestei me virando para encará-lo.


- Ah, você é sim, muié! Mas quer saber de uma coisa? – Ele me puxou para perto e falou bem baixinho no meu ouvido – É esse jeito de bandida que faz eu ficar louco por você!


Precisei de mais ou menos um minuto para recuperar o fôlego após ouvir essa frase. Na minha frente o Luan me encarava com uma expressão provocante no rosto, aquela que era capaz de me tirar o foco.


- Ah, tá ali a “viola” do Thomás! Esse meu cunhando não é bobo não, rapáiz! Toca para conquistar as “menininhas”! Tô vendo que a “bandidagem” é de família – O Luan mudou de assunto, caminhando até o violão que estava sobre o sofá que ficava perto da borda do Guerreiro. O sorriso provocador continuava em seus lábios, me desafiando a me manter "centrada" no que estava acontecendo.


- Vem cá, Vidinha! Senta aqui comigo... – Ele chamou após se acomodar com o violão no estofado revestido de branco.


As primeiras estrelas começavam a iluminar o céu e a noite ia cobrindo tudo com o seu manto negro, por isso tratei de acender as luzes antes de atender ao pedido do Luan.


- Sabe Cristal... Nesse tempo que a gente ficou separado... Rapáiz, eu sofri que nem uma “égua veia”. Eu desconfiava que você tinha ido embora porque queria me proteger de alguma coisa e me apeguei a isso com todas as minhas forças... Mas, lá no fundo, eu tinha medo! Medo de você ter cansado de mim, cansado dessa loucura que é a minha vida, medo de você desejar ter um namoro normal, do tipo que eu nunca vou poder te dar... – Ele falava brincando com as cordas do violão, a luz iluminando só uma parte do seu rosto, o vento balançando de leve o seu cabelo – Nesses dias, tudo o que eu queria era te ter de volta, te ter só pra mim... Foi pensando nisso que eu escrevi isso aqui pra você, Vidinha – Ele me olhou fixamente nos olhos antes de ajeitar o violão entre os braços e começar a tocar.



(Quando eu acho que o Luan não pode me deixar ainda mais apaixonada, ele me aparece com essa música... Guenta coração!)


“Tem dias que eu acordo pensando em você
Em fração de segundos vejo o mundo desabar
Aí que cai a ficha que eu não vou te ver
Será que esse vazio um dia vai me abandonar?


Tem gente que tem cheiro de rosa, de avelã
Tem o perfume doce de toda manhã
Você tem tudo, você tem muito

Muito mais que um dia eu sonhei pra mim
Tem a pureza de um anjo querubim
Eu trocaria tudo, pra te ter aqui


Eu troco minha paz por um beijo seu
Eu troco meu destino pra viver o seu
Eu troco minha cama pra dormir na sua
Eu troco mil estrelas pra te dar a lua
E tudo que você quiser
E se você quiser, te dou meu sobrenome”


Não consegui me aguentar. Eu não sabia se era o cenário, se era a música e a melodia perfeitas, se era a presença do Luan, ali do meu lado após todo aquele tempos separados... Quando me dei conta, as lágrimas lavavam o meu rosto enquanto o meu coração dava pulos dentro do peito. Não dava para explicar o que eu estava sentindo... Era alegria, amor, carinho, paz... Talvez fosse assim que a mulher mais amada do mundo deveria se sentir...


O Luan tocava o violão, cantando e olhando para mim. Até o mar se calou para ouvir aquela música perfeita.


- E aí. Vidinha? Gostou? Ou prefere a outra “moda” ? – O Luan me perguntou quando terminou a canção, a expressão cheia de expectativa.


- E como não gostar? Foi você que fez, é você que tá cantando... – Falei, “me derretendo” toda por ele – Mas... vem cá... Isso é um pedido de casamento, Senhor Luan Santana? – Especulei, prendendo a respiração de ansiedade. Por um momento eu havia pensando em não fazer aquela pergunta, mas a minha curiosidade falou mais alto.


Do meu lado, o Luan abriu um sorriso enorme, rindo da minha aflição. – Não Vidinha, isso AINDA – Ele frisou bem a última palavra – não é um pedido de casamento. Você ainda é “braba” demais! Preciso te “amansar” um pouco mais...


Senti todo o meu ânimo ir embora e eu, literalmente, murchei, sentada ao lado dele.


- Eiii, mas isso não quer dizer que eu não estava pensando nisso quando escrevi essa música – Ele acrescentou, levantando o meu rosto com uma de suas mãos mantendo os olhos nos meus – Mas eu não quero pular nenhuma “fase” com você, Vidinha! Quero viver cada momento ao seu lado. Quero namorar, casar, ter filhos, envelhecer com você... E hoje você me provou que é minha e só minha... Hoje você é a minha namorada, mas vai ser a minha mulher... – O Luan encerrou a frase beijando os meus lábios suavemente – Se você quiser, né? – Ele emendou baixinho acariciando o meu rosto.


- Sou sua, lembra? Posso ser o quê você quiser, desde que eu esteja do seu lado – Respondi, segurando a sua mão com firmeza – A gente tá junto nessa, lembra? Até o fim...


- Para o que der e vier – O Luan completou a minha frase, enquanto deixava o violão de lado e me puxava para deitar junto dele no estofado de forma que pudéssemos ver as estrelas no céu. Eu sabia que logo teríamos que voltar para a marina, para as nossas vidas, mas eu queria aproveitar aquele restinho de “paz” que ainda me sobrava. Ao meu lado, o Luan parecia pensar o mesmo.


- Essa é a melhor noite da minha vida – Sussurrei entre os braços do meu amado. Tudo o que eu mais queria tinha acontecido: O Luan havia feito aquele lugar ser, novamente, um cenário de apenas boas lembranças para mim, apagando em definitivo todos os fantasmas do Diogo da minha vida.


- Essa é só uma de todas as noites e dias perfeitos que passaremos juntos, Vidinha – Ele me afirmou antes de me beijar nos lábios. Se dependesse de mim, eu faria de tudo para que as palavras do Luan estivessem certas.


***


Voltamos para Londrina juntos naquela noite. Precisei cancelar a passagem área que eu já havia comprado, mas de resto tudo deu certo. Nós voltamos a tempo e sãos e salvos para a marina, eu me despedi dos meus pais, lembrei o Thomás que ele precisaria levar o meu carro até o Paraná para mim, e depois eu e o Lú subimos a serra juntos, o Well reclamando no telefone com o Rober sobre o quanto ele “odiava” quando eu e o Luan estávamos de bem. Ele dizia que já sentia saudades das nossas brigas, mas no fundo eu sabia que o segurança estava muito feliz por nós dois estarmos juntos.


Fazia frio quando descemos no aeroporto, e por isso o Luan passou um dos seus braços pela minha cintura para me manter aquecida. Caminhamos juntos até a van que nos levaria para casa. O Well e um funcionário do terminal aéreo seguiam logo atrás de nós com as bagagens. Ao longe, o Bicuço era preparado para ir “descansar” no seu hangar.


O carro estava parado perto de um dos portões laterais da pista, de onde já era possível avistar uma pequena quantidade de fãs esperando pelo Luan. Pelo canto do olho, pude ver que ele me observava para ver a minha reação. Percebi que a sua mão continuava bem firme na minha cintura.


“Cristal, você tá maluca? Quer morrer, minha filha? Já esqueceu do quanto essas Luanetes já te xingaram e até te ameaçaram? Solta o Luan agora! O melhor é fingir que nada está acontecendo entre vocês” -  O meu lado “sério” estava desesperado.


“Tá louca, minha filha? Um homem desse do nosso lado e você querendo fingir que nada está acontecendo? Nã, na, ni na, nãããõ! Segura a onda, joga o cabelo, faz ‘carão’ e arrasa! Luanete nenhuma vai tirar o seu cargo de namorada do Luan agora!Você merece estar onde está!” – A Cris Maluquete “acordou” para defender o seu lado.


Respirei fundo e, me enchendo de coragem, segurei a mão do Luan, em um gesto claro para sinalizar que “sim, nós estávamos namorando”.


Assim que nos viu, uma fã gritou – Luan, vocês voltaram? Você e a Cristal estão juntos?


Olhei para o Luan que me encarava sorrindo. Apertei a sua mão com ainda mais força antes de virar para a grade e balançar a cabeça, confirmando as suspeitas das Luanetes. Ainda olhando para mim, o Lú respondeu com os olhos brilhando de tanta felicidade – “Tamô” sim, nega! E agora é pra sempre!
__________________________________________________
Notas finais: Como faz para parar de suspirar pelo Casal Vidinha?
Eu avisei que o trem hoje ia ser "apaixonante", não avisei!
Olha meninas, já que é o meu aniversário e tals... Fica aqui o meu pedido: Tô aceitando um Luan desses de presente, viu?!

Antes de partir, fica aqui mais um recado: Teremos mais um cap de INC apenas para "fechar" oficialmente a história, mas esse aqui é como se fosse o último, ok? Cap que vem vamos ficar sabendo o quê aconteceu com os nossos "Ursinhos", Débora, Léo e todo o resto do pessoal!

Então, até lá!

Fico aqui esperando os comentários de vocês! E depois de todas essas emoções e de 15 páginas, acho que mereço pelo menos um comentário pequeno, né?! Sejam bacanas comigo, hein?

Beijo gurias!

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8 comentários:

  1. Ahhhhhhhhhhh pelo amor vidinha, esse capitulo foi mais que apaixonante.. eu perdi as contas de quantas vezes chorei só nesse capitulo. Pelo amor, muito perfeito... e como você disse. aeeeeee ta chegando niver, só não sai na rua pra não levar ovada. Kkkkkk (faziam muito isso comigo) kkkkkkkkk mas enfim, com sempre minha diva capricho, ansiosa pro proximo capitulo, e ja to chorando por ter que me despedir da minha diva e "chará de apelido" Cris.. nosso casal vidinha vai deixar saudadona.. mas que venha a Rainha das confusões.. Any linda.. s2 Enfim tava perfeito, amei, amei, amei.. Bejos da Sua mimadora oficial, fiel Leitora e Amiga Dani Noronha.. s2

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    1. Dani no topo dos comentários! É assim que eu gosto de ver! *-*
      Sério que você chorou? Ai meu Deus! Mas eu vou confessar: Eu também quase chorei escrevendo!
      Casal Vidinha vai deixar saudades mesmo! Esses dois são apaixonantes demais! Mas você disse tudo: Saudade da rainha das confusões,a nossa Anita já está grande demais! Tá na hora dela voltar, para a "noooosaaaa alegriaaa"

      E podexá, não vou sair na rua para não levar ovada!

      Feliz em saber que você acho o cap perfeito! Caprichei bastante para vocês! xD

      Beijo Daninha, até o próximo cap!

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  2. Ah penultimo capitulo já amor?Aah =\\
    Too muito curiosa,o casal vidinha realmente deixa qq um com inveja!Amoor parabens por tudas as suas historinhas,eu to achando o maximo,minha amg me recomendou seu blog falando que era bom,mais oia muié ela mentiu pq isso aqui é
    P E R F E I T O....bjoookas amoor!To curiosa pro ultimo capitulo kkkk
    AH amooor:::::::::::PARABENS TUDO DE BOM QUE SEUS SONHOS SE REALIZEM!
    @ExquentaComLuan

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    1. Pois é, Gí! Penúltimo cap, já! Já tá na hora do Casal Vidinha descansar um pouco, né? Depois de todas as emoções dessa temporada, acho que o nosso Ursinho e a nossa Ursinha merecem um pouco de paz, né?

      Concordo com você: Casal Vidinha causa inveja mesmo! É muito amor! xD

      Obrigada nega! Que bom que está gostando do blog! Ó, pode ficar à vontade que a casa é sua! Fico feliz de verdade em saber que está curtindo as fics!

      Último cap promete, viu? Juro que vai ser top!

      Muito obrigada pelos parabéns, nega! Espero continuar te vendo por aqui! *--*

      Beijo e até o próximo capítulo!

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    2. Vishe amoor,se vai enjoar de tanto que vo fica aqui kkkk' to lendo a "Granfina eo Carpira" e tambem é linda,aô amoor,se curiosidade matasse eu ja tava morta,pq meu Deus,to curiosa demais pro ultimo capitulo kkk

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    3. Enjoar? Nunca! Por mim você pode ficar por aqui o quanto você quiser!
      Tá lendo AGeOC? Tá em qual temporada? Vixi, casal Luanita também é terrível! Só se mete em confusão!
      Vou começar a escrever o roteiro do último cap hoje! O cap vai ser tranquilo, sem muitas "novidades" mas também vai ser fofo!
      E ó, nada de morrer, hein? Quero todo mundo viva para o último cap! xD

      Beijo Gí! A gente sê vê no próximo capítulo!

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  3. Tipo chorei suspirando *-* casal vidinha é top cara, ja tava até achando que o Lú ia deixar a Cris plantada e fazer um charminho que nem da outra vez, ainda bem que o amor falou mais alto ...

    Aahhh quero tanto saber o que vai acontecer com os outros personagens principalmente o irmão da Cris, da ele pra mim? xD

    Vish ja to com saudades da cris marrentinha maaaass a Any vai aparecer e roubar a cena kkkkk

    Manu parabeeeeeeens, que você realize todos os seus sonhos e seja muito feliz e desejo a você aquele abraço do seu ídolo com o que tanto sonha, um supeer beijooo ...

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    1. Chorou suspirando? E dá para fazer isso, Maroca? hehehe
      Luan fala da Cris, mas ele que é bandido! Fez a Ursinha ficar esperando por ele lá na marina! Ainda bem que o amor falou mais alto mesmo e que ele resolveu dar o braço a torcer! Se o Lú ficasse de charminho mais um dia eu ia ficar bolada com ele!

      Jura que você quer o irmão da Cris para você? Por que? Posso providenciar isso! heheheh

      Com certeza a "brabeza" da Cris vai deixar saudades, mas a Anita consegue segurar "bem as pontas", não é mesmo?

      Obrigadaaaa Maroca! E que esse abraço venha mesmo e que seja o dia mais especial da minha vida!

      Beijo e até o próximo capítulo! xD

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!