sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Transcrição nº 13 – O jogo virou

Notas da Estagiária: Vocês queriam saber quais seriam as consequências? Bem, aí estão elas...
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Transcrição da página 44 à 47

Aposto que você já ouviu aquela história de tudo o que é bom dura pouco.

Pois é... Esse velho dito popular é o que melhor traduz o meu sentimento nesse momento.

Após um final de semana de rainha (segundo as palavras do Garoto da Voz Encantadora), eu precisava voltar para casa.

Não tinha jeito.

O mais engraçado era a sensação de déjà vu. E não era imaginação ou uma mera sensação. Eu, de fato, já tinha passado por aquilo. Na noite em que nos conhecemos, na ocasião que jantamos juntos. Sair da minha zona de conforto, me aventurar, conhecer o infinito e depois mergulhar novamente na dura realidade.

Cada momento perto dele me levava mais e mais para dentro do seu mundo. Tornava mais fácil entendê-lo. Agora ele não era apenas uma voz encantadora. Era uma pessoa encantadora, capaz de chamar minha atenção com o seu jeito de menino, mas que sabia seduzir com gestos e surpreender com palavras.

A combinação perigosa entre aparência de garoto e atitude de homem.

Em paralelo a essa jornada pelo mundo dele, eu ia (re)descobrindo o meu próprio mundo. Me dando conta de como vivi todo aquele tempo com possibilidades tão pequenas, sem saber os efeitos que a o verdadeiro amor poderia causar.

Ao voltar para casa, eu sentia a forma mais completa de felicidade. Meu coração estava apaixonado, minha mente esperançosa, meu corpo relaxado. 

Ele não era mais um problema. Era a solução.

***

Uma batida na porta.

Olhei no relógio. Não tinha nem meia hora que havia chegado.

Quem poderia ser?

Não demorei para descobrir. Ao abrir, dei de cara com meu ex-noivo com um tablet nas mãos.

Com um único gesto, ele me apontou a tela. 

Em um site duvidoso de celebridades, estava uma foto minha ao lado do meu Amor Verdadeiro. Estávamos sorrindo, caminhando para o interior do hotel.

Nem precisei ler a matéria para saber do que se tratava. Eu nunca quis atenção, mas estava ciente das consequências da minha exposição.

Minha vida agora era um circo.

Sustentei o seu olhar de acusação sem medo. Apesar dos anos que passamos juntos, eu não lhe devia mais explicações. Minha carta de alforria fora assinada no momento que devolvi o anel de noivado.

“Você tem algo para me falar?”

Falar o quê? Já não estava tudo ali, escancarado para pessoas que mal sabiam quem eu era?

Tudo bem que o plano era ir devagar, contar para as pessoas aos poucos, mas certas coisas estavam fora do meu controle.

Pensando bem, tudo estava fora do meu controle...

Apenas neguei com a cabeça.

“Raquel, chega! Eu não vou permitir que você continue com esse desatino”.

Permitir?

Quando foi que ele se tornou o meu dono?

“Arrume suas coisas. Eu marquei a nossa festa de noivado para o final da próxima semana. Depois disso, vamos embarcar para Nova York. Sabe aquele curso de especialização que você tanto queria fazer? Parabéns, você conseguiu. Já pedi a permissão dos seus pais e, tanto a sua quanto a minha família estão de acordo com esses planos”.

“Só um detalhe: não somos mais noivos”.

Foi tudo o que consegui dizer. Meu queixo estava no chão com tantas novidades e, principalmente, com a forma autoritária e agressiva como ele falava. Como eu nunca tive acesso àquela parte do meu noivo antes? 

Bem que dizem que você só conhece uma pessoa verdadeiramente quando termina com ela.

“Ahh, mas vamos voltar a ser... E sabe por que, Raquel? Porque eu te conheço e sei que sua carreira é muito importante para você. Durante toda a sua vida você desejou ser uma uma advogada brilhante. Conseguiu. E essa besteira aqui – ele apontou para a tela – pode colocar tudo a perder. E não pense que me engana: eu sei que você tomou aquele remédio na audiência de propósito. Você não queria que o nosso cliente ganhasse, porque isso prejudicaria o seu cantorzinho mequetrefe. Mas adivinha? Se eu entrar com um processo na Ordem denunciando esse mal comportamento, você vai perder o direito de advogar. É isso que você quer? Jogar tudo fora por causa de uma noite de diversão? Tem certeza que vale a pena?”

Senti meu mundo parar. 

De fato, a única coisa que fez sentido para mim até ali era advogar. A sensação de tornar o mundo mais justo, de colaborar para a ordem, era isso que me movia.

Eu só tinha duas opções e ambas se resumiam a perder algo que eu amava.

Mais uma vez, eu estava em um beco sem saída.

E o pior de tudo: eu mesma me coloquei naquela situação.

***

Meu ex-noivo foi embora dizendo que me esperava no dia seguinte no escritório com uma resposta.

Antes de sair, deixou o anel em cima da mesa, como um lembrete silencioso de sua proposta.

Minha mente fervia atrás de uma saída.

O Amor se transformou em Ódio. E queria vingança.

Eu precisava de um jeito de escapar da sua ira.

“[É uma noite longa pra uma vida curta
Mas já não me importa basta poder te ajudar
E são tantas marcas que já fazem parte
Do que sou agora, mas ainda sei me virar
Tô na lanterna dos afogados
Tô te esperando vê se não vai demorar...” – Lanterna dos Afogados, Paralamas do Sucesso]
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Notas da Manu: Gente do céu! Tá rolando chantagem, é isso mesmo produção?

O Amor tá no veneno! Sabia que ele ia aprontar alguma coisa! Eu sabia!

Socorro! O que a Raquel vai escolher?

Cara, o forninho não tá mais no chão! Já foi parar no subterrâneo!

Muito, mas muito curiosa e ansiosa! E vocês?


***Leia a próxima transcrição:Página 47 à 51: Fragmentos

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