segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Transcrição nº 15 – Fênix

Notas da Estagiária: Agora falta pouco. Logo, logo vocês vão descobrir a razão pela qual enviei as transcrições para a Manu. Só espero que meu plano dê certo...
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Transcrição da página 52 à 56


Luzes pálidas.

Sirenes.

Cheiro de morte.

Eu havia morrido.

Mas então, quem estava ali?

Lentamente abri os olhos.

Estava no hospital. De novo.

Percebi que minha vida transformara-se em um imenso labirinto.

Eu andava, me debatia, fugia... e sempre voltava para o mesmo lugar.

Era como correr atrás do próprio rabo.

Como mariposa que é atraída para a luz, eu não conseguia resistir ao perigo.

***

Ouvi um barulho ao meu lado.

O meu corpo todo doía. 

Meu coração batia por pura insistência.

Eu não queria viver. Não daquele jeito.

Uma voz distante me informou que eu estava ali há dois dias com uma perna e duas costelas quebradas. 

“A sua sobrevivência foi questão de sorte”.

A sorte que me perdoe, mas era o destino quem devia ficar com os créditos daquele “feito”.

Afinal, ele vinha brincando comigo desde aquela noite chuvosa quando deixei o escritório, bati o carro e conheci o Garoto da Voz Encantadora, o meu Amor Verdadeiro.

Foi como se ele quisesse me dar um aviso: “Hey queridinha, olha o que o mundo reserva para você. Abra os olhos e venha viver!”.

A partir daí, começamos uma briga de gato e rato. Ou o que minha avó chamaria de brincadeira de “morde e assopra”.

Ele me oferecia algo bom, só para depois me lançar à pior das fogueiras. Quanto mais próximo do paraíso eu ficava, mais difícil ficava seguir em frente.

Como já disse, era um ciclo sem fim.

Ou melhor, ele acabara de chegar ao fim. 

Porque eu realmente havia morrido naquele acidente.

A Raquel que aceitou se casar com o filho do casal que era melhor amigo de seus pais; que aceitou o emprego mais fácil, que gastou todas as suas energias em prol dos desejos alheios... Essa Raquel não existia mais.

Eu me lembrava que, ao conhecer o Amor Verdadeiro, eu escrevi nesse diário que “se fogo fosse, nele eu queria me queimar”.

De fato, eu havia me queimado. E agora, tal qual a Fênix, renascia.

A partir de agora, meu coração bateria por duas razões:

- pelo Garoto da Voz Encantadora;

- em ajudar as pessoas a acordar do sono profundo em que vivem e trazê-las para a vida. Mostrar que existem infinitas possiblidades para serem vividas e que não precisamos nos contentar com a primeira que aparece.

A voz ao longe continuava falando sem parar, mas eu não estava prestando atenção. Tanto que demorou alguns minutos para perceber que era meu noivo quem matraqueava sem parar.

Ele estava furioso, para variar...

Fala sério, para quê tanto drama? Só porque eu fugi da nossa festa de noivado? 

Aff...

Do seu discurso de ressentimento e raiva, pesquei só as informações mais importantes:

- para minha infelicidade, o noivado ainda estava de pé;

- e a viagem para Nova York também;

- durante a minha temporada no exterior, eu teria dinheiro e cartões controlados. Assim não teria como fugir; 

- Minha família já sabia de tudo e estava de pleno acordo;

- o objetivo agora era me manter longe do que chamavam de Desatino;

Para eles, era claro que eu não estava em meu juízo perfeito e, com certeza, a culpa era do excesso de trabalho que estava me deixando estressada.

Precisei segurar o riso diante de tamanha ironia! Naquele momento era quando eu mais me sentia sã.

Resolvi não discutir. Apenas assenti com a cabeça e deixei que eles pensassem que ainda estavam no controle da minha vida.

Meu plano já estava traçado, mas eu sabia que dali em diante a caminhada seria árdua e demorada. Seria uma subida de vários degraus.

Mas valeria a pena. Eu já podia sentir...

Eu só pedia à Deus por uma coisa: Que o Garoto da Voz Encantadora atendesse o pedido que fiz no e-mail e me esperasse.

Eu estremecia só de pensar no que escrevi: “A chama não se apaga, mas preciso afastar-me de ti. Nossos mundos são muito distintos e não há como aproximá-los agora. Nossos caminhos se separam e não sei se voltarão a se encontrar”.

Eu só pedia que ele entendesse aquela carta como um sinal de esperança e não como um caminho sem volta.

Apenas isso.

Quanto ao resto... eu daria um jeito.

[“Mesmo que você suporte este casamento
Por causa dos filhos, por muito tempo
Dez, vinte, trinta anos
Até se assustar com os seus cabelos brancos
Um dia vai sentar numa cadeira de balanço
Vai lembrar do tempo em que tinha vinte anos
Vai lembrar de mim e se perguntar
Por onde esse cara deve estar?
E eu vou estar
Te esperando
Nem que já esteja velhinha gagá
Com noventa, viúva, sozinha
Não vou me importar
Vou ligar, te chamar pra sair
Namorar no sofá
Nem que seja além dessa vida
Eu vou estar
Te esperando” Te esperando, Luan Santana]
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Notas da Manu: Gente, digitei essa transcrição ouvindo o DVD do Luan. Quando começou “Te Esperando” eu até arrepiei, porque lembra muito a história da Raquel, principalmente porque ela pede que o Amor Verdadeiro a espere. Por isso escolhi colocar um trecho dessa música para encerrar esse trecho da história. Achei que combinava muito com tudo o que rolou até agora. Coincidência, né?

A Estagiária disse que estamos perto de descobrir a razão pela qual ela nos mandou a cópia do diário. Estou ansiosa para saber logo de uma vez! Pelo jeito, estamos chegando ao final desse “mistério”. Alguém aí tem algum palpite?

É isso, gurias!

Beijo e até a próxima! 


***Leia a próxima transcrição:Página 57 à 59: O Mensageiro

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