sábado, 10 de novembro de 2012

Capítulo 19 - Na cara de pau

Notas iniciais do capítulo:
E aí, meninas?
Capítulo VINTE da fic, dá para acreditar? VIN-TE!
Muito obrigada por acompanharem a história! Espero que vocês se divirtam lendo o mesmo que eu me divirto escrevendo!
É o seguinte:
Capítulo tá morno, mas tá bacana! Luan e Cristal estão cada vez mais próximos! O que é muito bom, porque já, já vai rolar a primeira vez deles!
Mas para isso acontecer, eles precisam se entender primeiro, não é?
Aproveitem o cap!

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No capítulo anterior:

– Foi daqui que pediram o café da manhã? - Ela nos encarava com uma expressão espantada. Rapidamente parei para analisar a gravidade da situação. Eu estava parada na porta do quarto do Luan vestindo a camisa dele que estava muito mal abotoada, descabelada e com cara de choro. Logo atrás de mim estava um Luan só de samba-canção também descabelado e tentando me agarrar pela cintura. A situação não era nada boa.

Encarei o Luan que me olhou de volta. Através dos nossos olhares conseguimos chegar a uma conclusão silenciosa: Nós dois estávamos ferrados!

– Ô amor, viu só? Não te falei que o café já estava chegando e que você não precisava ficar brava? – Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa o Luan tomou as rédeas da situação me fazendo quase morrer de tanta vergonha – Foi daqui sim que pediram o café moça. “Cê” pode colocar ali para gente, tá? – Ele fez sinal para que a funcionária entrasse. Ela o obedeceu e empurrou o seu carrinho com a nossa refeição até a mesa onde começou a depositar os itens do café da manhã.

– Cara de pau! - Certifiquei-me que a funcionária do hotel estava de costas para a gente e sem emitir som mexi a boca para acusar o Luan. Ele tinha praticamente me chamado de descontrolada na frente dela.

– Moça do céu, você não sabe a fome que eu estou. “Cê” chegou na hora certinha – Ele me ignorou e tentou puxar papo com a funcionária do hotel.

– Eu trouxe tudo do jeito que você pediu. Suco de maracujá com bastante açúcar, pão, frios, algumas frutas... – A moça foi dizendo enquanto apontava para os itens em cima da mesa. Ela era jovem, não devia ter mais de vinte e cinco anos. Usava aquelas roupas típicas de funcionárias de hotel e uma touca tampava os seus cabelos. Ela estava tentando disfarçar, mas estava na cara que aquela ali era uma Luanete. A sua mão tremia enquanto ela falava com o Luan. Aquilo era um mal sinal. Com certeza ela só não pediu para tirar uma foto com ele porque estava em horário de trabalho e devia ter recebido ordens claras para não incomodá-lo.

– Ô nega, brigada viu... – O Luan agradeceu tentando não estender muito o assunto com a funcionária. Eu tentava ao máximo me esconder para que ela não reparasse em mim, mas não teve jeito.

– Bom, então tenham um bom apetite – A moça falou toda sorridente para o Luan. Em seguida ela pegou o carrinho e foi o empurrando em direção a porta. Eu fiquei encostada ao lado da saída mexendo no meu celular como se estivesse mandando uma mensagem muito importante. Meu coração estava disparado dentro do peito. Se aquela mulher contasse para alguém que eu estava ali eu seria uma pessoa sem emprego.

A funcionária continuou caminhando para a saída. Ao passar por mim ela me mediu da cabeça aos pés e me olhou de uma maneira furiosa. O recado dela era claro: “O Luan é meu sua intrometida”. Tentei fingir que não tinha percebido a sua reação e fechei a porta logo depois que ela passou.

– Luan, você tá maluco? – Eu quase surtei depois que a funcionária foi embora – Como assim você me chama de “amor” na frente dela?

– Ué, antes ela achar que a gente estava ficando do que brigando. Fala aí assessora, o quê seria pior para a minha imagem? – Tive que concordar com ele. Ainda bem que o Luan tinha pensando naquele detalhe tão rapidamente. Eu não seria capaz de pensar uma estratégia naquelas circunstâncias.

– Tá certo, você tem razão. Mas e agora, o que a gente faz? – Perguntei completamente perdida.

– Aqui nega, ó. Bebe um suquinho. Pedi de maracujá que é para você ficar bem “mansinha” – Ele falou enquanto pegava a jarra de suco e servia um pouco do líquido no copo – Sabe que eu gostei dessa história de “amor”. Devia ter aproveitado e chamado de “amorzinho”...

– Luan, como você pode estar tão calmo? – Eu estava quase perdendo o controle com aquela história e o Luan estava lá, todo relaxado beliscando um pedaço de pão doce.

– Relaxa amore, a gente nem sabe se ela vai falar alguma coisa para alguém. E se falar, depois a gente explica para o Anderson e para a Dag que era você que estava no meu quarto. Tenho certeza que eles não vão se importar... – Ele esticou o copo de suco para mim. Aceitei a sua oferta meio a contragosto.

– Não vão se importar? Você não está esquecendo de um pequeno detalhe? Aquele que eu não posso me apaixonar por você? – Falei irônica.

– E você tá apaixonada por mim Cristal? – O Luan retrucou me encarando.

Fiquei sem ar por um momento. Eu não sabia o que dizer. Se eu negasse eu estaria mentindo pra mim mesma, mas se eu confirmasse eu estaria assumindo uma situação com a qual eu não estava pronta para lidar.

– Eu... Eu... Ah, fala sério né, Luan? Eu não posso me apaixonar por você, você sabe disso. E além do mais, a gente nunca poderia ter nada um com o outro. Tem um monte de modelos aí atrás de você, você poderia ficar com quem você quisesse... – Falei caminhando até a mesa e colocando o copo de suco lá. Eu não tinha bebido nem um gole. - E agora eu acho melhor eu ir embora. Você precisa se arrumar para o programa de hoje, daqui a pouco já tá na hora de viajar para o Rio – Falei tentando voltar o assunto para a parte mais profissional.

– Tá certo Cristal, você tem razão. Daqui a pouco a gente tem que viajar – Ele concordou comigo se dando por vencido.

– Então é isso. Hãã... Obrigada por cuidar de mim ontem à noite. Eu vou indo agora – Falei caminhando até a porta. O clima tinha ficado tenso entre nós e eu sentia que era por causa da resposta que eu havia dado para a sua última pergunta.

Coloquei a mão na maçaneta, mas não tive coragem de abrir a porta e sair. Olhei para trás. Encostado na mesa tomando um copo de suco o Luan me encarava com uma expressão chateada no rosto.

Eu não aguentei. Voltei correndo e antes que ele pudesse falar qualquer coisa eu joguei os meus braços ao seu redor e o abracei muito forte.

– Obrigada por tudo – Eu disse mais uma vez – E desculpa por todas as minhas confusões. Eu nunca quis te meter em tudo isso, desculpa – Falei depositando um beijo no seu rosto.

Tão rápido quanto eu tinha abraçado o Luan eu o soltei e corri de volta para em direção a porta. Cuidadosamente chequei se tinha alguém no corredor antes de sair. Antes de deixar o quarto de vez dei uma olhada rápida para o Luan. Ele me encarava com uma expressão completamente surpresa no rosto como se ainda tentasse compreender o que tinha acabado de acontecer.

Fechei a porta atrás de mim sorrindo. As coisas entre mim e o Luan eram sempre assim, surpreendentes.

***

– Cristal, tá tudo bem entre você e o Luan? – O Welligton perguntou no primeiro momento de folga que nós tivemos durante o dia. O Luan estava participando da gravação do programa “Estrelas” em uma entrevista no Cristo Redentor com a Angélica. Aquilo foi uma verdadeira loucura! Tinha fã, turistas, câmeras e curiosos para todos os lados.

– Hãã... Tá tudo em ordem sim. Nós repassamos toda a pauta, eu acertei o figurino com ele, acertei todos os detalhes com a produtora do programa, está tudo certo Welligton – Respondi prestando atenção na gravação. A paisagem ao nosso redor era linda, era impossível não pensar em como Deus era grandioso diante daquela beleza.

– Não me enrola, Cristalzete. Tô perguntando se vocês brigaram de novo. Porque hoje os dois estavam muito estranhos enquanto estávamos voando para o Rio. Você mal embarcou e já caiu no sono e o Luan ficou todo quieto no canto dele pensando em alguma coisa que não quis me contar. O que está acontecendo? – O Welligton insistiu.

– Não aconteceu nada. Eu fiquei muito mal da gripe ontem e acabei não conseguindo dormir direito, por isso eu apaguei no avião. Mas foi bom, porque agora eu estou me sentindo muito melhor – Respondi tentando mudar de assunto.

– E com o Luan? O que ele tem? – O Welligton voltou para o mesmo assunto.

– Como eu vou saber, Well? Mal conversei com o Lú ontem. Quem ficou mais tempo com ele foi você.

– Cristalzete, jura para mim que vocês não aprontaram nada ontem? – O secretário insistiu na questão. Senti um alarme tocando dentro da minha cabeça. O Welligton sabia de alguma coisa, certeza.

– Por que você está perguntando isso? – Fiquei na defensiva.

– Vou mandar a real para você, Cris. Anderson tá vindo para cá hoje. Quer conversar com o Luan e com você. Parece que tem a ver com um boato que tá correndo no Twitter...

– Boato? No Twitter? – Fiquei tensa. Na mesma hora me lembrei da funcionária do quarto me fuzilando com os olhos – Peraê, vamos checar essa história.

Peguei meu celular na bolsa e acessei o Twitter o mais rápido que a internet 3G me permitia. Eu já sabia quais eram os FC’s que sempre estavam “por dentro” de todos os babados sobre o Luan, por isso não perdi tempo e fui direto para essas páginas. Os fãs do Luan eram os melhores detetives que eu conhecia, nada escapava dos Twitter’s daquele pessoal.

Quase cai para trás quando vi as mentions das Luanetes.

“Luan foi visto hoje de manhã com uma garota no quarto dele depois do show no Guarujá”.

“ A funcionária do hotel disse que ele chamou a menina de amor, isso pode produção?”.

“ RT Se você está com inveja da garota que acordou do lado do Luan lá no Guarujá”.

“Segundo a mulher do hotel a pirigueti era muito baranga, mal vestida e tinha o cabelo ruim. Luan já teve gosto melhor”.

Oi? Pirigueti? Baranga? Mal vestida e cabelo ruim? Poxa, tá certo que a minha situação aquela manhã não era das melhores, mas eu não estava assim, tão ruim. Ou será que estava? Disfarçadamente chequei o meu visual: Jeans, sapatilha, regata e casaco bem leve por cima. Cabelo preso em um rabo de cavalo, maquiagem suave. Respirei aliviada. Acho que a fama de “baranga” não ia combinar comigo.

– E aí, Cristal? Que história é essa que tá bombando no Twitter? – O Welligton quis saber.

– Uma funcionária do hotel lá do Guarujá espalhou nas redes sociais que viu uma garota no quarto do Luan hoje de manhã – Falei meio sem jeito.

– Ah, isso é mentira! O Welligton respondeu aliviado - Falei para o Anderson que ele não precisava se preocupar... Luan não levou ninguém para o hotel ontem, senão ele teria me pedido para falar com a menina para ele.

– Então Well... Na verdade ele levou – Falei tentando encontrar as palavras certas para contar aquilo para ele.

– Levou? Como levou? Eu o deixei na porta do quarto dele ontem a noite. E ele estava sozinho. A única que estava por perto era você que não estava conseguindo achar a chave do seu quarto de tão ruim que estava – Ele riu de mim.

– Pois é... Mas não tem tanto problema isso sair na mídia, né? O Luan é solteiro, normal que ele fique com alguém de vez em quando, não é? – Tentei amenizar a situação.

– Ih... Qual é, Cristal? A última vez que o Luan levou uma pirigueti para o hotel você quase teve um infarto. Saiu do camarim batendo o pé e me mandou mensagem mandando colocar o Lú na coleira – O Welligton riu de mim. Era claro que ele não iria deixar aquela minha crise de ciúme passar em branco.

– Nem foi tudo isso, não... E... e... eu mudei de ideia, ok? Acho que ele pode ficar com quem ele quiser – Falei irritada.

– Bom, vamos ver o quê o Anderson tem para falar sobre isso mais tarde... Ele não gosta muito que o pessoal saia divulgando por aí os “casinhos” do Luan, sabe? Ele acha que não pega bem...

– É, vamos ver o que o Anderson vai dizer sobre isso – Concordei ficando tensa de repente. Será que era hoje que eu iria perder o meu emprego?

***

“O Anderson está vindo para cá. A história do hotel foi parar no Twitter. ESTAMOS ferrados”.

Enviei a mensagem para o celular do Luan. Nós estávamos na van, voltando para o hotel depois que as gravações terminaram. Eu estava no banco da frente junto com o Welligton enquanto o Luan ia no banco de trás sozinho. O segurança ia junto com o motorista na cabine.

“Agora foi tudo pro pau! Essas minhas negas não são brincadeira viu...”

Ele me respondeu minutos depois. Eu fazia o máximo para o Welligton não perceber que eu estava trocando mensagens com o Luan. Para minha sorte, o Well parecia estar muito interessado em discutir a situação do Corinthians na Libertadores com o motorista e o segurança, e por isso, nem estava ligando para mim.

“Luan, eu tô falando sério! Eu posso perder o meu emprego, sabia? O que a gente faz agora?”

Respondi irritada. A minha vontade era de ir para o banco de trás e torcer o pescoço do Luan.

“A gente inventa uma história, uai... Cristal, você é ótima em fugir de mim. Tenho certeza que você vai conseguir fugir do Anderson também”.

Quando li aquela mensagem eu não me aguentei. Olhei para trás e encarei o Luan com a minha melhor expressão de “Você vai morrer”. Ele apenas piscou para mim e continuou mexendo no celular como se nada estivesse acontecendo.

Segundos depois meu celular tocou. Peguei o aparelho para ler a mensagem.

“Relaxa Cristal, vai dar tudo certo. Cê vai dormir lá no meu quarto essa noite, né? Vai que você sonha comigo de novo. Melhor eu estar do seu lado, só para garantir”

Bufei nervosa e joguei meu celular de qualquer jeito dentro da bolsa. Atrás de mim ouvi o Luan rir vitorioso. Ele sempre sabia como me tirar do sério.

***

– E aí, Anderson? Muito trabalho lá em São Paulo? Faz tempo que não te vejo por aqui – O Luan comentou quando nos encontramos com o Anderson no restaurante do hotel. O empresário havia escolhido uma mesa reservada em um canto e já esperava por mim, pelo Luan e pelo Welligton quando chegamos. Eu estava morrendo de medo daquela conversa. Meu emprego dependia daquilo.

– Nossa, a coisa lá anda puxada. Com duas duplas para administrar fica difícil arrumar tempo para te acompanhar em todos os shows. Mas eu estou em contato direto com o Welligton e com a Cristal. Sei que as coisas andam caminhando muito bem – Ele foi falando enquanto nós nos acomodávamos junto com ele na mesa e cumprimentávamos uns aos outros. O restaurante era bem tradicional, com mesas e móveis sofisticados e garçons vestidos com uniformes. O cardápio estava repleto de pratos caros e bebidas importadas.

O Anderson estava sentando no canto da mesa, próximo a parede do restaurante. O Welligton sentou-se na sua frente, o Luan ao lado do empresário e eu na frente dele.

– Graças a Deus tudo anda as mil maravilhas por aqui, não é gente? O novo CD já é um sucesso, os shows tão ficando lotados de gente, tá tudo uma beleza – O Luan respondeu animado. Era incrível como ele estava calmo aquela noite. Será que foi a visita ao Cristo que o deixou daquele jeito?

– Quase tudo perfeito, né Luan? E essa história dessa menina no seu quarto? Já perguntei para o Welligton e ele me disse que não sabia de nada – O tom do Anderson era sério, mas não era bravo. Sinal que a situação não estava tão ruim quanto eu imaginava.

– Essa eu também tô querendo saber. O que você e a Cristal andaram aprontando ontem à noite? – O secretário perguntou. Tive vontade de mandar o Welligton calar a boca. Poxa, ele tinha que falar aquilo?

– Então rapaiz, isso foi um vacilo meu. Eu esqueci que tinha pedido o café da manhã e acabei abrindo a porta do quarto para deixar a “muié” sair bem na hora que a funcionária apareceu – O Luan começou a explicar.

– Tá, mas quem é essa menina e como ela foi parar no seu quarto? Porque não foi o Welligton que combinou tudo com ela para você, né? – O Anderson quis saber.

O Luan me olhou encarou sem saber o que responder. Achei melhor me intrometer no assunto antes que o meu “patrãozinho” colocasse tudo a perder.

– Sabe o que é Anderson, fui eu que levei a garota para o quarto do Luan – Falei sem pensar.

– Você, Cristal? – O Welligton e o Anderson exclamaram juntos.

– É, para vocês verem... Era uma repórter da cidade. Ela foi até o show para fazer uma entrevista com o Luan e nós acabamos trocando telefones e e-mails. Vocês sabem né, coisas de assessora com repórter. Aí ela me falou que queria uma chance com o Luan e eu resolvi ajudar – Improvisei ali na hora. Na minha frente o Luan fazia o possível para não rir.

– Repórter? Aquela loira da TV? Pô Luan, tá podendo, hein? Mó gostosa – O Welligton comentou. Olhei feio para ele até ele se tocar que eu não precisava ouvir aquele tipo de comentário.

– Pois é, “rapaiz”. Ela estava me dando mole... – O Luan deu de ombros.

– Mas Cristal, como que ela conseguiu falar com você? Eu te liguei ontem para saber se você tinha melhorado da febre. Seus dois celulares estavam desligados e ninguém atendia no seu quarto... – Welligton sempre me colocando em situações complicadas!

– Ééé... Pois é, eu sai ontem à noite justamente para ir até a farmácia. Fui pedir um remédio mais forte para o farmacêutico e acabei encontrando com ela perto do hotel. Aí a gente conversou, eu liguei para o Luan, ele topou conversar com ela e aí vocês já sabem o que aconteceu – Inventei mais uma desculpa. Aquela “sabatina” de perguntas já estava me fazendo suar de tanto nervoso. No canto da mesa o Anderson apenas nos observava ouvindo a minha história.

– Ah... Então foi por isso que o Luan já sabia que você estava bem ontem de madrugada. Liguei para ele preocupado com você, mas ele falou que você estava ótima. Então você já tinha passado no quarto dele, Cristal?

– Ééé... Já sim – Concordei.

– Mas essa repórter era loira? O pessoal da internet estava dizendo que ela tinha o cabelo castanho – O Anderson questionou.

– Ah Anderson, mas a menina do hotel mal teve tempo de ver se a menina era loira ou castanha. Foi rapidinho, só peguei o café e ela já foi embora – O Luan confirmou a minha história.

– Bom meninos, na verdade eu vim até aqui para conversar com vocês sobre isso. Eu sei que o Luan é solteiro, mas eu não quero esse tipo de acontecimento ligado à imagem dele. Isso não pode mais acontecer, entendeu Cristal? – O empresário falava sério. Pelo jeito aquela era a hora da “bronquinha”. – Antes de levar pessoas para o quarto do Luan você precisa falar com o Welligton. Ele e o Luan se entendem nesse assunto e até hoje nada deu errado. Esse tipo de mídia acaba prejudicando a carreira do Luan.

– Peraê Anderson, a culpa não foi da Cristal, não. Fui que deixei a menina subir e fui que vacilei na porta do quarto – O Luan tentou me defender – A Cristal só me ligou perguntando se eu queria ficar com a loira.

– Pior ainda, né Luan? Tanto tempo na estrada e você não aprendeu nada, muleque? – O Anderson falou brincando quebrando o clima tenso que estava na mesa.

– Tô aprendendo muita coisa ainda viu “rapaiz”. Cada dia eu aprendo mais – O Luan brincou olhando para mim. Por baixo da mesa eu dei um chute bem dado na sua canela. A gente tinha acabado de se “safar” de uma enrascada e ele queria me meter em outra?

– Mas sabe o que é mais engraçado nisso tudo? Outro dia a Cristal estava “bufando” de raiva porque o Luan tinha levado uma outra loira para o hotel. E agora é ela quem arruma os "esquemas" para ele – Welligton e sua boca grande.

– A Cristal estava com ciúme do Luan? – O Anderson perguntou surpreso.

– Não, imagina. O Welligton tá exagerando – Rebati na hora.

– Certeza, Cristal? Você não se esqueceu do nosso acordo, não é? – O Anderson quis saber.

– Claro que não – Tentei falar firme, mas a minha voz falhou. Fiquei tensa de repente. Eu era boa de improviso, mas era péssima em matéria de mentira.

– Ó, não sei de que acordo vocês estão falando, mas é impossível a Cristal estar com ciúmes de mim. Essa “muié” me trata que nem um cachorro, Anderson. É "Luan, faz isso", "Luan faz aquilo" – Ele falava e mexia as mãos sem parar o que deixava a cena hilária – Sem contar a “brabeza” dela... Parece um pitbull raivoso babando em cima de mim.

Todos na mesa caíram na risada e eu respirei aliviada. Nunca fiquei tão feliz em ser chamada de pitbull raivoso. O Luan tinha acabado de “limpar” a minha pele com o seu empresário.

Enquanto todos ainda riam da piada eu aproveitei para enviar uma mensagem para o seu celular.

Valeu”.

Do outro lado da mesa ele digitou a resposta “Me deve uma, nega”.

***

No final das contas, graças a história do “pitbull raivoso” o jantar correu sem problemas. O Anderson chamou a nossa atenção, nós prometemos que aquilo nunca mais iria acontecer e fim de papo. Tudo ficou “numa boa” eu eu continuava com o meu emprego.

Como o Luan não tinha show naquela noite etodos nós tínhamos a noite de folga, resolvi ir direto para o meu quarto e me certificar que não acordaria em nenhum outro lugar do qual eu não me lembraria depois. Já bastava de surpresas para um dia só!

Depois que tomei um banho vi que tinha cinco ligações perdidas no meu celular de um número desconhecido.

– Aff... Deve ser o Diogo. Ainda bem que eu não atendi – Falei para mim mesma.

Enquanto ainda estava com o aparelho nas mãos ele voltou a vibrar. Era uma mensagem do Luan. Abri o SMS para ler.

“ E aí, vem dormir comigo hoje? Lembra que você está me devendo uma”

Não pude deixar de sorrir com o convite. Eu não me lembrava muito bem da noite anterior, mas as poucas recordações que eu tinha me diziam que dormir com o Luan havia sido uma experiência muito boa. Ele tinha cuidado de mim e me respeitado. Ao contrário do Diogo, ele não se aproveitou de um momento de fraqueza meu para abusar de mim. Aquela atitude tinham lhe rendido alguns pontos comigo.

Instantes depois o celular voltou a tocar. “Senão você pode ter pesadelo de novo. Só estou preocupado com você, nega”, dizia a mensagem do meu “patrãozinho”.

Rindo da sua tentativa de me convencer eu respondi o SMS.

“Se eu tiver pesadelo à noite eu te ligo. Mas acho melhor a gente ir devagar agora. Ainda não estou pronta para superar o meu passado, Lú. Ainda tenho muito medo de me machucar”.

Achei melhor ir direto ao ponto. O Luan estava sendo muito bacana comigo. Eu não poderia mentir para ele.

Respirei fundo e me joguei na minha cama confusa com os meus pensamentos. Eu já não sabia mais o que pensar daquilo tudo. O fantasma do Diogo ainda me atormentava, e a minha indecisão sobre o Léo ainda persistia, mas cada vez mais o charme e a simpatia do Luan ganhavam espaço no meu coração. Mas, se rolasse alguma coisa entre mim e ele, o que eu iria fazer da minha vida? Como eu iria arrumar outro emprego? Eram muitas dúvidas para uma cabeça pensar sozinha.

O meu celular voltou a tocar me tirando dos meus pensamentos. Era a resposta do Luan.

“Tudo bem nega. Sabe no que eu pensei quando estava vendo aquela paisagem linda lá de cima do Cristo? Pensei que se Deus foi capaz de fazer algo tão bonito foi porque ele teve paciência e persistência para deixar tudo do ‘jeitinho’ que ele queria. Eu também tenho paciência nega, porque sei que no final tudo vai valer a pena. Boa noite, durma com os anjos e se tiver pesadelo me liga. Beijão Luan”.

Fiquei toda boba ao ler aquela mensagem. Com certeza aquele era uma resposta para todas as minhas dúvidas que andavam atormentado a minha cabeça. E foi assim, boba de alegria que eu peguei no sono e sonhei mais uma vez com o Luan.
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Notas finais do capítulo:
Quero um Luan desse para mim. Quem me dá de presente? kkk
Aviso aos navegantes:
Próximo capítulo Cristal e Léo vão se encontrar!
E sabe no que isso vai dar? Na primeira vez do nosso quase-casal.
Preparem-se, fic vai bombar!

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