sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Capítulo 24 - "Quando me sinto só...

Notas iniciais do capítulo:
... te faço mais presente"
Capítulo 25 tá completo. Tem troca de SMS, troca de olhares, briga e.... BEIJO! Vivaaa!
Meninas, só uma dica: Quando acontecer um blackout, fiquem calmas e gritem! Vai que o Luan aparece para salvá-las?!
Não entenderam nada?
Então bora ler o cap!

___________________________________

Um tempo depois...

Esquecer de algo ruim é mais fácil. É doloroso, mas é mais fácil.
Foi assim que eu fiz com o que aconteceu com o Diogo. Eu mudei toda a minha vida, segui caminhos novos, deixei de morar no “quartinho" dos fundos da casa dos meus ex-patrões e arrumei um novo emprego.

Os fantasmas sempre me atormentavam, mas aos poucos as cicatrizes foram se fechando e ficaram apenas as marcas. Você não consegue esquecer completamente o que aconteceu, mas consegue colocar coisas melhores naquele “buraco” que fica na sua alma. Consegue sentir sensações melhores e viver dias melhores. Porque tudo, definitivamente tudo, é melhor do que aquilo que você quer esquecer.

Mas quando você deseja deixar para trás lembranças boas, aí a coisa complica. Porque é inevitável comparar as novas experiências com aquelas que foram tão especiais, vividas no passado. E quando o seu passado era repleto de bons momentos, fica muito difícil superá-lo, e ainda mais complicado seguir adiante.

Essa era exatamente a situação que eu estava vivendo. Eu fiquei apenas uma noite com o Luan. Uma noite que marcou para sempre a minha vida. E que tornava muito difícil, praticamente impossível, fingir que nada tinha acontecido.

Antes era muito mais fácil porque eu não assumia que estava apaixonada por ele e nós não havíamos ficado juntos. Eu não tinha me entregado para ele, ele não havia escrito que me amava na asa do avião, nós não tínhamos trocado mensagens até amanhecer pelo celular e não tínhamos “enganado” o Anderson fingindo que não rolava nada entre a gente e quase “morrido” de rir juntos depois disso.

Agora, com todas aquelas lembranças dos nossos bons momentos juntos, era quase impossível fingir que eu não sentia nada por ele. Porém, eu precisava. Se eu queria continuar ali, trabalhando ao seu lado, pronta para ajudá-lo sempre que necessário, eu precisava esquecer que um dia nós ficamos juntos.

No início o Luan não aceitou muito bem aquele novo acordo que eu fiz com o Anderson. E apesar de eu não falar absolutamente nada para ele sobre o segundo trato que fiz com o seu empresário, o Luan logo sacou que algo estava errado. Ele tentou de todas as maneiras me fazer desistir de manter a minha palavra com aquela nova promessa. E quando digo que ele tentou de todos os jeitos, é porque ele realmente usou diferentes métodos para me convencer. Como, por exemplo, me prensar contra a parede e tascar um “baita” beijo de tirar o fôlego quando estávamos chegando aos nossos quartos em um dos hotéis que ficamos hospedados. Foi difícil resistir àquela tentação, mas eu consegui me soltar e sair correndo de perto dele antes que eu fizesse uma loucura.

Vendo que as coisas andavam de mal a pior entre nós, o Welligton se tornou um aliado na minha “luta” para manter o meu trato com o Anderson. Ele garantia que eu e o Luan não ficássemos sozinhos por muito tempo e sempre me ajudava a me esquivar do meu “patrãozinho”.

Conforme o tempo foi passado, o Luan começou a lidar de uma outra maneira com aquela situação que nós estávamos vivendo. Era como se ele estivesse com raiva, com mágoa... E, como se quisesse me dar o “troco” por evitá-lo, ele voltou a chamar as meninas que iam assistir aos seus shows para dormir com ele no hotel. Aquilo me deixava arrasada. Eu chorava todas as noites sozinha no meu quarto imaginando o que o Luan estava fazendo com aquelas meninas o mesmo que ele fez quando dormimos juntos.

O Welligton tentava me ajudar dizendo que ele também estava sofrendo sem mim, mas a verdade é quando estávamos frente a frente nós tentávamos esconder ao máximo os nossos sentimentos. Era como se tivéssemos voltado à época que eu comecei a acompanhá-lo nos shows. Ele me chamava apenas de Cristal. Nada de Cristalzete, de Nega, de meu amor... Nada! Era como se tudo o que passamos juntos tivesse sido arrancado de nós e trancado dentro de uma caixa. Essa caixa sempre ameaçava abrir e nos devolver todos os nossos sentimentos quando ficávamos muito tempo lado a lado, mas nós dois lutávamos juntos para manter aquele baú de recordações bem fechado para o nosso próprio bem.

A única coisa que me ajudava a superar toda essa situação era a gravação do clipe da música “Te Vivo” que o Luan iria participar. Além de todos os cuidados com a produção, que estava enlouquecendo todo o pessoal do escritório, eu e a Dag estávamos fechando uma exclusiva com o Fantástico. Ou seja, nós garantíamos a exclusividade do lançamento do clipe para o programa desde que eles se comprometessem a divulgá-lo. A negociação deu certo, e nós conseguimos além da matéria, um espaço super bacana no site e até um chat entre as fãs e o Luan quando o programa dominical terminasse.

Mas, para ter divulgação, primeiro era necessário ter clipe. Por isso nós estávamos em Sorocaba, no interior de São Paulo, onde as gravações iriam acontecer. O Luan estava uma “pilha de nervos”, cheio de medo de não convencer ninguém como ator.

Eu queria muito poder ajudá-lo nesse novo desafio. Mas simplesmente não tinha clima para chegar até ele e tentar tranquilizá-lo. Por isso, coloquei o meu mais novo aliado para trabalhar a meu favor.

– Welligton, vai lá e fala para o Luan relaxar. Fala que o segredo é ele fingir que a atriz é uma pessoa que ele já conhece, uma menina que ele já ficou e que ele curtia muito – Passei o recado para que o secretário o levasse até o meu “patrãozinho”. Nós estávamos em uma sala que antecedia o pequeno cômodo onde o Luan estava terminando de produzir o seu visual para a filmagem. Como a ideia era fazer um clipe onde a história começava na década de 60, os cabeleireiros fizeram um topete no meu “patrãozinho” que o deixou a cara do Elvis Presley. Respirei fundo tentando controlar a minha vontade de ir até lá e bagunçar aquele topete, como eu já fizera várias e várias vezes quando ficamos juntos.

– Tá, eu falo que foi você que mandou dizer? – O secretário perguntou.

– Claro que não, né? Finge que a dica é sua – Respondi já começando a ficar irritada.

– Tá bom, tá bom! Já volto! – Ele disse entrando no pequeno camarim improvisado enquanto eu continuava sentada no sofá esperando na sala ao lado.

Menos de dois minutos depois, ele voltou – Ele pediu para agradecer pela dica.

Oi? Aquele sem noção tinha falado que fui eu quem deu o conselho? Mas eu estava muito mal de aliados mesmo, viu!

– Não me olha assim – O secretário se defendeu ao ver a minha expressão de “Você é um incompetente mesmo” – Qual é, Cristal... Ia pegar mal eu chegar lá e dar um conselho desses para o Luan! O pessoal da maquiagem poderia ficar pensando que eu era gay...

– Welligton, você é um sem noção – Desabafei, bufando – Tá, mas pelo menos serviu para alguma coisa o conselho? O Lú ficou mais calmo?

– Como eu vou saber, Cristal? Tá bom que eu vou ficar reparando em homem agora, né? Tenho mais o que fazer – O Welligton tentou se fazer de “machão”. No fundo eu sabia que ele se preocupava com o Luan tanto quanto eu.

– Certo, tô vendo que terei que fazer isso de uma forma mais direta – Falei, pegando o meu celular na bolsa e digitando uma mensagem em seguida.

“Não esquece! É só fingir que a atriz é uma pessoa que você já conhece. Aí fica mais fácil você fingir que ama, ou que está triste porque essa pessoa está doente. Boa sorte, vai dar tudo certo”.

Eu já havia lido o roteiro do clipe e sabia que a história contaria o romance de um casal, que se conheceu ainda jovem, que enfrentou a doença da moça juntos e que permaneceu unido até ficarem “velhinhos”.

Assim que enviei o SMS eu me arrependi. Aquela aproximação com o Luan justo durante a gravação do clipe poderia não ser tão bom para o andamento das filmagens. Logo comecei a andar de um lado para o outro na pequena sala torcendo para que ele estivesse ocupado demais para checar as mensagens no celular.

 Cristal, cê vai abrir um buraco no chão assim – O Welligton comentou enquanto folheava uma revista sem muito interesse sentado no sofá.

– Não enche, Welligton – Praticamente “rosnei” as palavras para ele de tão nervosa que estava. Eu sentia o meu coração disparar dentro do peito. Ao mesmo tempo em que queria que o Luan recebesse a mensagem eu tinha medo de saber qual seria a sua reação.

Dei um pulo quando senti o celular vibrar em minhas mãos. Encarei o visor. Era um SMS do Luan. Sem pensar, apertei o botão “Ler Mensagem”.

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“Eu fecho os meus olhos e enxergo a gente”.

Era um trecho de “Te Vivo”. Precisei respirar fundo várias vezes para conseguir acalmar o meu coração. Naquele momento, eu me lembrei das estrofes seguintes da canção e consegui entender exatamente o que elas queriam dizer. Porque, por alguns instantes, eu também fechei os meus olhos e foi como se eu voasse para outro mundo. Ou melhor, como se eu voltasse para aquela noite em que eu e o Luan nos amamos.

Ainda no clima da canção, acabei me deixando levar, e sem pensar duas vezes, eu digitei outras estrofes das músicas que representavam tudo o que eu estava sentindo naqueles últimos tempos.

“Quando me sinto só te faço mais presente... Porque a gente não precisa tá colado pra tá junto”.

Enviei a mensagem sentindo minha mão tremer levemente. Ouvir aquela música sempre me deixava meio “pra baixo” justamente porque o Luan sempre dizia que ela contava a história de um casal que, por algum motivo, não conseguia ficar junto. Agora, depois daquelas mensagens, eu me identificava mais do que nunca com a letra da canção.

– Cristalzete, o que você está aprontando? – O Welligton me questionou tomando o cuidado de usar um tom de voz mais delicado. Pelo jeito a minha expressão devia ter entregado que eu estava prestes a cair em prantos por causa da minha situação com o . Toda a barreira que eu construí em volta de mim para conseguir resistir à tentação de ficar com ele desmoronou com aquela mensagem.

– Welligton, assume daqui... eu vou lá para fora ver se a equipe do Fantástico já chegou, antes que eu faça uma loucura – Falei, tentando recuperar o foco da situação – Troca de celular comigo. Eu não posso mais ficar com o meu – Completei, jogando o meu aparelho no sofá de qualquer jeito.

– Mas... – O secretário começou a tentar me impedir, mas eu não dei tempo para que ele terminasse.

– Mas nada, Welligton. Eu mandei uma mensagem para o Luan, ele me respondeu, eu mandei outro SMS para ele e se a gente continuar assim, isso não vai dar certo – Eu fui despejando as palavras em cima dele enquanto mexia as mãos, nervosa. Eu ainda sentia o meu corpo tremer e o meu coração disparado dentro do peito. Aquele era o efeito que a abstinência do Luan causava em mim.

– Tá bom, então. Se você prefere assim... – Ele se deu por vencido e arremessou o seu Nextel para mim segurando o meu aparelho em uma das mãos. Nesse instante o celular apitou.

– Nova mensagem. É do Luan – Ele me encarou mostrando a tela do Nextel.

– Eu não posso ler... Não posso! – Disse, antes de me virar e sair da sala praticamente correndo. No instante que me vi sozinha eu senti as lágrimas caindo pelo meu rosto. Eu não sabia quanto tempo mais eu conseguiria suportar aquela situação. Ficar longe do Luan era o pior castigo que eu poderia ter recebido do Anderson por não cumprir a promessa que fiz a ele.

***

O dia seguiu e as primeiras cenas dos clipes começaram a ser gravadas. No início o Luan estava bem nervoso com toda aquela história de ter que atuar e demonstrar intimidade com uma pessoa que ele ainda não conhecia, mas aos poucos ele foi relaxando e se sentindo mais a vontade no set. A atriz que participaria do clipe com ele, a Laura Barreto, também era muito simpática e o ajudou a se sentir mais seguro com algumas dicas e toques durante os intervalos das cenas.

Difícil foi ver os dois encenando tantas cenas de amor várias vezes seguidas, até que a tomada ficasse perfeita. Principalmente porque algumas das cenas me lembravam muito alguns momentos que eu e o Luan havíamos passado juntos em um dos nossos raros períodos de “trégua”. Pelo que pude perceber, ele também estava lembrando daqueles nossos momentos, porque várias vezes peguei ele me olhando durante as filmagens.

Ao final do dia, eu me sentia esgotada mentalmente. O meu coração estava apertado dentro do peito e um nó ameaçava se formar dentro da minha garganta. Desde o novo acordo que eu tinha feito com o Anderson, aquele foi, de longe, o dia que eu mais sofri por não estar ao lado do Luan.

Depois que a equipe de filmagens nos dispensou, seguimos eu, Luan e Welligton de van para o hotel onde ficaríamos hospedados. O “Testa” até tentou animar os ânimos enquanto seguíamos pelas ruas de Sorocaba, mas nem eu e o Luan estávamos afim de conversa naquele dia. Se eu pudesse “chutar” um palpite, eu diria que toda aquela história de clipe havia balançado o Luan tanto quanto tinha me “baqueado”.

Chegamos ao hotel e, em silêncio, seguimos para o elevador para subirmos até os nossos quartos. Nós já havíamos passado pelo estabelecimento pela manhã, assim toda a nossa hospedagem já estava devidamente organizada.

– Welligton, toma o seu celular. Você pode devolver o meu, por favor? – Pedi para o “Testa” enquanto eu estendia o aparelho que estava comigo em sua direção.

Ele remexeu os bolsos por um segundo, confuso, e logo depois exclamou colocando uma das mãos na cabeça – Puts Cristalzete, esqueci o seu Nextel no carro. Peraê, tô indo lá buscar – Ele falou virando-se na direção oposta do elevador e já se preparando para correr atrás da van que havia nos deixara no hotel – Vão subindo sem mim. Eu já levo o celular para você, Cris.

Ouvi o barulho do elevador chegando ao saguão. Eu pensei em esperá-lo ali embaixo até que ele retornasse com o meu Nextel, mas o dia havia sido tão longo e tão estressante que achei melhor subir para o meu quarto, tomar um banho, e afogar todas as minhas mágoas com o travesseiro. Por isso, logo depois que o Luan entrou no elevador, eu o segui. Apertei o botão correspondente ao andar onde estavam os nossos quartos e vi o saguão desaparecer aos poucos enquanto as portas iam se fechando na nossa frente.

Senti o elevador se movimentar. Eu odiava usar aquele tipo de equipamento. Eu sempre me sentia tonta. Até onde eu me lembrava, o Luan também não gostava daquelas “viagens”. Confirmei a minha suspeita ao espiá-lo pelo espelho que estava em uma das paredes. Pelo visto ele estava enjoado como eu. Não consegui deixar de abrir um sorriso, o que eu disfarcei fingindo estar muito interessada em algo que aparecia na tela do celular do Welligton.

Vendo a minha expressão “amigável” ao mexer no celular, o Luan acabou tomando coragem para falar comigo.

– Valeu pela dica hoje de manhã. Esse “trem” de ser ator é difícil demais... Ficou mais fácil quando eu imaginei que a Laura era outra pessoa – Ele confessou mexendo nos cabelos, tentando disfarçar o nervoso.

– Por nada... Eu imagino que seja complicado mesmo – Falei, tentando ser cordial. Fazia tanto tempo que eu e o Luan não ficávamos a sós que eu me sentia estranha conversando com ele. De repente a minha frase soou artificial demais, como se não fosse eu.

– O que você está fazendo com o Nextel do Testa? E porque ele deveria estar com o seu celular? – O Luan perguntou curioso apontando para o aparelho na minha mão.

– Hããã... Achei melhor ficar com o rádio dele – Respondi tentando escapar da questão – Porque eu não podia responder algumas pessoas que estavam me chamando hoje – Emendei com pouca firmeza na voz.

– Por isso você não respondeu a minha última mensagem? – Ele foi direto ao ponto do qual eu estava tentando fugir.

– É... Na verdade, eu troquei de celular com ele justamente para não responder a sua mensagem – Confessei. Eu não tinha porque mentir. E eu precisava manter a distância que estava entre nós, mesmo que aquilo me custasse mais uma noite chorando sozinha no meu quarto.

– Cristal e sua “brabeza” – Ele falou fechando a cara.

– E a culpa de tudo é sempre minha por ser brava – Respondi um pouco irritada. Eu não sabia explicar, mas não tinha gostado daquele comentário.

– Na verdade, a culpa é da sua teimosia também, por ficar sempre fazendo acordos que não pode cumprir – Ele retrucou, ainda de cara fechada.

– E quem disse que eu não posso cumprir? – Eu já sentia a raiva subindo pelo meu corpo.

– Você mesma com a mensagem que me mandou hoje – A raiva também tomava conta do tom de voz dele que agora agitava as mãos, gesticulando sem parar.

– O meu novo acordo com o Anderson diz apenas que eu não posso mais ficar com você. Isso eu estou cumprindo, se é que você não percebeu! – Falei nervosa saindo do elevador que tinha acabado de abrir as portas no nosso andar – Ah, mas é claro que não percebeu! Você estava ocupado demais ficando com outras...

– Lógico que eu percebi, Cristal. Mesmo você não me consultando para tomar essa decisão e me evitando como se nada tivesse acontecido entre a gente, eu acabei percebendo que você fechou um novo trato com o Anderson – Ele disse, irônico.

– Eu não precisaria fechar acordo nenhum se você me escutasse e não colocasse os nossos vídeos na internet – Disparei contra ele. Eu sabia que estava pegando pesado, mas a raiva que eu sentia ia além do meu autocontrole. Eu precisava falar aquilo, e aquele era o momento para acertar os últimos acontecimentos que ainda estavam sem explicação.

– Nem vem colocar a culpa só em mim por causa desses vídeos. Antes disso você já tinha feito um trato com o Anderson – Ele jogou na minha cara.

– Eu fiz o acordo sim, e você quer saber o por quê? Porque eu sonhava todas as noites com o que o Diogo fez comigo e pensava que eu nunca mais seria capaz de me apaixonar por alguém. Se você tivesse passado pelo o que eu passei, você também não se importaria em prometer que não vai se apaixonar pelo seu chefe, porque na verdade você não quer entregar o seu coração para mais ninguém! – Eu tinha perdido completamente o controle. Todas as emoções que eu havia tentando esconder por todo aquele tempo vieram à tona e eu sentia o meu corpo tremer de raiva. Meus olhos se encheram de lágrimas, mas aí eu lembrei que chorar não era uma alternativa. Eu não queria parecer fraca.

– Você não tem o direito de comparar todas as pessoas do mundo ao Diogo. Eu não sou ele, Cristal. Não é justo que eu pague por um erro que ele cometeu! – O Luan disparou também com o tom de voz alterado. Para a nossa sorte só nós estávamos hospedados naquele andar. As chances de sermos flagrados em meio aquela discussão eram pequenas.

– E não me venha falar de Diogo agora, Cristal. Porque naquela noite que nós ficamos juntos eu achei que você tivesse deixado todo o seu passo de Diogo, Léo e do seu antigo emprego para trás – O Luan completou depois de uma breve pausa.

– E deixei. Eu fiz tudo isso porque confiei em você. Eu me entreguei para você, Luan! E o que você fez? Colocou o nosso vídeo na internet, contou toda a minha história para o Anderson... O que você queria com tudo isso? Provar que toda a confiança que eu depositei em você não serviu de nada? – Agora era impossível controlar. As lágrimas escorriam pelo meu rosto, mas eu já não importava mais com o que o Luan ia pensar. E também porque não fazia sentido esconder dele quem eu realmente era. Ele era uma das poucas pessoas que sabia me entender apenas pelo olhar.

– Não Cristal, eu só queria ficar com você. Desculpa se eu me atrapalhei, se meti os pés pelas mãos. Mas eu não queria que você fosse embora, por isso contei toda verdade para o Anderson, para que ele não te demitisse – Ele me respondeu em um tom de voz amargurando, como se reconhecesse o seu próprio erro.

– E eu aceitei o trato com o Anderson para não precisar ficar longe de você. Porque é melhor estar ao seu lado mesmo não podendo te tocar, do que correr o risco de nunca mais poder te ver – Eu confessei, também abaixando o tom de voz.

– Mas isso não faz sentido, Cristal. Quem escolhe com quem eu quero ficar sou eu – Ele apontou os dedos para o próprio peito para enfatizar a questão.

– Desculpa, mas não é... Você até pode escolher a pessoa com quem deseja ficar, mas tem tanta coisa que precisa acontecer para que vocês se acertem de vez... Você é um cantor famoso, Luan. Esse sempre foi o seu sonho, mas às vezes os sonhos também têm os seus preços.

– Não Cristal, isso ainda não faz sentido para mim... Eu não concordo com isso! Eu quero ficar com você e ponto. Não tem acordo no mundo que me convença do contrário – Ele voltou a mexer as mãos e a erguer o tom de voz.

– Luan, eu já te disse que nós não fomos feitos para ficar juntos. Não adianta... – Falei, vencida.

– Se você está falando isso é porque não quer ficar comigo de verdade – Ele me disse em um tom sério.

– É sério que você está duvidando do que eu sinto por você? Depois de tudo o que eu te contei, depois de ter dormido com você, depois de ter aceitado continuar do seu lado mesmo não podendo te tocar mais? – Meu corpo voltou a tremer. Eu não poderia acreditar que ele estava questionando os meus sentimentos por ele.

– Então por que você não fica comigo? – Ele levantou a voz para que eu o ouvisse enquanto ainda falava sobre tudo o que eu tinha feito por ele.

Vacilei por um momento. Eu não ficava com ele por medo. Medo dele não me amar de verdade, de se cansar de mim e de me trocar por outra modelo ou atriz qualquer, medo de não conseguir retribuir o sentimento que ele tinha por mim, medo de ter sido tão machucada pelo Diogo a ponto de nunca mais ser capaz de fazer alguém feliz ao meu lado.

Mas ao invés de explicar tudo isso para ele, eu simplesmente disse – Eu não posso, Luan.

Por um instante nenhum dos dois falou nada. Ele me encarava, como se soubesse que na verdade eu poderia, mas que ainda não estava pronta para aquilo, e eu retribuía o seu olhar como quem pede para que ele tenha um pouco mais de paciência para entender todas as confusões na minha cabeça. Como sempre, nós nos entendíamos muito mais com as nossas conversas silenciosas do que quando eu tentava demonstrar os meus sentimentos. Por um momento fiquei feliz em saber que aquela nossa “conexão” não tinha se quebrado.

– Luan, foi um longo dia... Acho melhor a gente ir descansar. Boa noite – Falei me virando em direção ao meu quarto. Enquanto andava eu era capaz de jurar que ouvi o Luan murmurar, só para ele mesmo ouvir – Cristal, sempre fugindo.

Senti uma vontade louca de voltar e tentar consertar tudo o que estava de errado entre nós. Mas do que adiantaria? Do que valeria consertar algo que já estava condenado a não dar certo?

Eu estava perdida em meus pensamentos quando de repente aconteceu. A luz foi embora, deixando tudo na mais completa escuridão.

– AAAAAAAAAHHHHHHHHHHH – Gritei a pleno pulmões. Desde o dia no barco com o Diogo eu tinha muito medo do escuro. Eu me lembrava que ele tinha apagado todas as luzes para garantir que eu não o reconhecesse quando ele chegou perto de mim e começou a me beijar.

No escuro é quase como se eu revivesse aquela cena. Gritei mais uma vez ainda mais alto. Com certeza meu emocional estava abalado aquele dia, porque eu já era capaz de controlar melhor aquele tipo de emoção.

– Cristal, calma nega, calma! Eu tô aqui – Vi o Luan se aproximando de mim com a luz da tela do seu celular iluminando fracamente o caminho.

Ele me abraçou e eu simplesmente me joguei nos seus braços, tentando me esconder ao máximo dos meus medos junto dele.

– Calma, muié. Foi só um apagão – Ele comentou rindo tentando me tranquilizar.

– Não gosto do escuro, me assusta... – Respondi com a voz fraca.

– Shiiii... Eu tô aqui com você, ninguém vai te machucar – Ele falou baixinho no meu ouvido enquanto acariciava os meus cabelos.

Aos poucos fui relaxando, sentindo os seus braços a minha volta me dando segurança. A luz na tela do celular era a única coisa que brilhava no meio da escuridão até a eletricidade normal voltar.

Eu pisquei os meus olhos por conta da claridade súbita. Quando voltei a enxergar normalmente, a cena que eu vi foi um Luan me abraçando e uma Cristal completamente agarrada a ele, segurando as costas da sua blusa com força como se estivesse com medo de alguém levá-lo de mim.

– Tá melhor, amor? – O Luan me perguntou com aquela voz mansa que sempre me tira do sério.
– Ahã... – Foi única coisa que eu consegui dizer. Dentro da minha cabeça o meu lado Profissional e Maluquete duelavam para decidir o que eu deveria fazer.

– Cristal, cê tá me machucando, nega. Sei que você está com saudades de mim, mas pode me abraçar um pouco mais “fraquinho”, tá? – Ele fez piada da situação, o que ajudou a quebrar o clima de tensão entre nós.

– Nossa, desculpa! – Falei sem graça enquanto eu o soltava.

– Ah, não desculpo não, Cristal. Sabe o que eu acho? Que você deveria me dar um beijinho para sarar – Ele aproveitou que os seus braços ainda estavam ao meu redor para me puxar novamente para perto dele. Em um instante eu estava parada, o encarando frente a frente, me deliciando com aquele melhor sorriso “safado” que só ele sabia dar. E no instante seguinte, nós estávamos nos beijando, minhas mãos estavam deslizando pelos seus cabelos enquanto ele me virava e me prensava contra parede. O nosso beijo tinha pressa, tinha urgência, tinha muito desejo. E aquilo foi o suficiente para me fazer esquecer completamente todas as minhas lembranças do Diogo. Naquele momento, só o Luan importava.

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Notas finais do capítulo:
Lú, também tenho medo de escuro! Vem me salvar? kkkk
Curtiram o cap, meninas? Gostaram da reconciliação?
E esse blackout? A sorte conspira a favor da Cristal, fala sério! kkk
Ok, agora é sério:
Agradeço de coração a Rachel que revisou o texto para mim! Salve Rachel, minha mãe postiça linda de bonita!
E, como prometi, dedico esse capítulo para a linda da @LS_meuamore que pertence ao seleto grupo das leitoras-fiéis dessa fic! =] Queria colocar o nome de todas aqui, mas fiquei com medo de faltar alguém (Não tenho Twitter de todas =/)
Por isso, só digo uma coisas para vocês: Ninguém escreve 25 capítulos de uma história se outras pessoas não toparem ler! Portanto, MUITO OBRIGADA por chegarem até aqui comigo! #TamoJunto
PERGUNTA MUITO IMPORTANTE:
Meninas, no lugar da Cristal, vocêss perdoariam o Diogo?
Não esqueçam de me responder isso! Estamos chegando ao capítulo onde os dois vão se reencontrar e a Cris terá que decidir se o perdoa ou não. #TENSO Por isso preciso da opinião de vocês!
Bom, vou parar por aqui, porque senão o cap fica com mais recado que história! kkk 

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