Capítulo 6 - 4º dia - Confissões e tratos

Notas iniciais: Não sei se o cap ficou bom.

Leiam e me falem o que acharam, ok?

Capítulo especialmente dedicado para a minha leitora Ingrid Beatriz, que faz aniversário amanhã. Felicidades, nega!

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No capítulo anterior:

*** Link para música – https://www.youtube.com/watch?v=MntbN1DdEP0 *** (Pulem o anúncio e se joguem na música!)

O rapaz na minha frente aproximou o seu corpo do meu, e ainda com a mão na minha cintura começou a se mexer no ritmo da melodia. Sem parar para pensar, deixei que ele me conduzisse na pista.

Então o mascarado me virou de costas para ele, cruzou os braços na frente da minha barriga me deixando presa ao seu corpo e continuou a dançar comigo, mexendo a cintura e rebolando como poucos homens eram capazes de fazer. Senti o seu nariz roçar o meu cabelo, o contato da sua pele e me senti a mulher mais importante e mais desejada naquela boate. Apenas fechei os olhos e me deixei levar pela música exatamente como eu tinha feito naquela tarde com o Luan....

Não, espera! Dança, juntada, e o efeito que aquilo causava em mim... Só uma pessoa conseguia fazer tudo aquilo comigo!

Soltei os seus braços da minha cintura e me virei ficando de frente para ele de novo.

Son tus ojos marrones (São seus olhos castanhos)

Con esa veta verdosa (Com essa veia saltada)

Es tu cara de niño (É teu rosto de menino)

Y esa risa nerviosa (E esse sorriso nervoso)

  

Era ele! Desde o momento que ele me parou na pista eu sabia que era ele!

E eu não sei se foi a música, se foi felicidade de saber que ele foi até o Cocobongo só para me ver, se foi a dança, se foi o fato de estar usando a máscara que me deixou mais corajosa ou se foi tudo isso junto, mas no instante seguinte que ele sorriu pra mim ao perceber que eu o tinha reconhecido eu joguei os meus braços ao redor do seu pescoço e tasquei um baita beijo na sua boca.

Apenas me joguei nos seus braços e colei os meus lábios no dele, ansiosa demais por sentir o seu gosto. No início, o Luan ficou um pouco assustado com a minha atitude, mas aos poucos ele percebeu o que eu queria e retribuiu o meu beijo de uma maneira intensa.

Senti as suas mãos escorregarem pelas minhas costas subindo até a minha nuca e deixando arrepios por todo o caminho. Ele segurou o meu cabelo com a mão direita e com a esquerda me puxou para mais perto dele, me apertando no seu abraço.

Continuei beijando-o com muita vontade, como alguém que está no deserto e encontra uma garrafa de água para saciar a sua sede. Aos poucos encontramos um ritmo e o beijo se tornou mais cadenciado, mas sem perder a intensidade. Passamos a balançar os nossos corpos junto com a música, enroscando as nossas pernas uma nas outras, sua mão na minha cintura me fazendo dançar junto com ele, as minhas mãos apoiadas nas suas costas me trazendo uma sensação ótima de estar com aquele homem. Era uma perfeita sintonia, tipo aquelas cenas que a gente vê nos filmes e acha que nunca vai acontecer com a gente. Bom, agora eu poderia afirmar com toda a certeza que essas coisas realmente acontecem!

Ele parou de me beijar depositando selinhos rápidos na minha boca e depois apenas ficou me olhando, com um sorriso perfeito iluminando o seu rosto. Sorri de volta, completamente “extasiada” com aquele momento. Eu estava tão feliz que não queria parar de dançar com ele nunca mais!

Aproveitando a minha empolgação, fiquei de costas novamente para ele, voltando para a posição que estávamos antes do beijo.

Son tus manos de hombre (São suas mãos de homem)

Y el olor de tu espalda (E o cheiro das tuas costas)

Lo que no tiene nombre (O que não tem nome)

Lo logró tu mirada (O seu olhar conseguiu)

Senti o Lú roçando o seu rosto contra os meus cabelos e depois se curvando para beijar o meu pescoço. Estremeci inteira com aquilo. Hum... Me gusta mucho!

Girei o meu corpo rapidamente e dei mais um beijo breve na sua boca. Depois, o peguei pelo braço e saí guiando ele pela multidão até chegar à porta que dava acesso ao terraço. No caminho, parei no bar e pedi duas cervejas para o Rico que me olhou com uma cara de “Tá pegando, né?” antes de me entregar as bebidas.

Voei pelos corredores com o Luan atrás de mim sorrindo sem parar. Quando chegamos ao terraço, o vento gelado bateu contra o meu rosto e me trouxe uma sensação muito boa. Eu me sentia livre, completa.

Caminhamos até os sofás e nos acomodamos lá. O Lú bem ao meu lado, o seu corpo colado no meu, seus olhos brilhando.

Dei outro beijo nele, dessa vez mais demorado e lento. Ele me puxou para o seu colo e acariciou os meus cabelos. Sua boca tinha um gosto doce e ele tinha um cheiro que me lembrava canela. O toque, o gosto, o cheiro, o lugar... Tudo era tão perfeito que parecia ter sido feito sob encomenda para mim.

- Não, não tira a máscara! – Pedi quando ele ameaçou soltar a fita que prendia a peça ao seu rosto – Você só pode tirar quando for embora! Essa é a regra! – Avisei. E se dependesse de mim, ele não iria embora tão cedo... - Sem contar que a graça do Baile das Máscaras é você aproveitar o disfarce para se soltar, para ser quem você realmente é, ou quem gostaria de ser...

- Eita, esse trem de máscara é todo cheio de mistério, né? – Ele brincou.

- É sim! Mas se você souber aproveitar, pode ser muito divertido – Expliquei pegando as cervejas que eu havia deixado em cima da mesinha que ficava ali perto e entregando uma para ele.

- Como assim? – Ele perguntou antes de dar um gole na sua bebida.

- Você pode aproveitar as máscaras para tomar coragem e fazer coisas malucas, ou dizer tudo o que sente por uma pessoa, por exemplo – Sugeri, também bebendo um gole de cerveja.

- Tá ai, gostei desse trem! – Ele riu e aquela era a risada mais gostosa do mundo – Então vamos lá, Dona Maria! Existe alguma coisa que você precise de uma máscara para fazer? Você é toda doidinha...

- Claro que existe! – Fingi ficar espantada com aquele comentário.

- O que, por exemplo?

Ai droga! Percebi a armadilha tarde demais! Eu mesma dei corda para acabar me eforcando...

Dei um longo gole na minha cerveja para ganhar tempo. Ele me encarava com um sorriso irônico no rosto, saboreando o seu pequeno momento de vitória me vendo sem jeito.

- Não sorria para mim – Falei, fechando os olhos para fugir daquela tentação.

- Você já me pediu isso, mas não dá pra ficar controlando essas coisas não, muié... – Ele riu.

- Bom, eu já te falei quais serão as consequências se você continuar sorrindo para mim desse jeito, né? – Perguntei com a voz baixa me ajeitando de uma maneira mais confortável no seu colo.

- Sei sim... E acho que posso aguentar essas consequências – De repente sua voz ficou grave e muito séria.

Encostei a minha cabeça no seu ombro fazendo a pluma presa na minha máscara fazer cócegas no seu rosto - E se eu falar que agora já é tarde demais para tentar evitar qualquer coisa porque eu já me rendi ao seu charme?

Ele beijou os meus cabelos e ficou em silêncio por um momento. A música que rolava no Cocobongo chegava até nós em um volume baixo. A Lua estava muito empolgada mesmo. A Dj estava fazendo a pista ferver... Ali no terraço, a única coisa que fazia barulho eram as batidas do meu coração, que batia como um louco dentro do meu peito!

- Sabe Maria, eu preciso te contar uma coisa também... – Ele falou baixinho no meu ouvido – Eu também tenho medo de me apaixonar.

Levantei o rosto assustada e fiquei o encarando sem entender nada.

- Tenho uma vida meio maluca, vivo na estrada, tem as minhas fãs... Tenho medo de me apaixonar e não poder amar essa pessoa como ela merece, sabe? Dar atenção, carinho, estar ao lado dela quando precisar... – Ele confessou meio sem jeito, mexendo as mãos, ansioso – Mas eu também preciso dizer que não consigo te tirar da cabeça desde que te vi naquele avião. Acho que eu também já me rendi ao seu charme...

Mais um momento de silêncio. Fiquei apenas o encarando sem saber o que dizer. Eu tinha acabado de ouvir que ele não me tirava da cabeça e que estava encantado com o meu charme. O que eu deveria fazer agora? Agarrar ele e dar um beijo tipo “desentupidor de pia”, abraçá-lo, fazer a dança da chuva?  Como se comportar diante de uma declaração dessas?

- E agora? O que a gente faz? – Foi tudo o que eu consegui dizer, minha voz parecendo um “sussurro”. Definitivamente, eu era péssima naqueles assuntos de “se apaixonar”.

- Não sei, Maria... – Ele acariciou o meu rosto com delicadeza – Mas eu aprendi nessa vida a viver cada momento como se fosse único. Porque eu vivo numa correria só, então cada tempo que eu tenho para passar com as pessoas que eu gosto, com a minha família e amigos eu aproveito ao máximo sem me preocupar com o amanhã.

- É uma boa solução – Comentei. Eu devia estar em estado de choque, porque não conseguia pensar e nem fazer nada.

- Essas férias em Cancún não poderiam ser melhores! – Ele brincou.

- Fala sério, foi muita sorte eu ser a comissária no seu voo, hein? – Provoquei bebendo mais um pouco de cerveja.

- Ah foi... Isso foi mesmo! – Ele concordou me olhando fixamente nos olhos – Mas já que “nóis” decidimos que vamos aproveitar o nosso momento... – Ele fez uma pausa e eu fiquei paralisada, completamente hipnotizada pelo seu olhar enquanto esperava o que ele ia fazer.

Vi o Luan colocar as nossas garrafas de cerveja que ainda segurávamos de lado e levantar as duas mãos na altura da minha cabeça. Ele aproximou o seu rosto e o seu corpo de mim, ficando a apenas alguns centímetros e então, com muita calma e delicadeza, tirou a minha máscara colocando-a ao nosso lado no sofá.

- ... quero poder ver o seu rosto enquanto estamos juntos – Ele terminou a sua frase me dando um selinho.

Imitei o seu gesto e tirei a sua máscara, também colocando-a no sofá. Voltei a me ajeitar no seu colo, deixando as pernas estendidas para o lado e passando os braços ao redor do seu pescoço.

- Tenho certeza que esses serão os melhores momentos da minha vida – Falei antes de me entregar aos seus beijos esquecendo de todo o mundo ao nosso redor.

***

- Malú, acorda! Acorda, menina! Acorda – Ouvi alguém me chamar enquanto dava tapinhas “de leve” no meu braço.

Abri os olhos muito lentamente e dei de cara com a minha irmã. Caramba, será que eu não tinha o direito de dormir um pouquinho a mais nem na minha semana de folga?

- Não tô! Passa amanhã – Falei com a voz enrolada de sono antes de me virar para o outro lado e colocar o edredom em cima da cabeça.

- Ahhh Malú, para com isso! Acorda logo! Eu preciso de você – A Mari ralhou comigo.

- O que aconteceu dessa vez? – Perguntei ainda com a cabeça coberta pelo edredom.

- A Mel se machucou ontem! Ela foi guardar as caixas com as máscaras no depósito, caiu e torceu o pé. Vai ter que ficar um tempo parada.

- Ahhh... que bom para ela – Resmunguei. Tudo o que eu queria era voltar a dormir.

 - Que bom o quê, Malú?! Ela se machucou e hoje é a Noite das Lobas! E adivinha só? Nós não temos uma Loba!

- Ahhhh não! Nem vem! Nem vem! Eu não ser a Loba de novo! – De repente todo o sono foi embora. Sentei na cama e encarei a minha irmã muito séria. Ser Loba quando eu não estava com o Luan era uma coisa. Pagar aquele mico com ele na cidade era outra completamente diferente.

- Mas eu não tenho outra pessoa... E você arrasou no ano passado quando substitui a Mel! – Minha irmã tentou me convencer.

Na temporada passada, a Mel teve um problema de família e precisou ficar afastada por três semanas. Naquela ocasião, eu “tirei onda” assumindo o posto de “Loba Oficial” porque não estava “de olho” em ninguém. Mas agora era diferente! Eu estava com o Luan!

- Não tem como. E a coreografia? – Rebati. Eu não conseguiria “pegar” os passos da Dança da Loba em um dia.

- A Lua, o Tchelo e o Zac já estão cuidando disso. Vai, se troca por favor! Eles estão te esperando lá no Cocobongo – Ela falou muita séria. A parte chata de ter uma irmã mais velha era que ela sempre conseguia te persuadir a fazer o que ela pedia...

Sem nenhuma opção, tomei um banho e me vesti. Era o horário de almoço e eu não tinha dormido quase nada. Eu e o Lú ficamos até o dia amanhecer no terraço conversando e curtindo o “nosso momento”. Prometi para ele que iríamos almoçar juntos naquele dia, mas teria que cancelar o nosso encontro.

Liguei para o hotel onde ele estava hospedado antes de sair de casa. Por sorte, ele ainda estava no quarto, dormindo um pouco. Ai como eu queria poder dormir também. Aliás, ai como eu queria poder dormir com ele...

- Alô! – Ouvi a voz dele do outro lado da linha me tirando dos meus devaneios.

- Luan? É a Malú! Tudo bem com você, cariño?

- Tudo certo, linda! Tava pensando em você agora! Que horas vamos almoçar hoje?

Ahh, ele estava pensando em mim! Me derreti toda só de ouvir aquilo...

- Então... Eu vou ter que cancelar o nosso almoço – Me odiei por fazer aquilo – Surgiu um imprevisto na boate e vou precisar substituir a Mel hoje na “Noite das Lobas”. Aí tenho que ficar por aqui... – Expliquei evitando dizer que eu seria a loba!

- Ahh, não acredito! Sério? Mas que chato... – Ele fez manha do outro lado da linha.

- Pois é... A Noite das Lobas é muito famosa aqui na cidade e nada pode dar errado. Por isso tenho que ficar e ajudar – Tentei me justificar.

- Mas que diacho é isso de Noite das Lobas, afinal? – Ele quis saber.

- Essa é a noite que as mulheres mandam na pista. São as meninas que precisam chegar nos homens e tirá-los para dançar, e não o contrário. É legal também porque tem todo um “procedimento”. Por exemplo, na primeira música da noite só as mulheres podem dançar na pista. Aí depois a Mel entra, acompanhada pelos meninos, e faz a Dança da Loba em uma espécie de passarela que instalamos especialmente para essa noite. A Lua sempre escolhe uma música diferente e rola uma coreografia bem caprichada. Depois, a passarela fica liberada, e todo mundo pode dançar lá em cima também – Contei toda animada.

- Caramba, parece animado mesmo esse trem! Mas e se um cara quiser tirar uma mulher para dançar, não pode?

- Pode. Mas aí ele precisa comprar um drinque para ela, o “Drinque das Lobas”, que é muito bom, por sinal. Se ela aceitar a bebida, aí ele pode dançar com a moça.

- Huum... Quer dizer que já te ofereceram esse drinque aí – Ouvi o Luan perguntar com a voz de quem está insinuando algo.

- Não foi isso que eu quis dizer! Eu só experimentei porque é o Rico quem faz, né? – Corri me explicar. Achei melhor não comentar que eu costumava aceitar o drinque, dançar com o garoto e depois sair de “fininho” deixando o cara na vontade.

- Sei, sei... – Ele resmungou do outro lado da linha.

- Bom, se você estiver hoje no Cocobongo, talvez eu aceite o seu drinque – Falei na cara de pau.

- Talvez, é? Mas que mulher mais difícil! – Ele comentou com a voz espantada – Capáiz, mesmo. Ainda ontem você me agarrou no Baile das Máscaras e agora fica aí fazendo charme.

- É que eu confundi as noites! Pensei que fosse no Baile das Máscaras que tínhamos que tirar os meninos para dançar – Respondi, irônica.

- Bom, melhor eu ir nessa tal Noite das Lobas para garantir que você não vai deixar nenhum outro mascarado te agarre, né? – O Lú brincou.

- Isso aí! Se você se comportar, eu até te tiro para dançar! - Fiquei me achando a "top" nessa hora - Mas agora eu preciso ir. Beijo, cariño. Hasta la noche! – Me despedi e desliguei o telefone.

Mal sabia ele a surpresa que o aguardava no Cocobongo naquela noite!

***

- E aí, tudo pronto, pessoal? Já vamos abrir a casa! – O Rico quis saber. Nós estávamos no escritório do Cocobongo, ajeitando os últimos detalhes para dar início aos trabalhos.

- Tudo mais que pronto! Nossa Loba substituta vai arrasar hoje – O Tchelo respondeu.

- E como vocês fizeram com a coreografia, afinal? – A Marí entrou no escritório segurando algumas comandas na mão que ela iria deixar no caixa. Bom, pelo menos era o que eu achava que ela iria fazer...

- Acabamos improvisando algo mais simples, né? A Lua escolheu a música e nos treinamos a Malú direitinho – O Zac entrou na conversa.

- É... Pensei em colocar a Malú para dançar aquela música do “Ahhh, Leleke, leke, leke, leke...” – A Lua fez piada. A DJ me zuou a tarde inteira falando que eu deveria dançar esse funk..

- Mágina só a Malú fazendo o passinho do Volante – O Zac também começou a me “zuar” – “No passinho, no passinho, no passinho do volante” – Os dois irmãos começaram a fazer a dança e todo mundo caiu na risada ao ver aquela coreografia hilária.

- Ou então a Malú poderia dançar aquela música do João Lucas e Marcelo, né? A “Lo-o-o-o-o-o-o-o-ucaaaa, louquinha...”. É a cara dela! Louca, louquinha! – A Lua emendou.

- Nossa gente, já não basta o mico que é ser a Loba! Vocês ainda querem que eu dance essas músicas sem noção? – Reclamei cheia de marra.

- Mico porque o Luan vai ver, né? Porque ano passado você adorava ser a Loba – Minha irmã rebateu.

Droga, ela estava certa! Eu estava morrendo de medo do que o Luan ia achar daquela ideia de eu dançar na frente de todo mundo na boate. E a roupa que eu estava usando não ajudava muito também... Shorts com paetês curto, regata branca bem colada ao corpo e com um decote bem generoso, sandálias de salto, brincos e pulseiras douradas e o cabelo solto e liso. A maquiagem também estava bem forte, para completar o “look”. Será que o meu menino do sorriso bonito ia aprovar tudo aquilo?

- Que nada! Luan vai endoidar quando ver a nossa Loba! Arrasa, hein Malú! Deixe os homens do Cocobongo ao seus pés! – O Rico brincou – E agora, o trabalho nos chama! Arriba Cocobongo! Arriba!

***

A casa abriu e em pouco tempo ficou lotada. A Noite da Loba foi a primeira que o Rico organizou quando abriu o Cocobongo e foi o que fez a boate conquistar todo o sucesso que tinha. Os guias turísticos da cidade ajudavam a espalhar as “regras” da noite e isso conquistava os turistas. Além disso, logo na entrada, o Tchelo e o Zac explicavam aos clientes as peculiaridades daquela festa.

- Atenção, pessoal! – A Lua anunciou no microfone usando o seu espanhol – Vamos abrir a pista agora. Como vocês já sabem, a primeira dança é só das garotas! Meninas, aproveitem o momento e arrasem! Arriba las lobas! – A DJ avisou, já colocando a música oficial da noite para tocar.

*** Link para música - http://www.youtube.com/watch?v=C7ssrLSheg4 *** (Vamos de Shakira de novo. Então aumentem o volume e pirem na música!)

Na sequência, toda a multidão de pessoas que estavam curtindo a noite no bar, na parte do jardim e nos camarotes virou-se para ver as “Lobas” dominarem a pista. A passarela onde eu dançaria já estava ali, mas dois seguranças impediam que alguém subisse nela antes da minha entrada.

As mulheres piravam na pista, dançando, rebolando, aproveitando aquele momento só delas. A grande sacada da Noite das Lobas era justamente isso: Permitir que cada garota fizesse o que bem entendesse. Se ela queria ficar com alguém, ela ficava. Se não queria, ela apenas curtia a noite na dela.

- E aí, Malú? Tá pronta? Já está quase na hora... – O Tchelo me perguntou chegando perto de mim, já assumindo o seu lugar. Depois daquela música seria a minha “entrada triunfal”.

- É Malú, tá pronta para ser a Loba da noite? – O Zac também se aproximou.

Eu estava parada perto da porta que dava acesso ao escritório encarando a pista “bombando” com muitas luzes coloridas dando vida ao lugar. O público estava animado e a noite prometia...

Respirei fundo. O jeito agora era soltar a Loba que havia dentro de mim e deixar a noite rolar para ver o que iria acontecer...

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Notas finais:

Só digo uma coisa:  A Noite das Lobas vai ser hot! (Se é que vocês me entendem....).

Gatas garotas, preciso saber o que vocês acharam, ok?! Contem-me tudo! *-*

Vale lembrar: Nossas férias em Cancún estõ chegando ao fim! Espero que estejam aproveitando!

Beijo e uma ótima semana para todas! *-*

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