domingo, 21 de outubro de 2012

Capítulo 6 - Pagando pra ver...

Notas iniciais do capítulo: 

Olá negas!
Primeira parte do capítulo 7 está morna, mas já sabem, né? É porque o próximo estará imperdível.
Cristal vai continuar nos surpreendendo!
Aproveitem! xD

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No dia seguinte eu não fui trabalhar. Eu demorei horas para conseguir parar de chorar e me levantar do chão da sala na noite anterior. O meu dia de trabalho tinha sido péssimo: Chuveiro queimado, secador pifado, trabalhar fora o dia todo e ainda chegar em casa e dar de cara com o meu ex -namorado.

Depois de passar por tudo isso eu mal consegui pregar os olhos a noite inteira. Quando o despertador tocou avisando que era de ir trabalhar eu simplesmente não consegui levantar da cama. Minha cabeça doía. Eu me sentia perdida em meio a um turbilhão de sentimentos que eu não conseguia explicar.

Antes de sair de casa para ir à sessão de fotos com o Luan, mesmo com todo o nervosismo por ter que acompanhar o meu “patrãozinho” em um evento fora do escritório, eu tinha sentido que algo bom poderia acontecer ao longo daquele dia. Agora, depois que tudo tinha passado, eu começava a acreditar que o chuveiro e o secador queimados eram apenas um sinal do que viria pela frente. Eu estava completamente confusa com tudo o que tinha acontecido no dia anterior.

Por mais que eu tentasse, e por mais profissional que eu fosse, eu não conseguia entender o que acontecia comigo quando eu estava perto do Luan. No nosso primeiro encontro eu tinha perdido completamente o controle e dado um “passa fora” nele porque ele me chamou de linda. Depois, eu fiquei sem saber o que fazer quando o encontrei sem esperar lá no escritório. E para encerrar, eu tinha ficado brava porque ele ficou “fazendo charme” para as maquiadoras.

Era estranho, mas era fácil ser eu mesma perto do Luan. Depois de tanto tempo sofrendo por causa do Diogo, eu achava que eu nunca mais teria motivos para voltar a sorrir ou para voltar a sentir sensações que eu achava que já tinha esquecido que existiam. Mas, naqueles poucos encontros com o Luan, era como se tudo que estivesse adormecido agora despertasse dentro de mim. Era como se um mundo em preto e branco ganhasse cores. Os traços que a minha vida estava assumindo desde que eu tinha começado a trabalhar no escritório do Luan ainda eram suaves, fracos, mas eu já conseguia ver a diferença que aquelas pálidas cores faziam na minha vida.

Virei-me na cama e coloquei o travesseiro no meu rosto. Minha cabeça doía demais e eu mal conseguia abrir os olhos. Eu sabia que eu precisava levantar para tomar um comprimido e ligar para a Martha para avisar que não iria trabalhar, mas a dor não deixava.

Senti uma pontada ainda mais forte quando me lembrei do susto que levei quando vi o Diogo na sala do meu apartamento. Agora eu conseguia compreender o porquê eu tinha ficado tão paralisada quando o vi. A presença dele era uma ameaça para mim. Mais do que isso, a presença dele era uma ameaça para aqueles suaves traços de cores alegres e cheios de sentimentos bons que começavam a pintar os contornos da minha vida.

Virei para o outro lado na cama. Um calafrio percorreu o meu corpo. Eu não queria me lembrar de tudo o que o Diogo tinha feito comigo. A dor piorou. Agora não era só a minha cabeça que latejava. Deitada no meu quarto eu sentia o meu coração pesado, apertado dentro do peito. Eu tinha medo. Aquela aproximação do Diogo não significava coisa boa, ele estava aprontando alguma coisa, eu podia sentir...

O medo foi tomando conta de mim. Encolhi-me toda na cama, a sensação de aperto no coração piorando. Foi aí que me lembrei do abraço que o Luan me deu na noite passada. Eu não tinha conseguido entender o porquê ele fez aquilo. Talvez o meu medo estivesse tão evidente que ele sentiu a necessidade de me proteger.

Aquilo era outra coisa que eu não conseguia entender. Eu o Luan conseguíamos nos entender com poucas palavras, mesmo um sabendo quase nada um do outro. Aquela não tinha sido a primeira vez. Lá no escritório nós nos entendemos apenas com olhares no dia que ele me pegou dançando em cima da cadeira. Depois no carro quando silenciosamente eu pedi para que ele mudasse de assunto ele também me entendeu, e, por fim no encontro com o Diogo quando ele me abraçou para me proteger.

Eram essas “pequenas” coisas que me deixavam confusas, que faziam eu me sentir perdida, sem saber o que fazer. Eu não entendia o que aquilo queria dizer, mas eu sentia que essas minhas dúvidas eram a chave para uma situação completamente nova em minha vida.

Abri os olhos lentamente. A dor tinha melhorado um pouco. De repente me senti melhor ao me lembrar dos momentos que passei com o Luan no dia anterior. Fiquei deitada por mais um momento e me permiti reviver cada momento na minha cabeça. Aqueles sentimentos que estavam despertando dentro de mim teriam que voltar a adormecer, para o bem do meu trabalho, e principalmente para o bem de mim mesma. Eu não poderia me permitir sentir nada, nenhum tipo sentimento que fosse por um homem novamente. E além disso, tinha a promessa que eu havia feito para o Anderson e que eu tinha que cumprir: Eu não poderia me apaixonar pelo Luan.
Mas, ali sozinha no meu quarto, eu me deixei levar por aquelas sensações tão boas que me permitiam até a sorrir por um breve momento. Eu não sabia o que era, mas o Luan tinha algo que me encantava. E foi com aquela sensação boa que adormeci novamente, pensando no abraço que ganhei do Luan.

***

– Cristal, o chá já está quase pronto! Você já saiu do banho? – Ouvi a Martha gritar da cozinha. Depois que acordei, já me sentindo um pouco melhor, eu liguei para o escritório e pedi para que ela avisasse a Dagmar que eu não estava me sentindo bem, e por isso não iria trabalhar. É claro, que a “Marthinha” ficou super preocupada comigo, mesmo eu dizendo que eu tinha tudo sobre controle. O resultado foi ela conseguir “escapar” do escritório mais cedo para ir checar qual era o meu real estado.

– Pronto menina! Chá de erva-cidreira para acalmar os nervos! - A Dona Martha entrou no quarto segurando uma xícara nas mãos – E agora que você está melhor, que a cabeça parou de doer, que já está de banho tomado e tudo mais, faça o favor de me contar tudo o que aconteceu na noite passada. O João chegou em casa dizendo que quando saiu daqui você estava com uma cara péssima – Ela desatou a falar enquanto sentava ao meu lado da cama e me entregava a xícara com o chá.

– O Diogo veio aqui ontem – Eu respondi enquanto pegava a xícara.

– Então foi ele que veio aqui? O João disse que o Luan comentou no carro que tinha aparecido um cara muito estranho na sua casa e que você parecia não gostar dele. Mas o que esse cafajeste queria com você? – A Dona Martha falava com uma expressão de revolta no rosto. Eu já havia contado toda a minha história com o Diogo para ela, e por isso ela entendia o porquê a presença do meu ex era tão preocupante.

– Não sei. Ele apareceu dizendo que queria me convidar para jantar... Mas com certeza isso era só uma desculpa. Ele deve estar procurando um motivo para se aproximar de mim de novo! Desde a nossa briga nós não nos falamos mais, ele deve estar caçando uma maneira de conquistar a minha confiança novamente – Expliquei enquanto esfriava o chá.

– Mas e aí, menina? O que você fez? Botou ele para correr de novo? – A Dona Martha tinha gostado de eu ter batido no Diogo na nossa última briga.

– Na verdade eu não fiz nada. Você não vai acreditar, na hora eu fiquei paralisada de medo quando vi o Diogo aqui. Imaginei o que aconteceria se o Luan desconfiasse que ele era o meu ex, ou pior, se o Diogo resolvesse falar alguma coisa. Quem acabou dando um “passa fora” nele foi o Luan – Falei.

– O Luan? Cristal, me conta essa história direito! Como assim o nosso “patrãozinho” colocou o seu ex-namorado “mala sem alça e sem rodinhas” para correr? – A Martha ficou completamente perplexa com a notícia. Bom, eu tinha que confessar que aquela não era uma situação muito normal.

Contei tudo o que havia acontecido para a minha colega de trabalho: Como o Diogo entrou, o que ele disse, como eu fiquei paralisada, o que o Luan disse para o meu ex, do abraço que o Luan me deu para me defender (nessa parte ela quase pirou de tanta empolgação), dele colocando o Diogo para fora e me consolando no sofá e, finalmente, do nosso “patrãozinho” me pedindo para não esquecer de trancar a porta. Quando eu terminei, a Martha estava com os olhos brilhando de pura empolgação.

– Hum... Bem que o João me disse que vocês se deram muito bem durante a viagem para Atibaia – Ela disse em um tom um pouco malicioso, como quem quer deixar a entender alguma coisa.

– O “seu” João fala demais – E eu sabia bem disso...

 – Aliás, esqueci de te contar: O Luan foi lá no escritório hoje, sabia? – Ela mantinha o tom de voz irônico – Ele chegou e ficou andando de um lado para o outro, como se estivesse procurando alguém, sabe? E bem na hora que você me ligou para avisar que não ia trabalhar ele estava na minha sala. Ele fez uma “carinha” de preocupado quando me ouviu avisar a Dag que você não estava bem...

– Para com isso, Martha! O Luan só estava preocupado por causa do que aconteceu aqui ontem, só isso. O que é completamente normal, porque o que ele viu aqui na noite passada realmente foi bem estranho – Tentei justificar. Eu já estava ficando tão irritada com aquelas insinuações da Martha que já havia desistido de beber o chá que ela fez para mim.

– Ahã. E também é completamente normal ele marcar um jantar para comemorar o lançamento do CD novo e me pedir para te avisar que faz questão que todo o pessoal do escritório compareça – A Martha matinha o tom de insinuação em sua voz.

– Claro que é normal! Afinal, ele pediu para que todos do escritório compareçam... E eu sou uma funcionária do escritório – Eu tentava manter o meu tom de voz calmo. Mas senti meu coração dar um pulo dentro do peito ao imaginar que o Luan fazia a questão da minha presença.

– Normal ou não, eu preciso mandar a lista de convidados para a churrascaria. Você vai, né? – Ela falava como se estivesse apenas confirmando e não perguntando.

– Ah, não sei... Acho estranho eu aparecer lá, do nada. Eu nem fui trabalhar hoje, e aí apareço na churrascaria completamente bem? – Eu tinha medo que a Dag e o Anderson achassem que eu estava fingindo passar mal para não ir trabalhar.

– Deixa de besteira, Cristal. A Dag e o Anderson te adoram, com certeza eles vão ficar chateados é se você não for. A própria Dag me pediu para te chamar... E, depois, é um pedido do Luan que todo mundo, sem exceções, compareçam – Ela falava em um tom confiante, como se tivesse certeza que eu deveria ir naquele jantar.

– Não sei... Preciso pensar – Eu estava completamente confusa. Uma parte dentro de mim queria muito ir no jantar e ver o Luan de novo. Eu sabia que ele começaria a fazer uma porção de shows por conta do lançamento do novo CD, sem contar os eventos e as entrevistas, e por isso não teria mais tempo para aparecer no escritório. Mas, outra parte de mim não queria aparecer no jantar. Eu sabia que aqueles sentimentos que estavam aflorando dentro de mim precisavam voltar a dormir, e o melhor jeito de fazer isso era ficando longe do “patrãozinho”.

– Pensar em quê, Cristal? Deixa o seu lado “chata de galocha” de lado e solta a “Cristal Maluquete” que vive aí dentro de você – A Martha brincou.

– Maluquete? Tipo que dança em cima da cadeira no horário de expediente? – Caímos as duas na risada ao lembrarmos do dia que eu havia conhecido o Luan.

– Ih, Cristal, olha a hora! Preciso correr. Ainda tenho que enviar a lista para churrascaria e ir para casa me arrumar – A Martha disse depois de consultar o seu relógio – Fico mais tranquila de saber que você já está melhor. E toma cuidado com esse tal de Diogo! Esse cara não é “flor que se cheire” – Ela completou se levantando e seguindo para a saída.

Acompanhei minha amiga até a porta. Dei um forte abraço nela para agradecê-la pela preocupação antes de abrir a porta para ela sair.

– Cristal, antes de eu ir, me responde uma coisa: O Luan sabe dessa promessa que você fez para o Anderson? – De repente a Martha ficou séria.

– Eu acho que não... Mas ele não precisa saber de nada, Martha. E pode parar de ter esperança, eu não vou me apaixonar pelo Luan – Eu sabia onde ela queria chegar com aquela pergunta.

– Bom, se você tem tanta certeza disso então vamos fazer uma aposta: Você topa ir no jantar hoje e depois me fala se a sua opinião sobre se apaixonar pelo Luan não vai mudar – Ela me desafiou.

– Ah, não Martha, eu não vou nesse jantar, nem vem... – Falei na defensiva.

– Vamos fazer o seguinte: Vou colocar o seu nome na lista. Você tem duas horas para dizer se topa ou não o meu desafio! Mas, se você não for, eu vou considerar que você concorda comigo: Que é impossível não se apaixonar pelo nosso “patrãozinho” – O tom de confiança na voz dela era tanto que chegava a me irritar.

– Dona Martha eu não vou cair nesse “joguinho”. Eu não vou nesse jantar e eu não vou me apaixonar pelo Luan – Eu respirava fundo para tentar manter a calma. A cena chegava a ser patética, as duas discutindo na porta do meu apartamento.

– Vou colocar seu nome na lista, Cristal. Duas horas para decidir! Qualquer coisa me liga, filha! – Ela disse enquanto foi se virando e descendo as escadas. – Bota uma roupa bem bonita – Ela ainda gritou antes de desaparecer entre os degraus.

***

Eu não ia dar as caras naquele jantar, já tinha decidido. Primeiro porque eu não precisava provar nada para ninguém. Segundo porque seria estranho eu aparecer ótima na churrascaria depois de não ir trabalhar de manhã. E terceiro porque eu tinha medo de encontrar o Luan e descobrir que a Martha estava certa.

Coloquei o meu pijama, escolhi um DVD, fiz pipoca e deitei no sofá para assistir um bom filme e não pensar mais em nada. Aquela noite eu queria paz, não queria ter que me preocupar com nada.

Mas, antes mesmo de eu apertar o play o meu celular tocou. Era uma mensagem da Carla, a webdesigner que trabalhava no escritório.

“Cristal, você vai para a churrascaria? Quer carona?”

Droga! Ia ser difícil curtir um filme em paz com todo mundo falando daquele jantar. Resolvi ignorar a mensagem. Sentei no sofá e apertei o play. Nada ia me tirar de casa naquela noite.

***

Meia hora depois e eu não conseguia me concentrar no filme. A verdade era que uma verdadeira guerra estava acontecendo dentro de mim: A Cristal séria e profissional não queria ir ao jantar porque sabia que ver o Luan fora do horário de trabalho poderia não ser uma boa opção. Por outro lado, a Cristal “Maluquete” estava louca para ir ao jantar e “pagar para ver”.

Sem pensar duas vezes desliguei o DVD e corri para a cozinha para interfonar para o porteiro do prédio.

– Seu Magalhães, você pode chamar um táxi para mim? Preciso ir a uma churrascaria na zona sul. Em uma hora eu estarei pronta!

A Martha tinha me passado o endereço do local por mensagem assim que ela saiu de casa. Desliguei o interfone decidida e segui para o meu quarto para me arrumar.

Eu havia me decidido: Eu iria “pagar para ver”. Naquela noite eu iria tirar a prova se o Luan era tão irresistível como a Martha dizia.
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Notas finais do capítulo:

E aí, quem ganha a aposta?
A Martha (que acha é impossível não se apaixonar pelo Luan) ou a Cristal (que realmente acha que vai conseguir resistir ao charme do nosso nego-divo)?
Façam as suas apostas meninas!
Aliás, preparem os corações: Próximo cap será muiiiito legal! xD
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