segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Capítulo 8 - Levitar, Levitar... - Parte II

Notas iniciais do capítulo:

Quem aí está curiosa para saber o que vai rolar nesse jantar?
Então, aproveitem a segunda parte do capítulo!
Só aviso uma coisa: Certeza que até o final do capítulo vocês vão dizer "Uhhh", tipo em jogo de futebol quando o jogador acerta a bola na trave...Rs!

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Para lembrar do último capítulo:
*** Link para música: http://www.youtube.com/watch?v=oFNjBoF0alc ( Pulem a parte que ele fica falando no começo... E aumentem um pouquinho o volume!)


Deixe-me levar pela sua empolgação e começamos a dançar muito animados. Nós girávamos e íamos de um lado para o outro despreocupadamente. Às vezes nós errávamos o passo e saímos do compasso, mas acabávamos rindo e voltando a dançar.

“Levitar, levitar... Vou voando te encontrar... Levitar, levitar, nos meus sonhos eu vou te amar” – Eu cantava o refrão da música empolgada enquanto via o Luan me presentear com o sorriso mais lindo do mundo.

“Será que é sonho ou realidade?” – Cantarolei o encarando nos olhos depois que havia terminado de girar em volta de mim mesma.

– “Não sei, não... Mas agora eu vou levitar, levitar, vou voando te encontrar” – O Luan emendou a estrofe seguinte da música. Era incrível como ele já tinha “pegado” o refrão rápido.

Eu não conseguia ver mais nada do que acontecia em nossa volta. Eu só conseguia prestar atenção no Luan, no jeito que nós dançávamos no mesmo ritmo, na forma como ele sorria para mim e, principalmente, como ele me fazia sorrir também. Já fazia muito tempo que eu não me sentia tão alegre como naquela noite.

Continuamos animados na “pista de dança” improvisada próximo a mesa onde momentos antes nós estávamos jantando. Nós não ligávamos se estávamos no ritmo correto, ou fazendo os passos certos. Na verdade eu acho que cheguei a pisar umas duas vezes no pé do Luan, mas ele não se importou. Era como se nós estivéssemos ligados ao som, ao movimento e as emoções daquela dança...

Eu não sabia quanto tempo nós ficamos na “pista”, mas quando a música terminou meu coração estava disparado dentro do peito. Eu estava tão boba comigo mesma que não conseguia parar de rir. O que eu tinha acabado de fazer era uma algo que somente o meu lado “Cristal Maluquete” seria capaz...

– Eita, e não é que a Cristal é “forrozera”, rapaiz – O Luan comentou. Eu poderia até estar enganada, mas eu tinha a impressão que ele se sentia tão feliz quanto eu.

– Bom, depois desse sucesso que levantou toda a galera, acho que vou continuar tocando forró! – O vocalista da banda interrompeu a minha conversa com o Luan. Foi só aí que me dei conta que quase todo mundo da nossa mesa tinha se levantando e começado a dançar também.

– Acho que a gente animou a festa – Comentei com o Luan que concordou comigo. Ao fundo, a banda já emendava outra canção animada.

– Luan, você nunca dançou assim comigo! Você me deve essa, menino – A Dag veio até nós toda animada e puxou o Luan para a pista de dança improvisada. Fiquei o vendo se afastar de mim ao lado da Dagmar. Não pude deixar de rir ao perceber que ele estava “zuando” com a Dag dizendo que ela era “perna de pau” para dançar.

Aproveitei a brecha e fui até a mesa beber um gole de água. Eu estava fora de forma para ficar dançando daquele jeito...

– Cristal, mulher! O que foi aquele show com o Luan? Eu já estava com peso na consciência de ter atrapalhado o clima que estava rolando entre vocês lá perto do banheiro, mas acho que já posso ficar despreocupada – A Carlinha veio até o meu lado na mesa para também pegar o seu copo.

– Clima? Que clima, o quê Carla! Só estávamos conversando – Tentei mudar de assunto – Aliás, falando em clima, e o Felipe? Por que você não aproveita e tira ele para dançar? – Sugeri.

– Eu adoraria, mas não sei dançar – Ela confessou, desanimada.

– Se esse é o seu problema, eu tenho a solução: Eu te ensino. Vem comigo! – Peguei a Carla pela mão e voltamos para a “pista” de dança, que estava animada. Em pé, em um canto, vi o Felipe ao lado do Matheus. Pelo jeito ele sabia dançar, porque balançava o corpo de um lado para o outro.

– Fê, a Carla aqui quer um par para dançar. Será que você não pode ser o parceiro dela? – Sugeri na cara de pau.

– Claro, estava mesmo procurando uma parceira – Ele sorriu animado.

– Mas eu não sei dançar, gente. Cristal, você disse que ia me ensinar – A Carlinha ficou vermelha e completamente sem jeito.

– Mas forró não tem jeito, tem que dançar homem com mulher, senão não dá certo – Era a desculpa que o meu irmão usava no luau quando via duas amigas dançando juntas porque não tinham parceiros. Ele sempre tirava uma delas para dançar e acabava conquistando a “gatinha”.

– É fácil de aprender, Carla. Dois pra cá, dois prá lá, tá vendo – O Fê era um cara bem animado e “rapidinho” entrou no clima de aula de dança.

Aproveitei que os dois tinha se acertado e corri até a banda. A música já estava quase acabando e eu tinha um pedido especial para fazer ao vocalista.

– Moço, preciso de um forró bem romântico agora! Tá vendo aqueles dois, ali? Eles estão precisando de um “empurrãozinho” para ver se rola alguma coisa – Brinquei com o vocalista logo que ele terminou a música que estava cantando.

– Pode deixar moça. Já até sei qual vai ser – O rapaz moreno sorriu para mim antes de se virar e fazer um gesto para o restante da banda. Instantes depois uma melodia lenta tomou conta do lugar.

***Link para música: http://www.youtube.com/watch?v=wg9p3MI2fJw&feature=fvsr (Não esqueçam de pular o anúncio!) Recomendo que escutem a música...

De longe vi o Felipe chegar mais perto da Carla e colocar a mão suavemente em sua cintura. Meu plano estava dando certo. Nada como uma música romântica para unir os casais.

“O brilho do seu olhar vive a me pegar, sempre que eu te vejo passar” – Cantarolei parada no meu canto. Aquela era uma das minhas músicas prediletas. A banda tinha acertado em cheio.

– Achei que você não gostasse dessas coisas de amor – Ouvi a voz do Luan bem próxima de mim.

– Ué, por que não gostaria? – Perguntei me virando para ele.

– Foi você mesma que disse que não queria se apaixonar de novo – Ele me respondeu.

– Foi por uma boa causa... – Falei - E além do mais, eu gosto dessa música – Sentia meu coração pular dentro do peito de novo. Aquela conversa, de novo, estava indo para uma direção que eu não gostava. Respirei fundo para me manter firme.

– Como você pode prometer uma coisa dessas, que não vai se apaixonar mais... O que ele aquele cara fez com você? – Ele voltou a falar no mesmo tom sério que ele havia usado na nossa conversa perto do banheiro.

Droga! Ele já tinha percebido que o meu medo de me relacionar com alguém tinha a ver com o Diogo. Senti minhas mãos ficarem geladas. O Luan me olhava com uma expressão sincera no olhar, como se realmente se importasse comigo. Por um momento senti vontade de abrir o meu coração, de dizer tudo o que tinha acontecido comigo, de falar sobre a minha ferida que nunca cicatrizava.

Mas então eu me lembrei que o Diogo também me olhava com a mesma expressão carinhosa antes prejudicar a minha vida para sempre.

Toda a confusão que havia tomado conta da minha mente naquela manhã voltou a me atormentar. De novo o Diogo estava prestes a estragar aquela noite. Respirei fundo para impedir que uma lágrima caísse dos meus olhos.

– Cristal... – Mais uma vez eu não precisei dizer nada para que o Luan percebesse que alguma coisa estava errada comigo – Vem cá, nega... – Ele chegou perto de mim e colocou uma de suas mãos nas minhas costas. Meio insegura, eu passei as minhas mãos ao redor dos seus ombros, o que nos deixou próximos.

Por um momento ficamos daquele jeito, apenas dançando no ritmo da música sem dizer nada um para o outro. Aos poucos senti o meu coração se acalmar, e com jeito, tirei as minhas mãos do ombro do Luan e as coloquei no seu antebraço, o que aumentou a distância entre nós. Era melhor evitar aquele tipo de intimidade com ele.

Ele me observou sem dizer nada enquanto eu mudava a minha posição. Pensei que ele ficaria meio se jeito e também assumira uma postura mais defensiva, mas ele manteve as mãos firmes: a direita nas minhas costas e a esquerda na minha cintura.

– E então, preparado? Mais um CD, novo palco, nova turnê, novos desafios... – Achei melhor dizer algo antes que ele voltasse a perguntar alguma coisa do meu passado.

– Tô muito animado com esse CD, linda. Mal vejo a hora dele ficar pronto de vez e a gente começar a turnê logo – Seu rosto se iluminou ao falar do trabalho.

– Esse CD tá diferente... Sabe, ouvindo o CD ao Vivo no Rio e esse...É como se esse estivesse mais maduro, mas sem perder a sua essência – Comentei.

– Sabe que eu acho a mesma coisa? Comentei isso com o pessoal da banda esses dias atrás.

– Falando em banda, eu queria conhecê-los. Eu sempre ouço falar deles e nunca os vejo– Eu disse.

– No próximo show que a gente fizer aqui em São Paulo você vai e conhece toda a rapaziada. Tudo gente boa – O Luan fez o convite.

– Vixi, show aqui na capital vai demorar um pouco pelo o que eu vi na sua agenda...

– Tá sabendo das coisas hein, nega... Tá contando os dias para me ver de novo? – O Luan falou antes de abrir aquele sorriso que só ele sabia dar.

Senti meu rosto ficar vermelho. Tive vontade de negar, logo de cara. Depois tive vontade falar para ele que deixasse de ser tão metido e pretensioso. Mas, conforme a raiva tomava conta de mim, eu sentia que a minha mente ia parando de funcionar aos poucos. Para piorar, voltei a sentir as tais “palpitações” que a Laura sempre falava. Além de tudo isso, eu ainda tinha que lutar com uma “vozinha” lá no fundo da minha cabeça que gritava para eu concordar com ele: Ele mal tinha ido embora e eu já estava contando os dias paraque voltasse.

No fim, acabei parando na frente do Luan, cruzando os braços e o “bombardeando” com o meu melhor olhar de “Vai se achando...”. Ele, só para me irritar ainda mais, me olhava com uma expressão de “Vai dizer que é mentira?”.

Tive vontade de partir para cima dele e tirar aquele sorriso convencido do seu rosto na marra. Mas antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, alguém me cutucou me tirando do meu momento “Morte ao convencido do Luan Santana”.

– Cristal, o seu celular não para de tocar. Você o esqueceu em cima da mesa, então achei melhor trazer aqui para você... Pode ser importante – Um emburrado Anderson estava parado ao meu lado com um dos braços estendidos para me entregar o meu aparelho móvel.

– Ah, muito obrigado – Falei um pouco sem graça. Eu não tinha tanta intimidade com o Anderson, mas mesmo assim pude perceber que ele me encarava com uma expressão de “Você não acha que estava dançando muito coladinho com o Luan para quem prometeu que não iria se apaixonar por ele?”.

– Hããã... Com licença. Preciso checar quem estava me ligando – Falei saindo de “fininho”. Se eu já estava vermelha por causa do Luan agora eu devia estar “roxa” de tanta vergonha. Droga, o meu lado “Cristal Maluquete” já estava começando a me dar problemas...

Quando já tinha me afastado o suficiente do Luan e do seu empresário, chequei o meu celular. Três chamadas perdidas de um número desconhecido. Mal tive tempo de pensar em quem poderia ter me ligado quando chegou uma mensagem:

“Me daria a honra de jantar comigo hoje? Com carinho, Diogo”.

Era só o que me faltava! Em uma noite qualquer eu ficaria super “pra baixo” pensando que o meu ex nunca me deixaria em paz. Mas, com a “Cris Maluquete” em ação, eu não pensei duas vezes. Peguei o meu celular e digitei uma resposta para o “mala sem alça, sem rodinhas e sem zíper” do Diogo.

“Desculpa, mas já me convidaram na sua frente! Fica para a próxima.”

Enviei o SMS. Ri sozinha ao imaginar a reação do Diogo quando recebesse a mensagem de texto.

– Cristal, será que a gente já pode colocar aquele nosso “planinho” em ação? – A Carla chegou perto de mim – Já combinei com o Felipe, ele aceitou a carona! – Ela disse animada.

– Claro! Bora lá... – Sorri para ela e seguimos juntas para nos despedir de todo o pessoal.

Comecei me despedindo da Martha. Aproveitei para já avisá-la do meu plano com a Carla, afinal, ela também estava metida na história. Depois disse tchau para todos os outros convidados. Eu queria me despedir do Luan, mas ele estava atendendo um grupo de fãs que tinham o encontrado na churrascaria. Só acenei de longe. Em resposta recebi um daqueles sorrisos iluminados que ele tinha.
Segui para a saída onde a Carla e o Felipe já me esperavam.

– Todos prontos para partir? – Perguntei quando cheguei ao lado deles.

– Estávamos só te esperando! Vou pedir para o manobrista trazer o carro – A Carla disse toda sorridente. Fiquei observando ela pedir para um dos funcionários do estabelecimento trazer o seu carro do estacionamento. Depois caminhamos até a frente da churrascaria, onde o carro seria entregue.

Esperei até que o manobrista encostasse o veículo no meio-fio para fazer a minha encenação.

– Ih gente, meu celular está vibrando na bolsa! Deixa eu ver o que é – Falei alto, de propósito, enquanto a Carla e o Felipe já entravam no veículo – Pessoal, a Martha me mandou uma mensagem. Ela tá me pedindo ajuda, parece que deu um problema com aquele grupo de fãs que estavam tirando fotos com o Luan. Eu preciso voltar – Menti na cara larga.

– Jura, Cristal? – A Carla fingiu surpresa.

– Sério! Mas não precisam se preocupar, eu pego um táxi depois. Podem ir – Falei.

– Tem certeza? – A Carla fingiu preocupação.

– Claro, pode ir, Carlinha. Boa noite – Emendei.

O Fê e a Carla ainda insistiram um pouco, mas no fim, o Felipe passou para o banco do passageiro ao lado da Cá e os dois foram embora.

– Missão cumprida – Disse para mim mesma enquanto voltava para o interior da churrascaria.

– Por favor, você pode chamar um táxi para mim? – Pedi para a recepcionista que estava no balcão, logo na entrada do local.

– Não precisa chamar ninguém, não. Eu mesmo vou levá-la para casa – Um “seu” João todo feliz parou ao meu lado.

– Já vão embora? – Perguntei enquanto o vi pedindo para o manobrista trazer o carro.
– Já. Vou levar o Luan o hotel – Ele me respondeu.

– Ah, e a Martha? – Quis saber.

– Vai de carona com a Dagmar. Assim ela já vai direto para casa e não precisa me esperar – Ele explicou.

– Hum.. Bom, eu agradeço a oferta da carona, mas terei que dispensá-la. Você vai levar o Luan, não pega bem eu ir junto com vocês – Falei.

– Cristal, deixa de bobeira! Não tem problema nenhum, mágina – O João tentou me convencer.

– O que a Cristal já tá aprontando aí, “Jão”? – Ouvi a inconfundível voz do Luan se aproximando.

– Ela não quer ir embora com a gente, Luan – O motorista respondeu.

– Não é isso. Eu só disse que era melhor você ir direto para o hotel. Você deve estar cansado – Menti na cara dura.

– Meninos, o carro já chegou. Vamô embora, moçada? – O João nos chamou antes de seguir para o carro. Para a minha sorte ele nem tinha notado a “mentirinha” que eu tinha acabado de contar.

– Bora “Jão” – O Luan disse já indo em direção ao veículo. Eu continuei parada onde eu estava. Já tinha me decidido que iria de táxi.

Virei-me novamente para a recepcionista. Porém, mal tive tempo de abrir a boca para pedir que ela chamasse um táxi para mim. De repente, senti alguém me pegando pelo braço e me puxando para fora.

– Vem logo, muié! Deixa de brabeza – Ouvi um Luan, que estava se divertindo às minhas custas, exclamar.

Não tive tempo de me defender. Quando ele me soltou, eu estava sentada no banco de trás do modelo quatro portas com o Luan ao meu lado e o “seu” João já dava partida no veículo.

–Tá vendo, “Jão”? Com mulher tem que ser assim, firme... – Ele me olhava com uma expressão travessa no rosto.

– Quero ver você continuar firme desse jeito quando a Cristal “zangar” com você. Ela é brava, Luan! Cuidado – O João disse, também se divertindo da minha cara.

– Eu sei disso, Jão. Fui dizer que ela estava bonita hoje e ela quase me bateu – O Luan fez cara de “coitado” para dramatizar a situação.

– Esquenta não, Luan. Tudo isso é só fachada... No começo ela se finge de brava, mas depois ela fica um amorzinho – O motorista comentou.

Eu estava ferrada com aqueles dois. Decidi fingir que não estava ouvindo para ver se os dois sossegavam.

– “Jão”, você sabia que essa louca aqui prometeu que não vai mais se apaixonar? – O Luan insistia em falar sobre mim.

– E essa foi só uma das promessas que ela fez... – O João comentou cheio de mistério.

Senti meu coração gelar. O “seu” João não poderia contar para o Luan que eu havia prometido para o Anderson que eu não iria me apaixonar pelo meu “patrãozinho”.

– Hãã... Será que vocês podem parar de fofocar sobre a minha vida? A celebridade aqui é você Luan! É sobre a sua vida que todo mundo quer ficar sabendo – Eu não queria ser grossa, mas o medo do João falar de mais gritou mais alto. Eu precisava fazer alguma coisa antes que o Luan descobrisse qual era a outra promessa que o motorista havia se referido.

– Eita, é a segunda patada do dia – O Luan exclamou.

– Desculpa, mas por favor, vamos mudar de assunto? – Pedi, olhando para o Luan. Mais uma vez, sem precisar de palavras, ele percebeu que aquele assunto me incomodava. Sem contestar ele levou a conversa para outro lado. - E então “Jão”, já ouviu as “moda” do novo CD?

Daí em diante a conversa foi só sobre o novo CD. Até eu me animei e participei da “prosa”.

Para animar ainda mais o papo, quando o João ligou o rádio estava tocando justamente uma música do Luan.

– “Música nova pra galera, Meteoro” – Imitei o que ele dizia antes de começar aquela música lá no começo da sua carreira. Eu já tinha assistido uma matéria de TV que mostrava justamente aquele trecho.

– Eita Luan, lembra que nessa época o pessoal falava que a sua carreira passaria tão rápido como um meteoro? – O João lembrou.

– Graças a Deus a gente provou pra eles que não era verdade, né não “Jão”? – O Luan sorriu orgulhoso.

– E graças a Deus a gente tá aqui ainda, trabalhando e lançando mais um CD – O João emendou – E graças a Deus também a Cristal está entregue em casa, em segurança, sem precisar de táxi – O motorista disse estacionando o carro e ligando a luz interna do veículo.

Eu nem tinha me dado conta, mas nós já estávamos parados na frente do prédio onde eu morava.

– Opa, eu fico por aqui pessoal. “Seu” João, a gente se vê amanhã no escritório, certo? – Dei um beijo no rosto do meu motorista predileto.

– Boa noite Luan, boa viagem e boa sorte com os shows. Tenho certeza que vai dar tudo certo – Tentei falar com ele da maneira mais natural e tranquila que eu conseguia. De repente eu sentia o meu coração apertado dentro do peito, como se aquela fosse uma despedida definitiva, sem volta.

Curvei o corpo em sua direção e dei um beijo de despedida no seu rosto. Eu já ia endireitando o meu corpo novamente, voltando a minha posição antiga, quando o Luan segurou o meu braço.

– Espera aí, nega – Ele falou me puxando de volta para perto dele. Menos de cinco centímetros separavam o meu rosto do seu – Fecha o olho – Ele pediu e eu obedeci. Suavemente o senti soprando a minha face. Próximos como estávamos, eu conseguia até sentir o seu hálito no meu rosto – Pronto, é que tinha um cisco perto do seu olho. Já tirei... - Ele explicou me dando um meio sorriso.

– Obrigada – Consegui dizer tentando me recuperar do susto. O Luan estava tentando me matar do coração, só podia ser isso...

 – Agora sim, boa noite nega! Fica com Deus e se cuida – O Luan disse antes de me dar um forte abraço. Por um instante me senti tão bem entre os seus braços. Era como se tudo fosse dar certo e eu não precisasse mais ter medo de nada.

Pena que aquela sensação durou tão pouco...

Assim que ele me soltou eu peguei as minhas coisas e saí do carro. Eu não queria que ele percebesse o quanto eu tinha ficado mexida com aquela despedida. Eu ainda não entendia muito bem o porquê, mas eu já não tinha mais o controle sobre mim. Meu coração estava desesperado, minha respiração estava acelerada, eu sentia um medo bobo de nunca mais vê-lo de novo.

Agora, mais do que nunca, era a hora da “Cristal controlada e profissional” voltar ao controle da situação, antes que a “Cris Maluquete” me colocasse em “maus lençóis”.

Caminhei rapidamente até o portão do prédio e pedi que o porteiro o abrisse para mim. Quando já ia entrando, ouvi a voz do Luan me chamando do carro.

– Cristal, não esquece de trancar a porta de casa, nega – Ele gritou antes do João dar partida com o carro.

Não pude deixar de sorrir. Eu sabia que a “Cris Maluquete” tinha me dado muito trabalho naquela noite e que o meu lado “Cristal controlada” teria muito trabalhado para consertar toda aquela bagunça no dia seguinte, mas, a noite ainda não tinha terminado, e eu tinha um “restinho” de tempo para aproveitar todas as coisas boas e malucas, que haviam acontecido por causa daquele jantar.

Dei boa noite para o porteiro e comecei a subir as escadas cantarolando a música que eu dancei com o Luan. 
- Levitar, levitar... Nos meus sonhos vou te amar...”. – Com certeza eu iria sonhar com ele naquela noite.
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Notas finais do capítulo:
NA TRAAAAVEEEE!
Quem aí achou que ia rolar um beijo de despedida grita eu!
kkkk
Calma negas, não se precipitem! O beijo vai rolar, mas vai demorar um poquinho ainda!
Por enquanto, comentem sobre a noite que a "Cris Maluquete" mandou no pedaço!
Beijos e fiquem com Deus!
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