sábado, 27 de outubro de 2012

Capítulo 8 - Vick Caramelo

Notas iniciais do capítulo:
A gata garota mais doce de todos os tempos vem aí!
Aproveitem!

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– Luan, precisamos de você aqui nos bastidores. Queremos fazer um agradecimento e uma oração com toda a equipe. Vem logo, rapáiz – Ouvimos alguém bater na porta enquanto nos dava o aviso parado do lado de fora do camarim do Luan.

– Já vou já, cara – O Luan conseguiu responder interrompendo o nosso beijo. Eu estava sentada no seu colo, arranhando as suas costas com uma das minhas mãos enquanto a outra bagunçava os seus cabelos. Ele me segurava firme pela cintura com um dos braços enquanto a sua mão estava na minha perna. A camisa que eu estava vestindo estava jogada de qualquer jeito no sofá onde estávamos sentados e a camisa do Luan já estava prestes a se juntar a minha quando fomos interrompidos.

Encaramos um ao outro e caímos na risada juntos. Nós entramos no camarim depois que deixamos o palco e esquecemos completamente do resto da vida nos deixando levar pela empolgação do momento.

– Acho que o dever te chama... – Falei enquanto pegava a minha camisa e a vestia.

– Ê nega, esquecemos da vida aqui! É que você me deixa “loco” fazendo uma declaração daquelas pra mim – Ouvi o meu namorado-barra-praticamente-marido comentar enquanto tentava dar um jeito no seu cabelo que eu havia bagunçado.

– Acho que a gente ainda não matou toda a saudade que estávamos um do outro – Respondi enquanto tentava arrumar o meu próprio cabelo que também estava em um estado terrível. O Luan adorava puxar o meu cabelo sempre que ficávamos juntos, o que às vezes embaraçava um pouco os fios.

– Também acho, viu? A gente termina essa nossa “conversinha” no hotel, “Paxão”. Agora eu preciso ir! Fui eu mesmo que pedi essa “reuniãozinha” depois do show para agradecer toda a equipe, então eu não posso faltar, né? – Ele me explicou enquanto me colocava delicadamente sentada no sofá e levantava-se ajeitando a roupa.

– Bom, vou indo para o hotel, então! Já combinei com o André e vou de carona no novo Camaro amarelo dele – Avisei.

– Combinado! Até mais tarde, meu amor! Juízo e vai pro hotel “direitinho”, hein? – O Luan brincou enquanto me dava um selinho.

– Claro que vou! Estarei te esperando para a gente continuar esse “papo animado” que estava rolando aqui – Brinquei – Até mais, meu guri! Nada de trabalhar até tarde, tá? – Completei a frase segurando uma de suas mãos e o encarando nos olhos. Em resposta, recebi mais um beijo na testa antes do meu namorado-barra-praticamente-marido sair do camarim prometendo que estaria no hotel assim que pudesse.

Deixei o camarim na sequência rindo sozinha. Aquela noite estava perfeita! Eu tinha o melhor namorado do mundo e os melhores amigos que uma pessoa poderia desejar.

Respirei aliviada. Finalmente aquela maré de azar parecia estar deixando a minha vida.

Segui pelos corredores em direção à entrada do Credicard Hall à procura da minha carona. Nem precisei esperar muito. Alguns instantes depois um entusiasmado André cruzou comigo em um dos corredores.

– “Eu vou contar meu segredo, falar para o mundo inteiro...” – O diretor veio ao meu encontro cantando – Anita Maria, o que foi aquela MÚ-SI-CA? Menina, você simplesmente AR-RA-SOU!

– Poxa, obrigada André! - Agradeci sem jeito. Eu sabia que o diretor era bem exigente, então se ele gostou era porque havia ficado bom de verdade – Cadê o Neymar? – Mudei de assunto propositalmente.

– O craque deixou um beijo, pediu para avisar que você marcou um GO-LA-ÇO e foi embora mais cedo porque ele tem jogo amanhã. Não antes de combinar de sair com a Daiane na semana que vem – O diretor fez uma careta ao falar isso - E A-DI-VI-NHA, só? Ele prometeu que vai fazer um gol pra mim! Não é DE-MAIS? – Ouvi o André comentar. Agora eu entendia da onde vinha toda aquela animação...

Antes que eu pudesse responder qualquer coisa, o meu telefone tocou no bolso. Fiz um gesto como quem diz “Preciso atender” e me livrei de ter que comentar algo sobre o gol que o Neymar prometeu.

– Malú? – Exclamei alto enquanto checava o número no identificador de chamadas. Imediatamente senti o meu coração apertado. Será que havia acontecido algo com a Rafa?

– Alô? Fala Malú! – Atendi apressada.

– Any, que bom que você atendeu! Eu estou desesperada aqui! A Rafa acha que o bebê está nascendo e está te chamando sem parar... Ela está gritando de dor! Não sei o quê eu faço! Socorro! – Ouvi a minha secretária falar com um tom de voz realmente apavorado. Percebi pela sua respiração que ela estava andando pelo quarto do hotel. Imaginei que estivesse procurando a mala do bebê para levar para o hospital.

– Mas não era para o bebê nascer só na semana que vem? – Perguntei confusa.

– Anita, fala sério, né? Essa criança está tentando nascer desde o primeiro mês de gestação. Que diferença faz uma semana a mais ou a menos? Já é um milagre ter esperado até agora! – A Malú me respondeu com sua sinceridade tão característica.

– Olhando desse ponto de vista... – Comentei concordando – Bom, deixe tudo pronto! O Credicard é perto do nosso hotel. Estamos indo agora mesmo buscar vocês!

– Ok. Já peguei a mala do bebê, a bolsa da Rafa, as lembrancinhas que vamos entregar para as pessoas que visitarem a mamãe no hospital, o enfeite da porta e umas revistas para ler enquanto esperamos o parto terminar... Estaremos no hall de entrada em quatro minutos e meio e calculo que vocês cheguem aqui daqui exatos dez minutos. Estou controlando o tempo das contrações também! – A Malú desatou a falar mostrando toda a sua eficiência. Fiquei tonta só de ouvi-la. Imaginei como ela conseguiu organizar toda aquela “bagagem” com a Rafa gritando de dor no quarto...

– Hããã... Ok! Estaremos aí daqui a pouco... Só mantenha a Rafa calma, tá? – Achei melhor lembrá-la que o mais importante no momento era a minha empresária. Desliguei a chamada e encarei o André com uma expressão de urgência no rosto.

– Preciso que você me leve para o hotel agora! O bebê da Rafa está nascendo e ela precisa ir para o hospital – Praticamente gritei as palavras.

– GEN-TE, temos uma criança a caminho? Deuses, precisamos COR-RER! Abram caminho, estamos em uma missão de vida ou morte! Ou melhor, de VI-DA – O diretor gritou aos quatro ventos disparando pelos corredores em direção ao estacionamento. Precisei correr muito rápido para me manter na sua cola. Quase cai várias vezes me atrapalhando toda com o salto da bota. Eu era um desastre com sapatos de salto!

Pegamos o carro do André no estacionamento e seguimos cantando pneu pelas ruas de São Paulo. Enquanto o diretor tentava a todo custo fazer o GPS ligar ao mesmo tempo em que dirigia o veículo, aproveitei para enviar uma mensagem de texto para o celular do Luan avisando da novidade.

“Paixão, o bebê da Rafa está para nascer. Eu, o André e a Malú vamos levá-la para o hospital. Te mando notícias! Beijão, e eu já disse que te amo hoje? Se não disse, te amo!
P.S.: Por favor, pague a conta do estacionamento do André! Na pressa saímos sem acertar o valor e falamos que você iria cuidar disso”

Enviei a mensagem com um sorriso nos lábios. Usei a mesma técnica que o Luan usava quando queria me contar alguma coisa: Primeiro agradava e depois vinha com a bomba!

De repente o André freiou com tudo e voei em direção ao painel quase batendo a minha cabeça.

– O que está acontecendo? – Perguntei preocupada.

– Parei na faixa de pedestres. Nunca viu aquela campanha de “Respeite a vida”? Eu RES-PEI-TO! – O André me falou como quem quer me dar uma “bronca”. Olhei pelo para-brisas do carro e vi uma mulher com uma criança atravessando a rua tranquilamente.

Fala sério, aquilo era hora de sair para passear?

– ANDRÉ, ACELERA ESSE CARRO! A RAFA ESTÁ PRESTER A TER UM BEBÊ E VOCÊ ME PARA NA FAIXA DE PEDESTRES? – Dei um chilique no banco do passageiro.
Imediatamente o motorista deu uma arrancada mostrando toda a potência do motor.

– Ai, eu amo a PO-TÊN-CIA desse carro – Ouvi o motorista falar todo contente.

– André, me poupe dos detalhes desnecessários e apenas dirija – Falei nervosa.

O André passou a se concentrar somente na direção. Ele seguia as instruções do GPS que falava as coordenadas com aquela voz irritante: “A cem metros vire a direita. Vire a direita”. Eu odiava GPS’s! Precisei me segurar firme no banco porque o diretor fazia os carros derrapar nas curvas, ziguezaguear em plena marginal, isso sem falar nas várias freadas e arrancadas bruscas.

Mas, mesmo com o seu jeito maluco, o André conseguiu chegar rápido no hotel. Estacionamos o carro em frente às portas de entrada e já demos de cara com a Malú e a Rafa nos esperando. Um funcionário do hotel estava com elas carregando todas as “tranqueiras” que a minha secretária havia separado para levar.

– Demoraram exatos nove minutos e trinta e seis segundos. Um ótimo tempo! Por favor, você pode colocar a bagagem aqui na parte da frente? – A Malú foi falando e dando ordens enquanto eu deixava o carro e ia ao encontro da Rafa. O funcionário do hotel a obedeceu e foi depositando os seus pertences no assoalho do Camaro amarelo.

– Hey, você tá bem? – Perguntei oferecendo meu braço para que a Rafa se apoiasse. Ela caminhava com dificuldade com uma das mãos na barriga.

– Estou, na medida do possível. A bolsa estourou e as contrações estão vindo de três em três minutos. A Malú pesquisou no Google e disse que isso não é muito normal, era para elas acontecerem com um intervalo maior de tempo – A Rafa me explicou fazendo uma pausa para respirar profundamente – Mas estou achando isso ótimo! Assim esse bebê nasce logo e essas dor para! – Ela emendou a frase com um grito que fez toda a recepção do hotel parar.

– Calma Rafinha, vai dar tudo certo – Tentei tranquilizá-la enquanto a ajudava a sentar no banco de trás do carro. Sentei-me ao seu lado em seguida e segurei forte a sua mão enquanto a Rafa tentava achar uma posição mais confortável para ficar. A expressão dela estava péssima. Com certeza entrar em trabalho de parto não deveria ser algo fácil.

– Pronto, já ajeitei tudo! Já podemos partir para a maternidade... AHH, o que esse cara está fazendo aqui? – A Malú exclamou ao olhar para o banco do motorista e ver o André.

– AHHHH, o que essa MU-LHER-ZI-NHA faz aqui? Anita Maria e Rafaela Prado, eu não sabia que vocês estavam andando com pessoas tão DES-QUA-LI-FI-CA-DAS! Se colocar essa aí na vitrine ela não vai valer nem um real – O diretor retrucou em tom azedo.

– Peraí, vocês já se conhecem? – Perguntei completamente surpresa.

– Nós nos conhecemos da época da faculdade. Eu cursava Fotografia e o André Cinema. Nós dois ficamos em uma festa e começamos a namorar... – a Malú começou a explicar completamente envergonhada.

– Mas essa aí me trocou por um GRIN-GO e foi morar em Los Angeles com ele. Essa Maria-mal-amada quebrou o meu coração em mil PE-DA-CI-NHOS! É por causa dela que eu sou desse jeito! – O André completou a história com uma expressão de raiva no rosto. Pelo jeito a Malú o havia magoado muito.

– Não me chama de Maria – A minha secretária retrucou nervosa ainda parada do lado de fora do carro.

– Eu chamo do que eu quiser – O André alfinetou.

– AHHHHHHHHHHHH – A Rafa soltou outro grito de dor – Será que vocês podem deixar essa discussão para mais tarde e me levar logo para esse hospital? As contrações estão ficando mais longas e estão vindo cada vez mais rápido!

– Entra logo nesse carro, Maria! Temos um BE-BÊ a caminho! – O André apressou a minha secretaria que resolveu parar de drama e entrar de uma vez no veículo.

O nosso motorista deu a partida e deixou a saída do hotel cantando pneu. Mais uma vez todos que estavam na recepção pararam para olhar. Definitivamente nós estávamos chamando atenção naquela noite.

O André já havia programado a rota para a maternidade no GPS e agora o aparelho nos dava a direção. Bufei de nervoso ao ouvir aquela “vozinha” chata dizendo “Curva acentuada à esquerda”.

Percebendo a minha inquietação e a cara de desespero da Rafa, a Malú resolveu tentar quebrar o clima de tensão.

– Vamos colocar uma música? Vai ajudar a relaxar! – A secretária disse já apertando o botão de “Liga/ Desliga” do rádio. Uma canção agitada, com uma batida empolgante de uma dessas bandas novas de rock tomou conta do carro.

*** Link para a músicahttps://www.youtube.com/watch?v=cyw756nW1i0 ***

– Nossa, eu adoro essa música – A Malú comentou empolgada já balançando o corpo no ritmo do rock – “E no veneno eu quero te encontrar...” – Ela acompanhou o refrão.

– No meu carro ninguém vai ouvir essas bandinhas ME-QUE-TRE-FES! Aqui só toca arrocha! – O diretor respondeu apertando um dos botões do aparelho de som e mudando a estação. Um “batidão” sertanejo substitui a música que estava tocando antes.

*** Link para a músicahttps://www.youtube.com/watch?v=xve14UBOPmI ***

– “Foi se aventurar e agora ficou só... Ai que dó, ai que dó” – O André cantou a estrofe da música querendo provocar a Malú.

– Ah, deu saudade da Thaeme e do Thiago agora. Faz tempo que eles não passam lá em casa pra tocar umas “moda” com o Luan – Comentei enquanto cantarolava o refrão.

– Prefiro muito mais a outra música – A Malú reclamou fazendo “birra”.

– Maria, no VE-NE-NO ficarei eu se você não ficar “quietinha” no seu canto, sua destruidora de SO-NHOS – O ex- namorado da minha secretária avisou enquanto seguia dirigindo o carro freando e acelerando bruscamente.

– AHHHHH – A Rafa voltou a gritar ao meu lado - Gente, acho que não vou aguentar chegar ao hospital. As contrações estão piorando muito.

– Se você sujar o meu camaro amarelo NO-VI-NHO eu me DE-MI-TO! – O André quase surtou no banco da frente.

– André! – Eu e a Malú gritamos com ele ao mesmo tempo o repreendendo.

– Me DE-MI-TO mesmo – Ele resmungou meio sem jeito.

–Rafa, calma! Tudo vai dar certo. Já estamos quase chegando no hospital, não é André? – Tentei tranquilizar a minha empresária enquanto acariciava os seus cabelos.

– Já, estamos QUA-SE lá – O motorista respondeu acelerando ainda mais o carro pelas ruas da capital paulista.

– Any, está doendo demais! Não sei se eu vou aguentar... Tudo o que eu quero é o meu bebê fique bem, que seja um parto tranquilo, que ele tenha todo o conforto que merece... Quero finalmente saber se é menina ou menino, poder segurá-lo nos meus braços... – A Rafa foi desabafando enquanto lágrimas brotavam em seus olhos. Naquele momento eu me lembrei da curiosidade dela e do Murilo em saber o sexo da criança. Por conta da posição que o “baby” estava no útero da mãe aquela resposta permanecia um mistério.

– Shii... Já, já você vai saber. Fica tranquila, o seu bebê terá tudo isso e muito mais. O nascimento dele será digno de uma gata garota ou de um gato garoto – Brinquei ainda segurando a sua mão e acariciando os seus cabelos.

– Quero que tudo dê certo, Any. Eu quis muito ter essa criança, não quero que ela pense que eu fui uma mãe desnaturada que não planejou nada para o dia do seu nascimento – A Rafinha comentou com voz de choro sentada ao meu lado com a cabeça apoiada no meu ombro.

– Você será a melhor mãe do mundo, Rafa. Você já cuida de todos nós aqui, esses marmanjões que não sabem se virar sem você. Essa criança tem muita sorte de ter você como mãe – Falei sorrindo para ela tentando encorajá-la.

– E mais sorte ainda de ter você como madrinha – A minha empresária emendou.

– Madrinha? Sério? – Perguntei surpresa.

– Se você quiser, é claro... – A Rafa conseguiu esboçar um leve sorriso.

– Mas é claro que eu quero! – Quase gritei de empolgação levantando os braços para comemorar. Bem nessa hora o André fez uma curva brusca com o carro e eu fui arremessada com tudo contra a janela. Com certeza eu ficaria com um “galo” por causa dessa batida.

– Só espero que essa criança tenha mais sorte do que eu – Comentei azeda.

– Fique tranquila, Anita. Ninguém nesse mundo é mais azarada que você! – A Malú jogou na minha cara.

Fiz uma careta feia para ela em resposta ao comentário. Ao meu lado a Rafa soltava mais um grito de dor e apertava a minha mão com tanta força que quase quebrou os meus ossos.

– “Guenta” firme, Rafinha! E segura as pontas aí, afilhado ou afilhada! – Novamente tentei acalmá-los – Quer saber? Vou seguir o conselho da Malú: Uma música sempre ajuda a acalmar os ânimos.

Respirei fundo e me lembrei de uma música que a minha mãe costumava cantar para mim quando eu era criança. Recordar aquela canção me deu um aperto no coração. Fazia muito tempo que eu não via a minha mãe e, embora tenha sido criada pelo meu irmão Caio, eu passei bons momentos ao lado da Dona Clara.

*** Link para música - https://www.youtube.com/watch?v=kCE2d33yMNA ***

“Um anjo do céu
Que trouxe pra mim
É a mais bonita
A jóia perfeita

Que é pra eu cuidar
Que é pra eu amar
Gota cristalina
Tem toda inocência”


Cantei baixinho para a Rafa. Eu sabia que ela adorava me ouvir cantar. Vi a minha empresária fechando os olhos e ficando mais tranquila. No banco do passageiro a Malú desligou o rádio e também ficou prestando atenção em mim.

– “Vem, ó meu bem, não chore não, eu vou cantar para você”– Quando cheguei no refrão ela e o André se juntaram a mim e também cantaram a música. Senti a Rafa relaxando com a cabeça deitada no meu ombro. Ela passou a respirar mais profundamente e apertar a minha mão com menos força. Pelo jeito a minha estratégia havia funcionado.

– Tenho certeza que vai ser uma menina – Falei após terminar a canção.

– Eu também acho – A Rafa me respondeu baixinho, ainda de olhos fechados.

– Estamos perto de descobrir. CHE-GA-MOS – O André exclamou freando o carro bruscamente na frente do hospital.

Assim que paramos a Malú já desceu do carro para chamar alguém que pudesse nos ajudar a cuidar da Rafa. Mais do que rápido uma equipe de enfermeiros e médicos apareceu no saguão do prédio com macas e equipamentos variados de medicina. Eles ajudaram a minha empresária a deixar o veículo e a colocaram deitada em uma maca.

– Any, por favor, avise o Murilo que a filha dele está nascendo – A Rafa gritou para mim enquanto era levada às pressas pelo corredor do hospital.

– Pode deixar! Boa sorte, Rafa! – Gritei de volta enquanto a via passar por uma porta dupla que dava acesso à sala de parto. A minha empresária agora estava em uma sala dando à luz a uma criança. Fechei os olhos e pedi para que tudo ficasse bem.

***

– Murilo, é a Any. Faz um tempão que estou tentando falar com você. Onde você se meteu? Enfim, a Rafa está no hospital. O bebê está nascendo! Me ligue assim que puder – Deixei o recado na caixa postal do marido da Rafa. Ele deveria estar gravando e por isso não atendia o celular. O Murilo odiava receber ligações quando estava em estúdio.

– Deixei um recado. Espero que ele ouça logo – Avisei para o André e para a Malú que estavam na sala de espera do hospital junto comigo. O diretor andava de um lado para o outro ansioso enquanto a Malú mexia sem parar no seu celular enquanto tentava se distrair. Já fazia quase uma hora que a Rafa havia sido levada para a sala de parto. Aquela espera estava nos matando!

– Falando em recado... Fiuk te ligou há uns dias. Ele queria pedir desculpas pela confusão que a Monique criou com aquela fofoca sobre vocês dois, sabe? Gente boa esse Playboy! Conversei bastante com ele. Acho que agora ele está mais conformado em te perder para o Luan – A Malú me avisou – Desculpe não ter avisado antes, é que esses dias foram realmente corridos! – Ela emendou.

– Sem problemas. Ele me enviou um SMS dizendo que sentia muito – Contei – Mas, que história é essa de conversei muito com ele? Você está ficando especialista em consolar homens “chutados”, Malú? Vai ficar com o Fiuk também, que nem você fez com o Rob? – Falei tirando sarro da minha secretária.

– Ficar com o Rob? Você ficou com o Robert Pattinson, aquele DE-US grego? – O André perguntou completamente surpreso.

– Ééé... A gente acabou ficando – A Malú confirmou completamente sem graça.

– AHHHH, sua PI-RI-GUE-TI! O Rob é meu, só meu! Ele é o amor da minha vida, só não sabe disso ainda – O diretor esqueceu que estávamos em um hospital e começou a gritar na sala enquanto pegava a Malú pelos ombros e a chacoalhava.

– Mais eu não tenho culpa! Foi ele que me beijou – A Malú tentava se defender e se soltar das mãos do diretor ao mesmo tempo.

– Sua “abandonadora” de lares, “quebradora” de corações e ainda por cima PI-RI-GUE-TI – O André continuava com o seu “chilique” descontando toda a sua raiva na minha secretária.

Acabei me metendo no meio da briga para separar os dois, o que só piorou ainda mais a situação. Ficamos os três discutindo sobre quem estava certo: A Malú em abandonar o André e fugir com um “gringo”, ou o André que ainda não havia perdoado a minha secretária por ter o magoado na época da faculdade.

– Uhun – Ouvimos alguém pigarrear alto na porta da sala de espera tentando chamar a nossa atenção - A paciente Rafaela Prado já está no quarto. Vocês já podem vê-la – Um médico com uma expressão séria, porém como olhos muito bondosos, nos avisou.

– Hãã... Certo, doutor! Em qual quarto ela está? – Perguntei ansiosa.

– Por favor, me acompanhem. Vou levá-los até ela. Mas, por favor, comportem-se! Estamos em um hospital e a dona Rafaela precisa repousar – O doutor nos deu uma “bronquinha”.

Seguimos o médico pelos corredores com o “rabo entre as pernas”. Parecíamos três crianças que tinham feito arte e que foram repreendidas pelo “tio” do colégio.

Chegamos no quarto e entramos. O Dr. Carlos, como li no crachá que ele usava, pediu para que fossemos breves na visita e que não estressássemos a paciente. Ele se retirou nos deixando a vontade.

Entramos. A Rafinha estava deitada em uma cama vestida com aquelas tradicionais camisolas de hospital. O quarto era até que bacana: Tinha um sofá e uma poltrona confortáveis, uma TV de LCD com uma tela bem grande, ar condicionado e uma mobília que lembrava aqueles hotéis de “cidadezinhas” pequenas, simples e com cara de “casa da vó”.

– Rafa, fique tranquila! Já cuidei de tudo aqui no hospital para garantir o máximo de conforto durante a sua internação. Eu que pedi esse quarto mais “aconchegante” para você e também solicitei um aparelho de DVD e internet. Você precisa de mais alguma coisa? – A Malú avisou já pegando o seu bloco de anotações da bolsa pronta para fazer tudo o que a Rafa pedisse. Isso que era eficiência!

– AHHH, quero ver o bebê logo! Cadê essa CRI-AN-ÇA? – O André perguntou.

– Também quero ver! Já sabe se é menina ou menino? – Comentei indo até o lado da Rafa e lhe dando um beijo no rosto – Está tudo bem com você?

– Está sim, gata garota! O bebê vem vindo aí. Já, já vocês tiram essa dúvida – A minha empresária nos respondeu com um sorriso de orelha a orelha.

Poucos instantes depois alguém bateu na porta – Olá, eu sou a enfermeira Jade. Estou à disposição para cuidar da nossa mamãe e da nossa bonequinha aqui – A moça falou enquanto entrava no quarto segurando o bebê da Rafa no colo.

– CRU-ZES! Cuidado para não bater com essa “napa” no bebê! – O André não perdoou o tamanho “avantajado” do nariz da funcionária do hospital.

A moça ignorou o comentário e levou a criança até a mãe.

– Pessoal, conheçam a Vitória! A minha Gata-Garota! – A Rafa exclamou muito contente.

– Eu acertei! Era mesmo menina! Que linda! – Falei olhando a minha afilhada pela primeira vez. Foi impossível não sentir um carinho enorme por aquela pequena “criaturinha” que havia acabado de nascer. Tão nova, tão pequena e frágil. Se dependesse de mim, ela teria a melhor madrinha de todos os tempos.

– Vitória? – A Malú questionou.

– Escolhi esse nome por causa de tudo o que aconteceu... Eu perdi o meu primeiro filho, e essa gravidez foi bem complicada. Achei que o nome combinava com a situação! – A mãe nos explicou.

– A-DO-REI! Vitória, mais conhecida como Vick Caramelo, que já nasceu DO-CE tirando onda de Camaro amarelo – O André tratou logo de arrumar logo um apelido para a pequena.

Caímos todos na risada, inclusive a enfermeira. Realmente não era todo mundo que já chegava ao mundo tirando onda daquele jeito.

– Prepare-se mundo, porque mais uma gata garota acaba de nascer! – A Rafa exclamou enquanto todos nós dávamos vivas ao mais novo membro da família!
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Notas finais do capítulo:
E aí, meninas? Curtiram?
Estou com pressa hoje pq daqui a pouco tem balada! kkkk
Beijo e digam o que acharam da nossa nova personagem e desse reencontro da Malú com o André!
Aviso: Capítulo que vem teremos Luan e Anita tomando conta da pequena Vick Caramelo! Será que isso vai dar certo?

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4 comentários:

  1. Ameeeiii o Cap. minha linda .. ficou perfeito...

    ai ai ai sempre que o André aparece e confusão na certa kkkkkkkkk e a historia que ele namorou a Malú, nossa fiquei de boca aberta...
    kkkkkkkk o melhor de tudo foi vce tirando sarro da nariz da Jade kkkkkkk eu percebi a indireta kkkkkk

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    Respostas
    1. Obrigada Mari! Caprichei no capítulo para apresentar a mais nova Gata-Garota dessa fic! kkkk

      André no capítulo é SEMPRE sinônimo de confusão e muita risada! kkk Viu só? Dá para acreditar que os dois já namoraram? Coisa de maluco isso! E o melhor foi os dois brigando em pleno hospital! Juntar dois loucos no mesmo capítulo só poderia dar nisso...

      Ok, eu confesso: Eu dei uma zuadinha de leve no nariz da Jade. Mas eu não poderia deixar passar essa chance, né?! kkkk Fala sério, eu sabia que vocês iriam gostar!

      Beijo Mari super eficiente!

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  2. Aaahh Manu não faz isso comigo! Quer que eu faça um rio dentro de casa?kkkkk que lindo genty! E esse André não presta em, tadinha da enfermeira, chegou toda boazinha e levou logo uma patada na cara kkkkkk que dó kkkk e essa briga do Andre com a Manu? Quem nessa vida imaginava isso? Kkkk e eu aqui empoçado a casa imaginando o rostinho da nossa princesa...buaaa kkkkkk que bom que deu tudo certo com a gravidez! Estou mega feliz! Depois de um capitulo como esse vc Manu fez meu dia ser perfeito: meu pai voltou pra casa depois de 15 dias longe de nois, faltei na escola hj( haja) e esse capitulo digno de nota 100.000.000.000
    beijo! Beijo! Beijaoooo

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    Respostas
    1. Vick Caramelo já chegou chegando. E fala sério: a mais nova integrante da Trupe não é uma fofura? Já sinto vontade de abraçá-la só de imaginar. *----*

      André e Malú juntos só poderia dar nisso: confusão! hahahha
      E quem poderia imaginar que esses dois já se conheciam, né?
      Já sobre a enfermeira, nem comento. Deve estar procurando até agora o rumo da vida. André tirou o norte da menina! hahaha

      Obaaa! Olha só, dia perfeito mesmo, hein? Nada melhor que curtir a família e ler uma boa história para relaxar (percebeu que me senti agora com o "boa história", né? hahaha)

      Bom, bora para o próximo comentário...
      #MaratonaDeComentários

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Oiieeee.... xD

Espero que esteja curtindo a fic!
Se estiver, não deixe de "perder uns minutinhos" para me contar a sua opinião, registrar o seu surto ou apenas para dar um oi! E se não estiver curtindo, aproveite o espaço para "soltar o verbo" e falar o que te desagradou!

Uma história não existe sem leitores! São vocês que me dão forças para continuar escrevendo e caprichando cada vez mais em cada capítulo! Portanto, deixe de "corpo mole" e venha "prosear" sobre as fics comigo e com as outras meninas que passam por aqui! *-*

Cada comentário ilumina muito o meu dia! Não deixe de fazer uma quase-escritora feliz: Comente! *-*

E não esqueça de deixar o seu nome, ok?!