quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Capítulo 19 - Porto Alegre

Notas iniciais do capítulo:
Atenção, tirem as crianças da sala. O capítulo está pegando fogo! Rs!
 Porto Alegre vai ser uma alegria só, já vou avisando!
Aproveitem!
 
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O avião começou a descida para pousar no Aeroporto Internacional de Porto Alegre.

– Bom, quando desembarcarmos não precisa se preocupar. Um dos carros alugados pelo pessoal da equipe já estará nos esperando. Eu te deixo no local do show e depois levo suas malas para o hotel. – O Pedro me avisou – Pena que você vai perder o começo da apresentação.

Éééé... Pedrão, será que eu você topa me ajudar? – Fiz cara de “boazinha” para impressioná-lo. Ele se virou em minha direção para prestar atenção em mim.

– É que eu gostaria de fazer uma surpresa para o Luan. Ele está esperando que eu chegue e vá encontrá-lo no show, certo? – Ele concordou comigo – Então, que tal se você ligar para ele e falar que infelizmente essa entrega não deu certo? Inventa qualquer coisa, sei lá... Fala que nós já estávamos quase decolando em São Paulo quando eu recebi uma ligação e precisei voltar, entendeu?

– Entendi. Se eu falar isso o Luan vai achar que a senhora não veio para cá. Aí, quando ele chegar no hotel, vai ter uma baita surpresa, porque você estará lá o esperando... – Resumiu o Pedro.

– Senhora não Pedro, por favor... – Pedi – Mas basicamente é isso. Eu queria fazer uma surpresa!

– Gostei da ideia dona Anita, digo... Anita! Pode deixar, te deixo no hotel e depois aviso o Marcão sobre o plano. Assim, depois que o show acabar, a gente dá um jeito de levar o Luan direto para lá!

– Perfeito Pedrão! Estou contando com a sua ajuda!

E assim nós fizemos. Ele me deixou no hotel e avisou na recepção que eu era uma convidada do Luan. Peguei a chave do quarto dele e subi com as minhas malas.

Ele estava instalado na cobertura do hotel. O quarto era super luxuoso. Cama duplex, sacada com vista panorâmica da cidade, frigobar... Um verdadeiro sonho. Espalhada pelo cômodo estava a “baguncinha” do Luan. Tênis no meio do caminho, mala revirada, camisa jogada em cima da cama, toalha molhada largada na cadeira.

– Homens... – falei sozinha olhando a situação do local.

Eu ainda tinha um tempinho até ele voltar do show, então resolvi deixar o ambiente perfeito para o momento que o Luan chegasse. Organizei toda a bagunça do quarto, ajeitei as minhas malas no armário e pedi que um funcionário do hotel me ajudasse com o aquecedor. O segundo passo era me arrumar. Tomei um banho e escolhi uma roupa casual para vestir. Não poderia ser nada muito “chique” porque não combinaria com o momento, mas também não poderia ser nada muito apagado. Optei por uma calça jeans que ficava perfeita em mim, um regata branca e uma camisa xadrez em um tom meio avermelhado por cima. Tinha visto em um blog de uma fã do Luan que ele adorava vermelho. No pé, meu all star, claro.

O próximo desafio era a maquiagem. Corri até a minha mala para checar se tinha algo ali que poderia me ajudar naquela missão. Salva pela Rafa! Minha cunhada tinha colocado na bagagem uma necessárie completa, com todos esses itens pequenos que a gente nunca se lembra de levar em uma viagem, mas que sempre sente falta depois. Na bagagem tinha, inclusive, dois pacotes de camisinha. Pelo visto prevenção era a palavra de ordem!

Olhei para todos aqueles itens de beleza completamente perdida! O jeito seria apelar. Liguei para a Rafa. Com o celular no viva-voz ela me ensinou passo a passo a como fazer um “look” perfeito. Ela deveria escrever um livro com aquelas dicas... Quando eu voltasse, a aconselharia a fazer isso.

***

Finalmente fiquei pronta. A noite já ia alta e a lua estava linda no céu. Fazia um “friozinho” na cidade, mas o aquecedor deixava o quarto em uma temperatura agradável e com um “clima de romance” no ar, como nos filmes.... 

O difícil agora era controlar a minha ansiedade. E se o plano não desse certo? E se ele decidisse que iria curtir a noite em uma balada com algumas fãs? E se ele não quisesse nada comigo? E se ele chegasse acompanhado de outra garota, pensando que não haveria ninguém no quarto?

Respirei fundo. Já estava ficando paranóica. Eram muitos “e se” na minha cabeça.

– Calma Anita, o Luan escreveu aquela música linda para você, não é possível que agora ele queira te dar o fora – Eu estava tão nervosa que já estava até falando sozinha.

Comecei a andar pelo quarto procurando o que fazer. Encontrei um violão encostado atrás da porta do armário. Perfeito, aquilo me ajudaria a relaxar.

Fui até a sacada do quarto e me sentei em uma cadeira que lá havia. Senti o vento gelado soprando contra o meu rosto. Era uma sensação boa, de repente me senti mais tranqüila, mais calma, mais dona da situação.

Peguei o violão e comecei a simplesmente tocá-lo, sem me preocupar com o tom ou a melodia. Sem perceber, meus dedos começaram a entonar as notas de uma música que me lembrava o Luan. Cantarolei a letra junto, acompanhando o som da música.

*** Link para música -  http://www.youtube.com/watch?v=aHedYDeJH0c *** (Repeteco de trilha sonora porque acho essa música a cara dos dois!)

“Já senti teu cheiro solto no ar
O teu gosto não saiu da minha boca
Fecho os olhos e posso te tocar
A saudade ta me deixando louca
Diz pra mim que a gente vai se encontrar
E que esse dia já ta quase chegando
E o meu coração, enfim, vai respirar
Vem que a nossa história ta começando”


Parei de tocar. Tinha errado o acorde. Puts, como era mesmo a sequência de notas do refrão? Fechei os olhos tentando me lembrar.

– Não para não, linda! Tava tocando tão bem... – Eu conhecia aquele sotaque. Me virei rapidamente quase não me agüentando de ansiedade.

– Luan? – Eu devia ter me distraído com o violão, porque não ouvi o barulho dele abrindo a porta.

– Quer dizer então que você teve que voltar às pressas para São Paulo? – Pelo jeito ele acreditou na história que eu tinha inventado junto com o Pedro.

– Eu queria fazer uma surpresa – Tentei me defender.

– Então era por isso que o Pedrão estava me apressando para voltar para o hotel? – Ele disse caminhando em minha direção – Não sabia que você cantava tão bem... – Ele puxou uma cadeira e se sentou bem próximo a mim.

– Fiz aulas de canto quando estava no teatro. O violão foi o Caio quem me ensinou – Eu me esforçava o máximo para parecer calma. Mas por que ele ainda não tinha me dado um beijo? Será que ele realmente tinha gostado da surpresa?

– Canta para mim? – Ele pediu me olhando nos olhos.

Era possível resistir aquele pedido e aquele olhar? Peguei o violão e recomecei a tocar. Por sorte as notas do refrão vieram automaticamente na minha cabeça.

Não dá pra não pensar em você
Tá cada vez mais difícil
Não poder te ver
O tempo e a distância entre nós
Não vão arrancar
A vontade que eu tenho aqui no peito
De te amar”



Parei de tocar e olhei para o Lú. Ele me encarava com um sorriso maravilhoso.

– Que música linda, Ní – Ele comentou.

– É, eu gosto muito dela. Me faz pensar em você... – Falei sem graça.

Antes que eu pudesse completar a frase, ele rapidamente tirou o violão das minhas mãos e me puxou suavemente para próximo dele.

– Também não consigo mais não pensar em você – O Luan falou baixinho no meu ouvido. Depois disso ele foi inclinando o corpo em minha direção até que os nossos lábios se tocassem e nós começássemos a nos beijar. Foi um beijo longo, lento, daqueles que a gente nem vê o tempo passar ao seu redor. Beijo de quem tinha ficado muito tempo longe um do outro e que não agüentava mais de saudade.

Eu não conseguia parar de beijá-lo, e pelo jeito ele também queria a mesma coisa. Ficamos algum tempo ali nos curtindo, compensando o período que estivemos distantes.

– Gostou da surpresa? – Perguntei enquanto tomava um fôlego.

– Eu amei essa surpresa, Ní – Ele sorriu – Mas agora eu preciso tomar um banho. Estou todo suado do show e preciso ficar cheiroso para você. Você me espera? – Ele pediu.

– Claro! Vai lá. Você deve estar cansado também. Precisa relaxar um pouco – Respondi.

– Não foge, tá? – Ele disse se levantando e seguindo em direção ao banheiro.

– Não está nos meus planos! – Pisquei para ele.

O Luan pegou uma toalha e foi para o banheiro.

– Hey, quer que eu peça algo para você comer? – Perguntei alguns instantes depois que ele tinha entrado no banheiro.

– Pode ser, linda! Escolhe alguma coisa que você goste – Ele apareceu na porta só com uma toalha enrolada na cintura. "Calma Anita, se controla", repeti para mim mesma. Concentrei-me em ligar para a cozinha para pedir algo para a gente comer.

Bom, ele disse para eu pedir algo que eu gostasse, certo? Liguei para o restaurante do hotel e pedi um strogonoff de frango, com direito a Coca Cola e muito chocolate de sobremesa. E adeus dieta, claro!

***
– Ní, pega uma roupa para mim? Esqueci de separar uma calça e uma camisa antes de entrar no banho – O Luan gritou do banheiro depois que tinha terminado de tomar uma ducha.

Fui até a mala e separei uma camisa xadrez, parecida com a minha, uma calça e uma cueca. Afinal de contas, ele iria precisar de uma. Escolhi uma preta, modelo boxer. Juntei tudo e levei para ele.

– Obrigada linda!

– Por nada, Lú! – Não pude deixar de rir ao imaginá-lo vestindo a boxer preta.

***
 Nosso jantar chegou e nos sentamos para comer. Havia uma mesa perto da varanda do quarto, o que deixou o clima super aconchegante. Ficamos lado a lado na mesa e conversamos sobre diversos assuntos, de trabalho até futebol. Não dava para acreditar, mas eu entendia mais do esporte do que ele. Bom, e se ele não gostava de strogonoff, ele não comentou nada. Também, acho que o Luan estava com tanta fome que comeria até pedra.

– Eu não tive tempo de te falar, mas você estava tão linda na festa aquele dia. – Ele comentou enquanto se servia de um pouco mais de Coca.

– Ah Lu, não me lembra daquele dia... Tudo o que tinha para dar errado aconteceu naquela premiação.

– Nem me fala. Qual é a daquele cara? O tal de Murilo? Ele não largou do seu pé a festa toda. E depois teve aquela entrevista dele... – Ele comentou com um tom de raiva na voz.

– Ai Lú, o Murilo é um idiota. Mas não precisa se preocupar. Eu já estou bem esperta com ele.

– É, mas agora vocês vão passar bastante tempo juntos, né? Por causa do filme...

– Tá com ciúme, é? 

– Não é ciúme. É que eu achei estranho. Vocês ficaram tanto tempo juntos na festa, e depois saiu aquela entrevista dele na revista falando que vocês já tinham ficado juntos – A sua voz ficou triste de repente.

– Hey, você precisa saber de uma coisa. O Murilo vai tentar de tudo para se aparecer e promover a carreira dele. Aquele candidato à galã global não gosta de mim de verdade. Aquela festa, aquela entrevista, é tudo planejado por ele e pela tal empresária dele, com o intuito de torná-lo famoso. É só nisso que ele pensa! – Tentei explicar a situação.

– É sério isso? – O Luan perguntou – Mas que canalha! Então o que ele disse na entrevista, de estar ansioso para voltar a trabalhar com você e que te admirava muito...

– Tudo mentira! – Completei. – O Murilo ia perder o papel dele no filme. Porque há um tempo atrás ele andou me “difamando” por aí. Falando que nós nunca tínhamos namorado, que éramos apenas amigos de trabalho e essas coisas. Só que o pessoal do estúdio não gostou disso... Então agora, depois que ele quase perdeu o emprego, eu virei o amor da vida dele. Dá para acreditar?

– Nossa! Coitada de você! Ter que trabalhar com uma pessoa dessas...

– Pois é... Mas não precisa se preocupar. Eu, meu irmão e a Rafa já estamos de olho nele. Ele não vai conseguir me prejudicar.

– Confesso que tive medo de te perder naquele dia. Você tão linda, e ele ali, do seu lado... Eu nem podia chegar perto de você direito...

A declaração dele me pegou desprevenida. Senti que estava corada. Ele me olhava nos olhos e segurava uma das minhas mãos.

E de repente eu me senti tão bem, tão confortável por estar ali, ao lado dele, jantando e conversando com aquele rapaz que não tinha nada a ver comigo, que eu nunca imaginei que algum dia eu pudesse me interessar por ele. E agora eu não conseguia me ver longe do Luan. Aquele “jeitinho” simples, tão sincero e romântico tinham me conquistado, definitivamente. Aquilo era diferente de tudo o que eu já tinha experimentado antes. 

Eu achava que era completamente apaixonada pelo Murilo, mas o nosso lance era muito diferente. Não tinha aquela química que rolava entre mim e o Luan. Não existia aquele entendimento. Com o Murilo havia a necessidade de sempre repetir a expressão "Eu te amo", para que a gente não se esquecesse disso. Com o Luan não. O jeito que ele olhava para mim, e a forma que eu me sentia querida e amada por ele, valiam mais que qualquer demonstração de afeto.

Eu precisava que ele soubesse o que se passava na minha cabeça e no meu coração. Então,respirei fundo, me enchendo de coragem, e disse:

– Lú, você não precisa ter ciúme do Murilo, ou de qualquer outro que tentar algo comigo. Quem conquistou o meu coração, e quem me encanta cada vez mais, a cada dia que passa, é você.

Me inclinei para beijá-lo. Ele colocou a mão por baixo do meu cabelo e meu puxou com delicadeza, porém com segurança, em sua direção. Sua outra mão desceu pelas minhas costas e entrou por debaixo da minha camisa semi-aberta. Nosso beijo foi ficando mais urgente, mais rápido, mais cheio de desejo.

A mão dele corria pelas minhas costas enquanto eu acariciava seus cabelos. Ele foi me puxando na sua direção até que eu estivesse em seu colo.

– Ah, linda, eu gosto tanto de você. – Ele me disse enquanto beijava meu pescoço.

– Também gosto demais de você, Lú – Respondi o olhando nos olhos.

Então, sem avisar, ele me segurou firme e se levantou da cadeira me carregando no colo. Ele seguiu até a cama, onde me colocou deitada ficando com um dos braços apoiados ao meu lado e com o corpo sobre mim. Com a mão livre ele retirou uma mecha de cabelo que estava sobre o meu rosto.

– Dessa vez você não vai fugir de mim – ele disse antes de me dar mais um beijo daqueles.
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Notas finais do capítulo:

Meninas,
Imaginem o final do capítulo como quiserem! Deixo na mão de vocês! kkkkk (Mas me contem o que acharam, ok?)
E ah, ainda tá de pé o pedido de ajuda que eu fiz no capítulo passado! Queria as informações para escrever a próxima parte!
Beijo!

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