domingo, 13 de janeiro de 2013

Capítulo 22 - De volta ao trabalho

Notas iniciais do capítulo:

Luanitas, Murinitas, Murilo Requeno... Todo mundo de volta nesse capítulo!


Aproveitem!
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Acordar no dia seguinte foi um tremendo sacrifício. Eu e o Luan tínhamos voltado da nossa “escapadinha” super tarde (ou cedo, dependendo do ponto de vista). E justo quando eu estava na melhor parte do meu “soninho” a Bruna começou a bater na porta do quarto para me acordar.

– Bom dia, Anita Bonita! – Que jeito meigo da minha cunhada me chamar, não? – Vamos acordar? O dia está lindo lá fora e o ‘seu’ Amarildo que nos levar para pescar! – Era incrível a disposição dela aquela hora da manhã.

– Ah Bruna... Só mais cinco minutinhos, vai... – Eu mal conseguia abrir meus olhos.

– Nem pensar. É agora de manhãzinha que a gente consegue pegar os melhores peixes. Vamos menina, acorda!

Fui vencida pela insistência da Bruna. Menos de dez minutos depois eu já estava acordada me arrumando para ir pescar. Quase liguei para a Rafa para saber qual tipo de roupa se usava em uma pescaria. Mas se eu a acordasse cedo daquele jeito ela me mataria. O jeito foi improvisar uma calça jeans e uma regata.

– Estou vendo que o Luan fez o tão esperado pedido – A Bruna disse apontando para o anel no meu dedo. Imediatamente senti meu rosto ficar vermelho como um pimentão. - Falei que ele iria resolver o seu problema, não falei? – Eu estava tão sem graça que só consegui concordar com a cabeça.

– Vem futura senhora Santana, que todo mundo já está esperando para tomar café – Ela desconversou, enquanto me puxava em direção à cozinha.

Se parecia que eu não tinha dormido quase nada durante a noite, isso não era nada perto da cara de sono do Luan. O menino estava com umas olheiras imensas. Coitado, iria precisar de umas boas horas de sono para compensar nossa escapada de ontem!

***

Após o desjejum seguimos todos para o rio pescar. ‘Seu’ Amarildo escolheu um ponto que, segundo ele, era “bom de peixe”. Todos pegaram as varas, separamos as iscas e começamos a pescaria.

Definitivamente, aquilo não era para mim. Eu não conseguia parar quieta um instante sequer, ficava me mexendo sem parar. Quando finalmente consegui me controlar, meu celular começou a tocar, justo quando todo mundo estava no mais completo silêncio, completamente concentrados em suas varas.

Mas, foi quando os mosquitos começaram a me atacar e eu comecei a ficar toda “empipocada”, que eu realmente desisti de tentar pescar alguma coisa.

– Mais um item para a lista que prova que você é uma verdadeira granfina – O Luan disse enquanto pegávamos o caminho de volta para casa – Ser alérgica a insetos. 

Nem respondi o comentário. No fundo eu estava coberta de vergonha. Paguei o maior mico naquela pescaria. Por sorte, a dona Marizete tinha guardado em casa uma pomada ótima para picada de mosquito. Em menos de meia hora minha pele já estava praticamente normal.

A Bruna e o ‘seu’ Amarildo tinham ficado pescando, mas, mesmo recuperada das picadas, achei melhor permanecer por ali mesmo na casa. Já tinha atrapalhado demais os dois.

O resto do dia seguiu tranqüilo. O Luan me ensinou a tocar algumas das suas músicas no violão, e a noite rolou um churrasco na beira da piscina. Um grupo de violeiros que morava ali perto também participou da festa. O Luan se juntou ao grupo, e eles improvisaram umas “modas” de sertanejo raiz para animar à noite.

E depois do final da festa, quando todo mundo já tinha se deitado, o Luan aproveitou para pular a janela do meu quarto para ficarmos juntos. Afinal de contas, a gente demorava tanto para se encontrar que não poderíamos desperdiçar uma oportunidade como aquela...

***

Como diz o ditado, tudo o que é bom dura pouco, e os nossos merecidos dias de folga acabaram. Eu precisava ir para Ribeirão Preto para começar a gravar o filme, e o Luan tinha uma reunião com o pessoal da gravadora marcada em São Paulo. Por isso, na manhã seguinte, bem cedinho, o Pedrão já estava lá para nos buscar. Colocamos as malas no carro, nos despedimos de todos e seguimos para o aeroporto.

– Tudo certo com o “Bicuço”, Castro? – O Luan perguntou quando chegamos na pista de pouso.

– Tudo ok, Luan. Assim que vocês se acomodarem nós decolamos – respondeu o piloto, prestativo.

– “Bicuço”? – Perguntei enquanto nos sentávamos em nossas poltronas.

– É o jeito que eu chamo o avião – O Luan explicou.

– Você anda assistindo, ou lendo, muito Harry Potter – Comentei.

O avião decolou, e como de costume, me senti enjoada. Encostei minha cabeça no ombro do Luan e assim ficamos por uma boa parte da viagem, curtindo os nossos últimos momentos juntos.

– Meninos, daqui dez minutos estaremos pousando em Ribeirão Preto. Por favor, apertem os cintos – O Castro nos avisou através do sistema de som.

Olhei para o Luan. Eu não queria ter que me despedir.

– Lú, vamos fugir?

– Vamos! Para onde, linda?

– Hum... Não sei.. Que tal o México?

– Para onde você quiser, nega. Com você eu vou para qualquer lugar – O Luan pareceu gostar da ideia.

– Rumo à terra da tequila – Entrei no clima de zuação.

– Será que o Castro sabe qual a rota para o México? – O Luan também começou a se empolgar.

– Eu sempre quis conhecer o México. Uma vez minha mãe marcou uma viagem de férias para lá, mas ela não conseguiu tirar folga no trabalho e tivemos que cancelar – Comentei.

– Então nas nossas próximas férias nós vamos ao México, combinado? – O Luan perguntou.

– Ih, já estamos assim? Combinando férias juntos? E se eu não quiser viajar com você? – Me fiz de difícil.

– Ih nega, o México não vai ter graça nenhuma sem mim – O Luan me provocou.

– Meninos, vamos pousar – A voz do Castro soou novamente pelas caixas de som. De repente o tom de brincadeira e descontração acabou. Eu olhei para ele e vi na sua expressão que ele tinha a mesma dúvida que eu.

– Lú, quando será que a gente vai se ver de novo?

– O mais rápido possível, linda. Mas eu vou morrer de saudades! – Ele me deu um beijo – Não esquece que agora você é a minha namorada. Agora eu tenho direitos sobre você – Ele disse brincando.

– Você vai me ligar todos os dias? E vai me mandar e-mails? E não vai dar mole para qualquer “modelete” que aparecer por aí?

– Sim, sim e não. Deixa de ser boba Ní, eu só quero saber de você!

O avião parou na pista. A hora da despedida tinha chegado.

– Não esquece, eu vou estar sempre com você – Ele me disse enquanto segurava as minhas mãos nas dele.

Dei o último beijo nele. Prolonguei aquela despedida o máximo que eu pude, mas não tinha outro jeito. Os últimos três dias foram perfeitos, mas agora era hora de retomar ao trabalho. Infelizmente eu também teria que voltar a lidar com a saudade que eu sempre sentia quando ficava longe do Lú.

Peguei as minhas malas, me despedi do Castro e do Pedrão, dei mais um beijo no Lú e me preparei para descer do avião.

– Ah, Lú, sabe aquela sua camisa xadrez vermelha que você adora? – Falei quando estava na porta da aeronave, pronta para descer.

– Sei sim, linda, por quê?

– Porque ela é minha, até você vir me ver de novo, ok? – Pisquei para ele e desci da aeronave rindo comigo mesma. Eu tinha roubado a peça da mala dele. Pelo menos eu teria algo para ajudar a amenizar a saudade enquanto não pudéssemos nos ver.

***

A Rafa já estava me esperando no aeroporto. Dei um abraço nela e entramos no carro para seguir rumo ao hotel.

– Chegou quando na cidade? – Perguntei.

– Cheguei ontem para já deixar tudo pronto para você. Todas suas “coisinhas” já estão esperando no hotel – Ela sorriu para mim. Isso que era cunhada prestativa.

– E o Caio, cadê? – Estranhei meu irmão não ir me buscar no aeroporto.

– O Caio ficou em São Paulo – A Rafa amarrou a cara. Ih... aí tinha coisa.

– Em São Paulo? Por quê?

– Porque ele está proibido de pisar nessa cidade enquanto aquela empresária “pirigueti” do Murilo estiver por aqui. – Ela falava como se estivesse com muita raiva.

– Aconteceu alguma coisa, Rafa?

– Aconteceu. Depois que você viajou o seu irmão fez o favor de me deixar sozinha em casa. Tudo porque ele tinha reuniões urgentes com essa tal de Lú Dias. Ai que ódio daquela mulherzinha de quinta!

– Reuniões urgentes? O Murilo aprontou mais alguma coisa? – Só me faltava essa agora.

– Bom, o Murilo não... Mas digamos que tem a ver com ele...

– Rafa, não enrola! O que aconteceu?

– Bom, ainda bem que o hotel fica longe do aeroporto, porque a história é um pouco longa.

– Rafaela Prado, desenrola! – Já estava me “mordendo” de curiosidade.

– Tá bom, tá bom..Já vou contar. Lembra que as Luanitas tinham declarado guerra contra as Murinitas? E que as meninas que torcem por você e pelo Murilo estavam ganhando graças aos truques baixos daquela empresária idiota? – Concordei com a cabeça. Aquilo tinha acontecido antes de eu viajar para encontrar o Luan, mas parecia que já tinham se passado meses.

– Então, eis que uma Luanita resolveu empatar o jogo. Se recorda que o placar estava 3X2 a favor do Murilo, né? Pois bem, uma certa camareira do hotel de Nova York postou na internet uma foto sua e do Luan junto com ela. Não bastasse isso, ela publicou junto um depoimento onde dizia que vocês se encontraram sem querer no corredor, mas que os dois foram muito simpáticos com ela e que logo depois da foto você entrou no quarto do Luan junto com ele. Consegue imaginar o barulho que essa camareira conseguiu fazer?

– Gente, não acredito! – Eu sabia que devia ter comprado o silêncio daquela garota.

– Ah é... E ela ainda completou dizendo que você tinha pedido sigilo sobre aquela foto. Mas, com todas aquelas pessoas dizendo que você e o Luan não tinham nada a ver um com o outro, ela resolveu publicar a imagem para calar a boca de todo mundo. E ela ainda disse que vocês formam um belo casal e que deveriam ficar juntos. Fofa, né? – A Rafa disse irônica.

– Ai Deus, e agora? Como estão as coisas? – Eu tinha medo de ouvir aquela resposta.

– O pessoal do estúdio nem ligou para isso. Afinal, aconteceu antes do anúncio do filme. Mas, a empresária do Murilo quase enlouqueceu. Segundo ela, fica muito difícil promover vocês dois como o casal romântico com toda essa repercussão do seu caso com o Luan. E foi aí que as tais reuniões de emergência começaram.

– Ah, Rafa, mas então não tem porque você ficar brava com o Caio. O assunto realmente é crítico – Tentei defender o meu irmão.

– Tão crítico que eu não poderia tentar ajudar? Tão complicado que só ele e a Lú Dias poderiam resolver?

– Tá, mas e agora, como fica a situação? – Desconversei. Se o Caio realmente tinha excluído a Rafa dessas reuniões ele realmente “pisou” na bola.

– E agora o mesmo de sempre. Se prepare para “zilhares” de entrevistas, sessões de fotos, eventos e até twitcam ao lado Murilo, que já foram marcadas pela empresária-pirigueti. Tudo para promover a imagem de vocês dois como um casal – Eu e a Rafa fizemos uma careta de nojo. Realmente aquilo seria muito difícil de aturar.

***


Chegamos ao hotel. O prédio ficava próximo ao centro da cidade e era um dos melhores de Ribeirão. Dali até a fazenda onde as gravações do filme aconteceriam demorava cerca de uns vinte minutos. Tempo excelente para dar uma última conferida no texto antes de gravar, pensei.

Cheguei até o quarto onde eu ficaria instalada. Aquela seria a minha casa por, pelo menos, os próximos dois meses. Respirei fundo e entrei com o pé direito. Um pouco de sorte nunca era demais... Joguei a minha mala na cama e já estava tirando a roupa para poder tomar um banho quando vi, em cima da mesa, um vaso com uma flor. Preso à ela havia um cartão.

Cheguei mais perto. Eu não entendia muito bem daquelas coisas, mas imaginava que aquela planta tratava-se de uma orquídea. Peguei o cartão para ler.

“Sei que não começamos muito bem, mas espero que a gente termine esse filme como terminamos o primeiro. Seja bem-vinda!

Murilo Requeno”

Terminar aquele filme como terminamos o primeiro seria bem difícil, pensei comigo mesma. Na primeira vez que trabalhamos juntos eu passei a confiar no Murilo. Mas ele fez questão de acabar com essa confiança. Agora reconquistá-la seria muito difícil.

Deixei o cartão sobre a mesa e fui tomar meu banho. Eu não queria ter que pensar no Murilo antes que começássemos de verdade o filme.

***

As primeiras semanas de trabalho foram intensas. Nós acordávamos cedo para gravar e voltávamos para o hotel sempre tarde da noite. Eu sempre fazia questão de parar para atender os fãs que ficavam nos esperando na porta do hotel. Era incrível, mas apesar de eu estar trabalhando com o Murilo, muitas Luanitas iam até lá para me ver e pedir autógrafos. De vez em quando eu usava o boné do Luan, ou até mesmo a camisa dele, e ia falar com o pessoal. Quando isso acontecia, as Luanitas de plantão sempre ficavam “enlouquecidas” e postavam um monte de fotos na internet.

Além de todo o trabalho, ainda tinham as entrevistas que a empresária do Murilo fez questão de agendar para nós. Cada dia para um veículo de imprensa diferente. Eu já não agüentava mais responder sempre as mesmas perguntas!

O Murilo se esforçava para me agradar ao máximo. Em um dia desses, ele me disse que estava disposto a me reconquistar. 

Fala sério, como alguém conseguia ser tão cara de pau? Eu claro, mantinha apenas um relacionamento profissional com ele.

No meio dessa confusão toda, eu mal conseguia falar com o Luan. Mas trocávamos e-mails todos os dias. Eu já estava morrendo de saudades, mas as nossas agendas simplesmente não batiam. Estava difícil conseguir conciliar o trabalho dos dois. Para não dificultar ainda mais as coisas, combinamos de manter o nosso namoro em segredo. Toda aquela guerra entre Luanitas e Murinitas poderia acabar refletindo no nosso trabalho.

A Rafa e o Caio ainda estavam brigados e a minha cunhada andava bem para baixo. Para se ter uma ideia, todos os dias quando eu chegava da fazenda ela estava assistindo “Rebeldes”. Isso não era um comportamento normal dela.

E assim os dias foram passando. O Luan tinha me avisado que tinha um show marcado em Ribeirão, mas ele não soube me dizer o dia “certinho”. Acabei descobrindo isso de outra maneira.

Em uma das manhãs que chegamos para trabalhar, um garoto da produção disse que tinha um recado para todo o elenco. Paramos para prestar atenção no que ele tinha para dizer.

– Pessoal, o Luan Santana realizará um show na cidade na próxima semana. E como uma das músicas dele será trilha sonora do filme, o pessoal do estúdio acha que seria interessante o elenco comparecer a esse show. Quem de vocês topa ir?

– Eu topo – Fui a primeira a responder.

– Eu também – O Murilo disse logo em seguida.

Era só o que me faltava! Ter que ir ao show do Luan com o "empata love" do Murilo ao meu lado.
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Notas finais do capítulo:
Desculpem a demora, mas terminei agora de arrumar as malas.
Ainda estou pensando em um novo nome para fic. Mas confesso que só consegui pensar em um: A Granfina e o Caipira (título do capítulo anterior). Sou péssima para nomes. O que vocês acham? Brega demais?
Não se esqueçam de me dizer o que acharam do capítulo!
Beijo, bom FDS!

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